Sábado, 30 de outubro e 06 de novembro de 2021 das 15h às 17h
Tema Geral: O que pensamos sobre o mundo virtual que se abriu nos últimos 2 anos?
Nos últimos 2 anos, a vida online se tornou nossa única possibilidade de encontro e prática da dança. Fomos forçadas a reinventar nossa relação com a tecnologia e com o mundo virtual. Pensando nisso, propomos discutir como isso afeta e acreditamos que afetará o futuro da cena Tribal/Fusão? Quais são os pontos positivos e negativos que vocês encontram dessa relação com a tecnologia e o mundo virtual? O que precisamos pensar para o processo de retorno para os encontros presenciais?
Equipe de Organização
Inscrições: Caíque Melo (BA)
Divulgação: Karine Neves (RS)
Documentação: Melissa Souza (SP)
Cronograma e produção geral: Thaisa Martins (RJ)
GT1
Mediadora: Annamaria Marques (MG)
Chat: Camila Saraiva (BA/PB)
Bakchup: Pan Lira (PA)
GT2
Mediadora: Ana Clara (AL)
Chat: Raquel Ottoni (MG)
Backup: Aline Muhana (RJ/SP)
Sábado, 30 de Outubro de 2021
Integrantes da mesa mediadora: Annamaria Marques (MG), Camila Saraiva (BA/PB) e Pan Lira (PA)
Tema: Dança e Redes Sociais: Contribuições e Problemas
Autoimagem, padrões e distorções no virtual;
Representação, representatividade e identidade no virtual;
Tiktorização da dança e implicações para o processo de ensino-aprendizagem;
@ profissional da dança multifunção e as novas demandas das redes sociais;
Dificuldades de exposição e relação entre público e privado;
Os parâmetros de sucesso das redes sociais.
Discussão da reunião
O Fórum teve início com 28 participantes, contando com a equipe de produção, profissionais e estudantes da dança, bem como simpatizantes interessados nos tópicos apresentados. Seguida as apresentações do GT, passaram os slides com os tópicos do dia, destacando que foram organizados de acordo com as sugestões enviadas pelo público. Importante destacar que o número de participantes representa menos da metade dos inscritos, sendo que o limite de inscrições era 100. Houve uma concentração maior de pessoas do sudeste em comparação ao pessoal do norte e centro-oeste. Também tivemos inscrições de estrangeiros e brasileiras vivendo no exterior.
O primeiro a falar foi um participante bastante ativo na discussão, ele abriu e fechou as perguntas do fórum, trazendo suas inquietações acerca da nomenclatura, representação do corpo e auto imagem, demonstrando bastante afinidade e interesse pela dança do ventre estilo tribal. Após o evento, dialogamos sobre a necessidade de nos prepararmos melhor para receber toda a diversidade de público e nos comprometermos com a proposta de fazer do evento um espaço inclusivo.
A próxima a falar relatou que por receio de ministrar aulas online optou por se ausentar do ofício e priorizou estudar durante esse período de pandemia. Percebo que a nossa relação com o espaço virtual x fisicalidade é o que mais tem nos afetado e esse assunto se perdura ao longo de todo o encontro. O participante seguinte trouxe importantes contribuições enquanto profissional da dança. Em sua fala, ressaltou a dificuldade de transportar o ensino e a prática da dança para o virtual e a consequente condensação do conteúdo, considerando as limitações especialmente de tempo nos variados formatos de publicação para retenção da atenção do público nas redes sociais.
Em seguida, outra participante compartilhou suas dores e aprendizados enquanto professora de dança, com a pequena vantagem de ter uma familiar publicitária e que trabalha com marketing digital para orientá-la. As redes sociais é mesmo um espaço democrático? Não posso deixar de refletir sobre isso, especialmente ao ouvir o desabafo e as angústias das participantes, tal como foi colocado no chat: “triste para quem não sabe fazer essas produções, mas é um mega artista”, e “nós alimentamos as plataformas deles em troca de nada”. A participante versou ainda sobre a divisão de classes, limitações tecnológicas, de recursos e a falta de acessibilidade. “Penso que o instagram é um homem hetero branco”, afirmou, sintetizando que o algoritmo não é pensado para todos os públicos. Somos escravizados pelas redes? Por que? É realmente necessário essa presença e constância online? Para quem? Demorou, mas a dificuldade de delegar e valorizar os profissionais de mídia veio à tona na discussão.
