Fat Chance Belly Dance em conjunto com Project Shimmy lançam The ATS® Vocabulary Flowcharts, uma espécie de catálogo do vocabulário do ATS® em fluxogramas bem ilustrativos.
Nossa segunda parte da entrevista com a bailarina de João Pessoa, Paraíba: Kilma Farias! Nossa bailarina conta-nos sobre o desenvolvimento da Caravana Tribal Nordeste,os 10 anos da Cia Lunay através do espetáculo Axial, esclarece o Dark Fusion Brasil,sobre seus projetos atuais e muito mais! Corra e leia para saber ;)
BLOG:
O evento Caravana Tribal Nordeste(CTNE),
sob direção e produção sua , de Bela
Saffe, Cibelle Souza e Aquarius
Tribal Fusion (ATF), é um dos eventos que se destaca no país, unindo quatro
cidades nordestinas durante o ano. Conte-nos como surgiu a idéia do evento, sua
proposta e objetivos, organização e elaboração deste,bem como a repercussão do
mesmo para a comunidade tribal quanto para seu público no Nordeste Brasileiro.
Vocês tem pretensão em ampliar o alcance dos estados do nordeste que se
envolvem com o evento?
A Caravana veio com tudo em 2010, e o
objetivo principal sempre foi difundir e fomentar a pesquisa do Tribal Brasil. Sendo um evento
itinerante, a Caravana estava a cada
dois meses em uma cidade diferente, entre João Pessoa, Natal, Salvador e
Recife. Os eventos continham workshops de tribal, oficinas de danças populares
e show.
A ideia surgiu quando estávamos eu e Bela
conversando na recepção da Bele Fusco
em São Paulo. Na ocasião eu estava ministrando um workshop de Tribal Fusion e
antes de começar, troquei uma ideia com a Bela
que me contou que também amava as fusões com danças afro-brasileiras. Daí
então, pensamos na possibilidade de um festival onde pudéssemos convidar as
pessoas a produzirem seus trabalhos nesse contexto. E de muitas conversas
surgiu a CaravanaTribal Nordeste. Outro dia, em minha
casa, em João Pessoa, a Alê Carvalho,
do Aquarius, se propôs a escrever o
projeto e daí com ele pronto colocamos em prática. Convidamos a Shaman, que aceitou o convite, e
começamos a trabalhar.
O
primeiro ano foi dureza porque fomos aprendendo com os erros e, mesmo assim,
realizamos 4 edições e uma especial com a presença de Sharon Kihara e Bele Fusco.
Também produzimos documentários para que as praticantes de outras regiões do
Brasil tomassem conhecimento do que estávamos realizando aqui por essas bandas.
O segundo ano foi bem mais tranquilo, inclusive aqui em João Pessoa, consegui
aprovar projeto pelo Fundo Municipal de
Cultura (FMC), o que possibilitou pagar excelente cachê a cada professor,
ao documentarista, iluminador, arte e divulgação, etc.
Em 2012
tivemos uma mudança. A Shaman se
despede da Caravana e passa a
realizar o Shaman’s Fest. A Bela Saffe, em Salvador, também passou a
trazer convidadas internacionais. Em Recife e João Pessoa continuamos com a
mesma proposta de pesquisa do Tribal
Brasil e sempre que possível participamos da edição de Salvador, a exemplo
da edição com Mira Betz.
Todas as
colaborações são muito bem-vindas. Ano passado a Nadja El Balady esteve na edição de Recife ministrando aulas e
contribuindo com a pesquisa do Tribal
Brasil. Ou seja, basta querer fazer parte :)
Não estamos buscando ampliar, envolver outros
estados do Nordeste nem de outras regiões do Brasil. Mas se isso
acontecer espontaneamente será muito bom. Em Fortaleza temos parceiras,
no Maranhão também, mas não chegaram ainda a proporem sediar uma
Caravana. Por enquanto seguimos sem pressa, curtindo os estudos e
descobertas do caminho.
BLOG: O
espetáculo Axial, sob direção e
produção sua, teve uma boa repercussão no meio da dança, em 2012. Conte-nos o
quê a inspirou para a formulação da parte conceitual e do roteiro do
espetáculo. Como foi o processo de elaboração das coreografias e figurinos, bem
como a repercussão do mesmo?
