[Resenhando-AL] 1, 2, 3... GRAVANDO! Um Solo na Caravana Tribal Nordeste!

por Ana Clara Oliveira

 

A vida é amiga da arte, é a parte que o sol me ensinou

O sol que atravessa essa estrada que nunca passou

(Gal Costa)

 

Fonte: arquivo pessoal

 

Nos dias 27 e 28 de março/2021, a Zambak Cia de Dança Tribal (AL) participou da Caravana Tribal Nordeste (CTNE) 2021 - Edição Especial com formato on-line, sob o financiamento da Lei Aldir Blanc – PE, SECULT - PE. A participação se deu através de duas ações: palestra/oficina e performance na mostra artística. Na figura de diretora da Zambak, desenvolvi as referidas atividades, intituladas, respectivamente, “O pensamento Decolonial e o Tribal no Brasil” e, o solo “Em que tempo sua dança está?”

A presente matéria aborda o solo coreográfico e o processo de gravação para o evento CTNE. Este trabalho artístico de 04 minutos, publicado no canal YouTube da Carvalho Studio de Dança, expõe um pouco das minhas experiências formadoras entrelaçadas pelo momento de resiliência nos tempos atuais. A coreografia possui como base algumas das técnicas que utilizo e as minhas desordens experienciadas na vida diária. Esses elementos ocasionaram uma dança que só é possível acontecer quando encarnada com os sentimentos e a própria realidade.

Assim, o solo apresenta uma dança de si contaminada pelas informações do meio e, certamente, se constitui como mais uma ferramenta artística para o acendimento do meu ser na conjuntura contemporânea. Diante da minha dor e do luto coletivo por causa da COVID-19, pergunto-me: em que tempo o meu mover se encontra? Tal mover não existe de modo individualizado, mas está exposto a experiência com o mundo. “Essa movimentação absorve fronteiras, cria um outro espaço de atuação e permite um fluxo de continuidade entre diferentes modos de perceber e dialogar no mundo” (SETENTA, 2008, p. 62). 

Nos últimos anos, tenho pensado demasiadamente na palavra “tempo”. Seja na pesquisa acadêmica ou artística, seja nas questões mais simples do dia a dia, o tempo penetra meus devaneios. Percebi com mais profundidade que o tempo embora seja um aspecto dos sujeitos, é elaborado por cada corpo de maneira singular devido aos acontecimentos que o afetam. Então, é impossível dizer que o tempo da minha dança é igual aos tempos de outras danças. Igualmente, não se trata de qualidades de tempo, mas sim de diferentes vulnerabilidades corpóreas diante de períodos tão incertos. Partindo dessa inquietação, provoco o público com a pergunta/nome do solo, com vistas a mostrar que a dança não está descolada do relacionamento com o tempo, nem afastada da existência.

Nesse contexto, prática não é apenas o meio pelo qual criamos obras a serem analisadas na pesquisa, ou processos de vida que passam a participar de procedimentos científicos. Mas esses procedimentos passam a ser definidos pela prática enquanto corpo vivo (soma) em pulsão espaço-temporal imprevisível. (FERNANDES, 2018, p. 187)

 

Fonte: arquivo pessoal


Para realizar esse solo que representou a Zambak na Caravana Tribal Nordeste, convidei a artista alagoana Juliana Barretto, doutora em antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco, que capturou sensivelmente a proposta. A música “Força Estranha” do compositor Caetano Veloso, cantada por Gal Costa foi escolhida por retratar experiências e temporalidades do sujeito a partir de metáforas e certezas.

Força estranha expõe os motores de sua potência: lembrar e esquecer – os arranjos narrativos daquilo que o sujeito viu e viveu. A memória do sujeito narrador de Força estranha, sem a ordem restritiva do cronológico, consagra eventos múltiplos e diversos. A “organização” dessa unidade está mais próxima dos afetos [...] do que da sucessão dos fatos. Está mais perto da invenção poética – e, por isso, real. (REVISTA CAJU, 2016)[1]

Motivada pela canção e por todo o conjunto vivido na contemporaneidade, debrucei no processo de criação do solo. A seguir, destaco os aspectos importantes:


1. Proposta de improvisação

Nesse procedimento, adotei o ato de improvisar na tentativa de diluir e aterrar a sensibilidade. O fato de escutar a música e trabalhar constantemente a improvisação permitiu uma aproximação mais imediata com a proposta que elaborei para performar.


2. Estudo do pulso, do compasso e da pausa

O pulso é a marcação relevante da estrutura, repetido constantemente. Uma vez que a pulsação é o elemento do ritmo, passei a compreender o compasso que é o definidor da marcação rítmica. Em seguida, direcionei o foco para a pausa, ou seja, para qualquer silêncio que pudesse identificar. E assim, fazer escolhas criativas.


