Nossa entrevistada do mês de setembro é a gaúcha Hölle Carogne de Porto Alegre! Hölle comenta sobre sua trajetória como artista, seus gostos pelo lado obscuro da dança ligado ao ocultismo, e muito mais! Boa leitura!
BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal; como tudo começou para você? Qual o significado do seu nome artístico?
Eu lembro que meu interesse na dança do ventre surgiu por volta do ano
2001, quando eu tinha uns 13 anos, por influência da novela O Clone. É
engraçado revelar isso, mas acho que muita gente se interessou pela dança por
causa da novela. Lembro que na minha cidade (Sapiranga) não tinha aulas e que minha
mãe, para me agradar, comprava aquelas revistas sobre dança do ventre que
vinham com CDs de música árabe. Meus primeiros flertes com a movimentação deste
estilo de dança se deram de forma bem amadora e autodidata, tendo como
companheira a minha amiga Paula Knecht que, assim como eu, entrava em contato
com a dança na mesma época. Em 2007, iniciei o meu primeiro curso de dança do
ventre com a professora e amiga Fernanda Nuray, em uma academia da cidade (não
me recordo o nome). Logo depois, entre 2008 e 2009, tive aulas de dança do
ventre com a professora Ana Mariela Gottlieb, nesta mesma academia. Foi a Ana que
me apresentou de forma elogiosa a Dança Tribal, ao falar que minha movimentação
e jeito lembravam uma bailarina deste estilo. Meu primeiro contato visual com o
Tribal foi com um vídeo da Rachel Brice de 2008, "Introduction to
Tribal Fusion Bellydance with Rachel Brice" (Bellydance Superstars). Lembro
de ter me emocionado muito, principalmente com o clima pesado deste trabalho e, a partir deste momento, comecei uma pesquisa por vídeos e artigos (via internet),
pois infelizmente não tinha como praticar aulas por falta de professores. Em
2010, me mudei para Porto Alegre e segui por mais um tempo na dança do ventre,
tendo como professora a Egnes Gawasy (Obs.: Foi com ela que flertei pela
primeira com a movimentação de tribal.). Em 2011, conheci a Bruna Gomes (por
indicação da Daiane Ribeiro) e mergulhei de cabeça no Universo Tribal, deixando
a dança do ventre completamente de lado. Depois de 2013, fiz algumas aulas de tribal com a Fernanda Zahira Razi. Após esse, ano iniciei um trabalho de dança independente. Posso então dizer que há uns 8 anos me
dedico a aprender e desvendar melhor esta arte (ventre/tribal).
Meu nome artístico vem de muito antes da Dança. Eu sempre assinei meus
poemas e outros trabalhos artísticos que desenvolvia (pinturas, desenhos, etc)
com este pseudônimo e decidi mantê-lo na dança também, porque é o nome que dou
ao meu ego mais sombrio. Hölle, em alemão, significa “Inferno”. Mas quando o
escolhi, não foi pelo significado da tradução e sim uma referência à personagem
do conto de fadas alemão “Frau Hölle” ou “Mãe Inferno”. Carogne é uma palavra
em francês arcaico que significa algo como “corvo”, “carcaça”, “podridão”, “carniça”
e que também possui alguns significados pejorativos como “mulher ruim e devassa”,
“prostituta”, “cadela”. Resumindo, “Hölle Carogne” é o nome de um dos meus
arquétipos mais grotescos e que reneguei por anos. Quando entrei em um contato mais
íntimo com a arte, resolvi resgatá-lo e reconhecê-lo, aprendendo e evoluindo com
ele.
BLOG: Quais foram as
professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Eu tive poucas professoras nestes 8 anos e consigo lembrar exatamente o
jeito especial de ser/ensinar de cada uma. Todas marcaram muito a minha
trajetória e me deixaram lindos ensinamentos.
Com a Fernanda Nuray aprendi as bases em danças árabes e muito do
conteúdo musical e didático, mas, principalmente, a conexão da dança com o mundo
espiritual. A Weber (apelido carinhoso) sempre foi uma pessoa muito ligada ao
mundo espiritual, digamos assim, e lembro de detalhes que ela ensinava como
quando fazíamos movimento de ondulação com a mão. Ela dizia: "Ao trazer a mão,
tentem não contrair/fechar os dedos, porque ninguém quer trazer nada de ruim lá
debaixo, né?”
A Ana Mariela Gottlieb, com suas vivências compartilhadas, me ensinou
muito sobre auto-estima. Lembro de ela falar: “Se tal parte do seu corpo não é
tão bonita, dê ênfase para a parte que é!”,“Se tal movimento não é tão
perfeito, mostre aquele que você tem mais segurança!”
A Egnes Gawasy me ensinou muito sobre minha forma sinestésica de
aprendizado. Ela teve um olhar clínico e tipicamente virginiano ao perceber que
eu aprendia os movimentos mais complexos tocando no seu corpo e sentindo com as
mãos como aquele movimento era feito.
A Bruna Gomes me incentivou muito a superar a insegurança e ir para o
palco. Eu lembro que eu era muito chata quanto à técnica e achava que nada
estava tão bom e perfeito quanto deveria. Eu achava que teria que aprender
muitos movimentos ainda e dominá-los por completo. Então ela me disse: “Você
pode ter muitos anos de aprendizado e domínio de técnica que você vai entrar em
um palco e ainda vai estar insegura, pois não vai saber interagir com o
público. O palco é, também, um caminho para o alcance da técnica.”
A Fernanda Zahira Razi me ensinou muito sobre movimentação técnica em si (ex.: Giro sufi, giro do flamenco, 8 de cabelo). Tive o prazer de fazer algumas aulas particulares em 2013 e algumas aulas avulsas em 2014, que por causa de alguns imprevistos não puderam ser mantidas. Também obtive dela algumas orientações coreográficas para o projeto "Draconis Contra Omne Conceptus", em parceria com Michelle Loeffler (aluna da Fernanda). O que mais me marcou na Fê, e marca até hoje, é a energia visceral que ela emana ao dançar. Lembro exatamente, como se fosse hoje, a primeira vez que a vi dançar... Foi no ensaio do espetáculo Movie-mento (organizado pelo Grupo Masala, na época Bruna Gomes e Zahira Razi). Era o ensaio geral do espetáculo e eu não a conhecia, apenas ouvia falar nela. Ela dançou "Carmem", uma fusão de flamenco, e sério, naquele dia fui arrebatada. A energia dela se misturou pela sala, tamanha entrega. Desde lá, venho admirando toda esta força da natureza que ela emana ao dançar e isso é inspirador!
A Fernanda Zahira Razi me ensinou muito sobre movimentação técnica em si (ex.: Giro sufi, giro do flamenco, 8 de cabelo). Tive o prazer de fazer algumas aulas particulares em 2013 e algumas aulas avulsas em 2014, que por causa de alguns imprevistos não puderam ser mantidas. Também obtive dela algumas orientações coreográficas para o projeto "Draconis Contra Omne Conceptus", em parceria com Michelle Loeffler (aluna da Fernanda). O que mais me marcou na Fê, e marca até hoje, é a energia visceral que ela emana ao dançar. Lembro exatamente, como se fosse hoje, a primeira vez que a vi dançar... Foi no ensaio do espetáculo Movie-mento (organizado pelo Grupo Masala, na época Bruna Gomes e Zahira Razi). Era o ensaio geral do espetáculo e eu não a conhecia, apenas ouvia falar nela. Ela dançou "Carmem", uma fusão de flamenco, e sério, naquele dia fui arrebatada. A energia dela se misturou pela sala, tamanha entrega. Desde lá, venho admirando toda esta força da natureza que ela emana ao dançar e isso é inspirador!
Gostaria de destacar aqui a Jade Corrêa (bailarina de jazz), que nunca
foi minha professora, mas com quem aprendo muito a cada nova interação. Uma
bailarina que, além de muito talentosa, tem uma sensibilidade incrível e um
olhar artístico muito intenso. É a ela que recorro quando preciso de direção,
de dicas, de um olhar poético que se encaixe com minhas idéias! Com certeza é
uma profissional que ainda vai me ensinar muito e com certeza é uma amiga que
pretendo ter sempre ao lado, dividindo arte!
BLOG: Além da dança
tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Eu fiz balé por
pouco tempo e de forma bem amadora, quando criança. E hoje, além de tribal, eu
flerto com outros estilos. Nunca pude fazer aulas regulares e me dedicar mesmo
a mais de um estilo. Mas já pude investir um pouquinho em jazz e dança
contemporânea. Espero, em breve, poder expandir mais!
Minhas primeiras inspirações no
tribal foram a Rachel Brice, a Zoe Jakes e a Sharon Kihara, que seguem
inspirando, mas de forma bem menos sedutora que antigamente.
Hoje em dia, quem me inspira é
quem traz algo novo, quem me emociona, quem eu vejo que busca algo além de uma
estética engessada, que trilha seu próprio caminho, que se comunica de forma
visceral comigo.
Dentre minhas grandes inspirações
estão Gaia Scuderi, Ivana Caffaratti, Idhun Darkfusion, Violet Scrap, Grace
Constantine, Illan Riviere, Piny Orchidaceae e Lelyana Stanishevskaya. Eu me
identifico muito também com a energia e propostas da Saba Khandroma e da Aepril
Schaile. E também admiro muito a bailarina Joline Andrade, cuja ideologia e
linha de pensamento dentro do tribal me agradam bastante.
Consciência corporal, disciplina,
uma maior conexão com meu corpo, uma forma visceral de expressão e muitas
amigas!
BLOG: O quê você mais
aprecia nesta arte?