Quando pensei
em Axial, queria trabalhar com essa
ideia de que no Tribal Brasil da Lunay
o eixo central são nossas danças populares e afro-brasileiras. Ao mesmo tempo,
por ser os 10 anos do grupo, queria algo diferente, inovador. Para tanto
convidei o professor Guilherme Schulze
da UFPB, PHD em Estudos da Dança, para trabalhar conosco. A vida nos traz doces
surpresas. E para minha surpresa, ele aceitou. A linha de pesquisa de Guilherme está centrada em Laban. Ele iniciou conosco o estudo dos
Fatores de Movimento e todo o corpo da Lunay
foi se trabalhando de uma maneira nova. Paralelamente, as oficinas de danças
populares e dos Orixás acontecia para nos dar matéria-prima para a construção.
Abordamos Iansã, tempestade, jongo, zumbi de palmares, rainha Nzinga, o maracatu,
a capoeira, as danças afro e o próprio Tribal
Brasil.
O figurino é sempre uma tarefa para Jaqueline
Lima, que pesquisa e estuda cada influência do que estamos nos propondo a
falar sobre e transforma em arte.
BLOG:
Como surgiu o estilo Dark Fusion Brasil?A
união entre a fusão obscura e introspectiva do dark fusion com o dinamismo e alegria festiva das danças populares
brasileiras que, aparentemente parecem ser antagonistas?Estas danças podem
coexistir de forma harmoniosa? Como alcançar tal equilíbrio? Sob sua óptica, o
quê é dark fusion?
É que nem
toda dança popular ou afro é festiva e alegre. Existem muitas danças
ritualísticas, sombrias, que se assemelham ao estilo Dark: torés, juremas,
danças de cura, de incorporação, até a capoeira pode trazer um ar sombrio.
A
primeira vez que parei pra pensar nisso foi quando Ariellah me viu dançar na Flórida e disse: “Nossa! Você trabalha o
Dark muito bem!!”. E no meu entendimento aquilo que apresentei não era dark, era Tribal Brasil. Foi quando passei a investigar as intenções do corpo
que dança e facilmente percebi que há espaço para celebrar, chorar, sonhar,
odiar, amar.Ttudo vai depender da proposta. Numa tentativa de diferenciar,
trouxemos o termo Dark Fusion Brasil.
São as “sombras” brasileiras retratadas à luz do Tribal.
Como
exemplo cito essa coreografia “Fio do Tempo”, onde as 3 parcas que tecem o fio
da vida são traduzidas pela poesia de Clarice
Lispector num jeitinho bem Dark Fusion
Brasil:
BLOG:
Você é uma das bailarinas do corpo inicial de tribaldancerse coreógrafa da Cia Dancers South America(DSA),formado
em 2010, dirigida por Adriana Bele Fusco.
Como surgiu a oportunidade de fazer parte do DSA ? Comente como foi coreografar um grupo tão amplo e
diversificado como este. Qual é o processo de criação para as coreografias de Tribal
Brasil neste grupo ?
Coreografei
até 2011, desde então não estou mais no DSA. Foi uma experiência maravilhosa
onde pude lidar com diversas profissionais do nosso país e da América Latina. O
convite veio em 2009 da Adriana Bele
Fusco, pessoa muito querida por quem tenho muito respeito e carinho. Após o
evento Tribal y Fusion em São Paulo,
ela me convidou para coreografar o grupo que então surgia. Eu indiquei cada
participante da equipe de Tribal e me dediquei a coreografar, juntamente com Mariana Quadros.
Tivemos lá nossas dificuldades justamente por estarmos trabalhando com
personalidades tão diferentes; com sonhos e necessidades tão diferentes;
estilos de dança diferentes. Mas acredito que tenhamos feito um bom trabalho
juntas, pois todas se doaram bastante.
As minhas
coreografias eram feitas no meu Studio, filmadas e enviados os links e arquivos
por e-mail. As integrantes estudavam, se filmavam e me enviavam de volta. Eu ia
orientando e a coisa ia tomando forma. Ao final do processo, ficamos 20 dias
concentradas na Bele Fusco para os
últimos ajustes.
BLOG:
Em 2010 ,você participou do evento internacional Spirit of theTribes, na Flórida, nos Estados Unidos. Conte-nos como
surgiu a oportunidade para dançar lá e qual foi a experiência em levar sua
dança no país berço do Tribal e um dos principais eventos de lá.Qual retorno e
repercussão você teve pelo público norte-americano? Quais aprendizados e/ou
vivências você adquiriu dançando, lecionando e estudando nos EUA?
