No dia 23 de março deste ano, eu e minha trupe fomos convidadas para participar de uma inauguração de um novo espaço de arte e cultura aqui em Campo Grande/MS.
Como havia recém retornado de um festival de dança onde tive a oportunidade de dançar ATS® somente com os toques de snujs e um Derbak ao vivo, fiquei maravilhada com essa oportunidade e resolvi montar um show com todas elas dançando e tocando. A experiência de tocar derbak com floreios sensacionais e maravilhosos não tínhamos ainda, mas o básico do básico sim e encaramos essa oportunidade como sendo o início de uma proposta de diversão, dança e cultura. A casa estava cheia de artistas das artes plásticas, visuais e da música.
Começamos a apresentação com a música ao vivo apresentando o ATS® (American Tribal Style) com espadas, quarteto, depois um dueto onde fizemos até um dialeto diferente que aprendemos há pouco tempo com a queridíssima Maria Badulaques (SP). Para encerrar a apresentação fiz um solo de Tribal Fusion.
Posso dizer que depois disso tudo, só quero música ao vivo (kkkk) e como foi maravilhosa essa oportunidade. Da experiência, surgiu a parceria entre o Grupo Mahila de ATS® e Grupo Tribos da Areia, onde começamos a montar shows e espetáculos envolvendo os estilos ATS®, Tribal Fusion e Dança Árabe Folclórica.
E você já dançou com música ao vivo? Como foi a experiência?
Se um dia passar por Campo Grande/MS e quiser nos conhecer e dançar conosco as portas estão sempre abertas. LILILILILILILILILI
Ao entrarmos no universo da dança, é quase que intuitivo
aprendermos a auto-maquiagem. Nos erros e acertos vamos aprendendo, mas uma das
partes de extrema importância é o preparo da pele antes da maquiagem.
1.Lave o rosto
É primordial lavar o rosto antes de aplicar qualquer produto.
Parece clichê mas muita gente aplica maquiagem em cima da pele suja e isso é
batata para o acúmulo de maquiagem nos poros, causando problemas futuros como a
acne.
2. Limpeza dos poros
Após lavar o rosto, é interessante utilizar uma água micelar
para o equilíbrio do PH. No mercado existem várias águas termais e micelar, de
variados tamanhos e valores. Também funciona utilizar soro fisiológico gelado.
3. Hidrate
Depois que seu rosto secar, aplique um hidratante facial ou um
óleo de sua preferência (óleo de coco, de roseta, etc), uniformemente,
aproveitando para fazer uma bela massagem para relaxar antes da apresentação.
Não esqueça de aplicar na área da olheira, onde é mais seco e recebe bastante
produto, e um hidratante labial.
4. Feche os poros
Após esse processo, que dura no máximo dez minutos, aplique um
primer em seu rosto baseado na sua necessidade. Se você tiver uma pele oleosa,
é interessante usar um primer que deixe a pele matte, já a pele seca um primer
mais hidratante e entre outros.
O primer é o item mais importante. É ele que fecha os poros,
suaviza as marcas de expressão, controla a oleosidade e ainda fixa a maquiagem
por mais tempo. Depois de todo esse processo, sua maquiagem vai durar mais e
ainda evita problemas, como o aparecimento de acnes.
5. Seja feliz
Depois que o primer secar, aplique a sua maquiagem sem medo!
E não se esqueça de tirar bem a maquiagem, os processos são
exatamente os mesmo: lavar o rosto, aplicar água micelar e depois o óleo de
coco para limpa mais profundamente a maquiagem que acumula nos poros.Todo
cuidado é essencial.
Nascida em 1942, foi a bailarina mais famosa na 2ª metade deste século. Seu começo artístico foi como secretária em uma empresa de organizações de festas e daí passou para o teatro e dança. Afastada de sua casa em Alexandria, sonhava em dançar no Cairo. Participou de muitos filmes com um êxito sem precedentes. Sua fama ultrapassou o mundo árabe e passou a representar o Egito em muitos festivais turísticos.