O próximo a falar colocou que “artistas de vídeo e artistas de palco tem necessidades diferentes”. No chat, articularam: “penso que ninguém é obrigado a estar no Instagram ou qualquer outra rede, mas a atualidade nos permite estar nesses lugares e expandir. Vejo muito mais como algo benéfico, basta cada pessoa usar da forma que achar melhor”. O participante seguiu ressaltando as divergências do espaço online, mas trouxe também as contribuições que as redes sociais trouxe para a comunidade, pensando em custos com deslocamentos e tudo mais.
Em seguida, trouxeram mais uma provocação através do chat: “qual será nossa postura agora com o retorno? Continuaremos investindo em produções de rede ou voltaremos a pensar nos palcos?”. Falaram também sobre autopolítica na usabilidade das redes sociais - da necessidade de pensarmos em como usamos a plataforma e quem seguimos. A seguinte a falar trouxe também colaborações valiosas, destacando que optou por “não se cobrar tanto no virtual”, ao que concordaram no chat: “dançar também é partilhar, o virtual tira isso um pouco”.
Um dos participantes tornou a falar questionando a profissionalização na dança e essa nossa tendência à rebeldia, na necessidade de corrompermos o sistema. No chat, surgiu questionamentos do tipo “sou do físico ou do virtual? E o hibridismo?”. Citaram o documentário “O Dilema das Redes” disponível na Netflix. “Não nos ensinaram a trabalhar com dança”, disseram, “romantizamos muito”, e sintetizaram: “alimentamos uma competição que não é necessária”.
Então outra participante assumiu a fala e expôs suas dificuldades em conciliar maternidade, dança e as demandas que surgiram com a pandemia, falou da necessidade de nos fazermos ouvir em outros espaços e fechou comentando sobre estar sempre se questionando, necessitando de uma validação que não existe, a tão conhecida síndrome de impostora que em algum momento precisamos lidar nessa trajetória.
No chat disseram: “sinto que o nosso meio do tribal explora a criação de vídeo de forma muito limitada”, e mais para frente tornaram a falar da criação audiovisual como um campo de conhecimento que merece ser valorizado. Uma matéria disponível no blog Coletivo Tribal especificamente sobre gravação, foco e expressividade: “A dança na tela – Transportando o Espectador para o filme de dança pelo Efeito de Presença” foi sugerida. Então, a participante seguinte tornou a falar sobre marketing digital, publicidade e todo o mundo virtual que existe para além das redes sociais, como o Google Business, a importância da criação de um site.
Uma das participantes tornou a falar de aceitação, autocrítica e autoimagem e então comentaram sobre o tribal, para além da liberdade do movimento, ser também sobre liberdade do corpo e da imagem. Eis que ressaltam “em números, o padrão fit vigora”. A participante seguinte falou sobre engajamento, sua visibilidade e alcance nas mídias enquanto criadora de conteúdo. E então outro participante tornou a pontuar sobre “o preço a se pagar ao almejar querer ser ou estar entre as grandes”, a necessidade de foco, disciplina e também, terapia. No chat, salientaram: “estamos sim construindo algo grande aqui, isso é construir história”. A próxima a falar ressaltou os acessos que a crise nos possibilitou ao nos forçar a olhar para o virtual, como por exemplo a necessidade da construção de um portfólio online.
Então a pauta se voltou sobre o cenário internacional como um parâmetro de sucesso e a necessidade de olharmos à nossa volta, para os nossos, em ocupar primeiro o nosso próprio território, às redondezas, e como o virtual tende a nos empurrar para o internacional, ainda mais considerando que a produção de mídia no Brasil ainda é um tanto escassa. Por fim, tornaram a falar sobre aproveitar a crise e os questionamentos atuais ao estilo para divulgar e incentivar o que produzimos em solo nacional. A participante encerrou sua fala com uma citação poética do filme biográfico de Pina Baush (2011): “as situações, é claro que te deixam absolutamente sem palavras, tudo o que você pode fazer é insinuar, as palavras não podem fazer mais nada do que apenas evocar as coisas, é aí que vem a dança.”
