Entrevista # 16: Bety Damballah

 

Nossa entrevistada do mês de abril é uma bailarina de Curitiba, Paraná! Não só isso, uma referência nacional desde quando o tribal começou a se delinear no país. Com um estilo próprio, sempre levando a irreverência e o inusitado, Bety, diretora do Damballah, conta-nos sobre sua trajetória na dança  tribal. Vamos conferir? =)

BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal. Como tudo começou para você? 
Para primeiro contato com dança devo falar sobre a capoeira que tem definição dupla: dança e arte marcial. Meu pai foi um dos primeiros mestres de capoeira do sul do Brasil, assim, iniciei na capoeira com 5 anos . Aos 6 anos fiz minha primeira apresentação na TV. Aos 15 já lecionava com o grau de professora, mas não gostava , pois adorava “dança” com musica que eu gostava .. a dança dos filmes de cinema ... kkkk ... mas meu pai só tinha uma palvrava: capoeira .. kkk Assim iniciei no jazz somente quando pude pagar .

Iniciei no jazz aos 16 e fiquei por lá até os 19. Nessa época fazia aula com Ronald Pinheiro, grande nome da dança por aqui ; mas agora ele está na dança de salão.

Depois fui para a aeróbica e também lecionei e dancei muito. Foi uma época muito gostosa! Mas estamos no Brasil, local de modismos: por conta da lambada a aeróbica foi meio que ficando para escanteio e eu precisava trabalhar.  E não deu outra: dei aulas de lambada por dinheiro!! Eca!!! Kkkk E por incrível que pareça, foi onde ganhei mais dinheiro com dança: salas lotadas e fila de espera. Reflexão: “como o brazuca gosta de modinhas!”

Com o fim da lambada, eu precisava trabalhar e ganhar dinheiro como todos. Assim, entrei na área comercial . Reduzi meu contato com a dança para workshops e oficinas. Essa foi a época mais obscura da minha vida, pois seres dançantes sofrem muito quando não podem dançar/criar.

Adoraria fazer uma faculdade de dança ou de psicologia (que amo igualmente como a dança), mas as duas na época eram impensáveis para mim, as duas eram diurnas; e psicologia noturna era exorbitante para o meu bolso.

Assim minha formação foi em Administração com ênfase em Informática, por conta da área onde atuava que era Telecom. E por lá fiquei 15 anos . Meu último emprego nessa área foi na Embratel como gerente nacional. Onde com certeza me deixou desse jeitinho maluco kkkk ... eram muitas viagens, metas alucinantes e ambiente emocional insalubre.

Ainda em Telecom em 2000 iniciei meus estudos com a dança do ventre. Uma amiga que dançava lindamente (nunca em publico ou profissionalmente) me dava aulas particulares : Marcia Nicolaki . Ótimas aulas, ótimos papos .

Necessitava de um método, assim em 2002 fui para a escola Arte em Movimento de Dunia Benke (KK),
que na época veio morar em Curitiba. Era um espaço lindo, todo temático. Um lugar dos sonhos que me acolhia quando eu estava estressada do mundo corporativo. E a Dunia tinha um método realmente muito bom e sua dança, de uma introspecção e beleza ímpar. Mas um dia ela foi embora e continuei as aulas com outra professora do espaço, a Dionara Dipp, que tem uma didática ótima. Aulas bem montadas e em seqüência.

Adoro a dança do ventre, mas havia duas coisas que me irritavam profundamente: a maioria das músicas e os figurinos. Eu chegava em casa e praticava muito, muito mesmo ; até 4 horas de prática .. mas .. com as minhas músicas e pensava: “Por que não pode ser diferente??” Uma vez na net (aquela época não existia o Youtube), achei umas fotos de tribal. NINGUÉM sabia me dizer do que se tratava. Colhi alguns nomes e pedi para uma amiga que mora em Boston procurar alguns vídeos para mim e quando recebi o primeiro DVD do Awalin quase tive um treko: ACHEI A MINHA DANÇA!! Lilililililiiiiiiiiiiiiiii

Me arrepiei, meus olhos se encheram de lágrimas (parece piegas, mas bem isso que aconteceu, o tribal faz isso com a gente. Você acha que é você que escolhe a dança, mas não... acredite: Ela escolhe você!)

E fiquei com a Dionara até 2005, ano em que tentei minha primeira banca e reprovei; e também o ano de fundação do Damballah.

E para incrementar o tribal fiz o básico do flamenco em diversas oficinas; e quatro anos e meio de Barathanatyam com a mestra Tania Fraguas; e aulas trimestrais com a  mestra Patricia Romano.

Em 2009, veio finalmente a profissionalização em Dança Urbana Tribal . Detalhes desse dia aqui a partir de 4:30 no vídeo a seguir:



Não vejo o tribal sem a dança do ventre.  Assim considero que minha trajetória no Tribal começou lá em 2000.  Então tenho 13 anos na dança. Dançarina profissional DRT/PR 24466 ao seu dispor!! Lililililiiiiii

BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Todos estão em mim : Morgana – Espanha, Ariella – EUA, Sten Harper – EUA, Mariáh Voltaire (videodança),  Amy Secada  - EUA, David Middendorp – EUA,  Ailton Galvão, Eleonora Greca, Cristiane Wosniak, Olga Neneve, Octavio Nassur, Grupo Mundaréu, Wanderley Lopes, Rodrigo Mello, Simone de Dubai, Bernardo Stumpf, Regina Monticelli, Mel Brunetti, Dionara Dipp, Tânia, Dúnia Benke, Márcia Nicolaki,  Anthar Lacerda, Farida Fahmy – Egito, Yousry Sharif – Egito, Maiada – Argentina, Aziza – EUA, Magdy El-Leisy - Egito, Hossan – Egito, Ronaldi Pinheiro e Mestre Pernambuco, meu pai. 

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
A primeira foi o grupo americano Awalin. Depois o saudoso John Compton & Hahbi'Ru , que estudei a exaustão! Atualmente uso referências externas ao tribal para me inspirar, pois gosto do desafio da criação. Assim me inspiro em filmes, animações, velhas canções,histórias e estórias .

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
Em resumo: qualidade de vida. A vida corporativa estava acabando comigo e com as minhas possibilidades. Não existe nada mais triste do que anularem as tuas possibilidades.

BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
Aquela vozinha que fica sussurrando em teus ouvidos: “E por quê não??”


BLOG: O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação?Você acha que o tribal está livre disso?
1ª formação - 2005
O que prejudica a VIDA é a limitação, seja ela imposta ou residente. O quê te limita??? Se faça essa pergunta honestamente e tente desfazer essa limitação de peito aberto e com humildade. Não tem como dar errado. Seja na dança, qualquer uma delas, ou na vida em geral.

BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou no tribal ? Como foi isso?
Se sofri não estou sabendo ... kkkk ... Tudo depende em que vibração você está sintonizada. Olha, estresso tanto todas as minhas possibilidades que não consigo saber se as que deram errado foram por preconceito ou incapacidade minha.

BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Frustrações ... claro .. e acontecem a todo tempo, principalmente se o norte dos seus colegas não for a ética ,mas aí, de quem é o problema?? Não é meu. E indignação também, a todo tempo, vemos coisas acontecendo.  Colocamos a boca no trombone nas redes sociais, exaurimos a “raiva” e voltamos ao trabalho. Faz parte.


BLOG: E conquistas?Fale um pouco sobre elas.
O principal da conquista é você manter um bom estoque de metas. Mas a minha primeira grande conquista na dança com certeza foi a profissionalização. A segunda foi a abertura do Estudio Damballah Tribal e Ventre; e a terceira ainda está por vir, que será a profissionalização em coreografia. Pretendo ser coreógrafa profissional. O que demanda um certo tempo e trabalho contínuo. Para saber mais vejam aqui: 


Falando em conquistas, gostaria de citar um dos resultados do trabalho de tribal que fiz com a Mariáh, que foi o videodança dela sobre tribal, o qual foi escolhido para ser exposto no Museu de Arte Contemporânea de Curitiba(MAC). Segue o link do videodança. Isso é muito importante,pois é a primeira vez do TRIBAL em um museu de arte contemporanea .



BLOG: Conte-nos como surgiu o Damballah, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.
O Damballah surgiu em 2005, juntamente com minha filha Mariáh Voltaire, que tem sua formação em tribal somente comigo. Damballah é o deus serpente da sabedoria no Haiti. Escolhemos esse nome pela força que ele sugere. Posteriormente descobrimos que esse deus existe em diversas culturas, mas com outros nomes como Oxumaré e São Patrício. A Cia na primeira formação era um grupo de amantes da dança, depois de alunas e agora de almas afins!


BLOG: Conte-nos sobre suas fusões tribais com o sub-gênero de ficção científica conhecido como Steampunk? Como surgiu seu gosto por tal estilo e o porquê da fusão?
Sempre gostei de fantasia (o improvável tornado provável), Ficção (o improvável tornado possível), Distopia (futuros alternativos mostrando uma utopia negativa) e tbem o SCI-FI (que é o amor ao que está por vir). Por conta disso sempre estive no meio de grupos com o mesmo gosto. Primeira vez que fiz essa mistureba foi num evento Startrek, onde todas as alunas foram de ET’s de diversas castas (damballah também é “cultura”, pois elas tiveram que pesquisar para compor seus personagens) . Só depois conheci o Steampunk e desenvolvi o personagem Mrs. Damballah. Juntar tudo isso com o tribal foi quase que “matemático”!! kkkkkk


Startrek 
 http://www.youtube.com/watch?v=GV-H3R3Lws8 
Steampunk primeira foto novela brasileira 
 http://www.youtube.com/watch?v=Ehm8RJ8KVwo
Steampunk Coreografia Carnivalle 
 http://www.youtube.com/watch?v=7D_mZbakUrU

BLOG: O Damballah é um grupo um tanto inusitado e irreverente, pois vemos isso nas apresentações de vocês em eventos que reúnem fãs de Startrek, Steampunk( já mencionado anteriormente), performances bem peculiares, como a apresentada no Gothla BR 2012, entre tantas outras façanhas. Como o público reage a esse tipo de fusão, vezes beirando ao irreverente, inusitado, cômico, sarcástico e também indo ao universo dos cosplayers? E como é o processo criativo para tantas ideias diferentes e intrigantes?  
Vou lembrar da nossa primeira apresentação em 2005 que foi um “fracasso” ... kkkkk ... ficou um silêncio interminável .. aí umas palmas esparsas, como naqueles filmes de comédia. Só faltava um grilo fazendo cri-cri para compor a cena!! KKK ... Só lembro de ter pensado: “Phoda-se!! Continuarei dançando!!” kkkkkkkk
 
Formação atual

O processo criativo é lento. Às vezes levo 4 meses para montar uma única coreografia, pois elas TEM de ser  técnicas, com muitas sobreposições e poucas repetições. E a escolha da musica é um caso a parte. A musica do Gothla BR por exemplo:


COREOGRAFIA SOLO LAPSO
O que se passa nas profundezas do sentir? Existirá sentimento nas profundezas do abismo? O coração está morto, mas não desde sempre ... SOU um demônio que por um LAPSO de tempo ‘sentiu’ . A música tinha que ser atemporal ou anacrônica .E deu trabalho viu ... A segunda eu já tinha em mente,mas a primeira  fiz uma boa pesquisa de quase 3 meses ; ouvi mais de 200 musicas  e finalmente escolhi  três. Editei essas três (de forma que ficassem meio doentias em relação a letra) e mostrei para algumas pessoas. E essa foi a escolhida!!!  Na edição usei mais 4 horas de trabalho.

BLOG: O Hafla do Dia de Los Muertos do Studio Damballah é um dos temas favoritos do grupo e também da maioria das bailarinas tribais. Então, na sua opinião, qual a ligação ou conexão do tema para com esta dança.
É uma celebração mexicana para os mortos, relembrar o que se foi e firmar isso . Não é essa a base do tribal?? O encontro e a transformação?? Tem tudo haver!O Hafla temático foi uma criação da Mariáh Voltaire e não dá para dizer que “Dia de Los Muertos” é nosso tema favorito, já que fazemos haflas a cada trimestre e todos são temáticos. Só resolvemos manter o Dia de Los Muertos todos os anos. Mas já fizemos:
I Deuses do antigo Egito
II Dia de los muertos
III Espíritos das florestas
IV Divas do cinema
V Dia de los muertos II edição


BLOG: Quem conhece o Damballah, costuma ouvir os jargões do grupo: “Dark Side Of Harem” e “Saia do Matrix!”. Comente sobre o sentido dessas expressões para vocês; quê mensagens de indignação/ protesto vocês querem passar com elas para a comunidade de dança do ventre e tribal?
Só queremos mais crescimento. E agora criei novos .. até slogans .. alfinetando com classe, kkkkkk

·         Só quem sabe uivar encontrará sua matilha ... Lilililiiii
·         Devolvemos cada real investido em técnica, suor e dança
·         Damballah – aulas laicas de tribal (não gosto daquela coisa ritualística), desenvolvendo suas conexões sinápticas
·         O tribal tem um plano para você. .. venha para o dark side do harem
·         Ambiente livre de purpurina
 
Saudação Tribal do Damballah
Na real, uso essas frases e slogans como uma forma de mostrar certas diferenças na condução do nosso trabalho sem precisar brigar com ninguém. A mensagem sempre chega onde tem que chegar.

