Entrevista #7:Rebeca Piñeiro



Nesse mês de julho temos como entrevistada a bailarina de Tribal Fusion Rebeca Piñeiro,de São Paulo! Muita simplicidade, filosofia de vida e muita experiência a compartilhar! Um caminho pelo tribal construído por alguém que tem muito amor  e carinho pelo que faz. Vamos conferir?

*** Entrevista atualizada com novas perguntas! (11/10/2014)***

BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal;como tudo começou para você?     
Eu estava muito cansada e deprimida com o meu trabalho na época e fui procurar alguma coisa para me distrair, foi quando pensei na Dança do Ventre para aliviar o estresse do dia a dia. Fui fazer uma aula experimental e pronto: não consegui pensar em mais nada a não ser dançar e, depois de 3 meses de aulas, pedi minhas contas no trabalho para poder estudar mais a dança. Realmente alucinei. Minha professora na época, Simone Martinelli me mostrou alguns vídeos de dança para que eu pudesse conhecer um pouco mais e, então, ví a Rachel Brice dançando. O estilo me despertou um “algo a mais" e, com a ajuda da minha professora, comecei a estudar o Tribal. Na época era muito pouco conhecido no Brasil e quase não tinha fonte de estudo, mas  quem procura acha! E foi assim que, no final de 2005, o Tribal ganhou uma nova discípula e a Dança do Ventre uma eterna admiradora.

BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê?
Estudei com muita gente boa e cada profissional me marcou de alguma forma; todos foram essenciais e muito especiais, mas, algumas professoras ainda me acompanham em cada passo, como: 
Rebeca e Lady Fred

Simone Martinelli,minha primeira professora,  por me incentivar desde o primeiro movimento e nunca duvidar do meu potencial; seus conselhos e didática ainda me acompanham em casa passo da minha carreira. 

Roxanne Roundtree,que foi minha professora de ATS® nos EUA e me fez apaixonar por este estilo; além de ter sido muito amiga e ter me proporcionado excelentes experiências com a dança fora do meu país. 

Mira Betz por me ensinar que o melhor que posso fazer por mim é ser eu mesma. 

Lady Fred por me dar o mais perfeito exemplo de que a humildade e simplicidade são realmente o melhor caminho. 

Carolena Nericcio por ser um exemplo de força, disciplina e coragem. Seus ensinamentos me acompanham todos os dias.

Kristine Adams por ter me feito apaixonar ainda mais pelo ATS®, por ser um exemplo de ser humano e profissional.   


Rebeca e Kristine Adams

BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo?
Fiz ballet quando pequena e alguns anos de ginástica olímpica. Fiquei muitos anos sem dançar e só me movimentava quando saía para dançar Forró Pé de Serra na minha cidade. Depois que comecei a Dança do Ventre logo conheci o Tribal e, desde então, estudo apenas este estilo e suas fusões, como Dança Indiana, Flamenco, etc. Comecei a levar a dança a sério na fase adulta.

BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações?
Comecei a me apaixonar pelo tribal com a Rachel Brice, logo conheci o trabalho da Ariellah Aflalo, Mariana Quadros e Shaide Halim,etc. Assistia todos os dias o DVD do BellyDance Supe Stars em Paris! Tinha pouco material para estudo e pouca informação; na época, me inspirava principalmente na dançarinas que citei. Hoje com mais amadurecimento e conhecimento sobre o estilo, me inspiro com tudo que é percebido por meus sentidos. Procuro me inspirar nas dançarinas que admiro, com o que sinto e penso sobre o mundo e sobre a vida. Uma foto, uma lembrança, um sonho, um sabor, um amigo... tudo é inspiração. Acredito que o artista precisa estar sempre alerta ao sutil da vida.

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida?
Tudo o que eu precisava, me completou. Sempre tive como objetivo de vida ser feliz no trabalho e na vida; ter uma rotina diferente a cada dia e planos que se renovam sempre; e a dança me proporciona isso. Dançar me trouxe estabilidade emocional, saúde, desafios, amadurecimento, sensibilidade, amigos e muitos sonhos realizados. 

BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte?
Falando especificamente do Tribal Fusion, o que mais aprecio é a liberdade que o estilo nos proporciona para que, finalmente, possamos ser nós mesmos. O estilo tem suas regras como qualquer outra dança, mas, dentro disso podemos ser únicos sem precisar copiar; ter liberdade é uma vantagem.

No ATS®, gosto da idéia de que cada dança será única e improvisada. Gosto de como ele nos torna seres humanos melhores e de como ele traz união e diversão na dança. Considero o ATS® uma das mais incríveis criações e tenho pra mim que se ele tivesse sido criado na mesma época que o Ballet, hoje os dois seriam conhecidos e dançados pelo mundo inteiro com a mesma importância. 

Na dança como um todo, aprecio tudo. Acho belo; acho que une as pessoas; que nos traz benefícios físicos e mentais; que nos torna seres humanos melhores (na maioria dos casos); e que faz esse mundo "paradão" se mexer. É a união perfeita entre música e corpo. Acho essencial, acho necessário. 

BLOG:O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação?Você acha que o tribal está livre disso?
Ego, ganância e falta de respeito. Acho que estes três fatores são os que mais prejudicam qualquer estilo de dança, qualquer tipo de arte e qualquer momento da vida. Acho que o Tribal, assim como qualquer outra dança, arte, ou carreira, corre o risco de se perder por esses fatores. Algumas pessoas não se importam em cair nesses erros, cada um tem suas escolhas. Para aqueles que não gostam de conviver com o ego, a ganância e falta de respeito alheio, é preciso se auto avaliar todos os dias e fazer escolhas das atitudes que dizem 'não' a essas coisas. O mais importante é sermos exemplos das atitudes que julgamos ser corretas. 

BLOG: Você já sofreu preconceitos no tribal? Como foi isso?
Sim, já passei por poucas e boas. No início da carreira pensava que não, mas hoje vejo que sim. Muitas pessoas julgam minhas decisões com a escola, julgam minha paixão pelo ATS®, meu estilo de dançar o Fusion ou o simples fato de eu não ter tatuagens e um milhão de brincos na orelha. São tantas situações preconceituosas que chega a fazer parte da rotina. Precisei aprender a peneirar informações e ter plena consciência de cada esforço que fiz para construir minha carreira e posso dizer de coração tranquilo que não foi preciso pisar, julgar ou prejudicar ninguém. O Tribal tem crescido muito, logo, as chances das coisas boas e ruins aparecerem são bem maiores. 


BLOG: Houve alguma indignação ou frustração durante seu percurso na dança?
Sim, muitas indignações e muitas frustrações que me serviram de aprendizado. 

BLOG: E conquistas?Fale um pouco sobre elas.

Conquistei e realizei muitas coisas com a dança e foi um dos principais motivos que me fizeram amar cada vez mais dançar. Ter sempre um novo desafio, trabalhar para conquistá-lo e, por fim conquistá-lo, é viciante!