O convite
veio pela produtora Maja Nile, onde
ela enviou uma carta convite para que eu participasse do evento levando o
estilo Tribal Brasil, no qual ela
havia se encantado. Na ocasião, o convite tinha sido para mim e João Cassiano, para que nós pudéssemos
também abordar os ritmos brasileiros e nossa pesquisa comparativa de Ritmos do
Oriente Médio e Afro-Brasileiros. Porém, o Cassiano
não podia ir, pois tinha outra agenda, mas eu aceitei o desafio. Foi nessa época
que comecei a estudar pandeiro, pela necessidade de demonstrar cada ritmo aos
alunos do evento.
A experiência foi nova e maravilhosa. Dividi o quarto com a Nanda Najla, que já estava indo ao
evento pelo segundo ano, e pudemos compartilhar nossos estudos de modo intenso.
Lá, tive a oportunidade de ministrar duas aulas de Tribal Brasil: uma focada nos ritmos afro-brasileiros e outra no
estudo de uma coreografia no estilo. Foi uma alegria muito grande ter tido a Anasma em uma das aulas, se mostrando
tão interessada sobre o Tribal Brasil.
Sabe aquele momento onde você pára tudo e pensa: “Nossa! Essa profissional que
admiro tanto está aqui em minha sala de aula, querendo saber da minha proposta
de movimento, sobre mim!! É sonho?”.
Fiz
muitos amigos, inclusive brasileiros que moram lá há certo tempo trabalhando
com dança.E também tive a oportunidade de fazer aulas com diversos
profissionais, a exemplo de Unmata, Tjarda,
Ariellah, a própria Anasma, Aepril Schaile,
a grande mestra Dalia Carella, Megah
Gavin e o saudoso e inesquecível John
Compton. Os shows também foram inesquecíveis. Dancei no palco principal os três
dias de show. Na primeira noite, ao som ao vivo da banda californiana Danyavaad:
E nas
noites que se seguiram, no Show de Gala com solo de Tribal Brasil, e um duo com a amiga Bela
Saffe. No último dia, fui convidada para ser jurada da mostra
competitiva, uma honra! As after parties,
os bastidores, as aulas, os passeios, o palco, as pessoas – foi tudo perfeito!
Voltando
ao Brasil, claro que o retorno foi o esperado: muitos convites para ministrar
aulas e repassar as “novidades” trazidas na bagagem. Eternamente grata a Maja pelo convite.
BLOG:
Como surgiu a oportunidade de ser colunista da Revista Nacional Shimmie e da internacional Fuse Magazine? Como você seleciona os temas a serem abordados em
ambas revistas eos desenvolve? Há
diferença de público entre elas? Caso ocorra isso, sua linguagem, temas a serem
abordados, enfoques e objetivos dos artigos mudam de um veículo de informação
para outro?
A Shimmie lançou em 2011 um concurso de
redação, participei e ganhei. Foi concurso público mesmo. Muitas vezes o tema
nos é dado, outras vezes sugerimos. O público da Shimmie é mais focado na dança do ventre, apesar de estarmos
falando em maioria para quem simpatiza e entende o Tribal, mas ainda é um
público leitor a cativar.
Já
com a Fuse, a editoria da revista
tinha meu contato, pois em 2010 eu dei uma entrevista para a Yallah Magazine (EUA), que assim como a Shimmie, é uma revista de Ventre que
abre espaço também para o Tribal. Daí entraram em contato perguntando do
interesse em escrever sobre um panorama da Dança Tribal no Brasil e claro que
aceitei. A diferença é que o público da Fuse
é totalmente voltado para o Tribal. A linguagem muda, claro. Pois já não há a
necessidade de explicar nomenclaturas, estilos, uma vez que o público dessa
última já vivencia o Tribal.
BLOG:
Em 2012, você lança seu segundo DVD didático de Tribal Fusion e Brasil, através
da Revista Shimmie e seu projeto Ventreoteca, que possui outros títulos
com bailarinas renomadas da dança do ventre nacional.Contudo,
este não foi seu primeiro DVD didático, o qual fora lançado em 2009. Há
diferenças entre um e outro?Quais?Como foi fazer parte do projeto Ventreoteca? Você acha que a introdução
de um DVD de tribal, que ainda é minoria dentre os de ventre nacionais, pode
possibilitar uma abertura para que outros DVD’s de tribal sejam produzidos pela
revista, até mesmo com outras bailarinas de tribal do país? Seria um sonho
muito distante termos um Box da Ventreoteca
somente de tribal ou um DVD performático só de tribal com nossas bailarinas
brasileiras?