3.Coreografia

Com o repertório de movimentos da improvisação e o breve entendimento da música, selecionei momentos que mais me agradaram e, consequentemente, exerci a repetição como captura do mover. Cabe dizer que a ideia de repetição que se aproximou da proposta foi a descrita por Deleuze.

A repetição nem é a permanência do Uno nem a semelhança do múltiplo. O sujeito do eterno retorno não é o mesmo, mas o diferente, nem é o semelhante, mas o dissimilar, nem é o Uno, mas o múltiplo, nem é a necessidade, mas o acaso. (DELEUZE, 2000, p. 126)

 

4.Figurino, acessórios e maquiagem

A cor predominante no solo foi o vermelho - saia longa e rodada, choli e flores. Cada elemento escolhido foi um reforço a algum impulso interno ou alguma sensação e emoção, sempre em consonância com o estilo tribal de dança do ventre. Como a minha palestra/oficina foi sobre formas de decolonizar a dança, de modo mais sutil, retornei a imagem da Frida Kahlo, não no sentido representacional, mas como potência feminista. Não posso deixar de mencionar que a própria imagem da cantora Gal Costa no disco “Gal Tropical” (1979), mesma imagem usada no Spotify, também provocou um certo desejo não literal, mas de impulso organizacional. A maquiagem e o coque seguiram a proposta superando as minhas expectativas. Ambas, foram concepções da profissional alagoana Priscilla Lucena.

Fonte:arquivo pessoal


5. Cenário - Mirante São Gonçalo, Maceió (AL)

O mirante São Gonçalo está localizado na cidade de Maceió e desenha um belo ponto turístico. O mirante possibilita noções de profundidade do urbano e diversas perspectivas criativas, por esse motivo foi escolhido.

 

6. Captura de imagens e edição


A coreografia foi gravada numa tarde ensolarada e quente de uma segunda-feira. Seguindo os protocolos de segurança, optamos por usar um dia de feriado na cidade, pois o ambiente estaria vazio. Gravamos 05 vezes a mesma coreografia com ângulos distintos, sendo a primeira gravação um teste simples. O segundo ângulo, mais amplo e aberto, capturou toda a dimensão coreografada. O terceiro ângulo, com enquadramento específico, conquistou a ideia de imagem de baixo para cima, tendo o sol como plano de fundo. No quarto ângulo, me posicionei de frente para o sol e de costas para a câmera a fim de salientar o trabalho natural dos raios de sol no corpo. Por fim, o quinto ângulo que enfatizou os detalhes faciais e de alguns gestos, escolhidos propositalmente. Na edição, obtive duas propostas da profissional Juliana Barretto. A primeira, mais focalizada como vídeo-dança com colagens criativas que transformaram a obra coreográfica em quase que numa outra dança. A segunda versão, mais fiel à dança coreografada com utilização de colagens respeitando à musicalidade. Optei pela segunda edição como produto final para a CNTE 2021. Mas, confesso que também fiquei encantada pela primeira versão.

Fonte: arquivo pessoal


A seguir, algumas imagens do vídeo (solo):

 

Fonte: arquivo Caravana Tribal Nordeste

Fonte: arquivo Caravana Tribal Nordeste


 

Para finalizar, deixo o link do solo:

Espero que tenham gostado dessa matéria. Agradeço as profissionais Juliana Barretto e Priscilla Lucena pelos trabalhos e afetos.

Na próxima matéria do RESENHANDO-AL almejo trazer a minha experiência como espectadora do belíssimo show – Mostra Artística CTNE 2021.

Até lá!


Referências

DAVINO, Leonardo. Caetano Veloso, Força Estranha. In: CAJU, Revista. Disponível em: <http://revistacaju.com.br/2016/08/04/narrar-forca-estranha/>. Acesso em: 12 de abr.2021.

DELEUZE, Gilles. Diferença e Repetição. Lisboa: Relógio d’Água, 2000.

FERNANDEZ, Ciane. Dança Cristal: da Arte do Movimento à Abordagem Somático-Performativa. Contribuições de Melina Scialom e Dalton Carneiro. Salvador: EDUFBA, 2018.

SETENTA, Jussara. O fazer-dizer do corpo: dança e performatividade. Salvador: EDUFBA, 2008.

 


[1] Disponível em: http://revistacaju.com.br/2016/08/04/narrar-forca-estranha/. Acesso em: 12 de abr.2021.

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Resenhando-AL


Ana Clara Oliveira (Maceió-AL) é dançarina e pesquisadora do estilo Tribal de Dança do Ventre. Professora de Dança na Escola Técnica de Artes (UFAL). Doutoranda em Artes (UFMG) onde pesquisa a formação no Tribal. Mestrado em Dança (UFBA). Diretora da Zambak Cia de Dança Tribal ... Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Venenum Saltationes] A Dança & O Tarot – O Papa

 por Hölle Carogne


Arte de Vladimir Fokanov

 

93!

 

Não sei vocês, mas eu estava com saudades desta série.

Seguimos nossos estudos com o Arcano V: O Papa.

É sempre muito difícil criar uma postagem decente, sem muito material.

Então, sigo focando no próprio Tarot, visto que as danças que são inspiradas por ele ainda são escassas.

Quem sabe este esforço de minha parte não te instigue a criar, né?

 

Pintura de São Leão I Magno
 

O arcano V, “O Papa” também é conhecido como O Pontífice, O Hierofante e O Sumo Sacerdote.

Nos baralhos da Suíça e sul da França, esta figura é substituída por Zeus ou Júpiter.

Também existem referências que vinculam a figura do Papa com o culto egípcio do boi Ápis e com a lenda de Pasífae.

Foi somente a partir de Court de Gébelin, que os escritores começaram a utilizar o termo “Hierofante”, referindo-se ao grão-sacerdote dos mistérios eleusinos.

O Hierofante é o revelador da Luz, o Instrutor. O grande mestre dos testes da vida. Ele clama pela mais alta Sabedoria dos Antigos, para que possa dominá-la em sua totalidade. Comunica o Conhecimento dos Sacerdotes como se fosse um touro, através da sua inteligência, sua força e de sua sagacidade. Por ser o detentor de algum conhecimento, ele manipula em seu próprio interesse. É o grande Buscador da Sabedoria Divina, para deter a Sabedoria da Esfinge - saber, ousar, querer e calar.

O Papa ensina (enquanto a Papisa estuda). Ele mostra o caminho para a compreensão sobre a ligação do homem com o Universo. É uma ponte. O mediador. Ele tem empatia.

 

Gringonneur

 

Correspondências:

 

Caminho da Árvore da Vida: De Chokmah a Chesed.

Letra Hebraica: Vau (Prego).

Valor: 6.

Tattwa: Fogo e Terra.

Nome Místico: Mago do Eterno.

Signo: Touro.

 

Símbolos:

 

Menina: Exaltação do aspecto venusiano, Sacerdotisa, aspecto lunar.

Lua Crescente: Fertilidade.

Rosetão: Feminilidade.

Cone: Símbolo fálico.

Letra Shin: realização do seu desejo.

Serpente & Pomba: Os dois caminhos.

Os nove pregos: Representa a letra Vau.

A Chave: Sabedoria dos Três Aeóns (Ísis, Osiris e Hórus - verde, amarelo e vermelho).

Elefante: Exacerbação da Sabedoria.

A Criança: Ideia ou Ideal.

O Homem: Saber.

Águia: Calar.

Leão: Ousar.

Boi: Querer.

A Estrela invertida: Baphomet (aquele que se supera).

Pentagrama & Hexagrama: a união do micro com o macrocosmo.

 

Representação:

 

Tarot de Marselha

 

Marselha:

Um pontífice, de cabelos e barbas brancas, está sentado em uma cadeira/trono com duas colunas ao fundo. Sua mão direita está levantada e faz o sinal do esoterismo e em sua mão esquerda tem a tríplice cruz do papado. Sua cabeça está coroada por uma tríplice coroa. Tem veste azul, capa vermelha ornada de amarelo. Sua mão esquerda está fechada e, na maior parte dos tarôs clássicos, coberta por luva que tem impressa uma cruz dos templários.

Os outros dois personagens que estão de costas mostram a tonsura (corte de cabelo cerimonial usado pelos bispos). Mostram-se como fiéis. O da esquerda aponta sua mão direita para o solo, com os dedos separados. O homem da direita aponta para o alto com sua mão esquerda, com os dedos juntos.

Rider-Waite

 

Rider-Waite:

Parece ter feições mais jovens e sua vestimenta é vermelha. Está sentado entre duas colunas, mas não são as do Templo que é guardado pela Alta  Sacerdotisa (o Templo de Salomão). Está entronado e abençoa, com a mão direita erguida, os dois monges ajoelhados. Com a mão esquerda empunha a cruz tríplice e tem aos pés as chaves de São Pedro.

 

Thoth Tarot

 

Thoth:

Esta carta se refere a letra Vau, que significa Prego, sendo que nove pregos aparecem no alto da carta, os quais servem para fixar o oriel atrás da principal figura da carta.