Outra participante aproveitou para falar sobre como se sentiu enganada com a publicidade de alguns cursos online, mas em contrapartida se deparou com bons cursos oferecidos por profissionais como Lukas Oliver e seu programa Power Shimmy, assim como Gilmara Cruz e a introdução ao Dark Fusion, defendendo o oferecimento de aulas gratuitas como uma “amostra de didática”.
O evento passou do horário e encerrou às 17h20. Antes do participante citado inicialmente trazer sua fala com suas reflexões sobre toda a discussão, uma outra participante falou sobre a demanda de mídias não ser uma necessidade isolada do campo da dança, da importância de se atualizar e seguir as tendências ainda que tenha dificuldades ao longo do processo, e também da integração das artes do corpo e performance como uma linguagem artística híbrida, “as coisas estão mudando”. Disse ainda que chegou a ouvir que “teatro na internet é cinema de má qualidade”, típico argumento de pessoas que apresentam certa relutância em se atualizar e seguir as tendências. A mudança do Facebook para Meta também foi colocada. E concluiu relatando que recebeu um convite inesperado da própria Zoe Jakes no privado para fazer uma aula online, repetindo a velha e conhecida frase “quem não é visto, não é lembrado”.
Sábado, 06 de Novembro de 2021
Integrantes da mesa mediadora: Aline Muhana (RJ/SP), Ana Clara (AL) e Raquel Ottoni (MG)
Tema: Dinamismo do Ensino-Aprendizagem em transição do online para o presencial
Relações entre transmissão de conhecimento, conexão professor-aluno e qualidade de conteúdo na era digital
Existe liberdade de posicionamento político dentro das relações de ensino e aprendizagem?
Como as leis de fomento à arte impactaram o ensino de dança tribal on-line no Brasil? Você teve acesso a essas aulas? Qual foi a sua experiência?
A possibilidade do contato virtual com praticantes de outros países possibilitou o estreitamento de relações entre a comunidade brasileira e demais comunidades latino-americanas? Como foi o seu contato?
O reconhecimento das várias vertentes da dança tribal está sendo abordado e estimulado durante o ensino? Quais conteúdos importam na sua aula? Como proporcionar uma educação emancipatória para o estudante, valorizando sua individualidade e processo artístico?
Discussão da reunião
O evento teve início com 20 participantes, seguido 5 min de tolerância de atraso, o GT se apresentou e em seguida fizeram a apresentação do tema e os tópicos em slides, reforçando a necessidade de se ater a cada tópico dentro do tempo sugerido para que a discussão conseguisse abranger todos os temas.
A primeira participante a falar relacionou o tema com a discussão anterior, alegando o grande foco da cena tribal na transmissão de conteúdo e ensino. Ela falou sobre o grande boom do início da pandemia e distanciamento social, de acordar de madrugada e dançar com pessoas de todo o mundo. Lamentou a inauguração de seu espaço físico em meio a este período e comparou a experiência do online com a experiência superficial de aprendizagem nos workshops estilo masterclass, onde não se tem um aprofundamento do conteúdo.
O próximo participante relatou sua experiência com as fitas de vídeo, DVD, e como o digital sempre intermediou sua relação com a dança. Novamente, falou sobre os custos e investimentos em tecnologia para conseguir dar uma boa aula online. “Ela precisa de alguma forma ser uma experiência para os alunos, para se conectarem, preparar seu espaço, estar totalmente equipado, prestar atenção ao contraste da roupa.”.
Em seguida, outro participante compartilhou sua visão especialmente sobre a cena local, comparando ao exterior, em como se adaptaram com mais facilidade lá fora, “detenção de poder, capital, pras norte-americanas é mais facilitado”, incitando questionamentos: que tipo de conteúdo estamos produzindo? Tutoriais?
No chat relacionaram oportunidades vs seleção das aulas. A carta aberta de Donna Mejia sobre o Transcultural foi citada, “o estilo já veio com essa coisa da troca, entre países e profissionais do mundo”. Citaram também a Datura Online e as possibilidades do virtual enquanto facilitador para a comunicação, o diálogo e as conexões.
Então a participante seguinte criticou o uso da câmera fechada, falou sobre tentar se aproximar de uma experiência presencial, de oferecer a aula ao vivo e ficar desconfortável com a disponibilização da gravação, de como intimida os participantes inclusive a compartilhar abertamente, de presenciar caso de violência doméstica e de ter alunos estilo "voyeur", que só está lá para assistir. Citaram ainda os 4 pilares da educação segundo a Unesco: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a conviver e aprender a ser.
