[Feminino Tribal] Excelência é prática

por Alana Reis


O tribal como uma atividade de movimentos musculares ritmados sem preguiça de repetição.

Já nos disse Aristóteles que excelência é o que você repetidamente faz. Não é um evento, é um habito. Essa regra se enquadra pra quase tudo na vida – e não digo tudo, porque as exceções são bem bonitas também – e, para a dança principalmente.  Seu corpo só aprende com a repetição e como o Tribal é uma atividade de movimentos musculares ritmados, é preciso ensinar o músculo a pensar no ritmo!

Nossa dança é maravilhosa! Ela nos permite conhecer nosso corpo, explorá-lo e amá-lo a sua forma, mas engana-se quem pensa o tribal como uma forma solta de prática. Sim, é expressão e expressão é natural, mas a prática nos dá isolamentos e precisões que ai minha nossa senhora das coisas marlindas! (um suspiro de amor rolou aqui!).

Vale lembrar que o tribal é uma dança de fusão e, sendo assim, ela está em constante evolução e mudança, por isso, quanto mais treino melhor. Inclusive nas aulas que ministro aprendo cada dia mais com isso, quando vejo que cada corpo responde a uma maneira e não vale ter pressa.

Muitas gente ainda se prende ao titulo da turma, se está no básico, iniciante, intermediário ou avançado e conta com a passagem de meses e/ou anos para definir sua evolução, mas, se vale dar dicas, o importante não é o tempo em ação e sim a de-di-ca-ção. Fazer uma aula na semana, por exemplo, exige estudo em casa para quem quer evoluir, aliás, estudar em casa é uma regra sem exceções para quem quer desenvolver qualquer técnica, afinal, ninguém nasce sabendo e esse clichê já é batido!

O que quero com isso é deixar um ponto de vista mesmo, um compartilhamento para as sistás que estão nesse corre de aprendizado. Ouvi e comprovei na prática com minhas professoras e diretoras que é preciso ralar pra aprender coreografias, que é preciso empenho para fazer um movimento ficar natural e, quanto mais pratico, mais boto fé na metodologia da ralação!

A dança prega peça na gente, o nosso corpo nos prega peças. A gente olha e acha tão simples, vê alguém fazendo e pensa “ah, isso é fácil!”, mas mesmo que seja, só vai se tornar um movimento limpo com a prática. Entender como o corpo se dispõe a realizar aquela simples batida de quadril é delicioso!

Vamos fazer um exercício juntas, pode ser?! Comece a reparar na sua batida de quadril, aquela lateral, mamão com açúcar. Agora perceba seus oblíquos realizando o movimento, perceba seus joelhos destravados somente te dando suporte e não fazendo força para as batidas acontecerem. Perceba suas plantas dos pés todas no chão, distribuindo peso do seu corpo. Repare na sua postura, braços firmes, mãos firmes e com energia, peito aberto, ombros encaixados.


Tudo isso requer prática. Então, vamos deixar a preguiça e o ego de lado e estudar sem se importar se eu já danço há 15 anos, 6 meses, 3 dias. Perceba seu corpo, conheça seus músculos, aplique-os nos movimentos e você vai ver a diferença que isso faz pra sua  dança. Bom, melhor dizer por mim, e faz na minha. É por isso que gosto da prática, porque com ela moldo meu corpo, entendo minhas necessidades e evoluo. A dança vai muito além da sua beleza final dos holofotes, o palco é consequência, aprendi com minhas diretoras, agradeço por isso e, inclusive, assino embaixo.




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