A carta é referida a Touro, de sorte que o Trono do Hierofante é circundado por elefantes, que participam da natureza de Touro, estando o Hierofante realmente sentado sobre um touro. Ao redor dele estão as quatro bestas ou Kerubs (visão de Ezequiel), uma em cada canto da carta, visto que estes são os guardiões de todo santuário. Mas a principal referência é ao arcano particular que constitui o negócio maior, o essencial, de todo trabalho mágicko: a união do microcosmo ao macrocosmo. Consequentemente, o oriel é diáfano, diante do Manifestador do Mistério há um hexagrama representando o macrocosmo. E no centro deste um pentagrama, contendo e representando uma criança do sexo masculino dançando. Isto simboliza a lei do Novo Aeon da Criança Hórus, o qual suplantou o Aeon do "Deus que Morre", que governou o mundo por dois mil anos. Também diante do Hierofante está a mulher com a espada à cintura, que representa a Mulher Escarlate na hierarquia do novo Aeon. Este simbolismo é adicionalmente efetivado no oriel, onde, por trás da cobertura fálica de cabeça, a rosa de cinco pétalas desabrocha.

O simbolismo da serpente e da pomba faz alusão a este versículo de O livro da Lei cap.I, V.57: "...pois existe amor e amor. Existe a pomba e existe a serpente." 

O fundo da carta toda é o azul escuro da noite estrelada de Nuit, de cujo útero nascem todos os fenômenos. Touro, o signo do Zodíaco representado por esta carta, é ele mesmo o Kerub-Touro, ou seja, a Terra sob sua forma mais forte e mais equilibrada.

O regente deste signo é Vênus, que é representado pela mulher em pé diante do Hierofante.

No capítulo III de O livro da Lei, versículo XI, lê-se: "Que a mulher seja cinjida com uma espada diante de mim". Esta mulher representa Vênus como ela agora está neste novo Aeon, não mais mero veículo de seu correlativo masculino, mas armada e militante.

Neste signo a Lua é exaltada; sua influência é representada não só pela mulher como também pelos nove pregos.

É impossível na atualidade explicar esta carta na sua inteireza pois somente o curso dos eventos poderá mostrar como a nova corrente de iniciação funcionará.

É o Aeon de Hórus, da Criança. Embora o rosto do Hierofante pareça benigno e sorridente e a própria criança pareça alegre com desregrada inocência, é difícil negar que na expressão do iniciador há algo misterioso, mesmo sinistro. Ele parece estar gozando uma piada muito secreta as custas de alguém. Há um aspecto distintamente sádico nesta carta, e naturalmente, considerando-se que ela provém da lenda de Pasífae, o protótipo de todas as lendas dos Deuses-Touros. Estas lendas ainda persistem em religiões como o Saivismo e (depois de múltiplas degradações) no próprio Cristianismo.

O simbolismo do Bastão é peculiar; os três anéis entrelaçados que o encimam podem ser tomados como representativos dos três Aeons: de Ísis, Osíris e Hórus com suas fórmulas mágickas que se entrosam. O anel superior está marcado de escarlate para Hórus, os dois inferiores de verde para Ísis e amarelo pálido para Osíris, respectivamente. Todos estes estão baseados no azul escuro, a cor de Saturno, o Senhor do Tempo, pois o ritmo do Hierofante é tal que ele se move apenas a intervalos de dois mil anos.

 

Pasiphae sits on a throne, Gaziantep Museum


 

 

Estrutura Mística:

 

É o arcano da bênção, da iniciação, da demonstração, do ensino. Dever. Moral. Consciência. Santidade. Lei, simbolismo, filosofia, religião. Evoca os níveis mais altos de consciência.

 

Posição normal: Piedade, clemência, religião, família, inspiração, tradição.

Posição invertida: Rancor, intolerância, falta de confiança em si mesmo e nos outros, atos vulgares e instintivos.

Sentido geral: Percepção intuitiva, certeza, virtude, bons conselhos (carta de proteção).

Sentido espiritual: Encontrar a verdade subjetiva.

Símbolo: O bastão na mão esquerda significa que ele rege com o coração.

Arquétipo: O santo.

Objetivo: Confiança no Eu mais elevado.

 

Interpretações usuais na cartomancia:

 

Autoridade moral, sacerdócio, instrução. Proteção, lealdade. Observância das convenções, respeitabilidade. Ensino, conselhos equilibrados. Benevolência, generosidade, indulgência, perdão. Mansidão.

Busca de sentido, revelação, hora da verdade, confiança, indicações do caminho da salvação.

 

Mental: O Pontífice representa a forma ativa da inteligência humana, que traz principalmente as soluções lógicas. Significa também os pensamentos inspirados por um nível mais alto de consciência.

Emocional: Sentimentos poderosos, afetos sólidos, solicitude, sem cair em sentimentalismos. O Pontífice indica os sentimentos normais, tal como devem ser manifestados na vida, de acordo com as circunstâncias.

