Parte 4 de 4 | por Karina Leiro
O flamenco, expulso dos cafés pelo cinematógrafo e o cuplé,
se reinventa para ocupar teatros e as praças das touradas. Essa etapa, que
começa a partir da segunda metade do século XX, é conhecida como ópera flamenca.
O flamenco se adapta aos novos cenários com orquestrações e estilos misturados
que bebem do próprio cuplé e do folclore americano. Os artistas flamencos
tornaram-se autênticos fenômenos de massa e, logicamente, foram criticados
pelos puristas como traidores do “verdadeiro flamenco”. Alguns autores puristas
dizem que a primeira etapa do flamenco no teatro foi positiva já que os valores
tradicionais foram conservados, no entanto, mais adiante, as raízes do
“verdadeiro” flamenco teriam sido desvirtuadas. Eles referem-se à etapa do
pós-guerra e até meados dos anos 50, chamada ditadura do operismo, onde o
fandango, música mais festeira e superficial, ganha primazia na expressão
flamenca e onde aparecem atuações teatrais aflamencadas. As modificações
relacionadas à readaptação do flamenco a um novo espaço, são criticadas em nome
de um hermetismo que é defendido por alguns estudiosos e aficionados até os
dias atuais, caindo muitas vezes num fanatismo que acaba por negar tudo que não
seja aquilo que eles classificam como “tradicional”.
A época chamada renascimento do flamenco, de 1955 a 1975 é
assim chamada exatamente porque alguns estudiosos a consideram "uma
retomada da expressão do verdadeiro flamenco que havia sido perdida na época
anterior". O aumento progressivo do turismo nessa época
foi motivo para a abertura de muitos tablados flamencos, sobretudo em Madrid e
Barcelona, que atraíram artistas de toda a Espanha e, principalmente, como é
lógico, de Andaluzia. Os cantores, com fonte de renda fixa, melhoraram sua
situação social, tornaram-se conhecidos, gravaram discos de tiragem alta e,
nessa época, começaram a surgir os festivais de flamenco. Muitos diziam que
"o patrimônio cultural do flamenco estava a salvo e certamente pode-se
considerar que nesse período foram fixados firmemente os alicerces da arte
flamenca com vistas ao futuro".
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Flamenco, das origens à fusão
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Recife, PE