“Esses contratempos cotidianos é muito mais potencializado quando se tem filhos”, disseram. Então uma participante foi convidada a falar do cenário norte-americano considerando que é onde mora e trabalha atualmente. “Elas também tiveram suas dificuldades”, Raquel Brice, por exemplo, optou por não oferecer seu programa de imersão para novas participantes online. Em contrapartida, Mardi Love, que normalmente não é tão ativa nas mídias sociais, lançou um programa de aulas online Isolations in Isolation que teve alta adesão. A participante também optou por não ministrar aulas online com um filho em casa, com receio que as alunas pudessem se incomodar, contradizendo a ideia de espaço organizado que outro participante havia colocado. A falta de rede de apoio, conflito com os horários de escola foram outros assuntos debatidos.
Passaram então para o tópico seguinte, organizando o tempo para que todos os assuntos fossem discutidos. Um dos participantes tornou a falar, relatando que optou por aulas gravadas para evitar interferências e ruídos externos como vizinhos e animais de estimação. Falou então da vantagem de usar espaços virtuais próprios para aulas online ao invés das redes sociais, e disse ainda sobre se auto-gerenciar, empreender e administrar a dança como um negócio. No chat, as conversas seguiram fluindo: “quando no presencial, ficamos dependentes de espaços e apoio para também ter uma qualidade que gostamos de proporcionar aos nossos alunos”, “confesso que a aula gravada me ajuda, em outras danças, na autonomia, pois faço no meu tempo e ofereço até mais gás”. O participante falou também da responsabilidade de entregar conteúdo, mas que o aluno também precisa ter um compromisso para estudar de casa. Finalizou abordando o tópico seguinte, sobre liberdade de posicionamento político.
Outra participante tornou a falar de desigualdade social, acessibilidade, que tudo é política, relacionamento, diálogo. De saber as necessidades e dificuldades dos alunos. “Tá difícil, impossível viver no Brasil e falar de política”. Ética também é política, não falar mal de outras professoras, alunas, respeitar a diferença de corpos: “conteúdos conceituais, procedimentos, atitudinais, considerando a experiência da educação em dança para além da transmissão de conhecimento”.
Falaram também sobre a crítica em cima de corpos masculinos, “homem tem que dançar diferente”. O participante criticou também a isentabilidade política e a responsabilidade que o professor carrega ao emitir um posicionamento em aula. “Eu penso que o corpo já é político, se uma mulher gorda, por exemplo, já está ali e fala que não se sente confortável com seu corpo, ela mesma já está se posicionando diante de toda a sociedade que impõem padrões. Penso que é impossível não associar. Não é toda mulher que vem fazer aula comigo. Por que não me posicionar politicamente então?”. Uma das participantes chocou e emocionou ao relatar sua experiência como aluna num ambiente machista, com um professor assumidamente nazista e facista, relacionando com a dança, em exigir seus direitos. “A questão é que há uma grande confusão sobre o que é liberdade de posicionamento/expressão com descriminação e ignorância”, disseram no chat.
A participante seguinte recomendou uma dissertação sobre as questões feministas no ATS, “Estilo tribal americano de dança do ventre: algumas questões e princípios estéticos, técnicos e composicionais”, por Maria Beatriz Ferreira Vasconcelos. “Acho que a política/ética ainda pega as questões que tanta gente quer fugir e que abrangem também a apropriação cultural, movimento decolonial, preconceitos”; “quando entrei no Tribal, entrei porque falaram que faria uma dança da contracultura, desde então, penso no que político nessa dança?” Vivo a pensar…”, disseram no chat.
Outro participante recomendou o filme Maringuella. “O que sua Dança convoca nos tempos de agora? Minha orientadora sempre faz essa pergunta”. Não conhecer também é político. “Acho importante lembrar que opinião não substitui estudo, falar de política baseado em post de Instagram é bem complicado”; “Porque dar aula numa universidade é diferente de dar aula numa escola de Ballet, num studio de Yoga ou numa periferia” foram algumas das falas trazidas no chat.
