[Resenhando-PR] Começamos 2021 - Mostra Paraná

 por Esther Haddasa


2021 começou com férias, reposição de energias, novos cursos, inaugurações e também break´s das mídias de uma boa parte do universo das Danças.

Logo, para essa coluna, dei uma stalkeada nesses perfis de bailarinxs do Paraná e venho com as seguintes novidades, com direito a comentários tipo instagrammes / blogueiras:


Mariáh Voltaire

Mariáh Voltaire: Apresentou uma dança de despedida de 2020 no feed em 27/12/2020 – Achei lindo!

| Link |

 

E em 11/02/2021 ela anunciou que as aulas presenciais estariam de volta com limite para 3 pessoas por turma com mais um trecho de combo mara:

| Link|

 

Bety Damballah



Beth Damballah : Em meio ao trigo no dia 24/01/2021 – Deusa ceifadora ou Deusa da abundância? Vídeo simples muito estético com linguagem poética: AMAMOS.

| Link |

Seu Projeto “Imersão em dança Urbana Tribal Método Damballah” está abordando uma fusão diferente, inspirada em vários países, fazendo de cada Live uma verdadeira viagem dançante.

| Dia 1- Mongólia |

 | Dia 2- Nova Zelândia |

| Dia 3 - Escócia |

Dia 4 - Brasil Gaucho:

 | Parte  | Parte 2|

| Dia 5 - Japão| 

| Parte  | Parte 2|

| Dia 6 – México|

Dia 7- Barem 

| Parte  | Parte 2|

Dia 8 – Portugal Miranda 

| Parte | Parte 2 | Parte 3 | 

Dia 9 – Croácia 

|Parte | Parte 2|


Rossana Mirabal

Rossana Mirabal nos presenteou com uma performance espetacular para o @darkfusionbrazilonline  no dia 26/01/2021. Sob o título Hard Times Ross impressiona com sua potência, estética coerência e leitura musical. Deslumbrante. Edição de Vídeo primorosa.

 


Aerith














Aerith Tribal Fusion está inspiradíssima nesse 2021! Seu Instagram começou o ano com muita dança! Cada combo delicinha, muita sinuosidade e Carão - Adoramos!!!

Foi difícil escolher, então vamos para os links :

Abrindo o ano, bem no dia primeiro temos :

 

Essa chamadinha promocional para quem ainda não dança Tribal Fusion se animar: 

 

Uma Otakisse Fusion : 

Shakira – Tem também:


E a folia Darkzera do carnaval foi embalada por Modo Turbo !! Anitta/Sonza e Pabllo : 

 

No dia 06/02/2021 Aerith participou do Hafla Tribal Metamorphosis 2021 Show Online promovido por @monica_mendes_dancer


 

Esther Haddasa


No dia 18/01/2021, o Éden Estúdio de Danças inaugurou em Londrina e o tribal fusion tem moradia nesse paraíso com aulas regulares da Esther Haddasa (essa mesma que vos escreve- rsrsrs) juntamente com a dança do ventre ministradas por Naty Alfaya , Daniele Zago e Rúbia Lourenço; e Pole Dance, Exotic e Flex por Fernanda Fugivala.

Seguem vídeos promocionais para apreciação:

O Éden e suas modalidades : 

O que é o Tribal Fusion: 

Carnaéden : 

Divulgação da Modalidade Dança do Ventre

 Estilo Tribal Fusion : 

 

Sentimos falta do palco – sim!

E que não nos falte disposição para manter a dança nos feeds deste 2021!

Inté!

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Resenhando-PR


Esther Haddasa (Londrina-PR) é mineira de Conselheiro Lafaiete, graduada em Moda pela Universidade Estadual de Londrina, membro fundadora da cia Caravana Lua do Oriente, formada em danças árabes pelo método da Escola Rhamza Alli – Londrina ,PR.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Corpo & Dança] Aquecimento: A Importância de ativar seu corpo antes de qualquer movimento.

por Jossani Fernandes 

Agora entraremos de fato em algumas variáveis importantes do treinamento físico que são que extrema relevância a presença em nossas aulas e treinos de dança. O primeiro, mais importante, indispensável e mais negligenciado é o AQUECIMENTO.


Qual a importância de se aquecer para dançar?

Um aquecimento ativo ou dinâmico consiste em movimentos de baixa intensidade que promovem o aumento da temperatura corporal, ou seja, nossos tecidos são aquecidos e o funcionamento de nosso organismo torna-se mais dinâmico, mobilizando assim, os músculos para a prática a ser realizada. Nesse sentido, o objetivo de nos aquecer antes de praticar qualquer exercício físico, como dançar, está em obter o aumento da temperatura corporal, dos nossos músculos e preparar nossos sistemas, tais como cardiovascular e pulmonar e até mesmo reduzir o risco de lesões.

 


 

Benefícios:


  • Aumento da temperatura corporal.

  • Aumento do metabolismo energético, maior demanda enérgica (gasto calórico, para quem almeja perda de gordura).

  • Aumento da elasticidade dos tecidos (ligamentos, tendões, músculos = menor risco de lesões).
  • Melhoria da função do Sistema Nervoso (importante para tarefas que demandam alta complexidade e reações rápidas, principalmente para a dança que demanda nossa atenção plena).

  • Aumento do recrutamento de fibras musculares.

  • Aumento do débito cardíaco fluxo sanguíneo periférico (Coração bombeia mais sangue, como consequência temos maior transporte de oxigênio para os grandes grupos musculares e assim maior energia para a pratica).

Muitas vezes, repetimos padrões que que foram construídos a anos. Nessa perspectiva, o que mais vejo em muitas salas de aula são aulas com o início baseado em um simples alongamento estático, ou nós bailarinas que antes de nos apresentarmos ou fazer nossas práticas diárias, vamos com o corpo sem preparação alguma ou apenas damos aquela “esticadinha” que já se basta.

 

Ainda falarei sobre alongamento, mas já deixarei algo aqui sobre. O alongamento estático (aquele realizado sem movimento), reduz a atividade neural, ou seja, induz o nosso corpo ao relaxamento, além de que se estiramos nossos músculos ao seu máximo antes da prática de exercícios físicos estaremos nos expondo a perda de performance, força e ao risco de lesões. Deixo claro aqui que não é proibido alongar antes, alongar estaticamente para aquecer o corpo é questionável e se for fazê-lo, não faça em uma intensidade moderada para evitar possíveis comprometimentos (falarei mais sobre em outra coluna)!

Por fim DICAAAS...

 Então o que fazer???

Existem vários tipos de aquecimento, lembrando que a intensidade sempre varia entre leve e moderada, com duração entre 3 a 10 minutos (Depende de como será a intensidade da aula do dia), o aquecimento é apenas para avisar o corpo sobre o exercício que estar por vir!


1) Aquecimento Geral: 

Exercícios básicos, com estímulos aeróbios e para grandes grupos musculares.

Ex: Vocês podem dar saltinhos na sala de aula, polichinelos, subir degraus, trotes, corridas e etc.

 


2) Aquecimento Específico:


Exercícios que simulam a técnica que será ensinada no dia, porém em menor intensidade.

Ex: Na aula hoje teremos “Egiptyan” e “Overshimmie” (então teremos shimmies ¾ no aquecimento e torção de tronco).

 



3) Aquecimento Dinâmico:


São exercícios de alongamento dinâmico, ou seja, alongar com movimento.

Ex:                                         


 

Dica De Ouro: Para as professoras o aquecimento é o cartão de visitas para as alunas e alunos participarem da aula, aqueçam todos e os motivem e aos bailarinos, façam o mesmo aqueçam, se motivem e dancem felizes com um corpo bem preparado!

Vejo você em breve...

