por Jossani Fernandes
Após uma breve introdução a respeito da consciência corporal, agora eu lhes pergunto, você realmente conhece o seu corpo? Conhece seus limites? Tem respeitado os avisos que seu corpo tem lhe dado? O que tem feito por você ultimamente?
Uma
pessoa muito querida e talentosa uma vez me questionou se o fato de sermos
bailarinos nos condenará o resto da vida a sentir dores. Essa pergunta me fez
pensar e questionar minha abordagem profissional como profissional de educação
física e massoterapeuta, por isso busquei estudar mais ainda para entender o
motivo de tanta dor.
Afinal,
o que é dor?
É
uma resposta que alerta para a ocorrência de alterações na integridade ou na
funcionalidade do organismo, permitindo que mecanismos de defesa ou de fuga
sejam acionados. Em 1986, a International Association for Study of Pain (IASP)
propôs a seguinte definição para dor: “É uma experiência sensorial e emocional
desagradável que associamos com lesão tecidual ou descrevemos em termos de tal
lesão”.
A
partir disso, assim como os profissionais do esporte, bailarinos (não me refiro
apenas à modalidade ballet clássico), seja profissional ou não, apresentam
dores e limiar de tolerância à dor elevados e é comum encontrarmos bailarinos
com diversas lesões decorrentes do esforço excessivo.
Vários são os fatores que estão relacionados com o aparecimento e a frequência das lesões na dança ou atividade física própria da dança. Porém, a fadiga muscular provocada pelo excesso de atividade, em especial na época em que se aproximavam os espetáculos, as competições, somadas às aulas aos ensaios e toda uma vida que temos fora deste ambiente, visto que muitos não vivem disso, pode ser um dos principais fatores desencadeantes e, muitas vezes, o que torna a lesão ainda mais incapacitante do ponto de vista funcional.
As dores possuem classificações:
Além disso
existe uma relação direta entre hormônios e a dor. O tão falado cortisol que em
grandes quantidades causa malefícios no nosso interior e exterior, pode
aumentar quando estamos em situações de estresse, seja emocional, seja físico
(excesso de treinos, exercício físico) e privação de sono, mas poucos sabem que
a dor crônica também está relacionada a disfunção na produção desse hormônio,
podendo até mesmo estar associado a problemas como diabetes, obesidade,
hipertensão e por ai vai...
Nós mulheres temos o limiar aumentado para dor (afinal gerar uma vida não é tão romântico assim como nos filmes néh rsrs) e quem pratica exercício físico, vulgo nós da dança, também possuem essa característica. Embora possamos nos orgulhar disso, precisamos ter cuidado, pois muitas vezes seguimos dançando, competindo e exercitando com aquela “dorzinha” ou até mesmo com uma lesão que julgamos ser “boba”.
Estou aqui
para desmistificar algo que acreditamos fazer parte de nós, A DOR.
- Não, nós
não precisamos viver em função das dores.
- Não, não
é normal sentir Dor 24h por dia.
- Dançar
não é ter o joelho, a coluna e o ombro “bichado”.
- Dor é
sinônimo de alerta, é preciso investigar!
- Dor nem
sempre é sinônimo de lesão, as vezes o que estão errado é mais profundo...
Por fim, deixarei aqui algumas dicas para vocês dançarem por
bem e por mais tempo e fiquem ligados nas proximas colunas, pois abordarei o
que poderemos fazer para melhorar nossa dança!
___________
1º) Conheça
o seu corpo!
Cada pessoa
possui um corpo diferente, nossa estrutura óssea pode mudar e, por isso, o
movimento que seu colega faz pode encaixar no seu corpo de outra maneira e tudo
bem ser diferente, essa é a riqueza da nossa dança.
2º) Aqueça
seu corpo
Nunca
comece um treino, aula, apresentação ou espetáculo com o corpo frio, seus
musculos e articulações precisam ser avisados sobre toda a carga que está por
vir. Dê uns pulinho, faça uns polichinelos, use a criatividade mas se aqueça de
2 a 3 minutos pelo menos.
3º) Fortalecimento
Músculos
fortes e bem cuidados evitam que ocorram compensações e principalmente lesões.
4º) Alongamento
Assim como
precisamos fortalecer, precisamos alongar para equilibrar, executar movimentos
completos reduzem a possibilidade de compensar.
5º) Descanso
As vezes
menos é mais. Um treino curto pode ser mais produtivo que um treino longo e
desgastante. Além disso, separe um tempo para um sono de qualidade, os
hormonios mais importante que temos são produzidos durante o sono profundo e
uma noite de sono é fundamental para a recuperação muscular.
6º) Nutrição
e hidratação
O auto
cuidado não é mesmo gente! Manter uma alimentação equilibrada, pode comer seu
hamburguer, seu açai, mas façam boas escolhas também e bebam água! Pelo menos 2
litros por dia, nosso corpo precisa de combustivel para viver bem e sem dores.
Até breve...
Atenciosamente,
Jossani Fernandes
______________________________________________________________________________
Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial