por Lua Rubra
Sempre que nos perguntam
“mas o que é isso, Lua Rubra Tribal?”, a nossa resposta
costuma ser uníssona. Somos uma iniciativa independente, feminina e lunar de
estudos e de dança tribal fusion (essa é a nomenclatura que adotamos), o
primeiro grupo autônomo nessa vertente de dança do estado do Espírito Santo.
Independente, pois não
pertencemos a nenhuma escola de dança, não temos uma figura central, um
profissional que coordene nossas atividades.
Feminina, porque somos
quatro mulheres e porque essa energia predomina em nosso trabalho e trajetória.
Lunar, porque nos assumimos
enquanto seres cíclicos, que transitam por fases, e trazemos essa concepção
para o modo de funcionar do nosso grupo.
O Lua Rubra tem esse nome
por causa do eclipse lunar ocorrido em julho de 2018, que resultou no fenômeno
ímpar da Lua Vermelha. Justamente a época em que nos conhecemos – já que o grupo
foi fundado em 12/08/2018.
Primeiro encontro |
Formado por quatro mulheres
muito diferentes, o Lua Rubra Tribal tem sua fase de Lua Nova personificada
pela ariana Sahira Zomerod, fogo com fogo, ousada, de cílios longos e decisões
postas na mesa. KarMir é Lua Crescente, a capricorniana que é nossa terra, de
olhar intenso e pés no chão. Nossa Lua Cheia é água, Aline Yuki, a canceriana
de mãos que dançam e contam histórias. Bruna Benes é a taurina ar, a sereia
uivante que tem o mar nos olhos e poesia nos pés.
A diferença e a ciclicidade
é por nós celebrada de tal modo que a liderança do grupo se estabeleceu de modo
naturalmente circular. A fase em que a lua se apresenta no céu e nos rege é
também a Lua que está no comando do grupo. Assim, ao longo do tempo as decisões
e diretrizes do nosso trabalho vão passando de mão em mão, no círculo cíclico
de nós mesmas, e cada uma imprime, em seu momento de liderar, suas
características ao grupo.
Estreamos nosso primeiro
grande trabalho em 2019, no Encontro Capixaba de Dança do Ventre, a apresentação
que trouxe notoriedade ao Lua Rubra na cena dançante capixaba. A coreografia
“Raiz Ancestral” foi concebida inteiramente por nós – desde a junção das
músicas, confecção do figurino, acessórios e maquiagem, até a coreografia. Esse
trabalho é uma grande celebração da nossa unidade e da nossa diferença.
Depois da grande estreia, fomos convidadas para participar de diversos shows na cena capixaba de dança, capitaneados por expoentes dançantes de vários estilos.
2020 foi para nós – como
para todo o planeta – um ano desafiador. Após um período de recolhimento e
adaptação à realidade, passamos a fazer participações em eventos online e
também realizamos o nosso primeiro show. “Celebrando entre luas” marcou a
comemoração dos dois anos de existência do grupo, e contou com apresentação de
bailarinos de várias modalidades, todos eles parte ativa da nossa trajetória.
Temos alguns bons projetos no armário, esperando a hora certa de florescer. E a certeza que a dança e os ciclos são partes de nós, e que o Lua Rubra é a expressão verdadeira do nosso brilho.
______________________________________________________________________________
Resenhando-ES