O
Hafla Zabai aconteceu no dia 04 de dezembro na cidade de Curitiba/PR. Cheguei a
Curitiba e o clima de festa estava no ar!!! A queridona Mariáh Voltaire me
convidou a dançar no Hafla dela e foi tudo a mil maravilhas! Em um clima de
conforto, todos em meio a suas famílias, filhos, amigos e esposos. A noite de festa começou.
Com o título de RUÍDOS
DE UM CORPO DANÇANTE, o Hafla teve como objetivo reunir mulheres que prezam
pela sua liberdade de expressão artística em um espaço onde pudessem exorcizar
seus monstros e valorizar sua dança e seu corpo. Mariáh e suas alunas (Grupo
Zabai), juntamente com as convidadas, seus familiares e amigos acenderam a
fogueira mística despertando sonhos, desejos, beleza e muita dança bonita!
As alunas Zabai (Tribal Fusion), juntamente com os convidados:Adriely Teixeira (K.Pop), Bety Damballah (Tribal Fusion),Carina Rosa e Bárbara Rosa (Tribal Fusion), Citra Dasi (Dança Indiana), Dimi Verona (K.Pop e Street Dance), Gilmara Cruz (Tribal Fusion), João Pedro Pinho (Femme Style), Sara Félix (Tribal Fusion),Tati Macedo (Tribal Fusion), Tharsila C. Schuntzemberger (Chair Dance - Cosplay),
Aline Elena (Tribal Fusion) fizeram uma noite de muita magia e dança acontecer!
Além do grupo Zabai se apresentar, as alunas da Mariáh estavam tão à vontade que fizeram solos!!
Estávamos todos em um clima de muito conforto! Senti-me em casa! Sou muito
grata pelo convite!! No final da festinha mística, deliciosos salgados e
docinhos fizeram parte do banquete do Hafla! E antes de ir embora a Mariáh me
presenteou e presenteou as demais meninas com uma poção mágica da mulher
selvagem!!! Poção de empoderamento feminino!!! Quanto carinho!!!
O ponto negativo do Hafla foi à ausência da colega Aerith que não pôde
estar presente! Mas tenho certeza que estará nos próximos! E já anseio pelos
próximos Haflas!!!! Que venham mais e mais Haflas Zabai!!!!!!! Yeapppp!!!!!
Quanta coisa aconteceu em 2015 na cena tribal brasileira e mundial, não é mesmo? Enfim começaremos com a quarta edição do Destaques Tribais! =D Empolgados para fazermos essa grande retrospectiva e relembrarmos todos os trabalhos maravilhosos que foram desenvolvidos em 2015?
Regulamento Oficial
Criamos um regulamento oficial do Destaques Tribais. Desta forma, você poderá consultá-lo não só na época do Destaques Tribais, mas ao longo do ano caso tenha dúvidas sobre como inscrever seu trabalho, do seu grupo, da sua escola ou de amigos.
Mudanças no regulamento podem surgir caso se faça necessário. Porém, serão notificadas no topo da publicação.
Não deixe de ler o regulamento para não ter suas sugestões invalidadas por desatento. Clique no link abaixo para acessar e ler o regulamento:
A partir de 2015, decidimos criar a Comissão com o objetivo de sermos mais justos e tornar o resultado final mais próximo do real.
Até o presente momento, a Comissão é composta pelas seguintes bailarinas-colunistas: Aerith (PR) (autora), Anamaria (MG), Maria Badulaques (SP), Mariáh (PR) e Natália Espinosa (SP).
Desta forma, as bailarinas da Comissão deverão:
- Avaliar, em conjunto, se todos os trabalhos sugeridos na Etapa 1 compreendem às respectivas categorias sugeridas, remanejando as indicações às categorias equivalentes ou invalidando as sugestões que não estão conforme as regras aqui mencionadas;
- Avaliar, em conjunto, pedidos para Análise de Invalidações da Etapa 1. Estas podem ser levadas em consideração pela Comissão caso seja apresentada uma justificativa (por escrito da solicitante) embasada, resgatando e validando, desta forma, sua participação à etapa seguinte.Justificativas enviadas após o prazo não serão analisadas!
