[Venenum Saltationes] Desvendando a videodança "Spectrum": Eternamente vagando em uma dança sombria

por Hölle Carogne

No terceiro capítulo da Série Desvendando, as bailarinas Aline Pires e Gilmara Cruz contam pra gente como se originou o videodança "Spectrum" e quais são os conceitos ocultos que rodeiam este trabalho! Vem conhecer esta história!  








SPECTRUM:

Eternamente vagando em uma dança sombria
 Eis que duas almas inquietas se encontram na cidade de Florianópolis - SC no verão de 2015. Juntas, essas almas manifestam seus sentimentos através da arte da dança, em uma Dança Sombria...

Em uma sensação de companheirismo e em um clima obscuro, eis que avoluma-se na terra o retorno de duas almas perdidas, despertando-se de suas tumbas e extirpando de seu âmago uma forte energia para serpentear a vida, causando uma majestática e horripilante dança. 
Em uma realidade não visível aos olhos humanos, o reino obscuro é aberto e poderes e energias aparentemente caóticas são libertadas através de um espelho negativo da luz e da ordem. Os portais estão abertos! O caminho perdido em vida agora evocado no "outro lado"... Eternamente vagando em uma dança sombria.

Por Gilmara Cruz

Ficha técnica:
Bailarinas:
Aline Pires
Gilmara Cruz

Direção, fotografia e release:
Gilmara Cruz

Câmeras:
João Marcus Alves
Agostinho Gugoni

Edição:
Aline Pires








Venenum Saltationes: Quando e como surgiu a vontade de criar Spectrum?
Gilmara Cruz: Bem, meu interesse pelo lado oculto e místico também está presente em minha Dança que é uma arte que considero ritualística. Mas a ideia desse vídeo surgiu de última hora, em uma viagem que fiz à Florianópolis em janeiro de 2015. Lá entrei em contato com a Aline Pires, bailarina que eu já tinha contato pela internet e propus nos reunirmos para trocar conhecimentos de teoria e prática da Dança Tribal. Nisso propus criarmos uma coreografia de Dark (gosto de ambas) para fazermos um duo e daí foram surgindo as ideias de local e temática para o vídeo.
Aline Pires: Como a Gil mencionou, a ideia surgiu quando ela entrou em contato comigo e pensávamos em treinar juntas, para aproveitar sua estadia aqui em Florianópolis. Decidimos o tema, locação e músicas, e nos encontrávamos pela manhã nos dias que tínhamos disponibilidade, durante o pouco tempo que ela permaneceu. Foi bem acelerado, acredito que por possuirmos gostos semelhantes, tudo fluiu bem apesar do pouco tempo. Estudamos as músicas, e então criamos uma coreografia duo, incrementando-a com alguns improvisos solo.
Venenum Saltationes: Do que se trata este trabalho? Qual o assunto abordado?
Gilmara Cruz: O assunto tratado é a ida ao Sitra Ahra, ou seja, o “outro lado”, o “lado sinistro” a partir do pós mortem. O Sitra Ahra é o mundo primordial, reino da escuridão que precede a luz, é o reino dos poderes femininos que criam e geram a luz na escuridão. Seria o retorno de duas almas que entre o “lado de cá” e o “lado de lá” ficam vagando pelas tumbas executando uma dança sombria pela eternidade.
Aline Pires: São duas almas inquietas, que rompem a barreira entre o terreno e o sobrenatural, e ao se encontrarem se comunicam através de uma dança macabra. Uma forma de expressarem seu sofrimento no submundo, usando poderes sombrios para se manifestarem no reino material, onde a luz dá espaço para as trevas.
Venenum Saltationes: Existe alguma linguagem oculta por trás de Spectrum?
Gilmara Cruz: Posso dizer que existe uma atmosfera oculta.
Aline Pires: Talvez uma linguagem que apenas os mortos entendem. Assistindo o vídeo, acredito que em vários momentos nós estávamos próximas do véu que separa os dois mundos, assim como a Gil mencionou, uma atmosfera oculta, algo que não compreendemos, mas que estava lá, era quase palpável. Houve bastante conexão durante a dança.




Venenum Saltationes: Com quem Spectrum tenta se comunicar? E o que quer dizer?
Gilmara Cruz: Indiretamente posso dizer que há uma comunicação com o reino da escuridão, o reino sinistro, afinal, o local era bem propício para isso. Não quisemos dizer muito, mas nos propomos a experimentar um ambiente sombrio, dark, unindo a nossa dança e dividimos isso com quem tem interesse pelas Artes Negras e se sente bem com esse “lado”. Rsrs...

Aline Pires: Bom, as almas em agonia, representadas por nós, buscavam se comunicar com o plano material. Então poderia ser uma comunicação entre o plano material e o plano da escuridão. Não há muito mais por trás do que está no vídeo, o que queremos dizer está representado ali, a manifestação do sobrenatural no plano terreno. E também mostra a nossa essência como bailarinas.

Venenum Saltationes: Comentem sobre os processos de criação de Spectrum.
Gilmara Cruz: Na parte coreográfica, buscamos movimentos mais sombrios, movimentos do Dark Fusion e Tribal. Foi tudo muito rápido, criamos em poucas horas e não tivemos tempo de treinar, mas pelo pouco tempo que tivemos saiu melhor do que eu esperava. Os processos de gravações foram bem simples, usamos o que tínhamos conosco, celulares, câmeras, tripés e afins. Até o figurino saiu de última hora, pois eu não havia levado nada para a viagem, hahaha. E para completar o clima estava tendo enterro! Sobre a edição, como não tínhamos um editor profissional, a Aline se dispôs a aprender a editar e o fez com maestria. Baixou programa, estudou e fez. Criamos as cenas juntas vendo o que ficava melhor e como, e fui orientando com minhas ideias de videodança, pois eu já havia participado de uns e foi tudo bastante prazeroso e sombrio! Rsrs...

Aline Pires: Durante os treinos, trocamos conhecimentos e vimos o que poderia ser utilizado para montarmos a coreografia. O material de filmagem foi aquilo que tínhamos a disposição, e levei a Gil no cemitério no dia anterior para procurarmos locais que nos traziam uma atmosfera de outra época, como se o vídeo fosse de tempos idos. Foi muito bom trabalhar com a Gil, ela tem ótimas idéias, além de experiência com videodança. Nossos pensamentos são congruentes, afinal somos duas apaixonadas pelo Dark Fusion, e as ideias foram tomando forma rapidamente. Tínhamos a questão da edição e, como eu conhecia alguns programas, me propus a realizar esta parte, afinal, à distância ficaria difícil fazermos juntas. Foi uma experiência que acrescentou muito, pois tive que aprender em pouco tempo e fazer um tipo de edição que nunca havia feito antes. Quem se interessa por edição talvez se identifique – a gente pensa que sempre poderia ser melhor e sempre há algo para consertar. Rsrs... Mas surgiram elogios, e acabei por me desprender um pouco desses pensamentos. Agora até surgem pedidos de edição.






Comentários
0 Comentários

Nenhum comentário:

Postar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...