por Ju Najlah
Nascida em 1942, foi a bailarina mais famosa na 2ª metade deste século. Seu começo artístico foi como secretária em uma empresa de organizações de festas e daí passou para o teatro e dança. Afastada de sua casa em Alexandria, sonhava em dançar no Cairo. Participou de muitos filmes com um êxito sem precedentes. Sua fama ultrapassou o mundo árabe e passou a representar o Egito em muitos festivais turísticos.
Sua primeira aparição no cinema foi uma pequena participação em “Shari Al-Hob” (Rua do Amor), estrelando Abdel-Halim Hafez. Um papel importante foi em “Malak wa Shaytan” (Anjo e Diabo). “Eu fiz treinos para melhorar a voz para esse filme e aprendi sobre como atuar melhor.” Desde então Fouad atuou em mais de 100 filmes e dançou em mais de 250. Nagwa montou um grupo com 12 dançarinos e 35 músicos e cantores, um coreógrafo e um estilista. “Isso foi uma espécie de teatro móvel em pequena escala. Nós visitamos todo o país levando nossas performances.” Seu grupo de dança reconheceu diversos elementos de origem folclórica tanto egípcios quanto de outros países árabes.
Fouad sempre testava os limites da sua arte, procurando produzir e apresentar grandes espetáculos. Foi a pioneira em incorporar elementos originais e sofisticados, dando a Dança Oriental um teor muito mais adaptável ao mundo Ocidental. Desta forma, viajou inúmeras vezes para a Europa, América do Norte e Ásia, onde participou dos grandes festivais. Nos Estados Unidos realizou várias apresentações dedicadas especialmente aos habitantes de origem árabe e fundou uma escola de dança oriental em Nova Iorque. Uma de suas mais bem lembradas performances se chamava "Thunder". As palavras que ela utilizava para descrever seus shows eram “renovação, desenvolvimento, glória e distinção”.
Nagwa Fouad lutou para que a Dança do Ventre fosse ressignificada como uma dança digna de respeito. No mundo, muitos enfatizaram a má reputação da profissão de dançarina, mas Nagwa insistiu na importância da dança. “Você pode sentir o perfume do Oriente e experienciar uma das 1001 noites.”
Em 1976, o compositor Mohammad Abdel Wahab escreveu uma música especialmente para ela, de nome "Arba'tashar". Nesta dança, Nagwa diz ter podido combinar a dramaticidade de Tahía Carioca e as acrobacias de Naima Akef. Este foi seu primeiro grande sucesso responsável por seu reconhecimento. Após ele, foi obrigada a criar novas coreografias a cada três meses. Nagwa com seus movimentos de braços e sinuosidades do quadril reserva sempre um momento do show especial para a Camanja (violino).
Foi também cantora e artista de cinema e teatro; e em 1922 quis interromper definitivamente sua carreira de dança, para consagrar-se no cinema, mas não conseguiu devido a inúmeros pedidos, alegando ser insubstituível. Cativou numerosos políticos, entre eles o estadista Richard Nixon, o egípcio Anwar el Sadat e também o presidente Carter e Henry Kissinger.
Hoje em dia ela não vê razões para se aposentar. “Arte não tem ligação com idade ou nacionalidade… ela tem ligação com criação e presença e se o artista pode dar e aproveitar o momento, ele deve continuar fazendo a sua arte.”
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Fouad é a única dançarina de sua geração que continua dançando e dando workhsops mesmo na Europa.
Fontes:
Nagwa Fouad, disponível em http://www.belly-dance.org/nagua-fouad.html
ALMEÉ, Aysha. Nagwa Fouad, disponível em http://khandara.multiply.com/journal/item/8/8?&show_interstitial=1&u=%2Fjournal%2Fitem