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Corpo & Dança: Um olhar sob nosso Palácio Industrial


Jossani Fernandes (Belo Horizonte-MG)
 é professora e bailarina de danças orientais, profissional de educação física, atua na área como personal trainer e pesquisadora da área da flexibilidade, é apaixonada por anatomia e por tudo que diz respeito ao corpo humano e toda a sua complexidade.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 

[Tribal Brasil] Relações entre Espiritualidade e Corpo Cênico no Tribal Brasil

por Kilma Farias

Solo "Es passos Entre Mundos" de Kilma Farias,
onde discutia essa ligação entre dança e espiritualidade.
Foto de Milena Medeiros


A proposta do Tribal Brasil na Cia Lunay, grupo que coordeno há 18 anos, é acolher as memórias e danças do estilo Tribal Fusion, assim como acolher as próprias memórias e as das danças populares e afrobrasileiras, buscando renovações no fazer da dança e ao mesmo tempo renovações em quem dança. Esse transformar-se para ter acesso a sua verdade é bem desenvolvido por Foucault ao refletir sobre o “cuidado de si”. Prática essa que tem estreita relação com a arte.

A intersecção entre o pensamento de Foucault e a reflexão artística é particularmente presente quando se trata de considerar a arte como campo que coloca em jogo as possibilidades de reinvenção do próprio artista, pretendendo assim contaminar ou convidar o público a compartilhar da sua experiência ou, para utilizar uma expressão do autor, a arte vista como um lugar em que se desencadeiam processos de subjetivação. (QUILICI, 2015, p. 151).

Os processos de subjetivação corroboram para a construção do sujeito “extemporâneo”, partindo da compreensão das redes de poder instauradas pelas instituições e construção da atual realidade sociopolítica, econômica e cultural, visando um olhar de ultrapassamento onde o sujeito, consciente do jogo, desenvolve modos de estar no mundo mais liberto.

Podemos pensar na ideia de um corpo como memória, sendo esse corpo um “organismo biológico talhado no tempo”. E pergunto: talhado por quem? Talhado pelas relações, dos diálogos que travamos com os corpos de outras bailarinas, e no plano das ideias mentais. Talhado ainda pelas influências que nos atravessam. Isso confere uma forma de perceber a dança como ação de transformação. 

Neste sentido, podemos pensar numa ideia de imaginário da dança como um mestre, um guia, como algo superior a si mesmo que nos transforma.

Solo "Es passos Entre Mundos" de Kilma Farias,
onde discutia essa ligação entre dança e espiritualidade.
Foto de Milena Medeiros

A transformação surge no próprio fazer da dança Tribal Brasil, dançando nossos femininos através de deusas, personificações de movimentos da natureza, Iabás, corporeidades femininas que utilizam a saia como o coco, o carimbó, o tambor de crioula, samba de caboclo, jongo, etc.

Seja de uma forma ou de outra, reconhece as lacunas, os espaços de silêncio gerados nessa dupla autobusca: enquanto sujeito que se transforma e enquanto artista que produz novas configurações na própria dança.               

O transformar traz uma condição de auto-observação, pois se assim não procedemos, podemos cair no profundo caos, seja como sujeito e/ou artista. Por isso, mais importante do que simplesmente transformar é estar atento para as qualidades dessas mudanças. Uma vez que a mudança é inevitável devido a estarmos imersos numa realidade de impermanência, precisamos estar atentos para identificá-la seja a passos lentos ou intempestivamente causando rupturas. Devemos estar atentos ainda para percebermos em que níveis essa mudança opera.

É necessário, portanto, considerar a qualidade das diferenças desencadeadas, o modo com que se ultrapassa a norma. Este me parece um critério importante quando se trata de cuidar de processos artísticos que pretendem investir radicalmente na desestabilização de modelos e referências. O artista tem que desenvolver modos de avaliar e lidar com os estados de corpo-mente – muitas vezes sutis – que ele pretende desencadear em si mesmo e no público (qualidades de consciência, de atenção, afetividade, energia, reflexão, etc.). (QUILICI, 2015, p. 160).

A dança também pode ser sinônimo de liberdade, pois através dela podemos nos deslocar para fora do tempo contemporâneo. A dança pode instaurar um outro tempo e um outro sujeito, o “extemporâneo”. Deslocada para fora de si e do seu tempo, podemos compreender corpo como experiência, deixando delinear-se uma espiritualidade do corpo. O ato de dançar é um modo de conectar-se com energia. Energia essa que depende de uma entrega, como um modo de sentir-se diluída num todo universal: libertação.