Viajar para dançar e ministrar aulas em eventos importantes de todo Brasil; fazer o meu primeiro DVD didático na Ventreoteca e ser colunista oficial da Revista Shimmie; levar o Tribal pra  Khan El Khalili; ter minha escola de dança, alunas fantásticas, ótimas parcerias; meu grupo de ATS® - Pashmina Tribal; trazer a Carolena Nericcio-Bohlman para o Brasil. Muitas coisas boas acontecem em minha carreira e me sinto abençoada. O melhor é que tenho muitos e muitos planos novos que me motivam a seguir em frente. 

BLOG: Como  e quando você descobriu o tribal fusion e porquê se identificou com esse estilo?Quando começou a praticar o tribal fusion? 
Como citei acima, conheci o Tribal Fusion em uma das dinâmicas da aula de Dança do Ventre que eu frequentava há 3 meses. Desde estão, “viciei" e comecei a estudar o estilo. Na época não tinha como eu estudar com alguma profissional do estilo e investi em DVDs didáticos. O que mais me fez apaixonar pelo estilo foi o que tem por trás daquele monte de pratas e movimentos lindos. Foi quando fiquei sabendo que com este estilo eu poderia ser eu mesma, do jeito que quisesse, que poderia sorrir ou não sorrir, que poderia dançar um samba, um jazz, um rock, que poderia me vestir de mil formas, que poderia ser eu, me redescobrir e reinventar. 

BLOG: Como é o cenário da dança tribal em São Paulo? Pontos positivos, negativos, apoio da cidade, repercussão por parte do público bem como pela comunidade de dança do ventre/tribal?
O Tribal em São Paulo está crescendo muito. Novos profissionais surgindo, novas escolas dedicadas ao estilo. É realmente muito bom saber que tantas pessoas estão conhecendo e se interessando pelo Tribal. Acredito que os pontos negativos de hoje serão arrumados com o tempo. O Tribal passou por uma explosão e agora está se acertando, e nós profissionais do estilo precisamos de um tempo para absorver tudo isso. Acho que falta união, mas como eu disse, acho que isso se arruma com o tempo. 

Em São Paulo é bem complicado conseguir apoio e patrocínio por ser extremamente concorrido. Por isso, os eventos acabam sendo julgados como caros, porque não existe patrocínio a tempo da realização do evento. Teatro, iluminação, fotos.. tudo por aqui é bem caro. 

O público está crescendo e se envolvendo cada vez mais. Posso dizer apenas pela minha experiência, mas sinto os shows cada vez mais lotados, procura por aulas e workshops cada vez maiores. 

A Dança do Ventre está aceitando muito o Tribal. Muito preconceito era por falta de informação. O Tribal sempre tem espaço nos shows e escolas de Dança do Ventre, e estou muito feliz por sentir que as pessoas entenderam que se pode amar os dois estilos ao mesmo tempo!
J

BLOG:Em busca de aprendizado na dança tribal, você viajou aos EUA e esteve com o grupo de ATS® HipNotic Rhythm, dirigido por Roxanne Roudtree, por 5 meses. Conte-nos como foi essa experiência. Você acha que esse contato foi determinante para um melhor compreendimento da dança e seu maior envolvimento para com ela?

Rebeca e HipNotic Rhythm

Com certeza foi determinante! Fui aos EUA para trabalhar como camareira, aprender o idioma e,como estava no "país do tribal", aproveitei para procurar uma professora na cidade que eu morava ( Myrtle Beach - South Caroline). Cheguei nos EUA conhecendo mais sobre o Tribal Fusion, e na minha cidade encontrei apenas uma professora que ensinava o ATS®, não conhecia muito sobre o estilo, mas, resolvi aproveitar a oportunidade. Eu não fazia ideia do quanto seria importante para mim! Ao longo dos estudos, fui reconhecendo o Fusion em vários movimentos e descobrindo que o ATS® era realmente o início de tudo. Estudei por 3 meses, duas vezes na semana e no quarto mês fui chamada para me apresentar com elas em alguns eventos que aconteceriam nos próximos 2 meses. Foi incrível! Me apresentei com elas quatro vezes e dancei tribal fusion duas vezes também.Aprendi muita coisa nesta fase: aprendi sobre o ATS®, sobre a cultura norte americana (que sabe valorizar a arte bem mais que o Brasil) e aprendi que é importante sempre dizer SIM a qualquer tipo de aprendizado. Após estes 5 meses vivenciando o ATS®, precisei mudar de cidade e passei por muitas mudanças que não me permitiram estudar mais pelos EUA. Voltei para o Brasil depois de 7 meses e, então, arregacei as mangas e comecei a dar aulas. O estudo e experiência com o ATS® me deram uma base sólida para o Tribal Fusion, voltei com uma bagagem muito boa e pude compartilhar esses conhecimentos. Foi uma fase linda, determinante e que dá saudade. 

BLOG Você foi uma das primeiras bailarinas do Brasil a se envolver com o ATS®, por que você começou a querer ou ver necessidade em se aprofundar no ATS®? Como eram as informações sobre o estilo na época em que você começou a pesquisar? Como era visto o ATS® naquela época e como hoje ele vem se apresentando na cena brasileira?

Como comentei acima, aprendi o ATS® sem querer. Diante de sua importância, passei a respeitar muito seus criadores e regras. Adotei o ATS® como minha principal fonte de estudo por sentir seu real valor para o Fusion. Quando voltei dos EUA, fiz workshops com Sisters Studio FCBD® como Isabel de Lorenzo e Mariana Quadros. Poucas pessoas conheciam bem o estilo. Estudei muito os DVDs do FCBD® e arrisquei dar aulas de ITS. Comecei a juntar dinheiro para realizar meu sonho de me tornar uma Sister Studio (foram 3 anos juntando, o que me provou que quando eu quero, consigo;que fique de exemplo para quem deseja realizar esse sonho também... J ). Em dezembro de 2012, consegui me certificar e foi então que tomei uma decisão: eu quero o ATS® como meu estilo principal e não apenas um estudo. Hoje dou apenas aulas de ATS® e foco meus estudos nele. O Fusion se tornou minha segunda opção, eu amo dançar Fusion, mas o ATS® hoje é meu foco. O prazer que sinto ao dançar o ATS® é indescritível. 

Hoje nós temos muitas Sisters Studio FCBD® espalhadas pelo país. Em São Paulo é onde se concentra a maior parte delas. O ATS® está crescendo muito graças ao esforço de todas, desde as pioneiras até as mais recentes. 

BLOG:Como é fazer parte de um grupo de ATS®? Qual a importância que você vê no ATS®?

Essa pergunta mexe com vários pontos!