BLOG: Comente sobre as Avaliações Semestrais do Studio Damballah. Como surgiu a idéia da mesma e como é o processo de avaliação criado por vocês?
A idéia não é minha. Meu pai fazia as mudanças de cordéis na capoeira onde havia uma avaliação . Só
Formação 2007
adaptei. Avalio até 22 itens, na verdade é um “raio-x da dança” e técnica do avaliado, de acordo com o seu estágio. Forneço algumas musicas, a pessoa tem duas semanas para escolher uma música e criar algo em cima. No dia da avaliação filmo a coreografia e também o improviso que é feito com uma música surpresa. Sempre com uma musica inusitada. Nada dessas musiquinhas ditas “tribais”. Além das alunas Damballah, tenho avaliado dançarinas de outras cidades e estados. Como é um “raio-x” você saberá exatamente onde precisa mexer e apurar a técnica. Terá essa avaliação impressa e mais o vídeo das suas duas performances. Quero nossas alunas avaliadas e que sejam agentes de mudança na cena tribal.

BLOG Você foi uma das primeiras bailarinas do Brasil a se envolver com o estilo tribal. Como eram as informações sobre o estilo na época em que você começou a pesquisar? Como era visto a dança tribal naquela época e como hoje ela vem se apresentando na cena brasileira?
Formação 2006
Já comentei lá encima e acrescento que ela será vista da forma que apresentarmos. Já ouvi pessoas dizendo: “Aqui na minha cidade ninguém gosta/conhece”. Adoro cidades onde ninguém gosta/conhece, pois terreno fértil é aquele que nunca foi usado né não?? Desde o inicio fechamos uma média de 50 apresentações anuais.  Se você for perguntar antes,ninguém vai querer ver mesmo!! kkkk

BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion?
Adooooooro as possibilidades ; e essas são infinitas. Tribal vai bem com tudo: desde samba até musica clássica e inclusive sem nada! É perfeito!

BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
O mesmo que falta a dança do ventre: profissionalização na real, organização na real. Dêem uma olhada no hip hop, quase a mesma idade do tribal e onde ele está? E a dança do ventre, milenar ... É uma vergonha, que ainda esteja lá no cantinho .. jogada .. como “danças populares”. No que depender de mim, quero o tribal tão forte e mundial como o hip hop. 

BLOG: Como você descreveria seu estilo?
Pergunta difícil, não sei responder, pois gosto de muita coisa e sempre tento explorar as possibilidades que se apresentam.

BLOG: Como você se expressa na dança?
Me expresso mostrando um sonho ... Crio uma história maluca na minha cabeça e mostro ela em forma de dança para o Brad Pitt... quem fez workshop comigo sabe do que eu estou falando!! Kkkkkkkkkkkkk

BLOG: Quais seus projetos para 2013? E mais futuramente?
Para esse ano, estamos trabalhando num novo projeto (MARAAAAA) que ainda não posso comentar; mas continuaremos com as aulas, os haflas, os workshops por esse Brasil .

 E o mais importante, não posso esquecer, que estou atrás do meu DRT de coreógrafa, e por conta disso preciso de pelo menos um trabalho inédito por ano.

Estou voltando para a escola complementar minha formação (ad eternum). Este ano faço dois cursos na UFPR(Universidade Federal do Paraná) e as aulas começam amanha!! kkkk

ANÁTOMO-FISIOLOGIA BÁSICA APLICADA À DANÇA e

TEORIAS DO MOVIMENTO NA DANÇA 

Ambos com um ano de duração.

Explicando: Você pode se profissionalizar de duas formas: uma é fazendo um curso superior em dança ou de forma prática prestando a banca do SATED com no mínimo de 5 anos de atuação na área. Como me profissionalizei dessa forma, sempre estou fazendo cursos e workshops para trabalhar a parte teórica.
 
BLOG: Improvisar ou coreografar?E por quê?
Os dois ... always!!! Para grupo coreografia. Para solo, os dois. Coreografia para partes marcantes da musica e improviso para o resto. E snujs sempre que couber. Amo!!

BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Desde 2005, quando consegui minha carta de alforria (saída da Embratel. Sim!). Dei aulas em diversos lugares de Curitiba e região metropolitana. E  também em dois SESC’s, que foi a gota d’água, e quando decidi abrir meu próprio estúdio (o menor do mundo... kkk).


BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
Primeiro ato de fé do tribal: Se livre de toda a purpurina (em casos extremos faça uma desentoxicação com as pretas e roxas) .. kkkk .. Brincadeira.