Há muita
diferença entre os dois DVDs didáticos. O primeiro, de 2009, Tribal Fusion com Kilma Farias,
que teve a participação ao
vivo do DJ Chico Correa e do
percussionista João Cassiano, foi
resultado das minhas primeiras formatações de técnicas do popping para o Tribal Fusion, também dediquei alguns minutos para
trabalhar o Tribal Brasil nele. O Tribal:
Brasil &Fusion, da Ventreoteca Shimmie,
marca o início da sistematização do método de improviso coordenado no Tribal
Brasil. Nele também abordo o estudo do espaço em relação ao bailarino, dos
planos e níveis. Esse entendimento é resultado dos estudos do método Laban aplicados ao Tribal Fusion que vem
sendo desenvolvido desde 2011 como resultado das aulas que tenho participado a
partir de então com Guilherme Schulze
(UFPB).
Achei
muito importante sim essa conquista do Tribal, através dessa oportunidade
oferecida pela Shimmie e acredito
que, através dela, muitas bellydancers
passarão a conhecer o Tribal, ou a melhor entendê-lo e, porque não, praticá-lo.
Aprendi
ao longo do tempo que tudo na vida é possível. Por que não um projeto da Shimmie especialmente voltado para o
Tribal? Elas já demonstraram que têm um respeito imenso e um carinho enorme
pelo estilo. Já tivemos até uma edição Especial Tribal da revista!
BLOG:
Apesar de estar cada vez mais se consolidando e ganhando força, a dança tribal
ainda é recente no universo da Dança no país. Como a dança tribal está ganhando
espaço na cena acadêmica? E o quê você considera importante ainda ser
trabalhado no âmbito acadêmico para a dança ser mais valoriza e reconhecida?
Com
certeza é crescente o número de trabalhos acadêmicos tendo como tema o Tribal.
Acredito que justamente por ser uma expressão cultural recente, de vanguarda.
Em média, por mês, duas ou três pessoas entram em contato comigo para
entrevista, pedindo que eu fale algo sobre o surgimento do tribal aqui no
Brasil, ou na cena internacional, ou nos fundamentos do estilo, ou ainda sobre
o Tribal Brasil. Aqui em João Pessoa já presenciei diversos TCC’s e trabalhos
acadêmicos sobre o Tribal; alunas como Thâmara
Roque, Andréa Gisele, Isabela Almeida, Mônica Letícia, entre outras. E
recentemente o professor Guilherme
Schulze apresentou uma comunicação na ANDA em Salvador com o tema “Hibridançando”,
sobre o Tribal. Além de que no ContemDança,
grupo de estudo sobre videodança do NEPCênico-UFPB,
já produzimos duas videodanças tendo o Tribal Brasil como tema. Uma delas, Lua Nova, foi selecionada para o Dança em Foco de 2013; ainda estamos
comemorando.
Acredito
que quanto mais se discuta o Tribal no meio acadêmico, mais se fortaleça o
estilo e mais se difunda também. Acredito que estudos comparativos de outras
técnicas e estilos de dança com o Tribal Fusion seja um bom tema a ser
desenvolvido, assim como a análise de coreografias, visando identificar os
elementos contidos na fusão.
BLOG:
O quê você mais gosta no tribal fusion?
A possibilidade de reinventar o
estilo a cada novo trabalho. Poder adentrar em técnicas diversas para gerar o
novo. A pesquisa, a experimentação, a construção. Perceber que não há fim em si
mesmo, que quanto mais produzimos, mais descobrimos novos rumos. As fusões
tribais são apaixonantes, múltiplas. Isso me pegou desde o primeiro instante.
BLOG:
O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Para alguns que moram longe dos
grandes centros urbanos, falta professores e praticantes para trocar
informação. Para isso existe a internet e hoje até grandes bailarinas como Rachel Brice oferecem aulas online.
Faltam
lojas especializadas na cultura Tribal, mas para isso existem os ateliês
virtuais que fazem figurinos por encomendas. Também podemos encontrar figurinos
a preços maravilhosos no eBay.
Muitas
vezes falta respeito e tolerância entre membros da comunidade tribal, mas
infelizmente isso acontece em todo meio social. Contra isso existe a união
sincera entre profissionais que se respeitam e que se alegram com a conquista
do outro porque estão vacinados contra a inveja que destrói; se alegram
imensamente com a conquista do estilo Tribal através da profissional A, B ou C.
E que essa postura acabe por contaminar a todos, gerando lindos frutos.
Como já
deu pra perceber, em minha opinião não falta nada. Tudo é possível para aquele
que quer.