A forma com que ela me conecta com meu corpo e com o todo (Universo), tornando fácil desconectar, transcender... Parece confusa essa frase, mas é bem assim que sinto... Hehehe.
A forma com que ela me conecta com meu corpo e com o todo (Universo), tornando fácil desconectar, transcender... Parece confusa essa frase, mas é bem assim que sinto... Hehehe.
BLOG: O quê prejudica a
dança do ventre e como melhorar essa situação? Você acha que o tribal está
livre disso?
As pessoas. Hehe. As pessoas gostam de complicar. Tanto na dança do ventre quanto no tribal. As pessoas (e não me incluo fora) são egoístas, dominadoras, competitivas, etc. Trabalhar em grupos/equipes se torna cada vez mais difícil, porque dá a impressão que tudo não passa de uma grande disputa de egos. Como aluna, acho que a falta de profissionalismo nesse meio atrapalha bastante também. Acho, também, que bailarinos de ventre/tribal não são tão valorizados como bailarinos de outros estilos, talvez porque ainda não começamos a exigir nossos direitos. Ex.: Muitas vezes temos que pagar para dançar dentro de eventos das próprias bailarinas e isso, na minha opinião, é um absurdo. Ou a gente recebe convite pra dançar... “Ah, mas é sem cachê e tem que bancar sua própria passagem, hospedagem e alimentação. Não, mas “pêra aê” você está tendo a chance de divulgar seu trabalho, etc, etc.” Quero deixar bem claro que sou a favor da parceria entre bailarinas e artistas para fazerem a coisa acontecer. Muitas vezes dançamos sem receber por que estamos abraçando uma idéia, e isso é bom! Ruim é ver bailarinas explorando bailarinas! Enfim... Pra começar a melhorar, creio que tem que começar de dentro, quando cada bailarina começar a mudar a sua postura, as coisas irão se refletir no todo.
As pessoas. Hehe. As pessoas gostam de complicar. Tanto na dança do ventre quanto no tribal. As pessoas (e não me incluo fora) são egoístas, dominadoras, competitivas, etc. Trabalhar em grupos/equipes se torna cada vez mais difícil, porque dá a impressão que tudo não passa de uma grande disputa de egos. Como aluna, acho que a falta de profissionalismo nesse meio atrapalha bastante também. Acho, também, que bailarinos de ventre/tribal não são tão valorizados como bailarinos de outros estilos, talvez porque ainda não começamos a exigir nossos direitos. Ex.: Muitas vezes temos que pagar para dançar dentro de eventos das próprias bailarinas e isso, na minha opinião, é um absurdo. Ou a gente recebe convite pra dançar... “Ah, mas é sem cachê e tem que bancar sua própria passagem, hospedagem e alimentação. Não, mas “pêra aê” você está tendo a chance de divulgar seu trabalho, etc, etc.” Quero deixar bem claro que sou a favor da parceria entre bailarinas e artistas para fazerem a coisa acontecer. Muitas vezes dançamos sem receber por que estamos abraçando uma idéia, e isso é bom! Ruim é ver bailarinas explorando bailarinas! Enfim... Pra começar a melhorar, creio que tem que começar de dentro, quando cada bailarina começar a mudar a sua postura, as coisas irão se refletir no todo.
BLOG: Você já sofreu
preconceitos na dança do ventre ou no tribal? Como foi isso?
Nunca. Na verdade, se alguém foi preconceituoso nunca percebi e nem nunca me afetou, felizmente. Minha forma de dançar/expressar é subversiva, então se o preconceito vier, estarei pronta para enfrentá-lo.
Nunca. Na verdade, se alguém foi preconceituoso nunca percebi e nem nunca me afetou, felizmente. Minha forma de dançar/expressar é subversiva, então se o preconceito vier, estarei pronta para enfrentá-lo.
BLOG: Houve alguma
indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Pequenas frustrações, eu diria.
Nada grave. Apenas coisas rotineiras de falta de organização e profissionalismo
por parte dos próprios grupos/bailarinos e por uma falta de noção de quem quer
que a gente dance, mas não acha justo pagar.
BLOG: E conquistas? Fale
um pouco sobre elas.
Nossa, muitas! Em primeiro lugar,
os amigos que fiz na dança e que hoje são parte da minha história de vida!
Aprendi muito também; sobre mim, sobre ser parte de um grupo, sobre não guardar
sentimentos e rancores, sobre mesclar as personalidades para que um trabalho
possa ter um pedacinho de cada integrante, sobre amar a minha tribo, sobre
dividir. Eu aprendi muito, evoluí muito e o aprendizado pra mim é a maior
conquista! Um acontecimento que me marcou muito foi ter sido premiada com
terceiro lugar na categoria Composição Livre, em um importante festival de
danças da cidade, por um trabalho de dark fusion que fiz. Eu tenho pouquíssima
técnica e levei um trabalho bem subversivo e, mesmo assim, fui bastante
elogiada quanto à expressão, enredo, interpretação e ousadia. Isso me deixou
muito feliz e com vontade de seguir em frente.