Meu apelo: Se profissionalizem - de verdade!! Cobrem pelos seus serviços - de verdade. Use a prática do contrato – de verdade; e estude MUITO!! Aprenda a tocar snujs, por Zeus!! E pare de fazer coreografias “frankstain”,fica feio e todo mundo percebe sim!

Lilililiiiiiiiiiiiiiiiiiii
 

Contato
Tel/cel:041 3018-9558 / 9933-0622

E-mail:damballah.ctba@yahoo.com.br

Website: 





(coreografia apresentada no Gothla Brasil 2012)





Para conhecer mais o trabalho desta bailarina, acesse seu canal no Youtube!

Notícia Tribal: Entrevista com Kilma Farias no Programa Diversidade


Entrevista sobre o Estilo Tribal com Kilma Farias (PB) no Programa Diversidade, da Paraíba. A bailarina  explica sobre a origem do estilo, seu trabalho na cena tribal brasileira e sua carreira internacional, bem como o desenvolvimento da Cia Lunay com o Tribal Brasil.
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Destaque Tribal Abril 2013: Alexis Southall




Ótima escolha de movimentos e sequências; muita sutileza e graciosidade nos movimentos da bailarina Alexis Southall (UK).

Entrevista # 15: Bruna Gomes

Nossa Entrevista Especial de Aniversário é com a bailarina de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Bruna Gomes. Ela nos conta sobre sua trajetória, sobre suas origens com Karina Iman, seu grupo Al-málgama, a cena no sul do país e muito mais! Vale a pena conferir ;)


BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal; como tudo começou para você? 
As danças do ventre e tribal surgem para mim quase que misturadas, embora eu não soubesse disso. Iniciei meus estudos na Dança do ventre em 2000, pois me apaixonei ao ver uma bailarina, chamada Karina Iman, a qual admiro e considero ainda uma referência na dança, dançar num bar alternativo de Porto Alegre. Achei inusitada e linda aquela apresentação. Comecei o meu estudo na dança do ventre clássica com a professora Alessandra Padilha, e continuei sempre buscando em mim aquele tipo de dança que eu vira pela primeira vez: uma dança bela, exótica e lúdica. Por cinco anos mantive os estudos na Dança do Ventre desconhecendo a Dança Tribal. Porém, nunca me achei enquadrada no estilo clássico de dança do ventre. Meus figurinos eram exóticos e elaborados por mim, minhas composições coreográficas partiam muito de um processo criativo e nunca usava músicas clássicas ou folclóricas nas minhas criações.
Grupo Iman


Em 2005, eu já participava do Grupo Iman (grupo da professora que inspirou o meu percurso), e surgiu a oportunidade de apresentarmos uma coreografia no show de 10 anos de carreira da bailarina Brysa Mahaila, representando o estilo de dança tribal. Fomos à busca desse novo estilo, que desconhecíamos. Na época, o que tínhamos de referência eram apenas alguns textos retirados da internet e o DVD Foulis Berger – Superstars (não existia ainda o youtube no Brasil, o qual hoje é uma das principais fontes de pesquisa no campo da dança). Desenvolvemos uma coreografia de tribal, trabalho dirigido por Karina Iman e interpretado por mim, Daiane Ribeiro, Niriane Neumann e a própria Karina. Identifiquei-me na hora com o estilo e busquei pesquisar mais sobre este e, desde então, mantenho os meus estudos. Percebi que a estética de dança que eu sempre busquei e fiz foi de dança tribal.
  
BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?

Bruna e Karina Iman
Primeiramente, a Karina Iman, pois foi quem me trouxe a inspiração para iniciar meus estudos.
Sharon Kihara, pois foi o primeiro workshop internacional do estilo que participei e entendi a necessidade de um preparo físico para um bom desenvolvimento da dança.
Ariellah Aflalo, que trouxe bastante material para desenvolvimento corporal no workshop do Gothla Brasil.

BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Constantemente busco workshops ou estudos de curto prazo em outros estilos de dança.
Dentre tais estudos estão: Dança Indiana (bharatanatyam), Danças africanas, tango, street dance.

Na faculdade de Dança da Ulbra me deparei com distintos estilos, apesar de eu ter feito mais tempo cadeiras relacionadas à dança Contemporânea (em média dois anos).

Atualmente, estudo no Grupo Experimental de Dança da cidade de Porto Alegre/RS, que aborda diferentes linguagens de dança, como dança moderna, contato, improvisação e educação somática, entre outros diversos que se alternam constantemente.

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
Minha primeira inspiração na Dança Tribal foi a Rachel Brice e o seu grupo, The Indigo. Hoje, com mais facilidade de acesso, me deparei com outras brilhantes referências, destacando aqui, além da Rachel Brice: Sera Solstice, Zoe Jakes, Olivia Kissel, Morgana, Desert Sin, Anasma; e minhas colegas Fernanda Razi e Daiane Ribeiro, Cia Lunay e Joline Andrade.