- A partir deste ano, teremos dois resultados: Resultado Popular e Resultado do Blog.O Resultado do Blog é composto pelos votos dos Colunistas do Blog. O intuito deste resultado é, juntamente com o Resultado Popular, complementar para alcançar um Resultado Final. Desta forma, podemos analisar ambos resultados e refletir, de forma mais consistente, sobre a opinião da comunidade tribal brasileira à nível nacional.
Então, o Resultado do Blog é obtido por votação dos Colunistas do Blog. Esta votação estará acontecendo concomitantemente à votação da Etapa 2, com o objetivo de divulgar ambos resultados sequencialmente. O resultado é obtido através da votação dos colunistas e, em caso de empate, haverá uma votação de desempate, em que somente as categorias empatadas estarão participando nesta sub-votação. No post deste resultado, será divulgada a listagem dos colunistas participantes e estatísticas.
Novas Categorias
Em 2015, adicionamos duas novas categorias:
. Destaque Artigo Tribal: indique artigos que foram mais interessantes, boas fontes de estudos e que acrescentaram culturalmente. Estes podem ser de blogs ou de outras mídias, mas deve ser do ano em questão para não ser invalidada. Sugestões sem link do artigo serão invalidadas.
. Destaque Registro Coreográfico Nacional: com o intuito de diferenciar este da videodança, valorizando o trabalho artístico e profissional dos envolvidos no produto final.
Análise de Invalidações da Etapa 1
Ao iniciar a divulgação das Categorias Ilustrativas, você terá conhecimento se suas sugestões foram invalidadas. Assim, caso considere injusto a invalidação por parte da Comissão Avaliadora do Blog você terá somente período discriminado abaixo para solicitar por e-mail uma re-avaliação de acordo com a justificativa escrita no mesmo, resgatando e validando, desta forma, sua participação à etapa seguinte. Justificativas enviadas após o prazo não serão analisadas! Todas as justificativas deverão ser enviadas para o e-mail abaixo:
aerithtribalfusion@gmail.com
Categorias Ilustrativas
As Categorias Ilustrativas serão divulgadas no prazo determinado abaixo. Teremos uma média de 3 categorias sendo divulgadas por dia. Você poderá acompanhar e verificar se determinada categoria foi divulgada através do menu à direita, como o da imagem abaixo:
1) A medida que eu for divulgando cada categoria irá aparecer uma setinha rosa próxima ao nome da categoria já publicada. Se ainda não tiver a setinha, significa que ainda publiquei.
2) Para conhecer os indicados, é só clicar em cima do nome que tem a setinha.
3) Se o BLOCO não tiver o seu subtítulo, significa que ainda não foi "aberto". O BLOCO que possui subtítulo é o que está sendo divulgado no momento.
4)Assista aos vídeos; clique nos links de blogs,/site fanpage, grupos,etc, e CONHEÇAM cada trabalho para, desta maneira, votarem de forma consciente
Entrevista Especial de Aniversário
A Entrevista Especial de Aniversário será destinada aos Destaques Regionais! Então os mais votados de cada região do Brasil pela Votação Popular terá uma entrevista publicada no blog no ano de 2016!
Períodos de cada fase
- Chamada: 21/12-26/12/2015
- Etapa 1 (indicações): 27/12/2015- 16/01/2016
- Análise de Invalidações da Etapa 1: 17/01-31/01
- Categorias Ilustrativas: 17/01- 26/01
- Etapa 2 (votação do público): 27/01- 14/02
- Resultado: 20/02
Todos prontos? =D Bora conhecer o que aconteceu no ano de 2015! Vem com a gente!
A
Caravana Tribal Nordeste vem agregar à cena tribal brasileira, em virtude do
desenvolvimento da consciência corporal e integração cultural como Projeto de Fusão Tribal em Festival Itinerante.
Além
de muitas novidades, a 6º edição do evento contou com a parceria do Governo do
Estado da Paraíba através da pessoa de Ângela Navarro coordenadora de dança da Fundação
Espaço Cultural da Paraíba (FUNESC).
Flyer do projeto Interatos
A Caravana ocorreu dentro do Projeto INTERATOS, uma mostra e formação permanente
de teatro, dança e circo que recebe oficinas e espetáculos de grupos da Paraíba
e de outros Estados que contemplam as três linguagens artísticas. A atração de
outro Estado que contemplou a pesquisa dessa edição da caravana com um solo e
workshop foi Silvana Duarte (SP) com dança indiana clássica Odissi.
Divulgação
do evento em Jornal local
Apesar
dos sentimentos de aliança e renovação terem tomado conta de todos presentes, a
Cia. Lunay encarou um desafio na produção do evento. Pela primeira vez a tribo Lunay e a Caravana Tribal Nordeste
estariam sem os braços protetores de Kilma Farias (PB), diretora da Cia. e uma
das idealizadoras do evento. Ao mesmo tempo seria a estreia da nova formação da
companhia desenvolvendo uma pesquisa no universo das danças urbanas e o Tribal
Brasil, com a participação da B-girl Jack Keysy, atuante nas cidades de João
Pessoa e Campinha Grande. Fomos lançadas nesse desafio com muita gana e o
resultado não poderia ter sido diferente de um evento lindo dentro do maior
teatro da cidade, o Paulo Pontes. Aproveito o espaço para agradecer as minhas
tribalas da lua: Jaque Lima, Juliana Garcia, Cila Cavalcanti, Andressa Ferreira,
Thâmara Roque, Bárbara Suênia, a participação de Jack Keysy e a nossa mestra e
amiga Kilma Farias. Além das companheiras de turma que deram total apoio
Thaismary Ribeiro e Mariana Oliveira. Enquanto isso, Kilma acompanhava tudo de
Belo Horizonte, torcendo e nos dando conforto: “ To feliz demais em ver um novo conceito em Tribal surgindo... e
perceber que essa frequência me representa. Povo lindo!!”.
Integrantes da nova formação da Cia. Lunay coreografia: Afrociberdelia. Foto: Milena Medeiros
Dando
continuidade as estreias, novos grupos aderiram a rota da Caravana.
Participaram os Estados de: Pernambuco, Bahia, Ceará e Paraíba. Agora como
organizadores estão Aquarius Cia de Dança (PE), Trupe Mandhala (BA), Alinne
Madelon (CE) e Cia. Lunay (PB) . Sejam muito bem-vindos! E um muito obrigado
aos grupos de outras cidades que marcaram presença no evento como as companhias
Onix Tribal e RedFusions de Campina Grande, Carvalho Cia. de Dança, Cia. Maktub
e Esther Alexandre de Recife e Andrea Monteiro de João Pessoa.
Aos
ministrantes de workshop dessa edição: Antonia Lyara (BA),Caio Pinheiro e Jaqson
Gomes (PE), e Alinne Madelon (CE): Muito obrigada por compartilharem suas
pesquisas ricas!
Ministrantes dos Workshops na 6º edição da Caravana Tribal Nordeste 2015 (PB)
Particularmente
esta edição da caravana teve um gosto especial para mim. Sendo a primeira vez
que fui inteirada da produção de um evento dessa magnitude por completo, além
de ter a responsabilidade da direção de palco assumi papeis que não sonharia em
cumprir. Tive a chance de uma perspectiva pouco atraente para alguns olhos, mas
agradeço a confiança da direção da companhia depositada em todas nós. Atuamos
com uma verdadeira tribo: cheia de tentáculos.
Grupos e Público reunidos ao final do evento Caravana Tribal Nordeste 2015 (PB)
Aconselho
qualquer artista em início de carreira (ou consolidada) a passar por esses
processos. É um exercício ativo de múltiplas tarefas e coisas que um artista
precisa (e não precisa) saber. Desde desenvolvimentos de planos b, c,d à pessoas gentis com gratidão no olhar. Vi
pessoas vibrando pelos companheiros no palco, pessoas respirando dança! Tudo
oque antecede a magia da cena, que antecede o brilho e a comunicação no palco.