Sua primeira aparição no cinema foi uma pequena participação em “Shari Al-Hob” (Rua do Amor), estrelando Abdel-Halim Hafez. Um papel importante foi em “Malak wa Shaytan” (Anjo e Diabo). “Eu fiz treinos para melhorar a voz para esse filme e aprendi sobre como atuar melhor.” Desde então Fouad atuou em mais de 100 filmes e dançou em mais de 250. Nagwa montou um grupo com 12 dançarinos e 35 músicos e cantores, um coreógrafo e um estilista. “Isso foi uma espécie de teatro móvel em pequena escala. Nós visitamos todo o país levando nossas performances.” Seu grupo de dança reconheceu diversos elementos de origem folclórica tanto egípcios quanto de outros países árabes.
Fouad sempre testava os limites da sua arte, procurando produzir e apresentar grandes espetáculos. Foi a pioneira em incorporar elementos originais e sofisticados, dando a Dança Oriental um teor muito mais adaptável ao mundo Ocidental. Desta forma, viajou inúmeras vezes para a Europa, América do Norte e Ásia, onde participou dos grandes festivais. Nos Estados Unidos realizou várias apresentações dedicadas especialmente aos habitantes de origem árabe e fundou uma escola de dança oriental em Nova Iorque. Uma de suas mais bem lembradas performances se chamava "Thunder". As palavras que ela utilizava para descrever seus shows eram “renovação, desenvolvimento, glória e distinção”.
Nagwa Fouad lutou para que a Dança do Ventre fosse ressignificada como uma dança digna de respeito. No mundo, muitos enfatizaram a má reputação da profissão de dançarina, mas Nagwa insistiu na importância da dança. “Você pode sentir o perfume do Oriente e experienciar uma das 1001 noites.”
Em 1976, o compositor Mohammad Abdel Wahab escreveu uma música especialmente para ela, de nome "Arba'tashar". Nesta dança, Nagwa diz ter podido combinar a dramaticidade de Tahía Cariocae as acrobacias de Naima Akef. Este foi seu primeiro grande sucesso responsável por seu reconhecimento. Após ele, foi obrigada a criar novas coreografias a cada três meses. Nagwa com seus movimentos de braços e sinuosidades do quadril reserva sempre um momento do show especial para a Camanja (violino).
Foi também cantora e artista de cinema e teatro; e em 1922 quis interromper definitivamente sua carreira de dança, para consagrar-se no cinema, mas não conseguiu devido a inúmeros pedidos, alegando ser insubstituível. Cativou numerosos políticos, entre eles o estadista Richard Nixon, o egípcio Anwar el Sadat e também o presidente Carter e Henry Kissinger.
Hoje em dia ela não vê razões para se aposentar. “Arte não tem ligação com idade ou nacionalidade… ela tem ligação com criação e presença e se o artista pode dar e aproveitar o momento, ele deve continuar fazendo a sua arte.”
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Fouad é a única dançarina de sua geração que continua dançando e dando workhsops mesmo na Europa.
Nossa entrevistada do mês de Abril é a bailarina Annamaria Marques, de Belo Horizonte, Minas Gerais. Annamaria nos conta sobre sua trajetória na dança tribal, o desenvolvimento dos seus dois grupos, Tribo Dannan e Trupe Andurá, projetos para 2018 e muito mais! Vamos conhecer quem faz partes da nossa tribo? Boa leitura!
BLOG: Conte-nos sobre
sua trajetória na dança do ventre/tribal. Como e quando você descobriu o
tribal fusion e porquê se identificou com esse estilo?
Comecei a
fazer aulas de dança do ventre em 1997, com a bailarina Sâmara Gamal. Eu, com
16 anos na época, achava tudo lindo! As roupas, a música... foi um momento de
grande crescimento e descoberta para mim, descobrindo a mulher que eu viria a
ser. Em seguida fiz aulas de dança do ventre com a bailarina Amany Ab-Haila,
neste ponto houve um salto no meu aprendizado. Ela sempre teve muito conteúdo
para nos ensinar. Neste momento também foi a primeira vez que fiz parte de uma
Cia. de danças.
Anos depois, depois
de formada pela UEMG (Bacharel em Design Gráfico), voltei a procurar as aulas
de dança do ventre, mas neste ponto descobri o Tribal Fusion. Assistí a um
vídeo da Rachel Brice no Youtube e fiquei louca! Queria ser como ela! E em 2009
comecei a fazer aulas de tribal fusion com a bailarina Nanda Najla, a primeira
em Minas a ensinar o estilo. Eu estava nas alturas! Me reencontrei enquanto
artista, descobri novas formas de me expressar pela dança graças a ela. Ela
trouxe muito conteúdo na área e sempre foi uma grande estimuladora, querendo mesmo que cada uma de nós descobrisse sua própria expressão. Graças a ela tive
oportunidade de estudar pela primeira vez com professoras estrangeiras (em 2009
ou 2010.... no evento da Belefusco, quando vieram Mardi Love, Sharon Kihara e
Ariellah Aflalo), com outros estilos (o dark fusion da Renata Violanti e o
Tribal Brasil da Kilma Farias), em fim, um universo se abriu. Tive a grata
oportunidade de participar da Cia. Kalua Fusion, pioneira do estilo em Minas
Gerais. Uma Cia. com pessoas lindas e com muita chance para o desenvolvimento
pessoal técnico e criativo.
Quando a Nanda se
aposentou da dança, procurei seguir estudando sozinha, mas tive a grande
felicidade de conhecer a bailarina Surrendra Bellydance e a ter novas experiências com a Cia de dança dela, a Ansatta Bellydance, e a produzir meus primeiros
eventos com ela. Em um destes eventos decidimos trazer a bailarina Natália
Espinosa para nos ensinar ATS®, um estilo que nos idos de 2013 ainda era um
pouco misterioso para nós.
Em 2013 comecei a
dar aulas de Tribal Fusion no núcleo de danças onde eu estudava e foi um novo
momento de crescimento, afinal a expectativa é outra. Conheci muitas pessoas
boas, outras nem tanto, mas venho aprendendo muito com cada uma. Na busca por
mais conhecimento para dar melhores aulas, fui fazer uma oficina da bailarina
Carla Michelle. Ela tem um estilo bem diferente do meu e achei importante o
aprendizado. Nesta vivência começou a nascer o Coletivo Conexão Tribal comigo,
Carla Michelle, Surrendra e Natália Espinosa, e a base de tudo era proporcionar mais experiências no estilo Tribal Fusion e ATS® para os alunos de Belo
Horizontee região. Fizemos 5 edições, se
não me engano, antes da Carlinha ir para os Estados Unidos. O projeto está em stand by, mas devemos retornar com novidades!
Neste meio tempo, criei 2 cias de dança: Tribo Dannan de tribal fusion e Trupe
Andurá de ATS®. Venho focando meu trabalho nestes dois estilos e com minhas Cias
criamos o festival Tribal Core, para dar mais oportunidade para os baiarinos do
estilo de mostrarem seu potencial.
BLOG: Quais foram as professoras que
mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Todas as que citei acima foram
minhas mestras principais, cada uma que alavancou meu desenvolvimento de uma
forma ou de outra. Tenho uma gratidão imensa por tudo o que me proporcionaram.
Uma menção especial vai para uma professora com quem fiz um curso de dança do
ventre terapêutica, Carla Barrio, ela me ensinou a ir além dos limites do corpo,
ao mesmo tempo a respeitá-lo e ser grata por ele. Ela, com algumas limitações físicas, dançava lindamente, um encanto que só vendo!
BLOG: Além da dança tribal você já fez
ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Comecei pela Raks Sharqi (a dança
do ventre) e foi meu foco por muito tempo. Mais tarde, me aventurei por alto
pela dança de rua, dança indiana, dança cigana Kalbelia e folclore árabe.
BLOG: Quais foram suas primeiras
inspirações? Quais suas atuais inspirações?
Minhas professoras sempre foram
minhas principais inspirações.
Atualmente busco me inspirar em
profissionais de vários estilos, mas as principais são mesmo no Tribal: Mariana
Quadros, Cia Shaman, Tiana Frolkina, Rachel Brice, Mardi Love, Kae Montgomery e
Ariellah Aflalo estão sempre na minha lista.