Já no tópico seguinte, o próximo a falar incentivou o uso de editais públicos, “é quantitativo, precisamos mostrar nossa arte”. Então uma participante falou sobre sua experiência falha com os processos burocráticos de editais, prazos e custos, enquanto outra participante relatou que falaria o dia todo sobre leis de fomento ao tribal, leis de incentivo, e citou Helena Katz, “edital é paliativo”, falou ainda sobre apropriar-se de mecanismos existentes, do “canibalismo” na dança, de como o capital gira entre as mesmas pessoas, numa pequena bolha, como construir um público, fluir com o estilo, e concluiu: “nem todo mundo precisa aprender a dançar para apreciar a dançar”.
“Professor lida com um tipo de conhecimento, edital lida com outro, o do produtor cultural”, colocaram. Citaram também a Caravana Tribal Nordeste 2021 como um evento descentralizado que fez uso de edital público. A participante seguinte falou sobre o privilégio de gostar de ler e estudar, o que a ajuda a entender os editais. “Ser artista não é só aula e festival”, disseram. “Precisamos de uma dose de autoestima porque já ouvi artistas e professoras maravilhosas com medo de mandar projeto”. É possível viver de edital? “As normas técnicas são para excluir mesmo.”
Outra participante pontuou: “o edital precisa ter uma contrapartida potente, isso para também pela acessibilidade no interior de formação de plateia, libras, audiodescrição.” O próximo participante falou sobre o tempo e a pressão de esperar os prazos dos editais. “É trabalhoso e é frustrante quando não é aprovado. Mas ainda assim demonstra para os órgãos de fomento que é preciso ter mais verba.” E então, concluíram: “Os editais abrangem aulas, oficinas, vivências, criação de espetáculo, videodança, documentário, pesquisa, livro, manutenção de espaços e coletivos, ações, congressos, festivais…”; “Ninguém é obrigado a se inscrever nos editais, só acho que a gente tem que entender que essa possibilidade existe”.
O chat teve um grande engajamento com conversas paralelas. Às 16h17, no meio do evento, chegamos a 25 participantes. A próxima a falar e criticou a falta de organização e profissionalismo na cena tribal quando comparada à “tradicional” dança do ventre. Falaram também sobre a dificuldade de inclusão no estilo. “O que é uma das minhas críticas no meu tcc: a linguagem excessivamente rebuscada, prejudicando a população interessada. As pessoas quando acesso não compreendem, dando brecha para outros que compreendam melhor”.
Já caminhando para o final, o GT citou os últimos tópicos de discussão, então a participante seguinte versou sobre sua experiência com praticantes de outros países, especialmente na América Latina, e o contato com a língua espanhol. “Essas redes online pode ser um evento calendarizado visto também o custo ser menor e nos proporcionar essa rede.”
A participante seguinte falou sobre dicotomias, de não precisar se prender à harmonia, e fez um carinho sobre a nossa representatividade, nosso jeito de fazer na dança, da importância de estarmos em rede, que não podemos nos inferiorizar, que estamos fazendo isso lindamente. Então falou sobre o estreitamento de relações com comunidades latinoamericanas e danças originárias, como a dança indiana e também a própria dança do ventre. “E um adendo: o tribal tem uma preocupação para o embasamento teórico que muitas vezes falta em outras danças.”, disseram no chat.
“E as fusões com as nossas danças nacionais marginalizadas? Funk, piseiro, samba. A gente fala do preconceito com dança do ventre, e até onde a gente tem preconceitos em conhecer as nossas?” indagaram. “As tendências nas redes sociais acabam por abafar as propostas de fusões brasileiras.” disseram no chat, então citaram o trabalho de Alana Reis e sua fusão com carimbó. Destacaram também as performances de Michele Coelho com músicas músicas e estéticas brasileiras no norte global.
Outra participante falou sobre o dark como vertente e os preconceitos enraizados, “o Brasil é referência em Dark há muito tempo e não sabemos disso. Falta diálogo, troca de informações, união na cena nacional.”. Então comentaram sobre a live com Rachel Brice organizada pelo Coletivo Drusa em que perguntaram a ela “o que você acha da apropriação cultural?”, ao que ela respondeu: “por mim vocês tomavam o tribal para vocês!”.
Faltando 10 min para encerrar, as pessoas começaram a deixar a sala para atender outras demandas. O GT fez sua fala final e, por fim, pediram que a equipe de produção se apresentasse também, brevemente, seguida as despedidas e agradecimentos ressaltando que no Fórum temos espaço para todos.
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