BLOG:
Como você descreveria seu estilo?
O estilo
que mais pesquiso é o Tribal Brasil,
justamente por entender que seja uma contribuição mais valiosa dentro do que
posso proporcionar, por aliar meu trabalho anterior com danças populares e
afro-brasileiras. Isso aplicado à Lunay.
Meu
estilo solo é múltiplo, vai desde o dark fusion
ao vintage; e ultimamente tenho
estudado bastante o Tribal Contemporâneo. Ou simplesmente deixar a dança acontecer
sem me preocupar em definir estilos. A expressão, a intensão e o sentimento são
o estilo.
BLOG:
Como você se expressa na dança?
Utilizando a técnica anteriormente aprendida para expressar minha
emoção, ideia ou conceito. E assim vou pintando essa tela em 3D, equilibrando
cada movimento, pontuando, traçando linhas e me divertindo com tudo isso. Assim,
busco materializar minha verdade dentro de determinado tema abordado, aliando
técnica e emoção.
BLOG:
Quais seus projetos para 2013? E mais futuramente?
O grande
projeto desse ano é o SIX, da Shimmie. Poder estar entre uma das seis
maiores expressões do bellydance da
atualidade é um reconhecimento sem igual. E tem sido um sonho trabalhar com uma
equipe tão profissional, de produção, músicos e colegas de palco. Teremos uma
visibilidade maravilhosa para o Tribal que ainda não posso contar em detalhes.
Paralelamente
escrevo meu livro “Tribal Brasil: Identidade no corpo” e participo de dois
cursos de extensão na UFPB enquanto as aulas de licenciatura em Dança não
iniciam. São eles: Técnicas da Dança
e Composição Coreográfica; e vídeodança.
BLOG: Improvisar
ou coreografar?E por quê?
Os dois!Coreografar
é maravilhoso, inclusive didaticamente, pois aprimora os fazeres do corpo,
limpa a técnica. Improvisar é uma descoberta de nós mesmos. Quantos gestos maravilhosos
surgem do improviso, além de que nos deixam à vontade para curtir o melhor da
dança. Sempre que possível, mesmo coreografando, deixo espaços para um bom
improviso dentro do solo.
No Tribal
Brasil, desenvolvemos o improviso coordenado e passamos a absorver o improviso
como técnica para dançarmos em grupo.
As duas
técnicas são complementares e devem ser praticadas diariamente.
BLOG:
Você trabalha somente com dança?
Hoje sim. Posso dizer que a dança me escolheu para servi-la. Se escrevo,
é sobre dança. Se pesquiso, é sobre dança. Se busco estudar algo novo, é dentro
do universo da dança, do movimento, da arte. Vejo dança em tudo: num filme de
ação, numa paisagem, em um sorriso, nos movimentos de um bebê, nos carros, nas
luzes da cidade. Até a afetividade, para mim, é uma dança. Você se entrega ao
outro, se retrai, ri, chora, e tudo isso compõe uma belíssima dança.
Claro que também sou produtora cultural, secretária, diretora da minha
escola, faxineira. Mas isso tem um único propósito: proporcionar organização
para que a dança aconteça.
BLOG:
Deixe um recado para os leitores do blog.
Dance, não como se fosse o seu último gesto no
mundo, mas como se fosse sempre o primeiro. Buscando descobrir um caminho novo
para o braço, para o quadril, escutando o que vem de dentro, percebendo suas
reais possibilidades e transformando tudo isso em comunicação. Sinta com todo o
corpo; sinta com os pés, com os seios, com as costas, com os cabelos e deixe
que cada parte comunique ao todo sua verdade. A dança que me emociona é aquela
que transcende a estética, transcende a matéria, porque começa primeiro na nossa
alma. E esta, por sua vez, se comunica com o mundo exterior através do corpo
que se utiliza, ou não, da técnica. Dancemos a vida!
Entrevista com Nadja El Balady (RJ) ao Blog da bailarina Nilza Leão esclarecendo alguns conceitos básicos sobre o estilo tribal , com o enfoque principal na sua base, o ATS®. Uma entrevista muito bem embasada e rica em argumentos. Vale a pena conferir!!
A bailarina Crys Eda (SP) demonstra uma ótima habilidade e controle motor e muscular na dança. Uma das bailarinas com melhores flexibilidade e leveza no Brasil. Além de uma técnica muito refinada. Atenção para os quebrados de quadril e ondulações de barriga ao mesmo tempo *---*