Físico: Equilíbrio, segurança na situação e na saúde. Segredo revelado. Vocação religiosa ou científica. Especialista em sua área.

Desafios e sombra: Indica um ser desconectado de sua razão e seus instintos, na obscuridade, carente de apoio espiritual. Projeto retardado. Chefe sentencioso, moralista, rígido, prisioneiro das formalidades, metafísico dogmático, professor autoritário, teórico limitado, pregador da “boca pra fora”. Conselheiro desprovido de sentido prático. Problemas com saúde, indecisão, negligência.

Plataforma de caixão pintada com a imagem do touro Ápis

 

Trabalhos relacionados à dança:

  

Trabalho das bailarinas Irina Miridzhanyan, Kristina Eliseeva, Ekaterina Mednikova, Daria Alimova e Ilona Gorlova do Divon & Tarot Noir (Rússia):

Na descrição do vídeo diz: “Somos cartas de tarô. Cada um de nós tem seu próprio significado e prevemos o destino.”

A coreografia é nomeada com a letra V, o que possivelmente faz alusão ao arcano O Papa. Mas o trabalho não possui elementos simbólicos para que eu possa tecer algum tipo de comentário sobre ele. É lindo. Então, apreciem.

 

Tribal Secrets Tarot Deck, de Anandha Ray:


Tribal Secrets Tarot Deck


Belo trabalho de fotografia e edição, que traz a própria Anandha Ray como o Hierofante. Nota-se o manto vermelho, a lua (que aparece tanto na edição da foto, quanto nos acessórios utilizados pela bailarina) e duas gárgulas com cabeça de leão, que podem referir-se tanto às colunas do Templo quanto à um dos Kerubs da visão de Ezequiel.

Anandha faz uso de postura e mudras das Danças Indianas, e somente graças ao auxílio da Mestra Krishna Sharana, pude obter informações importantes quanto aos seus significados.

De acordo com a professora Krishna, o mudra feito em direção ao chão é o “Varada Mudra” e simboliza bênção, benevolência, o dar, o alcançar. O mudra feito na direção de cima chama-se “Abhaya Mudra” e simboliza “não tenha medo”. Significados estes que se alinham perfeitamente ao arcano V e são atributos do arquétipo do Hierofante.

Uma curiosidade interessante e importante é que, geralmente, o “Varada Mudra” é executado com a mão esquerda e o “Abhaya Mudra” com a direita, o que nos faz supor que possa haver alteração dos lados por conta da própria fotografia.

Nota-se que a grafia do nome da carta mostra-se diferente. Lê-se “Heirophant” ao invés de “Hierophant”, deixando a dúvida de se foi, ou não, proposital...

 

 

Datura Tarot, de Rachel Brice:

 

Datura Tarot

Rachel, sempre impecável, traz no seu trabalho de colagem uma figura central como O Hierofante e duas figuras em segundo plano, representando os dois monges dos baralhos tradicionais. O Hierofante parece estar sentado sobre uma pedra bruta que flutua sobre a água. Interessante perceber que ela traz figuras de outra religiosidade, entretanto, sem alterar em nada o sentido da carta. A simbologia das colunas do Templo e da coroa foram mantidas e é interessante perceber a semelhança da coroa utilizada por ela e a do baralho de Thoth. Mais interessante ainda é especular sobre aqueles três círculos que estão em volta da coroa. Com muita imaginação dá para associar à Sabedoria dos Três Aeóns, em virtude da semelhança das cores verde, amarelo e vermelho. Será?

O ponto alto, na minha opinião, é o selo/brasão/moeda de Calixtus III (1455-58), considerado o segundo dos papas da Renascença. Objeto este que contém as chaves de São Pedro, a coroa tríplice do papado e o touro, símbolos essenciais ao entendimento deste arcano.

Rachel é tão incrível, que sempre penso que algo vai me escapar nas obras dela. É bem provável que aconteça.

Analisem aí e troquemos figurinhas!

 

Gratidão à todos que leram até aqui e à Mestra Krishna Sharana, pela ajuda!

Até o desvendar do próximo Arcano!

 

93,93/93

 

Bibliografia:

Antigo Tarô de Marselha – Nicolas Conver;

O Livro de Thoth – Aleister Crowley;

O Tarot Universal de Rider Waite;

Clube do Tarô;

Ocultura;

Tarot - Brian Innes;

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Venenum Saltationes

Hölle Carogne (Porto Alegre-RS) é  a alma por detrás do humano, do rígido. É curiosa, entusiasta e selvagem. Uma admiradora da arte, da dança, da literatura e da música.O "esquisito" a seduz. Seus poemas e seus movimentos estão impregnados de ideologias, de crenças. Compassos pouco convencionais, cheios de misticismo, de oposição, de agressividade.Ocultismo, caos e luxúria sendo mesclados às suas criações e retratados de forma crua, orgânica, uterina.