BLOG: Como é ter um estilo alternativo dentro da dança? Conte-nos um
pouco sobre isso.
É completamente
natural, na minha visão. Creio que antigamente deve ter sido bem mais
complicado. Hoje em dia as pessoas já estão mais familiarizadas com as
estéticas mais exóticas. Mesmo assim, não é tão raro recebermos olhares
estranhos, principalmente de bailarinos do ventre que não interagem com o
tribal. Mas acho que é um estigma que vem sendo rompido e que vem ganhando cada
vez mais naturalidade na dança e na sociedade em geral.
BLOG: Como
é o cenário da dança tribal em Porto Alegre? Pontos positivos, negativos, apoio
da cidade/estado, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de
dança do ventre/tribal?
É dividido em alguns pólos, eu diria. Temos o trabalho dos grupos Al-málgama, Zahira Razi e Mandal'Azad. E bailarinas que tem um trabalho
mais individual como Izadora Ferreira, Patrícia Nardelli, Karine Neves e eu. Também
tem a Roberta Campos, que tem um trabalho muito tribal, mas não usa esta
nomenclatura. Creio que cada pólo vai levando à sua maneira. Não vejo muita
interação. Mas tenho visto fluir desta forma e sinto que o tribal está
crescendo e tomando proporções cada vez mais interessantes. Acho que o público
está curioso e aberto. Sou otimista quanto ao crescimento e valorização do
tribal.
BLOG: O seu primeiro grupo de tribal fusion foi o Al-málgama,
dirigido por Bruna Gomes. Como foi ser membro desse grupo?
Conte-nos um pouco sobre a proposta dele e sobre suas experiências com o mesmo.
Exatamente. Eu fiz parte do Grupo Al-málgama de 2011 a 2013. Foi onde obtive todas as principais bases de dança tribal, aprofundei meus conhecimentos na área e iniciei minha carreira como bailarina, participando de festivais produzidos pelo próprio grupo, e também, do Festival de Dança de Joinville (nos palcos abertos). Ser membro do Grupo Al-málgama foi muito importante para a minha evolução como bailarina e como pessoa, também. Aprendi muito. Tive ótimos momentos lá e ainda lembro com saudades de muitas coisas. A proposta do Grupo, na minha visão, é uma proposta mais voltada para o Tribal Fusion, com enfoque na expressão e comunicação com o público. Acho a proposta bastante estética também. A Beleza rodeia os trabalhos do grupo, com certeza!
BLOG: Conte-nos
um pouco sobre suas principais coreografias. O quê a inspirou para a formulação
da parte conceitual e técnica das mesmas, assim como seus processos de elaboração
dos figurinos e maquiagens. Como essas coreografias repercutiram na cena
tribal?
Duo Chronus |
Draconis Contra Omne Conceptus
partiu do interesse em unir a dança tribal, o metal e o ocultismo em um único
trabalho. Michelle Loeffler e eu criamos o enredo vislumbrando a ideia de
“reconhecimento da sombra”.
El Diablo |
A inspiração para O Fim da Raça partiu da música "Promessas do Sol", do Milton Nascimento, porém na versão da banda Soul of Honor. O enredo foi apenas uma forma de manifestar na dança o que fala a letra da música: o desaparecimento e morte cultural dos nossos índios. Foi meu primeiro trabalho solo, é um improviso na verdade, mas é um dos trabalhos que mais gosto. Quero retomá-lo em breve, com seriedade, porque esta proposta me emociona muito.
Cornibus Ad Inferni também teve
seu ponto de partida na música. Eu havia escolhido aquela música para dançar e
a letra dela tinha tudo a ver com reconhecimento de sombras. Eu estava há horas
querendo viver o meu arquétipo “Hölle Carogne” nos palcos e esta foi a
oportunidade. A criação da movimentação se deu de forma bem instintiva,
conforme eu ia incorporando mais profundamente esse arquétipo. Algumas partes foram
improvisadas. O figurino e a maquiagem foram criados pensando em como seria a
estética deste arquétipo. Essa performance foi muito especial, pois nunca
estive tão presente em mim quanto nesta manifestação artística.
Cornibus Ad Inferni |
Melancolia,
Sangue Latino, Canticum Aethere, Sweet Circus Freak e Erotomechanoid também
partiram da conexão com a música.