BLOG: O que a dança acrescentou em sua
vida?
A dança me trouxe principalmente
grandes amizades! Comecei como uma
adolescente absurdamente tímida e neste universo conheci muita gente boa,
outras vieram só de passagem, mas sinto que amadureci muito desde que comecei a
dançar e posteriormente comecei a dar aulas. Adquiri muito conhecimento de
mundo e das pessoas, e muito auto-conhecimento.
BLOG: O quê você mais aprecia nesta
arte?
Aprecio a capacidade que a dança
tem de aproximar as pessoas e de dar a cada uma a possibilidade de se expressar
das mais diversas formas.
BLOG: O quê prejudica a dança do
ventre e como melhorar essa situação? Você acha que o tribal está livre disso?
Desinformação é uma coisa que
prejudica muito. Acredito que ainda temos um mercado cheio de "achismos"
e donos da verdade (diplomados ou não).
BLOG: Você já sofreu preconceitos na
dança do ventre ou no tribal? Como foi isso?
Preconceito, acho que não. Mas já
passei por situações onde o público fazia piadas, seja lá por qual motivo, do
trabalho que estávamos fazendo, não vendo aquilo como o que deveria ser: arte.
Ou o clássico momento embaraçoso em que alguém da platéia acha que somos
objetos de exposição...
BLOG: Houve alguma indignação ou
frustração durante seu percurso na dança?
Muita! Como artista, nunca fico
plenamente satisfeita com meu trabalho. Sempre quero ser melhor. Acho que neste
ponto eu falho, pois cada uma tem sua corporeidade, e ainda estou tentando
respeitar a minha.
BLOG: E conquistas? Fale um pouco
sobre elas.
Minhas maiores conquistas na dança
sempre foram os degraus que fui vencendo contra a timidez. Seja para me
apresentar, seja para lidar com outras pessoas. Ir dominando meu próprio
excesso de cobrança e rigidez, e a avidez por saber tudo sobre tudo.
BLOG Você foi uma das primeiras
bailarinas do Brasil a se envolver com o estilo tribal. Como eram as
informações sobre o estilo na época em que você começou a pesquisar? Como era
visto a dança tribal naquela época e como hoje ela vem se apresentando na cena
brasileira? Na sua opinião, o quê precisa ser melhorado, aperfeiçoado e, até
mesmo, mudado no comportamento da(o) tribalista(o) brasileira (o)?
Quando comecei a me interessar pelo assunto, por
volta do 2009, só havia o que era visto pelo youtube e nós aprendíamos meio sem
filtro o que era visto. Um "copia e cola" das bailarinas que
achávamos que eram as melhores, sem saber muito da técnica em si e fundindo
tudo com a nossa bagagem da dança oriental.
Naquela época havia um misto de admiração e
repulsa pelo tribal e suas adeptas, como se fossemos aquela turma da escola que está sempre isolada dos alunos populares: os subversivos e deslocados. Mas acho que isso é
natural, quando surge algo muito diferente do tradicional.
Hoje eu vejo que o tribal está tentando se consolidar
como estilo e tem sido cada vez mais respeitado no meio da dança oriental e
criando seu próprio nicho. Acredito que se deve ao fato de ser algo
relativamente novo e começando a ter as definições dos parâmetros do que define
o estilo. Como toda dança, ele evoluiu, vem ganhando novas caracterísicas a
cada ano, mas o que mais amo é todas as vertentes podem (ou poderiam mais)
conviver harmonicamente, sem que o estilo se desmembre ou descaracterize.
Com relação ao comportamento, eu observei muito
ao longo da minha carreira como profissional, inclusive fazendo parte de bancas
avaliadoras. Vi que tende a existir um "complexo de artista" nos
bailarinos de Tribal Fusion: "se a banca me avalia mal, é porque ela não
tem sensibilidade para entender minha arte". Muitas vezes, as bancas não estão mesmo
preparadas para enteder o que é o Tribal Fusion e vão julgar conforme suas
bagagens. A nós como competidores, cabe atentar às regras e acetá-las, ou não
participar de tal concurso.