Outro ponto importante para que percebamos essas conexões entre espiritualidade e arte é o próprio viver e o fazer dança como caminho de evolução. E esse processo passa pelo cotidiano, por nossa percepção e relação com os outros e com o mundo.

Ao perceber a dança como uma forma de se conhecer em profundidade, trazemos questões como a da ascese, dentro do conflito entre as oposições e dualidades que carrega entre corpo e mente, por exemplo. Para pensar a ascese nos processos de arte, trago a reflexão de Quilici (2015, p. 177 e 178) sobre o conceito trabalhado por Yasuo Yuasa[1].

Percorrendo uma ampla gama de autores da filosofia ocidental (Bergson, Merleau-Ponty, Heidegger), da chamada “Escola de Kyoto” (Watsuji, Nishida), além da literatura e das práticas tradicionais budistas (especialmente do Zen, como em Dôgen), Yuasa demonstra as vinculações entre treinamentos existentes em artes marciais tradicionais japonesas e conceitos e técnicas encontrados nas práticas e formas de vida budista. A noção de shugyo, que pode ser traduzido como “cultivo”, expressaria justamente um modo de treinamento estruturado num ambiente monástico, mas que se irradiou para outros aspectos da cultura, inspirando práticas artísticas específicas. Nesse sentido, tal ideia nos permite pensar as vinculações entre a experiência estética e a questão da ascese. O tema não é estranho ao pensamento ocidental. Poderíamos fazer algumas aproximações entre shugyo e a noção de “cuidado de si”, estudada por Michel Foucault (2006) [...]. (QUILICI, 2015, p. 177 e 178).


Solo "Es passos Entre Mundos" de Kilma Farias,
onde discutia essa ligação entre dança e espiritualidade.
Foto de Milena Medeiros

Sem dúvida as noções de “cultivo” e “cuidado de si” aproximam-se, pois ambas irão se valer de práticas que corroborem com o aprimoramento pessoal e artístico do sujeito, constituindo-se como preceitos de “trabalhos colaborativos no tempo”. É preciso tempo para lapidar um pensamento de movimento que se instaura no corpo, tempo para “limpar a técnica”, tempo para amadurecer ideias, tempo para processar visões outras de mundo, tempo para se perceber e reagir às transformações internas e gradativas, em outras palavras: tempo para praticar-se.

E o terceiro assunto que trago enquanto espiritualidade que perpassa pelos estados de presença cênica é o pensamento da coletividade, da tribo, da humanidade enquanto corpo. E esse corpo tem uma qualidade específica, a da Mãe Terra e dos seus elementos como água, terra, fogo e ar.

Um caráter transformador, transgressor, libertador, contemporâneo, extemporâneo, de ascese, coletivo, relações de sororidade, de poesia, de comunhão com o espaço, seja ele o meio urbano ou o campo, a praia, o rio ou a floresta. As bailarinas de Tribal Brasil encontram em suas práticas uma forma de se dizerem em suas escolhas e de se pensarem enquanto se dizem, seja no pensamento por movimento ou na linguagem verbal. A articulação de memórias coletivas de outrem (que fazem parte de suas pesquisas em dança) suas memórias coletivas (dos seus bairros, cidades, países) e suas lembranças pessoais geram novas memórias coletivas – o corpo de memória do Tribal Brasil. Memória essa que não busca fechar-se em conceitos, mas ampliar-se abraçando as diversidades do mundo, deste e de outros tempos.

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[1] Yasuo Yuasa (1925-2005) foi um importante filósofo japonês da religião que dedicou seus estudos à teoria do corpo na filosofia ocidental e asiática.

Referências Bibliográficas

QUILICI, Cassiano. O ator-performer e as poéticas de ta transformação de si. São Paulo: Annablume, 2015.

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Tribal Brasil - Identidade no Corpo


Kilma Farias (João Pessoa-PB) é bailarina, professora, coreógrafa, produtora e pesquisadora na área da dança. É formada em Licenciatura em Dança e Jornalismo pela Universidade Federal da Paraíba. Mestra em Ciências das Religiões pela UFPB, desenvolveu dissertação voltada para a relação entre presença cênica e espiritualidade na Dança Tribal.  Clique aqui para ler mais post dessa coluna! >> 


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