A
inspiração para o Duo Solve Et Coagula partiu da minha identificação com a
Deusa Éris e o Caos que a permeia. Inicialmente, era uma ideia que pensei em
realizar com a Bruna Gomes, para uma participação em uma apresentação da
Symphony Draconis. Acabou nunca rolando uma participação na banda e nem um duo
meu e da Bruna. Mas o enredo e a proposta ficaram assombrando a cabecinha doentia
da Hölle e quando a Izadora Ferreira sugeriu um duo meu com a Luiza Marcon, eu
me empolguei para trazer esta proposta à tona, principalmente pensando na nossa
cabeleira que é muito parecida. A partir da idéia de enredo, escolhemos uma
música que gostávamos e que tinha um clima de “Solve Et Coagula” e criamos os
figurinos e arquétipos pensando no Caos que cria e no Caos que destrói. Acho
que não poderia ter escolhido ninguém mais perfeito para vivenciar esse enredo
comigo. Descobri uma conexão incrível com a Luiza Marcon.
In MagiamVersus também partiu da conexão com a música e foi a forma que escolhi para
expressar uma fase que estava vivendo como ocultista.
BLOG: Conte-nos como foi a elaboração das suas
videodanças: escolha da proposta, cenário, figurino, movimentos e edição, além
do resultado final. Por que você acha a videodança uma forma de comunicação
válida e que venha a acrescentar à Dança Tribal?
A ideia surgiu com o projeto da Mariáh. Eu queria aproveitar essa possibilidade e fazer algo com as amigas. Acabei convidando vários grupinhos, mas apenas uma das ideias frutificou: que foi reunir as meninas do metal e criarmos algo, separando um material que enviaríamos para a Mariáh, e outro com o qual tentaríamos criar nossa própria videodança.
Inicialmente, iríamos representar alguns arquétipos que combinassem com cada uma. Como éramos 5, a Marina Segalla deu a ideia de cada uma representar um elemento da natureza e acabamos escolhendo de acordo com a personalidade de cada uma. A música foi indicação da Marina também. A videodança Elementarium contou com a participação de Michelle Loeffler (fogo), Paula Knecht (água), Luiza Marcon (ar), Marina Segalla (éter) e eu (terra). A movimentação, no geral, foi bem instintiva. Apenas alguns dos movimentos foram estudados tendo como referência o elemento em si. Gravamos todas as cenas sem nenhuma música, em um parque da cidade. Nada foi coreografado ou marcado na música escolhida. A filmagem e a edição foram feitas pelo amigo Felipe De Marchi, que nos entregou um material maravilhoso.
A videodança La Terre, na verdade, foi uma forma de aproveitar todo o material que filmamos para o meu personagem/elemento e que não foi utilizado no Elementarium. A proposta já estava pronta, então apenas defini a música e enviei algumas ideias para o Felipe. O restante foi tudo com ele. Ainda fico na dúvida de qual resultado me agradou mais! Sugeri para as meninas fazerem o mesmo: uma videodança solo com seus movimentos gravados naquele dia, mas ninguém mais se empolgou. A experiência foi realmente interessante e os resultados ficaram excelentes, na minha opinião. Eu adorei!
Elementarium |
A ideia surgiu com o projeto da Mariáh. Eu queria aproveitar essa possibilidade e fazer algo com as amigas. Acabei convidando vários grupinhos, mas apenas uma das ideias frutificou: que foi reunir as meninas do metal e criarmos algo, separando um material que enviaríamos para a Mariáh, e outro com o qual tentaríamos criar nossa própria videodança.
Inicialmente, iríamos representar alguns arquétipos que combinassem com cada uma. Como éramos 5, a Marina Segalla deu a ideia de cada uma representar um elemento da natureza e acabamos escolhendo de acordo com a personalidade de cada uma. A música foi indicação da Marina também. A videodança Elementarium contou com a participação de Michelle Loeffler (fogo), Paula Knecht (água), Luiza Marcon (ar), Marina Segalla (éter) e eu (terra). A movimentação, no geral, foi bem instintiva. Apenas alguns dos movimentos foram estudados tendo como referência o elemento em si. Gravamos todas as cenas sem nenhuma música, em um parque da cidade. Nada foi coreografado ou marcado na música escolhida. A filmagem e a edição foram feitas pelo amigo Felipe De Marchi, que nos entregou um material maravilhoso.
A videodança La Terre, na verdade, foi uma forma de aproveitar todo o material que filmamos para o meu personagem/elemento e que não foi utilizado no Elementarium. A proposta já estava pronta, então apenas defini a música e enviei algumas ideias para o Felipe. O restante foi tudo com ele. Ainda fico na dúvida de qual resultado me agradou mais! Sugeri para as meninas fazerem o mesmo: uma videodança solo com seus movimentos gravados naquele dia, mas ninguém mais se empolgou. A experiência foi realmente interessante e os resultados ficaram excelentes, na minha opinião. Eu adorei!
La Terre |
Nossa, que pergunta
difícil. Nunca tinha parado para pensar no que é “Ser Blogueira”. Acho que a
Hölle blogueira é uma pessoa que gosta de se comunicar com os leitores, se
expressar e dividir suas pesquisas. Só isso.