Fortalecendo sua luz.
Um
salve para a dança que unifica!
Grupos e Público reunidos ao final do evento Caravana Tribal Nordeste 2015 (PB)
No dia 28 de novembro de 2015 aconteceu a primeira edição do Fusion Art Festival, em Curitiba-PR, no Teatro Cine Glória, realizado por Sara Félix e o Tribal Art Co. O evento contou com a participação de Aerith, Mariáh Voltaire, Trio Taksim, Gabriela Miranda (RS) e Yoli Mendez (SP).
O festival foi realizado com muita dedicação e carinho, percebendo isso pelo afinco da anfitriã pela passagem de som, de palco e dos mínimos detalhes para que estivéssemos acolhidas . Chegando ao camarim, todas bailarinas lindas se arrumando com seus figurinos e adornos; além disso, havia aperitivos para ninguém entrar em cena como estômago vazio! Chegando a hora do espetáculo, Sara reuniu todas para uma confraternização pré-show, direcionando a palavra à convidada Gabriela Miranda do Rio Grande do Sul. Gabi decide, então, realizar o Puja, ideologia elaborada e realizada pelo ATS®. Pedi autorização a Gabriela para reproduzir os dizeres do Puja que ela mencionou no dia. Caso você o utilize, não deixe de dar crédito à Gabi pelo texto: O Puja ou Pranam é uma homenagem a uma das danças que compõem o Tribal, o estilo clássico Indiano. É chamado também de "Moving Meditation" (meditação em movimento) e é usado principalmente para se concentrar antes de dançar. Não é uma prece nem algo religioso de forma alguma, é apenas uma maneira de reconhecer os elementos necessários para que nossa dança aconteça com gratidão e amor. Do fundo de nossos corações agradecemos: - O espaço que dançamos; - a flor de lótus, que nasce da sujeira, linda e brilhante, como uma metáfora para nos lembrar que tudo bem cometer erros, faz parte do processo de aprender a dançar e também viver ; - o chão onde dançamos; - a música que dançamos; - as professoras que nos ensinaram; - os ancestrais que vieram antes de nós; - começamos e terminamos com o namastê (o Deus que habita em mim reconhece e reverencia o Deus que habita em você ).
Tribal Fusion Art entra em cena para uma abertura de empoderamento feminino! Lindas, poderosas e prontas para mostrar todo seu potencial na dança!
Logo em seguida entra o Sis Tribal, composto pelas bailarinas Gabriela Miranda (RS) e Yoli Mendez (SP). O ATS® sempre evoca o lado mais transcendental e primitivo da dança. Sempre saio arrepiada e emocionada por tanta energia.
A primeira aluna de Sara a solar é She Rocha, com a coreografia Sopro,fazendo uma apresentação com muitos arabesque e piruetas, muita influência do ballet e jazz.
A turma iniciante de Sara Félix veio com uma apresentação dramática e ritualística. Eu acompanhei os ensaios e pude ver de perto o talento dessas meninas! The Cult traz a essência obscura dos rituais sob a forma de dança e utilização de elementos cênicos.
Nayara Oliveira, aluna de Sara, trouxe uma apresentação exótica, irreverente, forte e técnica ao som do dubstep. O título da coreografia Elephant in Collorsfoi bem utilizado por Nayara em seu figurino, como os brincos lembrando as presas de elefante, o cinza do sutiã remetendo a cor do animal; além da calça colorida, dos dreads e pinturas nos braços remetendo ao país nativo dos elefantes, a África.
A seguir, Gabriela Miranda (RS) tomou conta do palco. A última vez que vi Gabi dançando foi em 2012 e, depois disso, apenas acompanhando seu trabalho virtualmente. Três anos depois e vejo o quanto Gabi se tornou um ícone para a cena tribal brasileira. Com certeza uma profissional completa em técnica e expressão. Gabi me emocionou muito por cada palavra que seu corpo transmitia com sua dança, cuja coreografia se chama Ghost Town. Um corpo que fala, que grita e nos faz quebrar em um ebulir de sensações.
