Me chamo Raphael Lopes, sou santista (morando atualmente em São Paulo) e tenho 30 anos, dos quais os últimos 15 foram totalmente e apaixonadamente devotados à dança. No início meu foco era totalmente o street dance old school, tendo feito parte de duas talentosas cias de dança da baixada santista. Nessa época iniciei minha pesquisa em danças étnicas, estudando flamenco, dança tahitiana e danças árabes. Logo viria a dança indiana, que seria e é o meu maior escopo de aprofundamento.
Entre os anos de 2002 e 2004 fui diretor da Cia Ágora, que era fruto dos meus estudos das diversas danças étnicas mescladas e aplicadas na linguagem do hip hop. Mal sabia eu que já estava de forma muito natural e espontânea aplicando a identidade fusion do Tribal num trabalho que ainda se rotulava como “dança de rua”.
Na mesma época ganhei uma bolsa para estudar Ballet Clássico, e já entrando na faixa dos vinte e poucos anos me deparei com um conflito comum à maioria dos bailarinos: conciliar a dedicação total à dança com uma rotina de trabalho.
Durante dois anos a dança se tornou matéria de estudos teóricos apenas, uma vez que meu tempo e disposição impediam uma rotina de práticas e aulas. Mas acredito que essa fase também mereça um destaque em especial. Sou virginiano, um leitor inveterado e consumidor de arte. Esse período foi crucial para iniciar em mim um caráter crítico, uma habilidade para analisar os trabalhos de dança e entender as raízes que alicerçam a cena atualmente.
Meus estudos com as professoras de danças clássicas indianas em São Paulo me fizeram me deparar com o elitismo que existe ao redor de certos estilos de dança. E não digo unicamente pelos valores cobrados em aula, até porque existem outros estilos “mais acessíveis”, ainda assim exorbitantemente caros unicamente por conta do “nome” do profissional.
Meus estudos com as professoras de danças clássicas indianas em São Paulo me fizeram me deparar com o elitismo que existe ao redor de certos estilos de dança. E não digo unicamente pelos valores cobrados em aula, até porque existem outros estilos “mais acessíveis”, ainda assim exorbitantemente caros unicamente por conta do “nome” do profissional.
Porém receber o convite para uma imersão na Índia, certamente foi o divisor de águas na minha carreira. Tanto pelo respaldo que uma certificação internacional pode conferir, quanto pela experiência adquirida. Com o retorno dessa viagem fui professor no SESC, e logo fui convidado para ser professor de Odissi na Escola Campo das Tribos.
A proposta era instigante!!! Seria uma oportunidade de me lançar na capital, e ao mesmo tempo de exercer uma função que tomei como sagrada: elucidar ao público do Tribal sobre os mitos e verdades da dança indiana e suas fusões com o Tribal (ou vice e versa rs). Convivendo com o ambiente Tribal acabei me apaixonando pelo ATS® (estilo que venho estudando há um ano com a Sister Studio Rebeca Piñeiro), e após uma década de dedicação exclusiva ao estilo Odissi também iniciei agora em 2014 meus estudos em Bharata Natyam com a bailarina sênior Krishna Sharana, do sul do país.
Espero poder enriquecer a todos os nossos leitores com os meus artigos, que vão abranger todo o universo da dança, tendo o Oriente e as danças da Índia como norte. Aqui também vou trazer curiosidades sobre a Índia, dicas de maquiagem, vestuário, cinema, música, e cultura em geral. Porque a dança é mais do que uma expressão em isolado, ela é o estandarte e o barômetro de uma cultura.
E se a Índia é uma das culturas mais antigas em plena atividade, um dos motivos certamente é pela forma como se desenvolveu e preservou suas artes.
Um grande beijo, e até a próxima!!!!
Índia - em Dia
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São Paulo, SP
Muito feliz em acpanhar de perto (muitas vezes até de camarote rs) esse espetáculo único que é o seu envolvimento com a dança Rapha. Desde sua postura enquanto eterno aluno até a maneira como multiplica seu talento com seus alunos. Vejo um sentimento verdadeiro em cada palavra que você usa para tratar do assunto: Dança! Como se fosse sua própria alma à dançar pela vida. Parabéns mais uma vez, não só pelo talento que seu é NATO, mas por conferir com tanta seriedade (mesmo que de maneira descontraída) o sagrado ao sagrado. Te Amo!!!!!!!
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