Eu sempre escrevi. Eu não me
lembro de não escrever, hehe. Eu criei meu blog pessoal em 2008, para postar os
meus textos e poemas, mas eu tinha muita vergonha e insegurança, medo de ser
julgada, porque meus textos eram muito pessoais e completamente bizarros. Com o
passar do tempo, e com o incentivo de um amigo, eu acabei deixando a vergonha
de lado e trouxe o “Paraísos Artificiais” ao alcance do público. Faz um tempão
que eu não escrevo. O Blog está completamente abandonado, infelizmente. Eu estou
me dedicando mais para a dança e acabo não conseguindo dar conta de tudo. Isso me
entristece.
A “Ou Seja” é uma revista on-line, que aborda os mais diversos assuntos. Eu amo este Blog, de paixão. Tem de
tudo e é tudo muito bem feito. Eu recebi o convite da linda Lia Ferreira, que
idealizou o projeto. Eu escrevo sobre Arte. Tenho total liberdade para escolher
os temas e acabo priorizando a arte feita por brasileiros. Posto sobre dança,
fotografia, poesia, etc.
No Aerith, como a maioria sabe,
tenho a coluna Venenum Saltationes, que aborda o assunto “Dança e Ocultismo”.
Eu sou muito fã do Blog e adoro ser colunista. Este é um dos assuntos que mais
me interessa na dança e sinto-me honrada em poder dividir minhas pesquisas com
os leitores tribais.
Eu acabo selecionando os temas
(para ambos os blogs) de acordo com o momento. Algo sempre me chama a atenção e
eu começo a pesquisar. É tudo muito instintivo e nada muito planejado. Eu amo ser blogueira!
No geral, eu gosto bastante. Sinceramente, eu prefiro muito mais as fusões de
metal/rock com tribal, do que com dança do ventre. Eu até consigo achar
bonitinho um metal bellydance, mas sempre acho tudo muito delicado e meigo. Pra
mim, o metal e o rock são músicas intensas e, por isso, exigem força na
movimentação. É bem difícil eu curtir pra valer um metal bellydance. Mas já uma
fusão de tribal com metal, eu adoro!
BLOG: Você já se apresentou junto com algumas bandas? Qual a sintonia
entre banda(música), bailarina (dança) e público?Como
o público underground encara o tribal fusion? Existe alguma banda
nacional ou internacional que você gostaria de ter tal parceria?
Infelizmente, nunca me apresentei
ao vivo junto com bandas, mas sempre tive vontade. Os trabalhos que realizei
com bandas foram dois: o vídeo de dança em parceria com Michelle Loeffler e
Felipe De Marchi, cuja trilha sonora é da Symphony Draconis, e a participação
no videoclipe da banda Armon.
In MagiamVersus |
Eu sempre quis muito fazer uma
parceria com algumas bandas, sim. Mas são coisas que estão apenas na minha
cabeça, nunca fiz nenhum contato. Então prefiro não falar nada, porque planos
são apenas planos. Não gosto de comentar antes de realmente saírem do papel.
BLOG: Conte-nos um pouco sobre o projeto Draconis contra omne conceptus,
criado em conjunto com a bailarina Michelle
Loeffler e também com a banda Symphony Draconis. Como surgiu tal idéia e
oportunidade? Qual o enredo por trás do vídeo? Qual o ponto de interseção entre as duas formas de manifestação
artísticas? Onde elas convergem; onde se complementam? Qual foi a
repercussão do público, tanto da música quanto da dança em unir duas
manifestações artísticas de forma tão impactante?
Draconis Contra Omne Conceptus |
Michelle Loeffler e eu, em parceria com
Felipe De Marchi do MTVisualAggression, resolvemos criar um projeto
experimental unindo Dança Tribal, Metal e Ocultismo. Escolhemos como trilha
para esse trabalho o som da banda gaúcha de Black Metal Symphony Draconis. A
trilha do vídeo é um Medley de todos os sons que fazem parte do último CD da
banda, chamado "Supreme Art of Renunciation". Os trechos foram
mesclados em uma única música, que foi totalmente coreografada por nós, unindo
elementos da dança tribal com conceitos do ocultismo, satanismo e sigilos
mágickos, temas estes abordados pela Symphony Draconis em suas letras.
O enredo foi cuidadosamente
planejado, com o intuito de que a nossa visão sobre o tema ocultismo fosse
exposta de maneira acessível, uma vez que trabalha em cima de
arquétipos/sombras não óbvios da psique humana. Assuntos como caos, oposição,
lascívia, quebra de conceitos e tabus são tratados de forma subliminar, porém,
enfáticas. Para a finalização do vídeo foram inseridos símbolos e sigilos mágickos
sobrepostos às imagens, a fim de caracterizar melhor o conceito ideológico e,
principalmente, imprimir os próprios significados dentro deste trabalho. O Symphony Draconis, mesmo que
indiretamente, teve papel fundamental na execução deste projeto, pois além de
instigar a criação do mesmo, serviu como fonte de inspiração através da força
da sua música aliada à temática obscura de suas letras, as quais contribuíram na
criação de vários trechos do enredo.