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
A dança acrescentou autoestima, percepção corporal, liberdade criativa e uma boa dose de fantasia diária. Certamente sou uma pessoa melhor e mais feliz porque danço.  

BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
Principalmente o processo criativo; a liberdade artística.  

BLOG: O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação? Você acha que o tribal
está livre disso?
Acho que a dança do ventre, por assumir uma estética pin-up e glamorosa, muitas vezes, pode pender para o fútil. É claro que há bailarinas que conseguem transcender tal mote e encantar, sensibilizar, emocionar o público com uma dança do ventre clássica, mostrando técnica e entrega à dança, mas percebo muitas vezes que o maior interesse de algumas está em ficar linda para subir num palco... E? Cadê a dança, a paixão? Não acho que o tribal esteja livre desse conceito, mesmo que a estética seja diferente, vejo uma galera se vestindo de tribal, se enchendo de tattoo, fazendo “cara de mau” e dançando de qualquer jeito, sem a menor entrega. Como melhorar? Vivenciar, se entregar para o corpo, internalizar para então poder externar (não há possibilidade de inverter esse processo).   

BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou no tribal? Como foi isso?
Sim. Principalmente na Dança do Ventre, por ter todo aquele imaginário oriental que chegou deturpado até nós, ocidentais. Além dos assédios, o que toda bailarina de dança do ventre sofre constantemente. Uma vez eu fui convidada, por um vizinho meu que descobriu que eu era bailarina de dança do ventre, para fazer strip-tease em uma casa noturna de Porto Alegre; outra vez, estava dançando voluntariamente em um evento comunitário para crianças quando fui barrada de continuar dançando porque o diretor do local, que era um centro espírita, entendia que a Dança do Ventre era vulgar; em 2005 participei do meu primeiro concurso de dança, o Bento em Dança, e tive premiação de destaque na categoria dança do ventre. A universidade na qual eu cursava Dança (curso que ainda não concluí) estava apresentando uma divulgação do curso, e a professora de dança contemporânea me convidou para apresentar a minha coreografia vencedora na divulgação, mas a diretora do curso vetou a minha participação com a justificativa preconceituosa de que dança do ventre é uma “dancinha”, o que não pegaria bem para um curso sério; com a dança tribal não sofri nenhum preconceito até agora, mas percebo que existe certa resistência de algumas bailarinas de dança do ventre com o tribal.
                                                                        
BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Frustro-me com a desvalorização da arte de uma forma geral. E acho que a dança tem um espaço ainda menor nesse meio.

Antes de 2005, eu basicamente dançava em restaurantes, lojas de artigos árabes e eventos de escolas de dança do ventre. Foi um período de muito investimento e pouquíssimo lucro. Foi aí que sofri muito assédio de alguns donos de lojas que vendiam artigos árabes e que me contrataram para divulgar as suas lojas através da dança. Depois do serviço feito, eles, via de regra, marcavam um encontro para acertar o pagamento e, aí, tentavam me convencer a ter um “casinho” com eles, pois eles poderiam me ajudar a crescer no meio, argumentavam que era assim mesmo, que várias outras meninas, como fulana, beltrana e sicrana já tinham “passado” por eles, e, por isso, tinham o prestígio que tinham (hoje nem sei mais o paradeiro delas, mas há época realmente eram, dentro do possível, conhecidas no cenário de dança do ventre do sul do Brasil). Tais acontecimentos me fizeram duvidar que eu pudesse crescer pelo meu trabalho, suor e talento, o que me deixou muito frustrada e indignada. Cheguei a pensar em desistir da dança. Mas fui e sou perseverante. Hoje, acho que comecei a colher os frutos do meu esforço.

BLOG: E conquistas?Fale um pouco sobre elas.
Fico feliz por minhas realizações pessoais dentro desse meio. Em todos os festivais de dança dos quais eu participei levei grandes premiações e aos poucos tenho recebido um reconhecimento dentro do universo da dança na minha cidade e no estado, principalmente. Ano passado, o espetáculo Movie-mento, do Grupo Masala, conquistou a premiação maior de arte do município, que é o Prêmio Açorianos. O meu grupo individual, Al-málgama, por vias de festivais conseguiu visibilidade na Secretaria Municipal de Cultura e estamos conquistando um espaço na agenda dos programas culturais da cidade.