Neste ponto, até acho válido mencionar que não
sou a favor de competições do estilo Tribal Fusion, menos ainda do ATS®. Para
mim, não condiz com o espírito de sororidade que eu acredito que deveria ser o
coração do Tribal.
BLOG: Como é o
cenário da dança tribal de Minas Gerais? Pontos positivos, negativos, apoio da
cidade/estado, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de
dança do ventre/tribal? O mercado da dança oriental em Minas é grandemente voltado para o Raqs Sharki e algumas destas se aventuram no tribal e agora, no ATS®, mas a maioria mantém a dança do ventre como atividade principal e, sendo assim, vigora o conceito que não se tem tempo ou dinheiro para investir em aulas e figurinos de Tribal.
É um cenário que vem mudando aos poucos, mas ainda é bem forte. O estilo tem ganhado mais adeptos e o público também tem se interessado mais pelas apresentações e shows específicos de Tribal, seja Fusion seja ATS®.
BLOG: Além de colunista do blog com a
coluna “Estilo Tribal de Ser” em conjunto com a bailarina Surrendra, você
também é colunista da revista “Tribalizando”. Como é ser blogueira? Como você
seleciona os temas a serem abordados nessas duas plataformas e como os desenvolve? Descreva um pouco sobre
sua participação como colunistas.
Escrever é um belo desafio e uma
grande responsabilidade! O objetivo com o material que escrevo é colaborar com
o enriquecimento em material teórico sobre o tribal e tudo que pode estar
envolvido com ele. No caso da coluna "Estilo Tribal de Ser" foi de
buscar a origem do que chamamos de figurino Tribal e mostrar também que ele
pode fazer parte do nosso quotidiano. Até então este tem sido o foco da coluna:
resgatar e registrar em português a origem das peças que fazem parte do nosso
dress code.
No caso da revista Tribalizando, o
foco é o Dark Fusion, que é um assunto que me encanta imensamente e sempre rende
longas conversas.
Em ambos os casos, definido o tema
(figurino ou algo que seja o meu foco de estudos no Dark Fusion naquele momento
- ou até algo pedido pelas diretoras dos blogs), procuro ler o máximo de
informações possíveis, de fontes físicas e virtuais, vejo vídeos, converso com
outras bailarinas e bailarinos, tudo depois é digerido e formatado para o
artigo produzido. Dá trabalho, mas é recompensador ver o produto final e mais
ainda, quando sei que pessoas estão lendo e enriquecendo sua bagagem como que
produzo.
BLOG:Você é a criadora do InFusion Atelier destinado a figurinos para dança Tribal. Como
surgiu a ideia ou oportunidade de formá-lo? Como é o processo criativo para as
linhas e suas inspirações para a composição das mesmas? Há alguma curiosidade a
respeito do nome do ateliê?
Comecei o Ateliê InFusion bem
timidamente quando comecei a fazer aulas na escola da Nanda Najla. Eu sempre
tive gosto por produzir artesanatos e neste momento surgiu a oportunidade de
complementar a minha renda e fazer algo agradável. Eu produzia várias peças
menores e acessórios para os festivais da escola e eventualmente decidi
formalizar o ateliê. Passei a produzir peças maiores, conjuntos e a pegar
produções mais ousadas, com figurinos criativos para 3 escolas daqui. Mas
quando me tornei professora de dança, decidi que seria melhor focar nesta
atividade, então passei a produzir poucas peças sob encomenda pelo ateliê e a
importar bijuterias e saias indianas de Jaipur e Sari.
Eu trabalhava sempre de acordo
com a demanda. Sou bacharel em design gráfico, então sempre uso esta bagagem
para a conceituação das peças e também para adequar à bailarina ou conceito da
coreografia.
Tudo que já criei tem esta
influência e eu procuro também acrescentar materiais mais incomuns como algas e
folhagens (ou eram incomuns quando comecei rsrs), e mistura de metais, tecidos,
pérolas. Algo meio romântico e delicado, meio tribal e rústico.