Sara Félix e Katita Iwanowski realizaram a apresentação Sublime, disponível no Youtube (clique aqui para assistir). O duo foi bem intenso e hipnótico.
Jessy Lais, aluna de Sara, mostrou uma apresentação muito rica de passos e transições com a coreografia Star Angel.
Em seguida, eu estaria no palco. Infelizmente não posso dizer muito sobre minha apresentação. Minha pressão caiu durante a execução e perdi a direção. #bad =( Enfim, espero poder ter outra oportunidade de apresentar essa performance posteriormente.
Logo depois veio a grande Mariáh Voltaire com sua coroa tribal linda(e como pesa!) e que chamava atenção pelo design. Ela ganhou o palco e o público com um figurino super rico e reluzente. Super técnica e despojada, Mariáh destruiu tudo com seus breaks e shimmies com a coreografia Cholera(clique aqui para assistir!).
Sobe ao palco a turma intermediária do Tribal Art, bem estilo balkan, com a coreografia Garnet Blue enchendo o palco com muita animação e beleza.
Em seguida, a aluna Thea Bellator vem com uma explosão de energia e alto astral, com a coreografia Chà Moui Tatak.
O trio Taksim, composto pelos músicos Bia Cervellini, José Manrique e a bailarina Rosa Carina fizeram uma apresentação tocante. A música ao vivo sendo desenhada pelos movimentos da bailarina tomavam forma de poesia para quem apreciava a essa apresentação.
A seguir, o duo Gabriela Miranda (RS) e Yoli Mendez (SP) entram em cena com a apresentação Desire (clique aqui para assistir!)desenvolvida para o enredo do Gothla Brasil. A apresentação é de muita entrega, conexão e sincronia.
A seguir, a dupla Marlen Mirta & Thea Bellator veio ao palco com uma energia muito gostosa através da coreografia Opethara. O público conseguiu sentir como elas estavam a vontade e felizes de estarem dançando entre si. Uma apresentação muito rica pela diversidade de movimentos apresentados!
Encerrando o espetáculo, Sara Félix nos hipnotiza com sua presença. Movimentos bruscos, técnicos, misturando-se com a suavidades dos leques de pluma e a sensualidade da performance Essence!
Desta forma, o Fusion Art Festival fecha suas cortinas deixando-nos com "gostinho de quero mais" pela qualidade dos trabalhos apresentados, entrando, com certeza, na rota dos eventos nacionais do estilo de dança tribal.
Desta
vez quem se desvela de forma magnífica é o Grupo Hexen de Fortaleza!
A
coreografia de Dark Fusion “Angel” é o primeiro trabalho do Grupo e eu já estou
afoita esperando um segundo, um terceiro, um quarto... :D Aline
Bulkan, Jessy BC e Larissa Monteiro revelam um pouco do mundo oculto de Angel e
contam tudo sobre esta concepção artística!
Confira!!!
Eu
estou aqui, apaixonada! <3
Venenum Saltationes: Como e quando surgiu a
idéia de criar tal coreografia?
A coreografia Angel se
desenvolveu de forma natural, instintiva. Surgiu do nosso desejo mútuo de criar
algo envolto na temática do Dark Fusion, que se encaixasse com o ritmo da
música escolhida por nós (Angel do Massive Attack) e com as emoções, sensações
e impressões imagéticas que ela nos provocou.
Ansiando por criar e estrear
como grupo, decidimos, de última hora, nos apresentar no próximo evento de
tribal que ocorreria na cidade, o Psycho Circus. Nosso desejo de dançar foi
muito forte, nossas idéias estavam em sincronia. Buscávamos criar algo com
personalidade, que chocasse e saísse do tradicional, do comum.
Fotografia: Kaori Lene
Venenum Saltationes: Do que se trata este
trabalho? Qual o assunto abordado?
