por Dayana Silveira
Os
anos 40 foram anos difíceis, marcados por vários fatos históricos importantes
que influenciaram a moda, a arte e a sociedade em geral.
Foram
anos de muito sofrimento, marcados pela 2ª Guerra Mundial, pelo horror do
holocausto e também pela Guerra Fria que viria acontecer mais para frente.
O
marco inicial da 2ª Guerra Mundial aconteceu em 1939, com a invasão da Alemanha
à Polônia. A Alemanha nazista almejava a “ zona do corredor polonês” e do porto
de Danzig, pois Hitler havia perdido poder de seus territórios ultramarítimos e
não concordava com a nova delimitação do leste do país imposta pelo Tratado de
Versalhes. Porém, A Inglaterra e a França
se aliaram, declarando guerra a Alemanha e seus aliados.
Nessa
época a moda teria tido um racionamento de matéria-prima (alguns materiais
estéticos eram usados na fabricação de armamentos e sem falar que nem todo
mundo poderia gastar dinheiro com tecidos caros) e por consequência disso, as
roupas ficaram mais simples.
Muitas
maisons parisienses fecharam por conta da pressão Alemã, outras se instalaram
em outros países . A Alemanha queria enfraquecer o comércio da França( que era
um dos países Aliados), todavia, graças ao presidente da Câmara, Lucien Lelong, também estilista que lutou
pelo direito da permanência da indústria de roupas parisiense, permaneceram
muitos ateliês em funcionamento no país.
A
escassez de tecidos, fizeram com que as mulheres substituíssem tecidos caros
por alternativas mais baratas, tanto que nãos e viam no mercado meias finas de
naillon, de certa forma as mulheres não usavam meias para esconder as pernas e
se usavam era a soquete.
O
corte das peças eram reto, nos ombros haviam um certo volume, as saias iam até ou
abaixo do joelho, podiam ser retas ou franzidas, geralmente vinham com dois
bolsos grandes laterais, nessa época as mulheres também usavam calças. Era um
estilo masculino e militar.
Os
cabelos das mulheres eram soltos ou presos por algum grampo com cachos, até
porque não tinham o luxo de gastar dinheiro ou encontrar cabelereiros. Mas, as
mulheres da época usam muitos chapéus, talvez para suprir a necessidade de sua
vaidade, ferida pela simplicidade.
Os
Estados Unidos lideraram as vendas do que chamamos de “ready-to-wear”, mais
conhecido pelos franceses como “prêt- à
–porter ( roupas a pronta entrega e com qualidade), aproveitando o hiato dos
grandes ateliês de Paris e enfraquecendo a venda de roupas sob medida, até
porque as pessoas viam as roupas no catálogo( já que elas já tinham um padrão
de tamanho), faziam a encomenda e tinham preços mais acessíveis. Sem mencionar
que as fábricas produziam em grande escala, enquanto um artesão demorava para
confeccionar uma única peça.
A
mulher nessa época trabalhava em fábricas, enquanto seus maridos estavam na
guerra. E como incentivo ao trabalho, houve a campanha “We Can Do It”, onde a
mulher era retratada em propagandas como capaz de fazer qualquer serviço,
inclusive os dos homens.
No
fim da guerra, finalmente as maisons parisienses puderam voltar a todo
vapor e o esbaldar de luxo voltou bater na
porta de compradoras consumistas perfumadas pelo Chanel nº5.
Em 27 de março de 1945, os grandes estilistas parisienses fizeram uma grande exposição de bonecas de porcelana, vestidas com trajes luxuosos, a fim de juntar capital para confecção de suas obras primas, dando origem mais a frente ao New Look do Dior.
Como
podemos perceber, muito do que aconteceu nessa época reflete na moda dos nossos
tempos atuais. As grandes indústrias simplificaram as peças, produzindo
produtos com qualidade mediana e cobrando um preço “acessível” à grande massa,
enriquecendo no mercado da moda.
A
mulher passou a ter mais autonomia e liberdade para tomar suas próprias
decisões, embora ainda vemos em pleno século XXI pessoas completamente
ultrapassadas e que reproduzem o machismo naturalmente.
Espero
que tenham gostado do tema abordado e do
jeito a qual me expressei, particularmente sou apaixonada pela década de 40 .
Steam Clockwork
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Itaboraí, RJ