por Carine Würch
Andei
um pouco sumida, mas estamos de volta aos trabalhos!
Bom
2015 a todos e sejam muito bem vindos a nossa coluna Resenhando!
Quem
me conhece já ouvi mil vezes da minha boca:
“Eu não quero dar
aulas. Eu gosto de estudar e dançar. E deu.”
Cansei de dizer, depois das apresentações, quando me
abordavam sobre o assunto:
“Humm... eu só faço aula, não sou
professora...”
MAS...
Aí entra uma querida bailarina que conheci lá em 2007, quando iniciei na Dança
Oriental – Lucy Linck.
Com a proposta de oferecer Dança Tribal
na sua nova escola em Novo Hamburgo. Ela entrou em contato comigo, me sondou
por algumas semanas, e eu fiquei me esquivando, dando respostas vagas,
indicando as colegas que poderiam fazer este trabalho...
Duas
coisas culminaram para minha reavaliação da possibilidade de dar um workshop e
aulas:
1
- A Lucy
ser muito direta e sincera: “Ou tu vai
dar aula de Tribal na escola, ou não vai ter Tribal”. (!!!)
2
– E um vídeo do TEDx que assisti
neste período: “Seja
um Fracassado”:
“O que é inovar na educação? Cheguei à
conclusão que inovar na educação é simplesmente ensinar alguma coisa para
alguém. Muita gente jamais teve a experiência de ensinar alguma para alguém, e
critica quem decide ser professor, sem jamais ter passado pela experiência de
ter ensinado alguém a fazer qualquer coisa. Quando vocês que nunca ensinaram
ninguém experimentarem, vocês vão se dar conta que a gente não tem como ser
um bom professor, sem ser completamente generoso, sem oferecer o melhor
que a gente tem, sem sonegar
absolutamente nenhuma informação. E esta generosidade nos alimenta. E não
só isto, no momento que a gente é generoso, a gente oferece as pessoas a
oportunidade de manifestarem a sua gratidão. E isto é absolutamente fantástico,
por que a gratidão e a generosidade criam um núcleo mágico, em que uma alimenta
a outra. A gente se torna mais generoso a medida que as pessoas expressam a
sua gratidão e vice-versa – as pessoas são gratas quanto mais generoso a
gente é. E se não bastasse, as pessoas testemunham isto acontecendo e resolvem
se inspirar e serem também generosos...” (Gustavo Reis, 2012)
Com
a oportunidade de ter feito o workshop da Kristine
Adams e depois da Lilian
Kawatoko sobre o ATS®, que me trouxe um maior entendimento das raízes do Estilo Tribal – ATS® e Tribal
Fusion, junto com toda a pesquisa e leitura feita para o “Pilares
do Tribal” –
em parceria com a Maria e
a Natália, ficou
quase impossível guardar toda esta informação só na minha cabeça. Eu queria
dividir o que tinha aprendido com as minhas amigas, minhas companheiras de
dança.
O
convite da Lucy,
as tantas insistidas da Daiane,
e os comentários das minhas amadas do grupo Aminah, me fizeram pensar: por que não tentar?
E
assim, nos dias 13 e 20 de janeiro, tivemos nosso primeiro workshop na
recém-inaugurada escola em NH – Lucy
Linck Danças & Terapias, e o tema foi “Dança Tribal, o que é Afinal?”,
onde fiz um apanhado das coisas que aprendi e li sobre o mundo Tribal.
Oferecemos
junto com a prática, um material teórico, para dar embasamento e solidificar o
trabalho. Assim, mesmo que de forma resumida, a origem pudesse ser entendida, a
cronologia, as sutilezas e os nuances. Entendo que a Dança Tribal, está em formação – e eu também, rs.
As
horas durante do workshop foram maravilhosas e desafiadoras. Timidez nunca foi
meu ponto fraco, falar em público também não. Meu maior medo era (e sigo em
busca de vencê-lo) não conseguir passar a técnica do movimento de forma
precisa, para que elas pudessem entender.
Agradeço
ao meu amado, pelo apoio e compreensão, por gastar muito tempo das nossas
férias pesquisando e escrevendo o material para o workshop, escolhendo as
músicas, lendo e relendo as anotações dos works que já tinha participado,
escolhendo os movimentos a serem trabalhados...
O
meu foco principal foi: "Como eu gostaria de ser tratada no meu primeiro work
sobre tribal, se eu não soubesse nada a respeito?"." Como eu gostaria de receber o
material? O certificado? O ambiente? As músicas?". "Como gostaria de ser tratada
pela professora?" Me coloquei dos dois lados e me esforcei pra criar o melhor
ambiente para estas queridas que me deram a oportunidade de participar de suas
vidas.
E valeu muito a pena.