[Make Off] Autocuidado: Limpeza da Pele

por Sarah Raquel



Para essa segunda parte do autocuidado, trarei um pouco sobre o segundo passo importante para começar uma rotina de skincare. Caso não tenha visto a primeira, segue aqui a leitura.

A segunda etapa é nada mais que a limpeza adequada para o seu tipo de pele. Analisamos na internet diversas marcas, inúmeros produtos que nos deixam em um grande limbo de necessidade, mas o mais importante é entender que o quanto mais simples, melhor.

Mas antes de tudo irei frisar sobre produtos faciais. A pele de seu rosto tem uma textura diferente do seu corpo, produtos corporais não funcionam da mesma forma para o seu rosto e com isso, os produtos farmacêuticos produzem efeitos diferentes para ambas partes (cabeça e corpo).

Exemplo: Se seu rosto é oleoso, mas seu corpo seco, o seu hidratante corporal funcionara bem, mas ao adicionar ao rosto produzira um efeito contrário, acumulando e entupindo os poros de forma negativa, fazendo seu corpo produzir mais sebo, causando efeito rebote. Com isso, é importante utilizar produtos diferentes para cada parte.

Voltando sobre limpeza facial, a simplicidade das etapas de uma skincare é apenas: limpar e hidratar. Simples assim. Mas será que você realmente está limpando da melhor forma? Segue algumas dicas para auxiliar nas próximas:

1) O ideal é que demore em torno de 2 minutos passando sabonete facial, com cuidado, utilizando as pontas dos dedos, em seu rosto.

2) Caso sofra de cravos, foque nessa área durante 1 minuto.

3) Esfoliar seu rosto duas vezes na semana, para ajudar na limpeza e retirar pele morta que fica entupindo os poros.

4) O efeito de um sabonete facial costuma demorar alguns dias.

5) Caso sofra de acne nas costas, também é necessário limpar e hidrata-lo.

Nenhum produto é milagroso, por isso teste e veja o que adapta melhor em sua rotina. Em caso de dúvidas, consulte uma dermatologista para te ajudar e até identificar o melhor tratamento para o seu rosto. 


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Make Off


Sarah Raquel (Fortaleza-CE) iniciou os estudos em danças orientais com a dança do ventre em 2015 e logo se redescobriu na vertente dark fusion, para melhor se expressar dentro desse estilo buscou estudar tribal fusion e o dark fusion. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 


[Resenhando-RS] Inspirações - 4ª edição

 por Anath Nagendra


Em 12 de dezembro de 2020 rolou a 4ª edição da Mostra de Danças Inspirações, de Fernanda Zahira Razi! O evento foi on-line e transmitido pelo You Tube.

Contando com 14 apresentações entre solos e grupos, tivemos não apenas Tribal Fusion, mas também Dança do Ventre, Dark Fusion, Folclore árabe, dança experimental e até mesmo dança irlandesa!

Separei algumas pra vocês terem um gostinho - as edições para os grupos ficaram muito legais, em tempos de distanciamento - mas logo mais no final do post tem a Mostra completa, pra quem quiser conferir tudinho! :3

Confiram as demais apresentações abaixo, na Mostra completa, ou isoladamente no canal da Fernanda, aqui!

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Resenhando-RS



Anath Nagendra (Esteio-RS) é bailarina, professora, coreógrafa e pesquisadora de Danças Árabes, Raja Yoga e, em especial, Tribal Fusion e suas vertentes. Hibridiza sua arte e percepção com grandes doses de psicologia, espiritualidade e ocultismo. Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >>

[Entrando na Roda] Pioneira da Roda: Isabel De Lorenzo

por Natália Espinosa


Vivo em Roma há mais de vinte anos e me defino uma artista da Dança. Meu trabalho cotidiano é multifacetado: sou, principalmente, professora de FCBD®️Style e dirijo uma escola de danças do mundo, a San Lo’, situada no coração de Roma. A escola vai completar vinte anos em 2023, mas na verdade, desde março de 2020 está fechada devido às restrições que a Itália vem sofrendo com a pandemia do coronavírus, o que nos obrigou a migrar quase inteiramente para o setor online. Também organizo o Roma Tribal Meeting, festival que reúne anualmente artistas do mundo todo em torno da ideia de comunidade nas danças “estilo tribal”. Sou membro do Dance Sisters Collective, que tem trabalhado desde 2013 com o FCBD®Style aplicado a sofisticados projetos de performance, à distância e em presença. Dou aula em inúmeros eventos e festivais pelo mundo afora. Apaixonada pelo teatro-dança, já colaborei com algumas companhias de dança contemporânea como atriz e dançarina, muito aprendi com essas experiências e acabei criando e produzindo meus próprios espetáculos teatrais, Al-muallaqat | Le sospese (2007), Frida Suite (2012) e Bambola (2018).