O nome do ateliê carrega um
pouco de mim pois InFusion (infusão) remete aos chás que é algo que gosto muito
e também um pouco à ícones alquímicos, xamânicos, mágicos; minha veia bruxa, eu
acho.
BLOG:Em 2015, o InFusion
Atelier participou da 14ª edição do
Desfile Moda & Atitude
produzido por Mattos Nilton.
Conte-nos como foi essa experiência e como os figurinos de dança tribal foram
recebidos pela comunidade de Moda e seu público.
O Nilton é uma pessoa incrível
e um excelente professor e diretor de modelos fotográficos e de passarela.
Ele tinha uma parceria com a
escola onde trabalho e me convidou para levar um material diferente para o
desfile que ele produz, a formatura dos alunos do curso de modelo.
Foi uma experiência incrível
passar pelo processo de selecionar as modelos, distribuir figurinos, dar
pequendas dieções de poses.... ver
minhas peças vestidas por modelos de passarela e de estar na passarela também
foi emocionante!
BLOG: Você é produtora do eventos Conexão Tribal BH desde 2015 e do Tribal Core desde 2016, os quais se
destacam na cena de dança tribal mineira. Conte-nos como surgiram as idéias de
cada evento, suas propostas, objetivos, organização, realização e diferenças
entre si, bem como suas repercussões do mesmo para a comunidade tribal quanto
para seu público.
O Conexão Tribal BH começou da vontade de trazer possibilidades de estudo em Tribal Fusion e ATS® com maior frequência e a preços
acessíveis para a comunidade mineira.
Por afinidade, nos juntamos com ente
propósito eu, Carla Michelle, Surrendra e Natália Espinosa. Cada uma com sua
especialidade, com muita vontade de estudar umas com as outras e de trazer mais
um evento cultural de qualidade para Minas. No momento, a Carlinha está nos
Estados Unidos estudando, então demos uma pausa na produção, mas logo votaremos
com toda força! ♥
O Tribal Core veio para dar oportunidade para minhas duas Cias de dança de
estarem por dentro de uma produção de evento. Juntas nós conceituamos e
produzimos tudo para o Festival Tribal Core. Para todas nós é um momento
especial produzir e dançar em um evento onde estivemos envolvidas com todo o
processo e a meta é crescer sempre mais e contribuir com a formação de um
público apreciador do Tribal Fusion e ATS® como já existe para outras danças.
BLOG: Você já foi membro
da Cia Kalua, dirigida pela bailarina
Nanda Najla. Como foi participar do
mesmo e adequar seu estilo a esse grupo?
Cia Kalua
No tempo
em que estive na Cia Kalua, ainda estava desenvolvendo meu estilo e ali era
campo fértil para isto, pois a Nanda sempre nos incentivava a trazer trabalhos
inusitados e criativos e este era o foco da cia. Ela sempre foi muito rígida e
isto nos obrigava a nos empenhar muito e resultava em trabalhos muito bons!
Fora a amizade que tenho com todas até hoje. Foi um tempo muito bom!
BLOG: Anteriormente,
você era membro do Ansatta Bellydance,
dirigida pelo bailarina Surrendra.
Como foi sua participação no grupo nesse período?
Ansatta Bellydance
Estar no
Ansatta foi outro desafio, pois sempre que fazemos parte de um grupo, devemos
nos adequar ao formato da coreografia e técnicas da coreógrafa. Mais uma vez
foi um período de muito crescimento pessoal e profissional. A Surrendra é
também uma grande incentivadora e me ensinou a fazer acontecer. Com ela comecei
a ver como era produzir
um evento, no caso a Hafla Tribal Night. isso em 2014. Graças ao incentivo dela
também, me tornei professora.
BLOG: Atualmente,
você possui dois grupos de dança tribal: a Trupe
Andurá e a Trupe Dannan.
Conte-nos um pouco sobre cada um desses grupos: como surgiram, a etimologia da
palavra, seus integrantes, qual estilo marcante em cada um, suas diferenças e
propostas, e se eles sofreram alguma mudança estrutural ou de estilo desde
quando foram criados até agora. Como é o processo de introdução de novos
integrantes?