A ideia de unir elementos do
Metal e do ocultismo à dança sempre me pareceu interessante, pois todos
compartilham de uma energia muito próxima. Não somos profissionais da dança,
não vivemos disso, o projeto é apenas a experimentação da arte no conceito
hedonista, ligado ao prazer de dançar e à identificação pessoal com o tema.
A repercussão do público, tanto
da dança quanto do metal, foi positiva. Recebemos muitos elogios e críticas
construtivas de ambos os meios. Certamente teve uma visibilidade bem maior do
que esperávamos.
Primeiramente, porque ela está
repleta de conceitos étnicos e há na sua estrutura muito da religião e
identidade de alguns povos. Há muita simbologia inserida na movimentação que
usamos no tribal.
Em segundo lugar, porque acho que
qualquer coisa pode ser ritualística, desde que você assim deseje.
BLOG: Seus textos
sempre são carregados de uma abordagem ligada ao misticismo, ocultismo e magia.
Conte-nos um pouco sobre sua ligação com essa esfera. Em sua opinião, a dança é
um meio transcendental?
Minha ligação com essa esfera
começou na adolescência, quando desenvolvi um grande interesse pela arte e pelo
oculto, assim como me vi estritamente ligada à Natureza e seus mistérios.
Tornei-me mística, meio bruxa... Escrevia, dançava, desenhava e pintava. Criava
poções e inventava símbolos, amuletos... Sentia uma conexão muito forte com as
músicas mais densas e pesadas. Vi-me perdidamente apaixona pelo metal, com suas
notas e melodias obscuras. Durante esse ciclo de mudanças e de formação da
personalidade (típico da idade) entrei em contato com uma das minhas mais
antigas facetas. Um monstro, uma alma errante, um animal faminto, a quem chamei
carinhosamente de Hölle Carogne.
Eu venho me conectando com esta
esfera a cada nova experiência, a cada novo laboratório. Eu vivo em meio ao
Caos e é ele quem me auxilia a enxergar a mim mesma no grande espelho da vida.
Ele destrói tudo que sou. Ele desconstrói tudo o que eu havia colecionado como
sendo o ideal. Ele disseca toda e qualquer certeza. Eu estou sempre em processo
de mutação. Eu estou sempre renascendo. Perdendo-me, para voltar a me
encontrar.
Eu também estou muito conectada,
dentro do ocultismo, com a idéia do prazer. O prazer, acima de qualquer coisa,
é o meu maior objetivo. Eu estou sempre tentando me desconectar e desapegar das
coisas, para poder sentir prazer. Parafraseando Spare: "A crença livre de
todas as idéias, menos a do prazer..."
Eu acredito muito que a dança
pode alterar nosso estado de consciência e nos fazer transcender. Creio que
muitos de nós perderam a conexão com seu próprio corpo, em virtude da vida
agitada, da rotina, do foco em outras coisas. A dança, primeiro, cria uma
possibilidade de resgatarmos este contato com nosso corpo, e depois nos dá as
chaves para entendermos como sair do corpo e entrar em contato carnal com o
universo, a terra, o cosmos, o todo, o outro e nosso eu mais obscuro. Enfim, é
difícil falar sobre isso, porque apenas acredito e sinto isso acontecer no meu
corpo. Não posso provar pra você que isso realmente acontece. Creio que isso é
uma experiência muito pessoal, que uns terão (de formas diferentes) e outros
não.
BLOG: Em sua opinião, o quê é tribal fusion?
É uma dança de fusões que tem como base a dança do ventre. É um estilo contemporâneo de dança com muitas possibilidades de criação e em constante evolução.
É uma dança de fusões que tem como base a dança do ventre. É um estilo contemporâneo de dança com muitas possibilidades de criação e em constante evolução.
BLOG: Sob sua óptica, o quê é dark fusion?
É uma extensão do
Tribal Fusion que priorizada a expressão e a teatralidade, tendo como temas e
enredos o lado obscuro da própria existência, que se reflete na dança através
da escolha das músicas, figurinos, makes, etc.
A
liberdade de expressão. Poder dançar qualquer música, com qualquer figurino,
com o enredo que desejar e deixar a criatividade fluir... Isso é demais!
BLOG: O quê você acha
que falta à comunidade tribal?
Talvez um pouco mais do espírito de comunidade e tribo. Menos vaidades e
atitudes centradas no ego.
BLOG: Sobre sua carreira, qual/quais seu
momento tribal favorito ou inesquecível?