Angel foi “assumindo vida
própria”, sendo o que ela é, dando norte ao caos da criação com a razão
momentânea. Inspiramo-nos na letra da música e seu som, transcrevendo-os com o
corpo. Usamos simbologia ocultista como uma forma de invocação de poder e para
acentuar a atmosfera mística da dança. Transformamo-nos em arquétipos pessoais
de Deusas Negras, “Mulheres-Demônio”.
Sabemos que a mulher, nos
primórdios da civilização, era vista e cultuada como Deusa, seu corpo e seus
dotes criadores sacralizados. Ao longo da história, principalmente após a
ascensão do Cristianismo, passou a ser demonizada, desvalorizada e reprimida.
Baseando-nos também nisso, quisemos trazer à tona esse arquétipo da Deusa enfurecida,
da mulher forte e sensual que se liberta das amarras da sociedade e, revertendo
os papéis, a subjuga, enfeitiça, exercendo seu verdadeiro poder, reivindicando
seu posto.
Venenum Saltationes: Existe alguma
linguagem oculta por trás de tal coreografia?
Várias. Se revelarmos, perderá
todo o mistério.
Venenum Saltationes: Com quem vocês tentam
se comunicar? E o que vocês querem dizer?
Nossa coreografia não se
direciona a nenhum público específico e, como toda forma de arte, pode ser
interpretada de modos diferentes por cada expectador, mas pretendíamos tocar de
forma visceral e intuitiva quem quer que a visse, através de um discurso
sinestésico que despertasse emoções subconscientes primitivas.
Venenum Saltationes: Comentem sobre os
processos de criação deste trabalho; além destas perguntas, um resumo de como
se conheceram e resolveram criar o grupo e cada uma falando um pouquinho sobre
seu trabalho pessoal.
O desenvolvimento de Angel
durou em torno de dois meses. Tínhamos pouco tempo para montar a coreografia, o
que por consequência nos fez optar por um processo criativo mais espontâneo,
sem muito escrutínio. Foi um trabalho construído com a participação livre das
três integrantes, cada uma contribuindo com fragmentos de passos, sequências
que aos poucos se encaixavam. Estávamos conectadas, falávamos a mesma
linguagem. É uma dança que aborda a temática do estilo Dark Fusion, com
elementos do Tribal Fusion, com dança moderna, movimentos instintivos que cada
uma criou e foi sendo modificado até sua conclusão.
Percebemos, ao assistir às
filmagens que fazíamos dos ensaios, que havia movimentos executados de forma
particular, diferente, por cada bailarina. Decidimos então respeitar essa
linguagem corporal pessoal, preservando a individualidade em vez de exigir gestos
idênticos. Acrescentamos também alguns improvisos.
Fotografia: Kaori Lene
O grupo Hexen foi
criado, no fim de 2014 com o intuito de reunir estudantes de dança Tribal de
Fortaleza que partilhavam da paixão pelo Dark Fusion e outras formas de
expressão artística obscura. Foi idealizado como um grupo de dança e de
estudos, no qual se poderia dividir conhecimento e aprimorar o que já se sabia
através de pesquisas. Além disso, seria um modo de estabelecer uma conexão
entre pessoas com gostos parecidos. Larissa e Aline tiveram a ideia inicial,
aos poucos, foram chamando outras meninas, que já vinham demonstrando, em suas
performances, uma inclinação ao estilo, como foi o caso da Jessy. Sendo
composto de outras bailarinas além de nós três.
Fotografia: Kaori Lene
Um pouquinho das
integrantes:
Aline Bulkan:
"Meu primeiro contato com
a dança ocorreu cedo, por volta dos 5 anos de idade, em aulas de ballet e, mais
tarde, jazz na escola onde estudava. Descobrindo nesta atividade uma aptidão
natural e uma fonte de prazer, levei-a adiante até mais ou menos os 13 anos, me
apresentando com frequência em festivais da escola e em outros eventos.