Fazer parte de um grupo é muito desafiador e gratificante. É preciso muita calma, compreensão, atitude e senso de humanismo. Ser integrante é uma coisa; ser diretora é outra. Como diretora preciso estar sempre atenta a cada integrante, as dificuldades e vantagens de cada uma, saber ser dura, ser amiga, ser legal e chata. É um misto de bem e mal, alegria e tristeza, amor e ódio. Ser diretora não é a coisa mais fácil do mundo, mas as alegrias fazem valer a pena! Com os ensaios e o tempo juntas, criamos uma amizade muito legal, nos divertimos ao dançar e isso torna tudo mais gostoso. É impossível dizer que é “só flores”, mas é gratificante e uma escola de vida.  


A importância que vejo no ATS® é imensa! Acho que o mundo da dança deveria conhecer este estilo, a forma de improvisar, a filosofia. Acredito que o ATS® será eterno e conhecido por todos assim como o ballet. O estilo tem a capacidade de nos melhorar como seres humanos, de nos dar saúde física e mental, de nos dar auto-estima, sentir viva, compartilhar momentos com pessoas, vivenciar danças únicas. É contagiante! Uma das melhores invenções do ser humano e sem ele o movimento "Tribal Fusion" não teria começado; ele é importante, essencial e óbvio para a história do Tribal Fusion.



BLOG: O seu primeiro grupo de ITS foi o Ulan Daban. Conte-nos como surgiu o Ulan Daban, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.

O Ulan Daban surgiu da necessidade de fazer uma apresentação na festa de final da escola que eu estudava dança do ventre. Convidei três alunas minhas na época para esse desafio e elas toparam. Seria a primeira apresentação de ATS® do Brasil! Ensaiamos e nos apresentamos depois de 2 meses. Nasceu então o Ulan Daban com a idéia de ser um grupo das minhas alunas de ATS®. Com o tempo algumas novas alunas entraram no grupo e algumas sairam, a responsabilidade ficou maior e as invenções começaram a aparecer e então, quando nos demos conta estavamos bem distantes do ATS® e resolvemos desenvolver o ITS para poder continuar com as criações do grupo. Hoje, o Ulan Daban não existe mais. Quando encerramos nosso ciclo juntas éramos em  7 integrantes. Foi um grupo bastante influente e que ajudou a divulgar o estilo. Me sinto honrada e orgulhosa por todas as fases do grupo. Um ciclo foi encerrado para que outro pudesse começar.

Rebeca e Ulan Daban
O nome Ulan Daban surgiu durante um bate -papo com um amigo,o Estêvão. Eu disse que precisava de uma luz para o nome do meu grupo e ele sugeriu “Ulan Daban” , que é uma montanha que fica em Altai, um lugar entre a Rússia ,China , Índia e o Tibete. Gostei pelo fato de ser uma montanha  que representa força, estrutura, terra, suporte, natureza, grandeza, beleza, etc , e por Altai ser berço de muitos artistas e poetas incríveis.



BLOG: Conte-nos como surgiu o seu novo grupo de ATS®, o Pashmina, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora.
O Pashmina Tribal nasceu em julho de 2013 e da necessidade de vivenciar mais o ATS®. Me formei em 2012 e depois de arrumar todas as novas informações na cabeça, senti que precisava de mais prática e de parceiras que me ajudassem a concretizar meus estudos. Convidei para participar do grupo 5 amigas e ao longo do tempo 3 saíram ficando duas pessoas muito queridas e respeitadas por mim, Keila Andreozzi e Samra Hanan. Fiquei um tempo apenas com as duas e então, chamei uma aluna que se destacou muito nas aulas e que havia se tornado uma grande amiga, essa é a Elis Borges.Não tenho a intenção de novas integrantes por enquanto. Quero colocar pessoas que se encaixem no perfil do grupo. Somos amigas e leves umas com as outras, isso julgo muito importante.  


Meu foco com o Pashmina é desenvolver o ATS®, praticar os passos e filosofias. Desde que foi criado passou por mudanças positivas. Somos um grupo novo e acredito que a nossa personalidade ainda está sendo descoberta. O que mais me agrada é saber que o Pashmina é um grupo de amigas, que gostam de dançar, que se respeitam e compreendem. Nossos ensaios são alegres, divertidos e desencanados. Gosto de trabalhos onde a boa energia impera.



O nome Pashmina veio como inspiração nos tecidos que usamos para fazer o turbante. Sou apaixonada por turbantes e o nome remete a essa paixão. Foi escolhido em comum acordo entre as primeiras integrantes.  

Pashmina Tribal

BLOG: Você é produtora do evento  Campo das Tribos que se destaca em São Paulo, além de ser um dos principais eventos de dança tribal do Brasil..Conte-nos como surgiu a idéia do evento, sua proposta e objetivos, organização e elaboração deste,bem como a repercussão do mesmo para a comunidade tribal quanto para seu público no país. O evento , desde 2012, vem trazendo bailarinos internacionais. Esses artistas comentam sobre as fusões brasileiras que assistem nos eventos? Qual a reação deles com relação ao Tribal realizado no Brasil?  


A primeira edição do festival aconteceu sem a menor intenção de ser algo grande e já se chamava Campo das Tribos. Foi realizado no sítio do meu pai, apenas para as minhas alunas e os convidados delas; essa era a idéia: ser um evento das alunas, algo bem pequeno e íntimo. Mas o boca-a-boca é realmente a melhor divulgação e recebi e-mails de pessoas pedindo para ter um evento aberto ao público. Avaliei os fatos e percebi nossa carência de eventos voltados apenas para o Tribal em São Paulo. Foi então que respirei fundo e arrisquei. No mesmo ano fiz a segunda edição que foi aberta ao público e contou com a presença de profissionais de São Paulo e Rio de Janeiro e... cá estamos! 

Agora não consigo (nem quero) mais parar! A cada ano ganho mais apoio de amigos e parceiros que fazem a diferença, e a experiência é a melhor amiga sempre. O Campo das Tribos agora também recebe atrações internacionais e se preocupa em sempre dar espaço também as profissionais do Brasil. Tenho o festival como um filho e gosto de pensar nele, de realizá-lo , saber que ele traz alegria as pessoas, conhecimentos, oportunidades e que de alguma forma contribui para o crescimento do estilo Tribal.

BLOG:Em 2012, você abriu uma escola voltada à dança tribal e suas principais fusões e bases. Como surgiu a ideia deste empreendimento? Como é ver este sonho realizado? Qual está sendo o retorno para com a escola? E quais suas perspectivas para o futuro com relação a mesma? 


Desde que comecei a dançar tenho este sonho e, após 6 anos de experiência, consegui dar este passo. Sempre quis ter algo meu, meu negócio, algo que eu pudesse “fazer do meu jeito" e quis realizar esse sonho com a dança, mais especificamente com o Tribal. Além do meu amor e dedicação ao estilo, via a dificuldade que os interessados encontravam para achar uma escola, uma professora, um workshop. Resolvi facilitar, centralizar, ampliar, dar mais oportunidade ao Tribal de São Paulo. Me alegra hoje poder realizar workshops com profissionais incríveis do Brasil e exterior, aulas com diversos profissionais, selar amizades, ser um "porto" do tribal em São Paulo. Quero que a escola espalhe o tribal. Quando olho para trás e lembro do tanto de coisas que já passei ao longo desse tempo, vejo que valeu a pena passar por tudo para conseguir fazer algo baseado nos erros e acertos do passado,tratando os profissionais com respeito, fazer com que as alunas se sintam em casa e sempre estou com o olhar lá no futuro. Minhas perspectivas são enormes, planos que não posso contar, idéias a desenvolver, erros a reparar e muitas, muitas coisas a fazer.

  
BLOG: Em dezembro de 2012 você esteve em uma imersão na Califórnia a estudos pela dança tribal e por sua certificação em ATS® com a criadora do estilo, Carolena Nericcio. Gostaria que nos explicasse melhor sobre o processo de certificação(General Skills/ Teacher Training 1 e 2) e como se alcança o tão estimado selo de Sister Studio. E qual importância de conseguir tal certificação, em sua opinião.

FCBD® Studio
Sim! Foi uma das melhores experiências que tive na dança. Vivenciar a rotina do estúdio de Carolena, fazer aulas com as integrantes do FCBD® foi sem dúvida incrível. 

O processo de certificação é dividido em fases. Primeiro é preciso concluir o General Skills (hoje dividido em Clássico e Moderno) e depois fazer o curso Teacher Training. Após ser aprovada, se desejar, poderá solicitar ser uma Sister Studio FCBD®. 

Ser uma Sister Studio significa ter acesso a fóruns de estudo fechados, ter atenção especial do FatChance para te ajudar nas dúvidas e no que mais precisar. Significa que você tem o aval de Carolena Nericcio para dar aulas do estilo. Ser uma boa profissional do ATS® independe do seu certificado. Um papel não define o quando você dança. 

Para fazer os cursos é preciso ter conhecimento em ATS®; quanto mais melhor. São aulas intensas e deixar para aprender o estilo apenas nesse curso é muito complicado. O  estudo após a formação é essencial. O ATS®  é uma dança nova e sua criadora está viva e inventando coisas. É importante sempre se reciclar por que ele muda muito. 

Rebeca e Carolena Nericcio

Ter o certificado mudou muita coisa pra mim. Muitas portas se abriram. Vivemos em um país onde um diploma conta muito e essa certificação nos coloca nesse “padrão social”, mesmo pensando como eu disse acima: um papel não define a profissional que sou. 

Diante da minha experiência posso concluir que se formar em ATS
®  é fabuloso, mas compreendi que os estudos mais intensos começam após o curso. 

BLOG: Além da certificação, como foi a experiência em estar na Califórnia, berço do Tribal e estudar de perto com os principais ícones da cena? Compartilhe conosco um pouco da sua viagem e experiência =D  


Sem dúvida foi sensacional! Pude ir em show de Asharah, FCBD®, Ariellah e fazer aulas com Lady Fred e Zoe Jakes, além do FCBD®. A sensação de frequentar lugares que fazem parte da história do estilo, como a “Five and Diamonds”,  não tem preço. Em uma mesma rua você encontra aula com Zoe Jakes, Carolena Nericcio, Jill Parker, é só escolher! J

Rebeca e Zoe Jakes

Foi uma experiência incrível estar no berço do Tribal, mudou minha forma de pensar. Senti o quanto o Brasil se preocupava na época com rótulos e na Califórnia elas simplesmente são. Isso me aliviou e compreendi que é o processo natural das coisas.

Sister Studio do Brasil e FCBD®

BLOG:Você é colunista da Revista Shimmie. Como surgiu tal oportunidade?  Como você seleciona os temas a serem abordados na revista e  os desenvolve? Como você encara  esse espaço na revista para cena tribal  brasileira?
Encontrava sempre as diretoras da revistas nos eventos e começamos a conversar. A oportunidade surgiu desses momentos. A revista muda de colunista a cada ano. Antes de mim, a Kilma Farias escrevia pra revista. Hoje apoio e escrevo esporadicamente, como a Kilma. Meu ano como colunista já foi encerrado, mas continuo parceira da revista. Os temas são sugeridos por mim ou pelas diretoras, conversamos a respeito e então a matéria é feita. Se o texto é escrito pela revista, eu ajudo a avaliar antes da publicação. Fazemos um trabalho em equipe. Escolhia meus temas em cima das necessidades que eu julgava precisar de informação. 

Eu gosto muito do espaço que a Shimmie dedica ao Tribal. Graças a ela conseguimos muitas coisas que agregaram ao nosso estilo através de suas divulgações. Como colunista e parceira, sempre me senti respeitada e valorizada pela revista e sei o esforço de sua equipe para abraçar o Tribal.

BLOG: Em 2014, você lançou seu primeiro DVD didático de Tribal Fusion, através da Revista Shimmie e seu projeto Ventreoteca, que possui outros títulos com bailarinas renomadas da dança do ventre nacional. Como foi fazer parte do projeto Ventreoteca? Fale um pouco sobre o tema do seu dvd. Seria um sonho muito distante termos um Box da Ventreoteca somente de tribal ou um DVD performático só de tribal com nossas bailarinas brasileiras? 



Foi um convite que me surpreendeu muito. Sempre fiquei tímida na frente das câmeras a ponto de fugir delas o máximo possível. Ao receber o convite me senti honrada e vi que não poderia deixar essa oportunidade passar pelo meu medo. Aceitei e deu tudo certo! Gostei muito do resultado final e de como as gravações foram conduzidas. Foi um projeto muito gostoso de participar. 




O tema do meu DVD fala muito sobre o ATS®. Optei por colocar o título "Bases do Tribal Fusion" para abraçar a todos do Tribal. Antes de preparar o conteúdo, quis a aprovação da Carolena Nericcio para gravar os passos de ATS® no DVD, graças a Deus ela disse sim!
Sobre a Ventreoteca, somente Tribal não posso afirmar nada, mas muitos projetos grandes estão por vir. Algumas coisas precisam ser feitas antes, mas não é um sonho distante, talvez mais próximo do que pensamos!
J

BLOG: Em 2015, o Festival Campo das Tribos estará recebendo pela primeira vez  no Brasil a criadora do ATS®, Carolena Nericcio.A lém disso, será a primeira vez que teremos o TT e GS por aqui, possibilitando e facilitando a formação de mais Sister Studios brasileiros. Conte-nos sobre esse grande projeto! Como estão os preparativos e expectativas para sua vinda? Como serão os workshops e curso ministrado pela mesma? Alguma curiosidade sobre a vinda da Carolena?



Finalmente ela virá! J 

Tento trazer a Carolena desde 2010, mas precisei consquistar sua confiança para ter o “sim” da tão esperada mãe do Tribal. 