Prêmio Açorianos

BLOG: Como é o cenário da dança tribal no Rio Grande do Sul? Pontos positivos, negativos, apoio da cidade, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de dança do ventre/tribal?
O cenário da Dança Tribal no Rio Grande do Sul está engatinhando. O primeiro trabalho de estudo dentro do estilo Tribal aqui no estado partiu do Grupo Iman, do qual eu era uma das integrantes, e as pesquisas iniciais eram autodidatas. Daí surgiram novas vertentes e algumas bailarinas que buscaram esse estudo paralelamente. Eu fundei o Grupo Al-málgama, a primeira escola de Dança Tribal de Porto Alegre (e talvez do RS), em 2008. Lá ministro eu e alunas minhas que seguem os estudos e os ensinamentos desde então; em 2010, eu, Fernanda Razi e Daiane Ribeiro (três das alunas de tribal mais antigas da Karina Iman), fundamos o Grupo Masala, o qual ministrou por dois anos um curso anual de Dança Tribal, com o objetivo de aprofundar os estudos no estilo teórico e prático. Este curso movimentou muitas bailarinas de todo o estado e daí surgiram novos professores que estão movimentando o cenário do estilo.
 
Grupo Massala - Espetáculo Especiarias
Apesar de estarem surgindo novas fontes de Dança Tribal constantemente, sinto que falta um espaço maior de visibilidade, faltando criar um público próprio para o estilo. As demonstrações tem sido feitas principalmente em teatros e eventualmente em eventos de Dança do Ventre, portanto, limitada à um público que já conhece o estilo. Esse ano, como disse anteriormente, o meu grupo, Al-málgama, alcançou um espaço na agenda cultural da cidade, o que está sendo muito bom para divulgar o tribal por aqui. Mas retorno a dizer que estamos engatinhando nesse processo.

   

BLOG: Conte-nos como surgiu o grupo Al-málgama, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.
O grupo Al-málgama representa a minha trajetória como bailarina e professora de dança. O meu primeiro trabalho coreográfico de dança tribal em grupo com as minhas alunas batizei de “Al-málgama”, que é o resultado da fusão da palavra portuguesa “amálgama” com a árabe “al-madjmaHa”. O Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, entre outras definições da palavra “amálgama”, dá a seguinte:
Grupo Al-málgama

“4 fig. Mistura, reunião ou ajuntamento de elementos diferentes ou heterogêneos, que formam um todo (...) ETIM pelo lat. dos alquimistas amalgama, este prov. do ár. al-madjmaHa ‘fusão’ ”




 
Todos os trabalhos, a partir deste, mantiveram o caráter hibridizado, fusionado, que representa a Dança Tribal. Senti a necessidade de criar uma identidade de grupo, do qual batizei como Al-málgama. Os integrantes do Grupo são flutuantes, e estamos em processo de fixação deste. Hoje contamos com 24 integrantes na escola com um bom nível de dança, que se apresentam como Grupo Al-málgama, sendo algumas destas os pilares do nosso grupo, por serem mais antigas, e/ou mais ativas nos projetos do grupo: Áurea Becker, Claudia Goulart, Diedry Ludwig, Estela Santos, Iasodara Ruiz-Tagle, Karine Neves, Kriscyelle Sant, Letícia Gomes, Mayara Ahlan, Pátia Mihr, Patrícia Nardelli, Priscilla Leppich e Taís Cunha.
BLOG: O espetáculo Movie-Mento, sob direção e produção sua e de Fernanda Zahira Razi, teve uma boa repercussão no meio da dança, contando com duas edições em 2012. Conte-nos o quê a inspirou para a formulação da parte conceitual e do roteiro do espetáculo. Como foi o processo de elaboração das coreografias e figurinos, bem como a repercussão do mesmo.
Na verdade foram três edições ao longo do ano. A idéia surgiu com a parceria minha entre as colegas Daiane Ribeiro e Fernanda Razi. Desde 2010, desenvolvemos um projeto de cursos juntas: o Curso Anual de Dança Tribal Masala. Neste ministramos aulas e o finalizamos com um espetáculo. 

O primeiro foi o “Especiarias”, que teve uma repercussão bem bacana.  Pensamos um tema para o curso seguinte e achamos que seria interessante unir as ferramentas do audiovisual à dança. A montagem, direção e coordenação foram feitas por mim e pela Fernanda Razi. A proposta foi criar leituras baseadas em filmes consagrados que pudessem se adequar aos estilos da dança tribal de forma que as danças interagissem com as projeções e alcançamos um lindo resultado. Esse espetáculo recebeu indicação ao Prêmio Açorianos (o maior para a arte no município de Porto Alegre) e o conquistou, além de lançar eu e a bailarina Fernanda Razi com a indicação de melhor bailarina da categoria. 