Tribo Dannan
Formei primeiro a Tribo Dannan,
com minhas alunas de Tribal Fusion. Como nós temos gostos em comum, isto acabou
se refletindo no conceito do grupo um Tribal Fusion focado em elementos dark e
folk. E daí veio o "Dannan"
dos Tuatha dé Danann, da mitologia irlandesa e escocesa.
Na Trupe Andurá, focamos no
ATS®, e decidimos ter uma orientação mais voltada para a cultura brasileira.
Tanto que procuramos ao máximo usar composições nacionais para dançar. Foi uma
decisão do grupo como um todo, também por afinidade. O nome foi escolhido
unindo a ideia da ATS® family tree e o
elemento de brasilidade. Andurá é, em contos indígenas, uma árvore sagrada que
se inflama à noite. A lenda conta que ela guarda todo o fogo que destruiu
florestas e aldeias.
Trupe Andurá
Para ambos os grupos, procuro
manter um número máximo de integrantes de forma a facilitar a interação e a
comunicação entre as integrantes, bem como a qualidade do trabalho. Até então,
não tivemos alteração no número de bailarinas.
Nosso norte é um trabalho
integrado e de suporte mútuo. Cada uma faz o melhor pelo grupo e pelas colegas
para que todas possas crescer juntas enquanto bailarinas.
BLOG: Conte-nos
um pouco sobre suas principais coreografias. O quê a inspirou para a formulação
da parte conceitual e técnica das mesmas, assim como seus processos de
elaboração dos figurinos e maquiagens. Como essas coreografias repercutiram na
cena tribal?
Todos os meus trabalhos vem de
algo que é muito significativo para mim: uma música que gosto muito, algo da
infância, um tema que aprecio. Sempre há algo que tem eco no meu íntimo, que
tem um significado emocional.
Daí é que eu tiro o conceito, e
é de onde parte a escolha da técnica usada e do conceito para o figurino e
maquiagem. Cada gesto e peça de figurino
deve estar em consonância com o conceito do trabalho. Para todos, busco
refletir harmonicamente com ângulos, texturas, expressão, contrastes de
movimentos (sinuosos/ritmados, rápido/lento, suspenso/fluido) o conceito que
estou trabalhando.
BLOG: Qual a
importância que você vê no ATS®? Como é
fazer parte de um grupo de ATS®?
Para mim,
o ATS® é a raiz do meu estudo. A minha bagagem é da dança do ventre e folclore árabe, mas vejo cada vez mais o reflexo do estudo constante do ATS® na melhora
da minha postura e formas de trabalhar minha dança e com os meus grupos
(tecnicamente e também com a busca pelo espírito de cooperação mútua).
Fazer
parte de qualquer grupo não é um mar de rosas, mas vejo que há ressonância no
grupo, que tenta incorporar estes conceitos dentro e fora da sala de aula e na
interação com outros grupos. Estamos crescendo muito com a experiência. Cada
vez mais vejo que há sintonia entre nós e isto faz-se ver nas apresentações.
BLOG: Dentro do ATS®, você vem e se destacando no
dialeto de skirtwork no Brasil. Conte-nos um pouco sobre a origem deste
dialeto. Como surgiu o interesse pelo estudo deste? Quais foram os principais desafios em
estudá-lo? Como você vem desenvolvendo essa proposta com seu grupo e workshops?
O
Skirtwork ou Dialeto de saias para ATS® foi desenvolvido pela bailarina Sister
Studio Krisztina Naz-Clark. Ela tem uma cia. chamada Czigany World Fusion Dance e tem grande influência do trabalho de saias da dança cigana.
O interesse surgiu por parte das minhas alunas que são também
bailarinas de dança cigana. A pedido delas comecei este estudo e me encantei
completamente. Estudei pelo vídeo lançado pela Krisztina e busco melhorar a
execução do dialeto enquanto ensino para minhas alunas e para a Cia. O desafio
maior foi adaptar a memória muscular que já sabia o movimento original e
precisava adaptar à leitura com o jogo de saias.