"A coluna quebrada" - Frida Suite | Foto: Fabrizio Caperchi (2012)


Poster Frida Suite (2012)

Violet Scrap em Bambola, um espetaculo de Isabel De Lorenzo | Foto: Donatella Francati (2018)



Poster Bambola (2018)




Danço desde os oito anos, quando minha mãe me matriculou no balé, em Araraquara, SP. Não me achava talentosa para a dança apesar de desejar continuar, e lutei com essa contradição durante anos, até parar com a dança clássica e moderna quando entrei para a Faculdade de Letras na USP. Trago dessa primeira etapa na dança bons ensinamentos sobre o uso do corpo, espírito de grupo e gosto pela cultura artística em geral.


Meu primeiro encontro com a dança oriental aconteceu em São Paulo em 1987. Nesse ano, junto com minha amiga Yasmin Nammu, tomei aulas com a Márcia Nogueira, uma das professoras mais alternativas da cena paulistana na época. Eu tinha curiosidade tanto pela dança árabe quanto pelo flamenco e pela dança indiana, mas faltou perseverança e acabei voltando ao mero estudo das Letras. Mas minha amiga prosseguiu e, alguns anos depois, eu me tornei uma de suas primeiras alunas; desde então frequentei o estúdio Yasmin Nammu por anos a fio, com grande paixão pelo estudo da dança do ventre. Minhas primeiras apresentações, muito tímidas, se deram nesse período, entre 1991 e 1997 quando me mudei para Roma, capital da Itália. 


Teatro Municipal de Araraquara (1980)


Bellydancing - Roma (1997)

O que havia de mais interessante na cena romana era o estilo egípcio autêntico, com professores do naipe de Saad Ismail - um dos herdeiros do mestre Mahmoud Reda. Não era o meu estilo preferido, mas era “consistente”; então me matriculei num curso com Saad que me ajudou a fazer contatos e encontrar meus primeiros trabalhos como professora e dançarina. Passei muitos anos “bellydançando” na noite arabe-romana, mas ao mesmo tempo meu gosto pessoal foi migrando definitivamente para o estilo tribal. E assim se passaram mais de dez anos de muito estudo, tanto no estilo oriental como no tribal. Eventualmente era possível participar de workshops; mas na maioria das vezes o estudo era através de vídeos. Com o tempo, a dificuldade de se encontrar vídeos didáticos foi amenizando... acredito ter vivido em cheio a passagem entre os anos 80 em SP - quando encontrar um vídeo didático (da Salimpour por exemplo) era ouro! - e os anos 2000, que trouxeram a internet em casa e com ela um acesso mais democrático ao estudo da dança. 


Reda Style: Saad Ismail Dance Company,  Roma (1999)


Encontrei Carolena Nericcio e Megha Gavin pela primeira vez em Milão em 2005 e 2006. Elas viajavam dando cursos na Europa, mas o público ainda era naquela época bem restrito. As Bellydance Superstars também passaram pela Itália e tive oportunidade de participar de diversos workshops (aliás, até co-organizei um ramo da tournée de workshops com elas, em 2007).  Tudo isso culminou com a minha ida para San Francisco em 2010, numa viagem extraordinária junto com minha então aluna e depois parceira Silvia Grassi. Dali em diante eu resolvi me dedicar somente ao ATS® . Nossa turma de General Skills e Teacher Training era razoavelmente pequena, fizemos amizades e trocas importantes. Todo mundo que fez este percurso de alguma maneira sabe o quanto é transformador. E assim foi comigo. Logo pedi para ser Sister Studio de FatChanceBellyDance®  e tenho honrado, espero, este papel. Recentemente passamos a assinar Partner Studio, em apoio às mudanças que estão pedindo para acontecer na sociedade e que atravessam certas nomenclaturas. Nossa troupe, Carovana Tribale, foi fundada em 2003, teve várias formações e hoje em dia é antes de mais nada um container para quem quiser dançar conosco: todas as alunas são bem vindas, assim como as colegas, sem vínculos de nenhum tipo. Temos consciência de que a troupe tem um nome “antiquado”, que traz em si tanto a ilusão orientalista na palavra “caravana” quanto o controverso atributo “tribal” - e talvez, quando chegar a justa inspiração, iremos mudá-lo. Tem sido difícil para todo o mundo, artistas em particular, tomar decisões para o futuro; assim temos tentado, durante esta pandemia, manter o corpo são e a calma mental, dando espaço à pura dança como prioridade nossa de cada dia.