Conforme aquela
modalidade e rotina específicas já não me satisfaziam mais e outras prioridades
da vida cotidiana exigiam atenção, fui deixando de lado a bailarina em mim e me
dedicando a outras formas de arte, até descobrir o Tribal Fusion, há cerca de
três anos. A identificação foi completa e imediata, e passei a fazer aulas
regulares (inicialmente de dança do ventre, até o Tribal ser trazido à cidade
pouco tempo depois) e workshops.
Meu fascínio pelo sombrio e
minha necessidade de incutir à performance uma maior dramaticidade me atraíram
para a vertente mais obscura desta dança, o Dark Fusion. Hoje vejo no
Tribal uma parte intrínseca de quem sou; nele me encontrei por inteiro. Tenho-o
como uma forma não só de expressão artística plural, mas de conexão direta e
íntima com meu eu interior em suas mais diversas facetas – embora, no que concerne
principalmente à dança, seja na sombra, no “lado negro” de minha
essência, que encontro minha força. É com ela que me sinto mais à vontade para
dialogar e criar, e é por meio dela que comunico com mais clareza minhas
emoções e minha visão particular de mundo."
Fotografia: Marcelo Cunha
Jessy BC:
‘’Meu trabalho pessoal com a
dança está no inicio. É cedo para definir-me. Posso dizer que amo profundamente
essa Arte, o Ser expresso no corpo em movimento. Recordo-me sobre minha infância,
sempre gostei de dançar e criar minhas próprias coreografias. Na adolescência,
despertei o interesse para a dança do ventre, senti afinidade com os
movimentos, algo fazia sentido no meu íntimo.
Meu primeiro contato com o
Tribal Fusion foi ao assistir um vídeo de uma grande bailarina, me tocando
indescritivelmente. Em 2012, participei de um workshop do estilo.
Posteriormente fiz aulas regulares. Durante esses 3 anos fiz cursos de Tribal
Fusion, Bellydance, American Tribal Style, Flamenco, Kalbelya, Ghawazee, Dança
Africana, Dança contemporânea... Além de estudos sozinha. Tenho especial
interesse na vertente Dark Fusion, onde posso expressar-me autenticamente.
Desvendando faces de meu Eu mais profundo e misterioso, A Sombra.
A dança me transformou. Trouxe sentido
de Ser. Procuro o contínuo autoconhecimento. Nela posso praticar e unir vários
dons criativos. Desenho, crio meu figurino, maquiagem, coreografia. Uno corpo,
mente e espírito. Com ela entro em transe, medito. Trabalho meu Sagrado
Feminino. Minha ancestralidade.
Busco o intitulável, o
autêntico, o ousado, o chocante, o único. Tenho sede por aprender todas aquelas
danças que despertem meu âmago. Anseio por conhecê-las, entender suas origens,
resgatando assim minhas próprias. Cada uma tem sua típica estrutura, busco
compreendê-las para assim procurar a minha própria forma essencial de
expressão.’’
Larissa Monteiro:
"A minha história na dança
teve início no ano de 2010 quando, por curiosidade, passei a praticar aulas de
dança do ventre com a maravilhosa projessora Juliana Jaraj. Logo ‘de cara’
senti o impacto que o Bellydance causa. A beleza da dança, os benefícios
trazidos ao corpo, o florescer da feminilidade e o despertar da consciência da
existência de uma Deusa-mulher que habita em cada uma de nós.
Com o tempo, minha paixão pela
cultura árabe/oriental só aumentava e foi então que, ao ir num evento de Belly,
assisti pela primeira vez uma apresentação de Tribal Fusion. Encantei-me mais
ainda e decidi começar a praticar aulas. Ao conhecer o desenrolar da história
do ATS-ITS-Tribal Fusion fiquei maravilhada e decidi mergulhar totalmente nesse
universo de possibilidades.
Hoje pratico Tribal Fusion há
três anos e sinto cada vez mais vontade de me aperfeiçoar e conseguir explorar
meu lado mais ‘Dark’, assim como expor todos os meus sentimentos através dessa
arte que é a dança Tribal."