Confesso ter ficado com medo da repercussão. Cheguei a pensar que não teria procura. Mas aconteceu exatamente o oposto, as inscrições foram encerradas em um mês e recebi inscritas de toda America do Sul. Megha Gavin também virá com a Carolena Nericcio e ambas ficaram felizes com o interesse nos estudos do ATS
®

O que eu penso a respeito? Alguém tem que dar a cara a tapa. Trazer uma profissional como Carolena não é fácil. Corro o risco de prejudicar minha carreira caso algo não ocorra como o combinado, mas, decidi abrir mão desse medo e somar o máximo que eu puder para o mundo Tribal. 

Realmente estou muito satisfeita e feliz. Sinto que trazê-la irá facilitar muito o acesso ao estudo. Sei o quanto tive que investir para estudar com ela nos EUA. Não me preocupo em gerar concorrência, muitas pessoas me chamaram de “sem noção” por abrir espaço para mais Sisters. Isso não é um pensamento Tribal e eu seria egoísta se dissesse não a Carolena por esse motivo. Vou fazer minha parte e cada um que faça a sua. 

Os preparativos estão a todos vapor. Bolando show, organizando tudo que for possível para que em abril esteja tudo certo. 

Estou me dedicando muito para que todos se sintam bem com o evento. Como eu disse, dei minha cara a tapa, mas o mérito é nosso. Trazê-la soma pontos positivos para o Brasil, isso é muito valioso. 

BLOG: O quê você mais gosta no tribal fusion?
Gosto da liberdade de poder ser eu mesma, de poder criar, mudar, inovar. Gosto de toda sua história, acho incrível como tudo se desenvolveu e desenvolve. Gosto também de tudo que citei em uma das perguntas anteriores. =)

BLOG: O quê você acha que falta à comunidade tribal?
Estudo, humildade e respeito. 
   
BLOG: Como você descreveria seu estilo? 
ATS® - American Tribal Style e Tribal Fusion 
  
BLOG:Como você se expressa na dança? 
Costumo sempre respeitar minhas fases e humor do dia. Tenho o péssimo hábito de escolher minhas músicas quase no dia da apresentação; sofro quando tenho que escolher com 3 meses de antecedência. Gosto de dançar improviso, de ser honesta com o que estou sentindo naquele momento, naquele dia, naquela hora. Acho que é assim que me expresso, de acordo com meu momento da vida, do meu dia. Gosto muito de dançar músicas lentas, dramáticas, e sempre acabo optando por elas.  

BLOG: Quais seus projetos para 2012? E mais futuramente?
Tenho muitos projetos em mente, mas só os tirarei da gaveta e revelarei mais pra frente. :)

BLOG: Improvisar ou coreografar?E por quê? 
Para mim, improvisar. Por que é desafiador, verdadeiro, único. Gosto do ATS® por isso e sempre improviso nos meus solos de Fusion. Estudo muito a música, penso em algum tema, ensaio as apresentações improvisando e marcando alguns pontos que eu desejar e no palco é “seja o que Deus quiser”... isso me motiva. Mas é importante saber coreografar e dançar coreografado também. Respondi de acordo com o que mais gosto de fazer. 
  
BLOG:  Você trabalha somente com dança?
Eu trabalho com tudo que envolve a dança. Não tenho um segundo emprego, mas se for separar as atividades do que é trabalhar  "somente" com dança, no meu caso, tenho muitas profissões: empresária, dançarina, professora, realizadora de eventos, secretária, administradora, faxineira, publicitária, marketeira, cozinheira...O bastante para cansar! hahaha. 

BLOG: Deixe um recado para os leitores do blog.
Estude a ponto de saturar-se;procure professores capacitados; seja "foda" no palco e humilde fora dele, lembre-se que o ser humano é limitado e não há motivos para "se achar", humilhar ou competir. Corra atrás do que deseja alcançar, pule todo e qualquer obstáculo que aparecer. Mantenha o foco, seja forte, chore quando sentir vontade, sorria para quem te ama e para quem você ama. Entenda que é preciso compartilhar, entender e respeitar o tempo das pessoas e o seu tempo. Doe-se sem restrições. Lembre-se que muitas vezes é sábio voltar ao degrau de baixo que subir no tempo errado. Tenha calma, espere o seu tempo de brilhar, não force ao mundo sua arte, se ela for realmente boa, cedo ou tarde você aparecerá, só precisa seguir em frente. Seja vivo, seja amor, seja alegria, amizade e forte, pois ser grande e reconhecido requer muito talento para prosseguir e não é fácil, mas muito, muito gratificante. 



 Contato
Tel/cel: (11) 9 7511-7924








Para conhecer mais o trabalho desta bailarina, acesse seu canal no Youtube.

[Resenhando-RJ] Gothla Brasil 2012 - Mostra & Show de Gala

por Aerith





Olá pessoal!

Enfim de volta para casa! E muito feliz com o pouco que presenciei no Gothla Brasil! Este ano não pude fazer os workshops(infelizmente, porque queria MUITO), mas participei do dia 23 de junho(sábado) do Show de Abertura e assisti ao Carpe Noctem II.Vou deixar para falar sobre minha performance mais a frente, quando os vídeos oficiais estiverem disponíveis. E também fechar a segunda parte com os agradecimentos finais. Então, bora comentar sobre o evento?

Eu não assisti a nenhuma apresentação do Open Stage, queria muito ter visto,mas o meu nervosismo não me deixou,porque se eu visse alguém dançando eu ia ficar mais nervosa ainda me imaginando dançar e tal...então preferi esse ano não assistir para tentar me concentrar... mas não deu muito certo não porque fiquei uma pilha de nervosismo assim mesmo ¬¬ Mas meu marido assistiu o Open Stage e me deu um parecer sobre o que rolou, então aqui deixarei registrado a opinião dele, como público, músico e meu maior orientador na dança, porque ele é meu termômetro para o que está legal ou não na minha dança, o que tenho que melhorar e tal...ele é super crítico que as vezes até me irrita! rsrs Então ele vai ser bem sincero no que chamou a atenção dele, o que não significa que as outras foram ruins! Pelo contrário, esse ano ele disse que as mostras estavam muito boas, muito bem elaboradas, sem tender ao caricato ou esquisito. E , quando os vídeos estiverem disponíveis no youtube, eu dou ma minha opinião depois.

Tamyris Farias (PE)movimentos bem fortes,fazendo algumas coisas de kata de karatê e simulou uma luta com dois sai.


Yoli Mendez (SP) - dança muito bem elaborada e boa expressão;figurino muito bonito, prendendo bastante a atenção.

Lena Fairuze (RJ)figurino muito legal, com interpretação de pirata muito boa, empolgando muito o público; lutando com espada e depois girando muito rápido com a mesma na cabeça.


Mariana Maia (SP)figurino remetendo bem uma shaman,bem tribal, com movimentos meio ritualísticos e boa técnica; a música tinha uma batida e vocais tribais bem primitivos.


Mariáh Voltaire (PR)movimentos muito técnicos, bem truncados de hip hop; a música com muitos detalhes, muito difícil de acompanhar e ela conseguiu fazê-lo;foi uma apresentação com grande e bom impacto,passando uma identidade própria da dança.


Bruna Gomes (RS) - ficou bem sombrio, bem dark, sem parecer caricato, prendendo bem a atenção com os movimentos e expressão que  lembrava uma succubus( ser mitológico meio demônio meio vampiro, retratadada como as filhas de Lilith). E os movimentos no chão ficaram muito legais.


Alan Keippert (RJ), Marcelo Justino(SP) e Caique Melo(BA) - foi bem dinâmico a entrada e saida dos bailarinos, onde cada um se destacou com sua técnica e forma  de dançar: o Alan estava mais focado numa fusão indiana;o Marcelo fazia mais passos que remetiam às danças brasileiras; e o Caique estava  desenvolvendo mais no tribal fusion. Apesar de cada um dançar estilos diferentes,não destoaram da música. Os três estão de parabéns pela flexibilidade.

Agora vamos falar sobre o prato principal da noite: o espetáculo Carpe Noctem II - O Gato e a Rainha da Noite.




HORÁRIO

Apesar do atraso dos workshops que influenciariam no desencadear do show, pouco atraso houve, acabando bem próximo do previsto na programação...digo isso pois da última vez acabou tarde, por volta das 23 horas, então fiquei com receio de atrasar muito, o que não aconteceu.


SOM

Esse ano tenho que parabenizar pela qualidade do som e uma minimização muito significante de falhas técnicas com relação ao ano passado. Raras falhas aconteceram, tornado linear e fluido todas as apresentações, desde as mostras até o show principal.



ILUMINAÇÃO

[Destaque] Eu realmente achei que não fosse comentar sobre isso, porque para mim nunca fez muita diferença nos eventos que assisti. Mas depois do dia 23 mudo meu discurso hehehe. A iluminação foi perfeita!!!A iluminação fez um diferencial muito grande em cada performance. Era uma complementação da dança das bailarinas,  demonstrando estados, sentimentos, emoções perceptíveis, "palpáveis",aproximando e fazendo-se sentir ao público;tornando-se parte do cenário, a iluminação criou uma atmosferização e ambientalizações peculiares a cada estilo e proposta das bailarinas, mostrando transições entre um estado/momento e outro.Muito bom!



CENÁRIO

O cenário foi bem mais limpo e sóbrio, eu realmente gostei disso. Acho que muita informação ao mesmo tempo nem sempre é o melhor. E para um tema gótico se adequou bem a proposta.O tecido de fundo com desenhos geométricos vitorianos, conferiram muita elegância. 


Depois, o relógio ao fundo foi bem criativo! O relógio era uma peça importante, por remeter a mudança de tempo, estado, ou seja, a mudança de uma bailarina a outra, a mudança de cada estilo, de cada época que elas apresentavam, assim como assistir uma viagem ao tempo. E marcava a hora do lado mais obscuro, negro,sombrio da dança: o espetáculo Carpe Noctem.


Em volta do palco havia um tecido...acho que era tule preto, com umas rosas. Casamento perfeito, não? Tudo a ver com a cena gótica e com o tribal fusion. Isso pode fazer referência a tantos contos, estórias,filmes,etc, que nos embalam e caracterizam universo gótico.



INTERVALO

[Destaque] Em alguns momentos do espetáculo havia aparições da Boneca,interpretada por Kyia Sharif, e o boneco Billy, do Jig Saw, do filme Jogos Mortais, interpretado por Jean François, dando uma descontraída e quebrada no espetáculo. Isso foi muito criativo e inesperado,mas conferindo muito dinamismo ao evento. Kyia interpretou muito bem a boneca, personagem já criada no Carpe Noctem I (2011), demosntrando ser um objeto manipulado por Billy/Jig Saw e totalmente pertubada por isso. No início do evento ela fica sentada em uma das extremidades do palco, tornando-se parte do cenário...e ficou lá, paradinha por um bom tempo...acho que mais de cinco apresentações até Billy buscá-la.Coitadinha! rsrs Mas depois ela se vinga dele com um boneco vodu! Muito inusitado, cômico e criativo essa parte! Todo mundo adorou a aparição dos dois personagens durante o show. Parabéns aos dois!



APRESENTAÇÕES

[Destaque] Nível técnico muito bom para todas!!!O evento foi muito forte em questão de técnica! Não houve nenhuma apresentação fraca! Todas muito bem desenvolvidas para o evento. Gostei muito de todas e gostei muito de ver todas com ótimos desempenho!Isso só tem o que engrandecer ao espetáculo, tornando-o forte e memorável. Com certeza todo mundo ficou com gostinho de quero mais \o. E ficou muito difícil dizer quem se destacou mais e tal,pois cada qual com sua técnica, cada qual com seu estilo, adequando perfeita e harmoniosamente a proposta do evento, sem tender ao caricato ou não atender a essência das bailarinas, pois todas fizeram aquilo que são, aquilo que gostam e com o estilo próprio de cada uma dentro do tema proposto.Gostei de tudo no geral hahaha Claro que houveram as que mais me chamaram a atenção,as que mais gostei/identifiquei e tal, mas realmente tudo estava bem nivelado e bem organizado.

Um destaque também para a diversidade de bailarinas de vários estados diferentes do Brasil, divulgando seus trabalhos e estilos, tornando muito rico o espetáculo que apresentou performances de todos os tipo, como vintage, burleca, ATS/ITS, dark/gótico, brasileiro e muito mais, sem sair do tema!!!

*Abaixo meus comentários gerais sobre as danças(saindo os vídeos eu posto junto com os comentários).

Ashmahan Family (RJ) – três alunas do Asmahan, Alish  Lisarb, Tahoser Sharif e  Eliane, abriram o espetáculo com a música "O Fortuna" de Carmina Burana; bem legal a apresentação, cada uma com um objeto na mão: uma ampulheta, um relógio e um báculo. Muito interessante e coerente com a música.

Aline Muhana e alunas (RJ) - Aline Muhana entrou toda glamurosa, com um tecido que lembrava um casaco de pele preto cobrindo ao colo apenas(desculpa, não sei o nome dessa peça), com um figurino vintage elegante,e...fumando um charuto!! Muito poderosa,não? Suas alunas passeavam e cumprimentavam quando encontravam-na. Nossa! E que performance! Tão sublime! Tão técnica!Seu shimmie e ondulações de barriga eram tão poderosos e imponentes,que todo mundo deve ter ficado igual a mim: de cara no chão.O.O Depois do seu solo, suas duas alunas se juntaram a ela formando um trio, e dançaram elegantemente e com uma coreografia toda bonitinha e com formações de palco muito bem desenvolvidas.

Kilma Farias (PB) - Tão leve,solta e fluída foi sua apresentação! Parecia estar sendo levada pelos ventos de um embalar de sonhos!Sua saia de um tecido tão leve e fino fazia lindos movimentos no ar, lembrando um véu, desenhando e criando formas no espaço vazio durante sua dança.

Cibelle Souza (RN) - Parecia uma sereia,uma Ariel,uma princesa! Com o cabelo vermelhão e roupa verde, demonstrando toda sua beleza e esplendor na dança! Tão bela, sutil e elegante.E com muita técnica e desenvoltura!

Paula Braz (SP) - Amei o figurino da Paula Braz, com as costas abertas e um tecido bem solto. Linda dança também!! Muito expressiva, muita desenvoltura e fluidez.                   

Rebeca Piñeiro (SP) -Rebeca arrasou no charme! Linda de mais com aquele figurino, algo meio burlesco, meio vintage, lembrou-me a personagem Jéssica Rabbit, sensual, charmosa,glamurosa e poderosa,mas tudo de um jeito tão doce e delicado, ou seja, tendendo a elegância, uma mulher intocável por emanar tanto poder, e não a algo vulgar.E isso é super difícil de se trabalhar numa performance do tipo.Luvinhas escuras acima  do cotovelo, cabelo louro quase branco, pele de porcelana...uma diva que saiu da década de 50, não? Resumindo o conjunto da obra: charme, elegância, glamour e sensualidade, com muita técnica

Ariellah (EUA) -  Nem preciso comentar, né?Super suspeita hehehe Ariellah quebra tudo em todas as suas danças! Fico numa histeria interior quando ela aparece e dança daquele forma tão expressiva, tão profunda; obscura, dançando com muita imponência , força e poder,mas sublime e delicada também. Sem palavras para expressar! Expressão facial e corporal linda e transcedental, técnica forte, marcante e ao mesmo tempo suave e delicada.

Morgana (ESP) – Fiquei muito feliz de poder assistir a Morgana ao vivo, pois elas foi uma das primeiras bailarinas de tribal que conheci e uma das minhas principais referências, influências, inspirações na dança.

 Essa apresentação dela é bem famosa no Youtube,apesar de achar que ela mudou algumas coisas....mas a base é a mesma e a ideia também, ela imita lindamente e acrobaticamente uma gatinha. Muita flexibilidade,técnica e criatividade!

Ulan Daban (SP) - Eu amei a apresentação do Ulan Daban!!!Um figurino bem ATS, com direito a turbante, mas bem sério, sóbrio com cores fechadas e escuras. Gostei muito do som forte dos tambores, e como vocês desenvolveram isso na coreografia de ITS. Desenhos muito bonitos e diferentes, tendo um momento em que elas se unem em um círculo, formando vários vórtices! Muito bem elaborado! Um outro ponto que me chamou muito a atenção foram as formações de palco inusitados! Uma delas foi um momento em que o coro da frente/direita fazia movimentos lentos e o de trás/esquerda,movimentos rápidos, isso deu um efeito muito contrastante , pois se esperaria o contrário.

Cia Lunay (PB/PE) – Adorei essa apresentação de Kilma Farias e Cia Lunay! Não sei se foi coisa da minha mente...mas o início me lembrou meio butô(dança-teatro japonesa). Foi bem teatral o início. Depois, em uma fila indiana, movimentavam um véu preso em um coque na cabeça, formando vários desenhos de trás para frente muito bonitos! Gostei muito da técnica, da leveza, sutileza e beleza coreográfica! As meninas da Lunay inserem o tribal brasileiro dançando lindamente, com muitos desenhos coreográficos!

Karina Leiro (PE) – Muita técnica, muita força nos movimentos, técnica, e uma expressão fechada  e forte do flamenco. Um perfeito tribal com flamenco, muito vibrante e expressivo! O figurino também remetia a essa fusão, com grandes rosas vermelhas presas acima da cabeça.

Jhade Sharif (RJ) – Figurino lindo! E nem preciso comentar da expressão fatal e natural da Jhade, né? Adorei as músicas, principalmente a primeira, do seriado Game of Thrones. Muita expressividade e força em sua dança.

Rhada Naschpitz (RJ) – Rhada super expressiva em sua dança, com um estilo própria, muito peculiar, sempre fazendo sinal de metal pra levantar a galera dark. Lindo figurino preto e vermelho com os detalhes com caveiras.Expressividade tanto facial quanto corporal, e presença de palco de arrasar! \m/

Bety Damballah (PR) – Bety interpretando um demônio! Arrasou no figurino:  forte e agressivo, coerente com a proposta; chifres, correntes cobrindo parte da face, olhos vermelhos com íris invertida, um dos lados do olho havia um cílio enorme e vermelho, e uma linda saia roxa com longa cauda. As músicas foram super bem escolhidas, a primeira foi a que mais gostei, com a música antiga que horas beiravam ao delírio possuidor de um demônio com voz distorcida. E nossa, que empolgação!! Animou geral, levantou a galera mesmo!!

Iman Najla (ARG) – Eu ainda não conhecia o seu trabalho. Ela é bem inserida na cena gótica, tanto nas escolhas das músicas, quanto nos movimentos. Achei bem estruturada a apresentação.

Templária e Jhade Sharif (RJ) – Gostei bastante dessa apresentação! Boa coordenação e movimentação de palco bem variada. Uma coreografia bem forte, com grito de luta, que conferiu bastante força a apresentação e com movimentos bem diversos. O final foi bem singelo,um cumprimento de artes marciais pelo fim da apresentação e ao mesmo tempo uma forma de saudação a mestra Morgana que estava por vir.

Morgana (ESP) – Essa apresentação foi PERFEITA! Queria poder vê-la um milhão de vezes!*.* Com certeza Morgana ganhou o público do Gothla Brasil, sendo aplaudida de pé! E espero que ela retorne o mais breve possível!!! Muito acrobática, com movimentos de kung fu(kati) e karatê(kata) no início da performnace. Morgana lembrava uma andarilha samurai com um chapéu oriental sobre a cabeça, tapando seus olhos. Logo depois, ela tira o chapéu e o coloca no braço, transformado-o em escudo! E  mais uma surpresinha: ela tira uma adaga(supostamente estaria no chapéu?) e agita a mesma que se transforma em uma espada!!! Assim, ela começa a fazer movimentos de luta com a espada com tamanha destreza e agilidade. E no final o público estava totalmente em êxtase.

OBS: Uma sugestão a organização-tentar na próxima vez que ela retorne ao Rio, ou colocá-la por último ou colocar um intervalo, como o da boneca e o boneco do  Jogos Mortais, porque quase todo mundo ainda ficou meio sob o efeito da apresentação dela, por ser algo totalmente diferente e inusitado, comentando sobre a mesma por pelo menos uns 5 minutos...e acho que isso tira a atenção das próximas que dançariam depois dela.

Gabriela Miranda (RS) – Gabi é sempre tão linda de se ver! Adoro suas apresentações com um jeitinho que só ela sabe dançar! Lindos movimentos variados, lindos braços e muita expressividade.Apresentação envolvente!