Com meu grupo, procuro mantê-las com o repertório sempre bem
compreendido e estudado, pois acabou se tornando uma marca do nosso trabalho. Ao
mesmo tempo que é necessário deixar bem claras as adaptações nas sequências do
ATS® para o Skirtwork, percebi, nos worshops e aulas, que fazer a relação entre
duas formas e apontar as diferenças também colabora para uma melhor memorização
dos passos e é uma forma divertida de aprender. As alunas saem muito felizes
tendo visto o que são capazes de fazer com as saias e com o efeito visual que
elas geram.
BLOG: Hoje contamos
com diversos recursos de estudos. O próprio FCBD® vem lançando materiais muito
bons nos últimos anos. Em relação ao estudo de ATS®, que dicas você daria para
aqueles que ainda não podem estudar com uma professora do estilo, mas que
gostariam de aprender mais sobre o mesmo, tanto na teoria quanto na prática?
Os DVDs do Fatchance Bellydance®e a Tribal Bible ainda são as fontes mais confiáveis de estudo do ATS®, no mundo
virtual (sem a professora presente). Acho que nada substitui uma professora em
tempo real e, preferencialmente, presencialmente. Existem dezenas de vídeos no
youtube e outras plataformas (datura, powhow), ótimos para começar os estudos.
BLOG: Você considera
a dança tribal uma dança étnica contemporânea? Por quê?
Este é um tópico que considero
polêmico. É contemporânea, mas étnica de quem? Não acho que ela seja uma dança
que represente nenhuma cultura em particular, apesar da forte base da dança
árabe.
BLOG: Em sua opinião,
o quê é tribal fusion?
O Tribal Fusion é uma dança
que abriu muito as possibilidades de expressão e de inovação no meio da dança
oriental.
BLOG: Sob sua óptica, o quê é dark
fusion?
Para mim, o Dark Fusion é
uma forma de expressar sentimentos e situações que normalmente não são bem
aceitos: raiva, tristeza, luto.... mas que são parte de todas as pessoas.
Encará-los é se aceitar como humano, é trabalhá-los para que sejam um fardo
menor, é compartilhar com a platéia a sua história e ter de volta o reconhecimento da humanidade em cada um.
BLOG: O quê você mais gosta no tribal
fusion?
A liberdade que tem para nos expressar da forma
como nosso coração realmente fala.
BLOG: Como você descreveria seu
estilo?
Lírico. Gosto da suavidade e sinuosidade dos
movimentos ultra-lentos e bem desenhados.
BLOG: Como você se expressa na dança?
Como eu mencionei em outra questão, busco
dançar aquilo que faz sentido para mim.
Independente do conceito. Tudo que danço faz parte da minha história.
Annamaria e Surrendra
BLOG: Sobre sua
carreira, qual/quais seu momento tribal favorito ou inesquecível?
O momento mais marcante foi no início, a
primeira vez que a Surrendra me convidou para fazer um dueto com ela. Me achei
tão pequena e ao mesmo tempo tão importante!
BLOG: Quais seus projetos para 2018? E
mais futuramente?
Para 2018 estou estudando bastante o ATS®, estou
trabalhando com minha Trupe para a formação de um dialeto ♥ Aguardem
novidades.
BLOG: Improvisar ou coreografar?
E por quê?
Tento fazer um pouco dos dois. Ambos são
importantes para o desenvolvimento do repertório da bailarina e para sua
expressividade. Ultimamente não tenho tido muita oportunidade para coreografar
para mim mesma, e aproveito a oportunidade para desenvolver minhas técnicas de
improviso.
A bem da verdade, gosto muito de improvisar,
sinto que há uma conexão muito maior entre mim e a música e sei que o público
percebe isso e também embarca nas minhas"viagens". Às vezes me sinto
quase em transe.
BLOG: Você trabalha somente com
dança?
Por muito tempo, enquanto dava aulas de dança,
tive o trabalho com o ateliê, mas eventualmente houve a necessidade de
enfatizar um ou outro e a dança foi a escolhida. No momento, além de dar aulas
de dança, também sou instrutora de Hatha Yoga.