Eu me emociono só de lembrar... Foi no II Sarau Artístico da Ong Daterra,
em São Leopoldo. Eu levei um solo com a música "Sangue Latino", do Secos &
Molhados (música do meu coração) e quando comecei a dançar faltou luz, a música
parou e eu parei de dançar. Em meio ao silêncio e à escuridão da noite, uma
menina saiu do meio do público, pegou o violão e começou a cantar a música. O
público todo começou a cantar junto. Eu acabei dançando meu solo de forma bem
improvisada, mas muito, muito poética. A Lua estava cheia e alta no céu. No
centro, a fogueira. Foi uma noite inesquecível.
Completamente
experimental, instintivo e interpretativo. Considero-me uma artista esquisita.
O "esquisito" me seduz. Meus movimentos estão impregnados de
ideologias, de crenças. Meus compassos são pouco convencionais e cheios de
misticismo, de oposição, de agressividade. Ocultismo, caos e luxúria são
mesclados às minhas criações e retratados de forma crua, orgânica,
uterina.
BLOG: Como você se
expressa na dança?
Da forma mais visceral possível. Ao
dançar eu tenho a chance de reviver certas experiências e traumas, trabalhando,
aceitando e digerindo esses sentimentos. Eu gosto de olhar para o público e
contar a minha história, compartilhar as minhas vivências. Entrar em contato
com a minha própria forma de dançar é meu maior objetivo. Não busco técnica em
primeiro lugar, busco uma forma sincera de expressão. Busco um contato carnal
com a terra, já que a minha boca não sabe suplicar. A minha dança vem do ventre
e sobe pela coluna. O que busco é o seu ápice, o momento em que ela explodirá
em emoção e transcenderá meu corpo físico. O momento em que ela entrará em
contato direto com o Universo.
Sabe, eu não costumo planejar muito. Eu acabo
criando e realizando as coisas que meu corpo tem vontade, de acordo com o
momento. Muitas vezes eu planejo enredos/ideias em grupo que, aí sim, acabam
necessitando de um planejamento maior até realmente saírem do papel. Quero
tentar realizar algumas delas em breve. No mais, espero ter contato com novos
estilos de dança e expandir minhas experiências corporais/mentais como artista.
BLOG: Improvisar
ou coreografar? E por quê?
Ambos. Acho que as duas coisas são importantes e essenciais para mim.
Improvisar é uma forma de testar a minha conexão com a música, trabalhar o
ouvido e ver se eu consigo me entregar por completo. Coreografar é estudo, é
experimentação, é disciplina. Gosto das duas formas de dançar.
BLOG: Você
trabalha somente com dança?
Na verdade, eu não trabalho com dança. Nem nunca trabalhei pra valer, infelizmente. Eu levo minhas performances para eventos e dou aulas particulares para conhecidos. Só isso. Eu não sou bailarina profissional. Na verdade, sou bem amadora, autodidata e estou recém engatinhando. Sempre me considerei mais artista do que bailarina. Trabalhar apenas com arte sempre me pareceu uma ideia muito inviável, porque nunca tive uma base financeira para poder investir e fazer as coisas fluírem e sempre tive medo e insegurança também. Mas isso é algo bem aceitável pra mim. Eu nunca pretendi levar a dança como profissão, então, não me sinto frustrada. A dança pra mim é um canal, onde posso sentir prazer e me conectar comigo mesma e com o todo.
Na verdade, eu não trabalho com dança. Nem nunca trabalhei pra valer, infelizmente. Eu levo minhas performances para eventos e dou aulas particulares para conhecidos. Só isso. Eu não sou bailarina profissional. Na verdade, sou bem amadora, autodidata e estou recém engatinhando. Sempre me considerei mais artista do que bailarina. Trabalhar apenas com arte sempre me pareceu uma ideia muito inviável, porque nunca tive uma base financeira para poder investir e fazer as coisas fluírem e sempre tive medo e insegurança também. Mas isso é algo bem aceitável pra mim. Eu nunca pretendi levar a dança como profissão, então, não me sinto frustrada. A dança pra mim é um canal, onde posso sentir prazer e me conectar comigo mesma e com o todo.
BLOG: Deixe um recado
para os leitores do blog.
Primeiramente, eu gostaria de
agradecer o convite e dizer que é uma honra dividir um pouco das minhas
vivências e opiniões com os leitores do Blog.
Para finalizar, eu os deixo com
um trechinho de um texto que escrevi sobre o meu sentimento pelo tribal:
“Insana, opto por cultuar os
deuses que se expressam através das mais estranhas contorções, dos gestos mais
suspeitos, de visagens e meneios, de magia negra... Que dominam a arte de
transcender, mesmo mantendo os pés firmemente aterrados. Que desprendem seus
corpos e espíritos, e sendo consumidos pelo fogo, acabam falando muito mais com
o corpo, do que com a boca. Que abrem as fissuras da terra e entram em
comunicação carnal com ela. Deuses que são como eu, ou como você... Que se
escondem dentro de nós... Que precisam apenas de um impulso, de um veneno ou de
uma dança para libertarem-se!”
Contato
E-mail:
hollecarogne@gmail.com
Website: