No dia trinta de setembro
ocorreu o evento, na Vila Guilherme – SP, chamado AADC – Amigos dos Animais
Dançam e Cantam, onde artistas se apresentam em prol da causa animal. Nele são
recebidas doações de ração, remédios, materiais de limpeza e muito mais, que
após o evento são repassados a cuidadoras como Vanessa Lovecats e a senhora
Márcia, que são pessoas que sozinhas cuidam de mais de 100 animais entre gatos
e cachorros.
Como nós sabemos,
infelizmente ainda temos muitos animais sofrendo nas ruas. Mas essas pessoas se
esforçam ao máximo para dar uma vida decente para esses seres inocentes que por
vários motivos acabam indo parar nas ruas ou sofrendo maus tratos dentro do
próprio lar.
As cuidadoras se doam de
corpo e alma para esses pequenos e muitas vezes acabam em situação financeira
desfavorável, pois os animais chegam machucados e doentes em sua maioria e precisam
de cuidados veterinários que não são baratos.
Este evento vem para mostrar
essa realidade e fazer as pessoas entenderem que, com um pouquinho de cada um
de nós, podemos fazer muito. Cada saco de ração, cada remédio já ajuda e muito
as cuidadoras. Não é preciso ser rica para ajudar aos animais e nem é preciso
ter espaço em casa para adotar vários como é o problema da maioria das pessoas.
E em prol dessa causa já
passaram pelo AADC várias apresentações de tribal fusion, dark fusion e ATS,
com grupos como a primeira formação do grupo Romany de ATS, o grupo Ptah Tribe
- Tribal e Dark Fusion com uma coreografia muito divertida, a dupla Jade
Chrystal Jaci e Barbara Pelais, o grupo Sisterhood Project ATS que tem marcado
presença já em algumas edições.
O evento é aberto a todo o
tipo de arte como danças de todos os estilos, música, poesias, etc. Tudo que
venha agregar a arte em favor dos pets.
Inclusive o AADC foi para a
TV divulgar o trabalho com os pets e levou o tribal, sim, teve tribal fusion na
TV Destaque no Programa Conexão Mulher onde a apresentadora Mhel Lancelotti
amadrinhou a última edição desse ano de 2018.
por Nadja El Balady– FatChance BellyDance Sister Studio
SOLOS DE PERCUSSÃO
Solos de percussão são músicas
que são compostas para instrumentos percussivos e são tocadas exclusivamente
com eles. Os arranjos podem ser feitos para diversos instrumentos, mas em geral
temos um tambor líder, que nas músicas árabes ou turcas é conhecido como derbake ou darbuka ou tabla, podendo
este ser o único instrumento da composição musical. Solos de percussão são muito
tradicionais em países de cultura árabe e turca. É muito comum encontrar este
tipo de música em rotinas de shows de dançarinas de dança do ventre. Sendo a
dança do ventre uma das influências primordiais do estilo tribal, naturalmente
os solos de percussão foram incorporados ao leque de opções musicais para ATS®
e Tribal Fusion.
Solos de percussão basicamente
são compostos por ritmos e floreios em arranjos musicais que tendem a se
repetir em contagem par. Por exemplo: Determinado ritmo será tocado por 8
compassos ou determinada frase será repetida 4 vezes.
Vejamos este exemplo da faixa “Drum
Solo”,composto por Tobias
Roberson, que você pode encontrar nos discos “Muse Melodic” e “Beginner’s
Guide to BellyDance vol2”.
Nos primeiros 64 tempos (33
segundos) temos 3 arranjos percussivos diferentes. Cada arranjo significa uma
frase musical com duração de 8 tempos cada. Elas se repetem, às vezes
modificando a finalização. Após estes 64 tempos iniciais temos a entrada de um
ritmo árabe, cujo compasso se conta de 2 em 2 tempos (2/2) que é o ritmo Soud. Este ritmo é a base para a próxima frase que acontece em 8
tempos e se repete em mais 8, totalizando 16. A partir daí o ritmo de base muda
para o ritmo Malfuf (ou Laff), que
também é um 2/2 e permanece como base de diversos arranjos até o final da
música.
A primeira coisa que a dançarina de ATS® deve reconhecer no solo de
percussão é quais momentos ela pode ler como rápidos ou lentos (ou dramatic slow, eventualmente).
Esta tarefa será simples nos momentos em que a música tem a base
tocada com ritmos árabes, pois baseado no estudo dos ritmos você vai saber
definir esta diferença tranquilamente.
As apostilas 1 e 2 de leitura
musical para ATS® tem todas as dicas para você diferenciar lentos de rápidos
baseado no tempo de contagem dos compassos e no andamento em que os ritmos são
tocados. ( Clique para acessar o conteúdo: Apostila 1 | Apostila 2)
Veja neste vídeo da Sister Studio Mariana Esther, a mudança
precisa entre lentos e rápidos de acordo com a mudança dos ritmos árabes
tocados pelo derbakista George Mouzayek. Perceba que ele começa lento com o
ritmo Tchifititelli (ou Wahda wo noz) e em 1:04 muda para Said, quando as dançarinas mudam a
leitura para rápido.
Se a leitura para a base rítmica
é fácil de identificar, por outro lado, nos momentos em que temos apenas
arranjos percussivos ou rush, você
precisará usar a sua sensibilidade para definir caso a caso se a leitura será
lenta ou rápida.
Rush– Vibração veloz feita com os dedos sobre o instrumento de
percussão, resultando em um tremido sonoro que causa a sensação de suspense.
Usado antes de viradas impactantes ou finalização de músicas.
A leitura do momento rush da música poderá ser feita com shimmies,
lentos ou giros, dependendo de como o arranjo musical é feito e do que vem
antes ou depois deste momento, na intenção de criar contrastes.
No mesmo vídeo postado à cima, em
5:23 vemos as dançarinas dançando o rush
com movimentos lentos e bem no finalzinho da apresentação, fazendo um círculo
com o braço para indicar o final.
Neste outro vídeo, do grupo FatChance BellyDance, vemos uma leitura
de rush diferente em 1:36: O rush
está sendo tocado por cima de uma base rítmica e a dançarina líder começa a
leitura com movimentos rápidos pequenos como Shoulder Shimmie Combo e Pivot
Bump e em 1:51 muda para movimentos lentos, quando temos uma mudança na
intenção em que o rimo de base é tocado, criando um contraste e preparando para
o próximo momento da música.
Para a leitura de arranjos, de frases musicais, suas variações e
repetições, você vai precisar avaliar o solo como um todo. Perceber quantas
repetições de cada frase, onde a música pede mais impacto visual na
movimentação, onde acelera, onde ralenta, onde você pode criar contrastes.
Faça um mapeamento do seu solo e
conte quantas vezes cada frase se repete, a partir daí pense que movimentos ou
combinações de movimentos podem combinar com as frases e suas transições.
Vamos pegar como exemplo este
vídeo do Fat Chance BellyDance de
2016, a partir de 9:22, onde começa o solo de percussão:
Vejamos o mapeamento do primeiro
minuto de música e as escolhas de leitura destas dançarinas que claramente
estudaram a música muito bem:
Nas 8 primeiras repetições do ritmo (32 tempos) elas giram em roda,
nas próximas 8 repetições fazem Turkish
Shimmie.
2 - Entra ritmo fallahi com
arranjo percussivo de 8 tempos, tocado por 4 vezes – 32 tempos As dançarinas escolhem Chico
Passing que se encaixa perfeitamente nos 32 tempos e tem a energia do arranjo.
3 - Ritmo fallahi, com
arranjo percussivo trabalhado nos floreios em 8 tempos, tocado por 4 vezes – 32
tempos Dançarinas escolhem fazer por duas vezes o Shoulder Shimmie Combo (descendo na repetição) para leitura dos
floreios.
4 - Ritmo fallahi, porém com
ênfase na batida forte no primeiro e terceiro tempos, tocado por 4 vezes – 32
tempos
Dançarinas escolhem Egyptian Basic, Calibrated Spins e Arabic
with a Double Turn.
Da forma como fizeram a leitura,
as transições foram precisas e as intenções da música foram muito bem
representadas.
Um solo de derbake bem
dançado prende a atenção do público e tem um impacto positivo na apresentação
de ATS®, porém fazer escolhas interessantes sem se atrapalhar na leitura pede
que as dançarinas conheçam muito bem a música e tenham bastante agilidade.
Tome cuidado para a leitura não ficar linear, parecendo que a música
não proporciona variações. Se for a primeira vez que você e seu grupo vão apresentar determinado
solo, permita-se coreografar, se achar que é preciso, para ter a estrutura da
música bem estudada e garantir que o resultado será satisfatório. O melhor é
deixar para improvisar aquelas músicas que vocês já conhecem muito bem e quando
as dançarinas já estão bem seguras dos movimentos e da agilidade para fazer as
transições sem se preocupar.
Nesta edição falaremos sobre o
Arcano III ~ "A de muitos tronos, muitas disposições, muitas manhas, filha
de Zeus."
A Imperatriz representa o
verbo, o ternário, a plenitude, a natureza, a fecundidade, a geração nos três
mundos. É o arcano da Magia Sagrada,
instrumento do poder divino. É o símbolo da palavra e
representa o envoltório material do corpo, seus órgãos e suas funções. O filósofo Ouspensky a imaginou
repousando sobre um trono de luz, bela e fecunda, em meio à interminável
primavera.
A Imperatriz é a ligação entre
o Pai e a Mãe. O número III simboliza a síntese criativa e a perfeição: o
elemento que está subjetivo neste arcano é a água. Como Mãe ela é a doadora da
vida e em seus braços ela demonstra o amor maternal protegendo e cuidando
daquilo que pensa que é a sua necessidade. É a mulher arquetípica, a derradeira
expressão do que é feminino, sendo receptiva e magnética. É a Grande Mãe
Criadora, poderosa, fértil e equilibrada, determinada e de um amor sutil. Estamos diante de Vênus em seus
mais variados aspectos, de Urania a Pornós. O Caminho Cabalístico que
percorremos neste Arcano une Chokmah a Binah, a Sabedoria à Compreensão (se
descendente) e a Compreensão à Sabedoria (se ascendente). A letra hebraica
correspondente é Daleth, “a porta”.
Austin Osman Spare
Símbolos:
Caminho da Árvore da Vida – De
Chokmah a Binah.
Letra Hebraica – Daleth (porta).
Valor – 4.
Tattwa – Água e fogo.
Planeta – Vênus.
Lótus Azul – Santo Graal
(Polaridade Masculina e Feminina, Sol e Lua).
As Duas Luas – Dualidade
necessária.
Lua Crescente – Eva.
Lua Minguante – Lilith.
Cinturão – Zodíaco.
Cisne – Símbolo da Grande Mãe.
Escudo – Simboliza o Poder.
Águia de Duas Cabeças –
Exacerbação de Poder.
A Lua atrás da Águia – A Polaridade
Feminina.
A Pomba – Vênus.
O Pardal – Símbolo Fálico.
Chamas azuis abaixo da Pomba –
O Fluxo Menstrual.
As abaixo do Pardal – O Glúten
ou a secreção feminina normal.
Posição da Esquerda, como se
segurasse uma criança – Os Projetos e pensamentos mais importantes.
Flor de Lis – Símbolo da
Abelha, é uma referência ao produto que alimenta a Rainha: a Geleia Real.
Portal – Fertilidade e a
passagem para Daäth.
Coroa com Orbe – Que possui
poderosa capacidade de uso da mente.
Rosa Mística abaixo dos Pés –
Símbolo do Graal, que a Imperatriz é a Suprema Guardiã.
Representação:
Marselha: Uma
mulher loira, sentada em um trono, com uma coroa, um escudo com uma águia
dourada na mão direita e um cetro na mão esquerda. Está sentada, com as pernas
afastadas e os pés ocultos pela túnica. No ângulo inferior esquerdo da estampa
cresce uma planta. A Imperatriz e a águia olham para a esquerda.
Marselha
Rider-Waite: Uma
figura majestosa, sentada, com ricas vestes e um aspecto real, como a filha do
céu e da terra. Sua coroa é de doze* estrelas reunidas em grupos. O símbolo de
Vênus está sobre o escudo perto dela. Um milharal* está em amadurecimento à sua
frente e além dela uma corrente de água. O cetro que ela segura é coroado pelo
globo terrestre. Ela é a parte inferior do Jardim do Éden, o paraíso terrestre,
tudo o que é simbolizado pela casa visível do homem.
Curiosidade:Há quem diga que
ela está grávida, uma vez que em algumas versões da carta, dentro do escudo em
formato de coração está o símbolo do feminino.
*referência aos 12 signos do
zodíaco.
*no texto do Waite usa-se
“milharal” (um possível erro de tradução), mas parecem trigos, que representam
a fertilidade.
Rider-Waite
Thoth: Ela
representa uma mulher com coroa e trajes imperiais sentada a um trono, cujas colunas
de apoio sugerem colunas azuis torcidas, simbolizadoras de seu nascimento da
água, o feminino, o elemento fluído. Em sua mão direita ela segura o lótus de
Ísis, o lótus representando o feminino ou o poder passivo; suas raízes estão na
terra sob a água, ou na própria água, mas ele abre suas pétalas para o Sol cuja
imagem é o bojo do cálice. É, portanto, uma figura viva do Cálice Sagrado (O
Santo Graal) santificada pelo sangue do Sol. Empoleirados nas colunas de apoio
em forma de chama de seu trono estão duas de suas aves mais sagradas, o pardal
e a pomba. Há abelhas sobre seu manto e também dominós, circundado por linhas
espirais contínuas. A significação é similar em toda parte. Em torno dela, como
um cinto, se acha o Zodíaco.
Sob o trono há um piso coberto
de tapeçaria bordada com flores-de-lis e peixes, os quais parecem estar
adornando a Rosa Secreta, que é mostrada à base do trono.
A heráldica da Imperatriz é
dupla: de um lado o Pelicano da tradição alimentando seus filhotes do sangue de
seu próprio coração, do outro, a Águia Branca do Alquimista.
Ao fundo da carta está o Arco
ou Porta, que é a interpretação da letra Daleth. Esta carta, em síntese, pode
ser denominada Porta do Céu.
Thoth Tarot
Shadowscapes: Presa
ao seu corpo como uma criança, ela segura uma cesta de recompensas/frutos da
terra. Frutas e feixes de trigo e flores gloriosas. Ela é a essência primordial
e encarnação da vida e está profundamente ligada à natureza. Coroada de hera,
ela está entrelaçada em roupas das cores do mundo ao seu redor.
Stephanie Pui-Mun Law
Estrutura Mística:
Posição
normal: inteligência, compreensão, influência benéfica, gravidez,
receptividade.
Posição
invertida: indecisão, falta de clareza, frivolidade,
esterilidade, incapacidade de criar coisas concretas.
Sentido
geral: crescimento, nascimento do novo, gravidez, ritmos e forças
da natureza.
Sentido
espiritual: percepção da multiplicidade.
Símbolo:
A
águia dourada representa a força espiritual.
Mental:
Penetração na matéria por meio do conhecimento das coisas práticas. Os
problemas vêm à tona e podem ser reconhecidos.
Emocional:
Capacidade para penetrar na alma dos seres. Pensamento fecundo e criador.
Físico: Esperança,
equilíbrio. Soluciona os problemas. Renova e melhora as situações. Poder
contínuo e irresistível nas ações.
Desafios
e sombra: Desavenças, discussões em todos os planos. As coisas se
embaralham e ficam confusas. Atraso na realização de um acontecimento que, no
entanto, ocorrerá.
Afetação, pose, vaidade,
presunção, desdém.
Futilidade, luxo,
prodigalidade. Deixa-se levar pelas adulações, falta de refinamento, modos de
novo-rico.
Trabalhos relacionados à dança:
1) Empress
por Anandha Ray:
Tribal Secrets Tarot
Card
doTribal
Secrets Tarot Deck de Anandha Ray, com a bailarina Sedona Soulfire.
Considerações: Confesso que fiquei extremamente impressionada com
este card da Anandha! É
maravilhoso! Certamente
inspirado no Rider Waite, uma vez que a bailarina, além de ser loira, veste
túnica branca, está coroada e segura com a mão direita o cetro (que inclusive
se parece muito com o de Waite e com o de Marselha também, ambos com cores
amareladas, porém, no lugar do globo e da cruz, fogo!). Ela também segura
flores brancas na mão esquerda. Uma
das partes mais incríveis da arte da Anandha são as romãs que estão ao lado da
bailarina, uma forte alusão às romãs da túnica da Imperatriz no Rider-Waite. Achei
uma excelente interpretação, cheia de simbolismos e muito bonita!
2)The Empress por Rachel Brice:
Datura Tarot
Datura Tarot
Rachel tem duas versões da
Imperatriz no Datura Tarot. Ambas extremamente ricas em símbolos, como sempre.
Considerações:Na primeira, uma deusa de pedra
está em meio à uma plantação de trigos, símbolo da fertilidade e, assim,
profundamente relacionada com o papel da Imperatriz. Símbolo usado também no
card do Rider-Waite. Ela já parece estar coroada (em sua forma natural: de
pedra), mas também possui flores de ambos os lados da cabeça, fazendo com que a
coroa fique mais visível e com um ar bem tribal. Na segunda, minha preferida
(não esteticamente, mas simbolicamente), uma mulher está em meio à Natureza, ao
seu lado corre um rio, como nas cartas de Waite e Crowley. Ela segura um objeto
que não consegui identificar, mas que pode ser um cetro. Os trigos também
aparecem nesta versão, na parte inferior da figura. O símbolo do feminino está
“tatuado” em seu braço. Ela usa uma coroa, formada por 11 estrelas e um outro
símbolo = 12 (signos do zodíaco), contendo este outro símbolo 12 “pétalas”. Seu
colar é o sistema solar (o sol e 8 planetas = 9, que também pode remeter ao
tempo de uma gestação). Simbologia incrível! Estou
fascinada!
3) The
Empress por Njordarien do Tarot Noir:
O Tarot Noir é um projeto de
Moscow (Rússia).
Njordarien
Considerações: A fotografia da esquerda é belíssima, entretanto, não vejo absolutamente nada que remeta ao Arcano. Já nas fotografias da direita e no vídeo, a bailarina usa um manto e uma coroa, símbolos da Imperatriz! A coreografia, com movimentos graciosos e posturas elegantes reforça a ideia de realeza do personagem. Uma bela apresentação.
4) Solo
The Empress, de Lisa Zahiya, no House of Tarot de Zoe Jakes:
Conforme informação do vídeo,
trata-se de um trabalho do House of TarotAsheville, uma colaboração entre Lisa
Zahiya e Zoe Jakes. Inspirado pela Imperatriz no Thoth Deck.
Considerações: A
bailarina veste branco, uma das cores usadas pelos tradicionais (o Waite, por
exemplo). Ela está coroada, como convém. O trabalho coreográfico é bastante
delicado e feminino, atributos que com certeza remetem ao Arcano III. A parte mais
interessante, na minha opinião, é que ela inicia a coreografia com as mãos na
barriga, parecendo estar grávida. Ele repete este ato no meio da coreografia
também. Achei tudo muito bom! E finalmente, achei um vídeo solo do House Of
Tarot, com indicação do Arcano.
5) Outros:
Vídeos de bellydance inspirados
na “Imperatriz”, porém, sem nenhuma referência à simbologia da carta, ao meu
ver.
Lembrem-se: Se souberem de
algum trabalho envolvendo os Arcanos enviem para mim!
Até a próxima!
93,93/93
Bibliografia:
Antigo Tarô de Marselha –
Nicolas Conver;
O Livro de Thoth – Aleister
Crowley;
O Tarot Universal de Rider
Waite;
Clube do Tarô;
Ocultura;
Agradecimentos especiais à
Marina Segalla, que enviou a carta e o texto do Shadowscapes.
por Nadja El Balady– FatChance BellyDance Sister Studio
DRAMATIC SLOW
Dramatic slow (lento dramático) é uma expressão
criada dentro do American Tribal Style®
para designar um tipo de leitura musical para circunstâncias diferentes:
Leitura de ritmos em 3, 6 tempos e leitura de ritmos em contagem ímpar.
Inicialmente, o ritmo de contagem
6 (conhecidos como 6/8) de origem norte africana era dançado com movimentos
“rápidos”, bem como as próprias danças populares das tribos desta região fazem.