FCBD Studio - San Francisco (2010)

Carovana Tribale (2007)

Carovana Tribale (2016)

Com alunas de Carovana Tribale | Foto: Roberto Radimir (2018)


Minhas relações dançantes com o Brasil não foram muito intensas nestes mais de vinte anos, mas foram constantes e houve alguns episódios memoráveis. Em 2010 fiz uma viagem mochileira com minha amiga Geneva Bybee (dançarina americana que tinha sido pioneira da Tribal Fusion na Europa). O evento itinerante se chamava Tribal Tour e nosso objetivo era criar redes e lançar as bases para uma comunidade estilo tribal no Brasil. Fomos para Porto Alegre, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo. Além de ter sido extremamente rica como experiência pessoal, esta tournée alcançou em grande parte seus objetivos: a rede de contatos, de amizade e de estudo permanece viva até hoje e com certeza deixamos bons sinais, especialmente no Rio e na Bahia. De toda maneira, eu vou ao Brasil praticamente todo ano e tenho alunas na minha região (Araraquara, interior de SP), podendo citar a Mariana Esther que atualmente é uma excelente bailarina, estudiosa e professora de FCBD®  Style. No Rio, Nadja el Balady e Aline Muhana me receberam muitas vezes para workshops e eventos; o mesmo na Bahia com a Bela Saffe e sua maravilhosa comunidade. Também houve bailarinas brasileiras que vieram a Roma, conheceram minha escola e até participaram do Roma Tribal Meeting como a Dayeah Khalil, a Bela Saffe, a Joline Andrade e outras. Tenho muitas amigas na cena da dança brasileira e espero que seja em breve possível revê-las, conhecer novas pessoas e continuar espalhando a semente da dança por aí afora.


Tribal Tour com Geneva Bybee, Brasil (2010)


Um aspecto muito gratificante do meu envolvimento com o FCBD®Style passa através do Dance Sisters Collective. Este coletivo europeu (com Philippa Moirai, de origem Sul Africana vivendo no Reino Unido, Gudrun Herold da fronteira Alemanha/França e Silvia Grassi da Itália) nos levou a trabalhar efetivamente com o conceito criado por Carolena Nericcio, de que a linguagem compartilhada do FCBD®Style possa se avantajar sobre a multiplicidade de outras linguagens da comunicação humana. Cada bailarina do coletivo tem seu próprio idioma materno, moramos em países diversos, temos bagagens culturais bem variadas e mesmo assim trabalhamos juntas desde 2013, utilizando videoconferências e outras técnicas de comunicação remota que só agora, em tempos de pandemia, se tornaram mais comuns. A dança acima de tudo.


Dance Sisters Collective | Foto: Federico Ugolini (2014)


Dance Sisters Collective | ATS Homecoming, San Francisco, 2017


Enfim, vou tentando me manter como profissional da dança aos 53 anos de idade. Minha jornada se divide entre tudo isso: o ensino, ao qual me dedico com grande amor, a convivência com minhas alunas, assim como a preparação dos meus cursos e workshops são sempre momentos muito importantes. A gestão da escola, a San Lo’, também requer muita energia, começando com a constante troca de informações com nossa equipe de professores, colaboradores e alunos, até a divulgação - eu mesma faço os sites, o material gráfico, os vídeos e a organização geral de todos os eventos, enquanto minha sócia Lara Rocchetti se ocupa mais da administração. A projetação, organização, produção de cada evento, como por exemplo o Meeting, ou o festival de fim de ano da escola, um open day de início dos cursos ou um evento de danças de fusão como o La Divina Commedia Project® que estou preparando para o segundo semestre de 2021 - tudo isso requer apenas um cérebro e centenas de horas sentada em frente ao computador. Quando o corpo padece, pilates e bicicleta são meus antídotos. Música, teatro, literatura, filosofia, cinema nutrem o pensamento e a vida. Meu desejo maior para o futuro é o de permanecer no campo artístico, poder - quem sabe - escrever, dirigir mais espetáculos, viajar e novamente abraçar todo o mundo.


Em casa durante a pandemia



Para conhecer mais sobre o trabalho de Isabel DeLorenzo, acesse:

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Entrando na Roda

Natália Espinosa (Campinas-SP) é dançarina e professora de Estilo Tribal de Dança do Ventre e ATS®.Tornou-se Sister Studio FCBD® em 2013 e está cursando o programa The 8 Elements™ de Rachel Brice. Natália orienta o Amora ATS ® e participa do TiNTí, grupo profissional de ATS® composto por sua professora Mariana Quadros e por Anna Pereira. Sua grande paixão é ensinar e seu palco é a sala de aula.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

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