Karine Xavier (RJ) -  Karine foi tão suave em sua performance! Parecia estar nas nuvens, flutuando e sonhando entre um giro e outro. Muita influencia do ballet e muita dramaticidade! Ela usou um par de leques com plumas vermelhas, vibrando-o perfeitamente junto com a música. O final foi tão lindo! Ela tira uma fita vermelho do peito, como se estivesse sangrando,e dança seu sofrimento e dor até o final.

Ariellah, Rhada Naschpitz e Jhade Sharif – Muito épico esse trio! Vai ficar na memória! Ariellah começou solando e no meio da apresentação uma surpresa: Jhade Sharif e Rhada Naschpitz se juntam a ela! As três dançam com toda sua expressividade e teatralidade! Isso foi perfeito!

Tribo Mozuna (RJ) – Com um ATS bem fundamentado e sempre imponente. Gostei bastante da primeira música, em estilo medieval. Depois dale snujs!Essa  parte também é minha favorita, pois torna bem dinâmica a apresentação e festiva.

Cia Shaman (RN /SP) – O final para mim foi bem bonito! A união das duas Cia Shamans do Rio Grande do Norte e São Paulo em um só evento! Tantas mulheres lindas e elegantes de branco dançando juntas e emanando tamanho poder! Lindos desenhos coreográficos e desenvoltura na dança num grupo com tamanha proporção!

Outras considerações:


O evento foi muito bom em todos os detalhes! Começando pelo pessoal do staff super atencioso; a variedade de acessórios e expositores, tanto de tribal fusion, como de moda alternativa e espadas e adagas;demonstra profissionalismo em ter um termo de uso da imagem dos bailarinos envolvidos,além da filmagem e fotografia profissional; camisas lindas de brinde para seus participantes; ideias bem criativas para entreter seus convidados, como o passeio pelo Rio de Janeiro e a festa do Goth Box(que eu não fui em ambos, mas super aprovo as idéias); além do melhor clima de festa, companheirismo dessa tribo.





Parabéns as organizadoras Jhade Sharif e Rhada Naschpitz por cada detalhe do evento!!!

E vocês, o que acharam do evento???


1 dia para o Carpe Noctem

Olá pessoas!

Nossa, o tempo voou!Um dia para eu dançar no show de abertura e assistir ao espetáculo Carpe Noctem II, com bailarinas nacionais e internacionais espetaculares! Nem posso acreditar!*____* (emoção)

Ontem fui ver o meu figurino e isso me empolgou muito! Achei muito bonito! E estou ansiosa para vesti-lo no show!

E depois da tristeza de fossa que eu estava há um tempo, muita coisa aconteceu que me empolgou! Uma delas foi o comentários de algumas pessoas que me apoiaram e deram força para eu não desistir(obrigada mesmo!);ver as peças do meu figurino também foi uma delas; assistir aos vídeos das performances da Ariellah do ano passado me lembrou o quanto ela é fofa e ótima professora e pessoa! Além da possibilidade de reencontrar muitos amigos e conhecer pessoalmente outros! *.*

Então, isso tudo me deu bastante ânimo de tentar fazer, em menos de 5 dias, alguma coreografia. Como a minha apresentação é dividida em três partes/momentos, as duas primeiras eu consegui fechar. A terceira é bem trabalhosa, então só coreografei algumas partes, deixando outras para improvisar. Fiquei feliz com o resultado geral pois, para quem não estava com ânimo para nada, conseguir reunir energia, tempo e espaço(porque onde moro não tem espaço para treinar...deve ter 1 m² =/) em poucos dias já foi uma primeira superação e estímulo para que eu me dedique no show.

Espero poder ir bem no show! >.< E espero poder me divertir um pouco! Tirar muitas fotos e conhecer muita gente bacana!

Vou tentar, no próximo post, dizer o que vivenciei na noite de sábado: sobre o desempenho da minha apresentação, sobre o espetáculo e sobre outras coisas mais.

E quando sair o vídeo, quero destrinchar a parte conceitual da minha "coreografia" , explicando os três momentos.

Amanhã viajo para Niterói e sábado estarei lá na Tijuca^^

Então, até sábado pessoal!

Destaque Tribal Junho 2012 pt4: Idhun e Doriana Rossi


Linda apresentação da dupla Idhun e Doriana Rossi, de Barcelona. Totalmente expressiva e envolvente em um fusion contemporâneo riquíssimo de passos e movimentos! 

Algumas semanas para o Gothla 2012!

Olá pessoas!

Então, estamos há 2 semanas do tão esperado dia!

E aí, como estão os preparativos de todos??? Ansiosos? E as expectativas???

Eu queria estar mais empolgada e tal...espero me surpreender positivamente no dia 23 de junho, pois sinceramente ando MUITO desanimada em tudo, inclusive na dança.

Esse ano veio cortante:não poderei fazer o workshop da Morgana, uma das bailarinas que mais admiro, e da Ariellah, que nem preciso comentar que é uma das minhas maiores influências e inspirações.

Além disso, meu lado emotivo não anda bem...ando muito desanimada com estudos e com dança, que são coisas que gosto muito.Os meus problemas andam me corroendo muito e fico triste quando não enxergo uma solução...ou quando esta não aparece no momento que mais preciso.

Enfim...todos os parâmetros que tracei esse semestre para me preparar para o evento foram poucos alcançados =/ E isso me frustra um pouco.  Já treinei a música, mas nem tanto quanto queria,pois eu só coreorafei algumas partes e não tudo...meu medo é o nervosismo tomar conta de mim ou dar algum problema técnico novamente. O que fazer para dançar com a mente livre e concentrada apenas no sentir? Antes de vc se frustrar você acha tudo tão fluído...e improvisar(para mim) foi sempre tranqüilo e natural...mas depois de uma experiência ruim...como se tele transportar para o seu momento na dança novamente?Como encontrar o mundo mágico de novo? Parece que essa porta não mais encontrarei quando a música tocar seus primeiros raios de sol em meu corpo, e não acharei o caminho para o mundo encantado da dança, onde a música me mostra o caminho,os passos para decifrar meus sentimentos e emoções, transformando-os em algo que eu possa trazer ao palco e fazer o público entendê-los e me tornar feliz de ter conseguido transformofigurar(existe essa palavra? xD) isso. Será que se no meio das trevas que o palco me cobrir...conseguirei encontrar a luz, a porta e o caminho? Será que voltarei ao mundo encantado da dança?

Espero que sim...espero que dê tudo certo...espero que o meu palno B funcione se eu não conseguir realizar o plano A por causa desses problemas  que andam corroendo meus sonhos.

Aceito opiniões, dicas etc...

Destaque Tribal Junho 2012 pt2: Sharon Kihara


Sharon Kihara no México em 2011!  Uma dança bem original com a marca da Sharon! Gostei porque ela tem diversificando um pouco mais a sua dança.

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