O processo de construção durou mais de um ano. Neste, assistimos a alguns filmes juntamente com o elenco e direcionamos todos os trabalhos coreográficos para construções de acordo com a intenção de cada filme. Queríamos manter presente as emoções mais intensas de cada filme estudado através das performances de dança. Além do curso que acontecia uma vez ao mês, tínhamos as audições dos ensaios que também eram mensais. 

O roteiro das coreografias em grupo foi estabelecido em aulas, incluindo movimentações e interações com as cenas dos filmes que queríamos desenvolver. Para os solos foram abertos alguns para livre interpretação, apesar de estarmos sempre ajudando e participando da construção de alguma forma. Fizemos um concurso de solo criativo relacionado a cinema, de escolha livre, do qual um dos trabalhos foi selecionado para entrar no espetáculo. 

A criação dos figurinos foi baseada nos filmes escolhidos, porém, sempre buscando características de vestimentas do estilo tribal de dança. E as escolhas destes partiam de propostas e votações em grupo. 
        
BLOG: Como  e quando você descobriu o tribal fusion e porquê se identificou com esse estilo?Quando começou a praticar o tribal fusion? 
Descobri com o DVD Foulis Berger que comprei numa feira de dança do ventre e conheci o grupo The Indigo, da Rachel Brice, em 2005. Neste mesmo período eu estava participando de um projeto coreográfico junto ao Grupo Iman, onde deveríamos representar a dança tribal num evento e o trabalho do The Indigo, juntamente com pesquisas literárias sobre o assunto, foram o ponto de partida do meu estudo. Identifiquei-me na hora com o estilo devido à estética e criatividade nas leituras coreográficas.
  
BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion? 
Gosto de tudo: da leitura musical, dos movimentos, dos isolamentos, das emendas, do hibridismo. Mas o que mais me atrai, sem dúvida, é o espaço para a criatividade.


BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Mais mídia, talvez. Mais visibilidade para conhecer os trabalhos que estão sendo desenvolvidos.

 BLOG: Como você descreveria seu estilo?
Difícil essa! Meu estilo... parto às minhas coreografias de momentos internos, aproveitando a peculiaridade de cada situação. Sempre que estou pensando muito em alguma coisa, encucada, feliz, ou talvez inspirada por uma leitura, filme , teatro ou mesmo dança, começo o meu processo de experimentação, e destes normalmente surgem coreografias, e esse processo de diversidade é visível na versatilidade de meus trabalhos.

BLOG: Como você se expressa na dança?
 Em termos técnicos, minha movimentação (de uma forma geral) parte do centro para expressar para fora. Gosto de vivenciar os movimentos e a dramaticidade das minhas questões que proponho nas coreografias. Preciso sentir para expressar. Busco a dança, ainda, como uma aproximação expressiva e visceral entre o público e minhas vivências.
 

BLOG: Quais seus projetos para 2013? E mais futuramente?
Para 2013 estamos com o projeto Al-málgama Tribal - 13 Anos, que consiste na realização de pequenos, porém impactantes trabalhos ao longo do ano, culminando na apresentação de um espetáculo que conta a trajetória de dança tribal no Estado do Rio Grande do Sul ao longo desses anos, sob a perspectiva do Grupo Al-málgama na busca de identidade e de visibilidade junto ao público e ao campo artístico. Sobre o projeto como um todo, ainda não é possível revelar muitas coisas, só o que posso dizer é que será surpreendente! Posso adiantar que o espetáculo contará com releituras de trabalhos consagrados em festivais e eventos importantes para nosso cenário, além de contar com participação de bailarinos convidados que representam o estilo ou usam de experimentações na dança do ventre e algumas cositas más.

BLOG: Improvisar ou coreografar?E por quê?
Ambos. Acho que o improviso é uma boa ferramenta de entrega e um bom termômetro para perceber como anda a técnica. A coreografia é ótima, pois é um trabalho estudado, elaborado, construído, gosto muito desse processo.


BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Atualmente, eu trabalho também como tatuadora. 


BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
A linguagem corporal é a forma mais intensa e tocante de exercitar a interação, a dança é uma ferramenta para essa leitura. Seja interessado para poder ser interessante, só é possível emocionar se partir de dentro. Fica a dica! ;)



Contato
Tel/cel:(51) 3207.5784 / 8403.4254
                     E-mail: almalgama@yahoo.com.br              



      







Para conhecer mais o trabalho desta bailarina, acesse seu canal no Youtube!

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