As músicas berberes e beduínas que usam este tipo de padrão rítmico têm a
percussão forte e com muitos instrumentos. A dança é naturalmente muito marcada
com movimentos de quadril impactantes como twists
e shimmies, redondos e encaixes de
bacia. Dentro da linguagem ATS®, usava-se movimentos “rápidos”, mas apenas com
contagem em 2 tempos como arabic, shimmie,reach and sit, single bump, pivot bump...
Evitando os movimentos com contagem 4 (como egyptian
ou Turkish Shimmie) para não
atravessar as freses musicais e estar sempre em harmonia com a música.
Posteriormente, após diversas
experimentações, esta possibilidade de ler o padrão de 6 tempos com movimentos
“lentos” surgiu como uma opção criativa e como recurso cênico de grande impacto
para as apresentações de ATS®, onde o coro permanece tocando snujs no padrão “morrocan six” e as pessoas no “feauture” usam os movimentos “lentos”
para as dinâmicas da performance.
No “feature” a leitura será feita com movimentos da família dos “lentos”,
mas respeitando o andamento mais acelerado em que as músicas são tocadas. É
comum que precisemos adaptar um passo que tenha combinações maiores de
movimento em vários compassos. Dificilmente vamos conseguir adaptar um Wrap Around Turn em um compasso de 6,
por exemplo. É possível que tenhamos que quebrar o passo em 2, 3 ou 4
compassos.
Observe neste vídeo das Sisters Studio Collective no ATS® Reunion de 2018, a partir de 4:58,
como elas fazem, uma a uma, a leitura do ritmo em 6 tempos. Alguns passos mais
curtos são feitos em 2 compassos, passos mais longos em 3 ou 4 compassos. Temos
um Barrel Turn, Loco Camel, e Pulse Turn
em 2 compassos cada, Wrap Around em 4
compassos, depois outro Barrel Turn
em 3 compassos, Reverse Taxeem usando
um compasso para cada lateral, Camel Walk
em 2 compassos, e Wrap Around em 2
compassos.
Tendo a contagem em 6 tempos,
você vai adaptar movimentos pequenos em 3 ou 6 tempos, os passos grandes em 6,
12 ou 18 tempos, sempre respeitando o que te pede a melodia. A escolha é sempre
sua.
Da mesma forma como você estudou
os movimentos em ritmos de 8 tempos, exercite seus movimentos lentos nesta nova
contagem. Veja estes vídeos de experimentações alongando ou acelerando os
movimentos dentro do padrão de 6 tempos:
A música “Beto Baharon” gravada pelo grupo Helm, usa base rítmica em 3
tempos. Da mesma forma que a contagem em 6, a contagem em 3 vai se desmembrar
em 3, 6, 9, 12 e assim por diante. A leitura será muito parecida com a da
contagem em 6 tempos, alongando ou encurtando os movimentos de acordo com o que
pede a melodia.
Vamos ver agora uma nova
possibilidade com um ritmo de contagem ímpar. Nesta música “9/4 the ladies”
do grupo Balkan Beat Box, encontramos um padrão de contagem 9 (4 +5). Este
padrão é usado na Grécia, na Turquia e em outros países daquela região
mediterrânea. Dependendo da região, o nome de ritmo é diferente, mas vamos utilizar
o nome “Aksak” turco. A contagem em 9
é uma contagem muito veloz. Para efeitos de dança, vamos ficar loucas se
tentarmos contar e dançar ao mesmo tempo os 9 tempos de forma corrida. Existe,
porém, uma outra maneira de contar este ritmo, (funcional apenas para efeitos
de dança, não de contagem musical oficial) que nos facilita compreender início,
meio e fim do compasso, que é a contagem 1-2-3-1-2. Veja como a leitura musical
dramatic slow pode se aplicar neste
tipo de contagem:
Experimente. Dance em diversas
músicas diferentes, de maneiras diferentes. Procure estudar e compreender a
música que você usa como ferramenta para dançar. “Know your music” (conheça a sua música), dizem nossas mestras. Principalmente
se for uma música étnica, procure saber de onde ela vem, como é dançada em sua
cultura de origem. Procure saber os nomes dos ritmos, quais são os instrumentos
melódicos que são usados, em que época foi composta.
Faça o mapeamento da sua música,
buscando perceber de quantos em quantos compassos temos transições entre
instrumentos, em quantos tempos são feitos os arranjos, em que momento você
pode ter movimentos “lentos” ou “rápidos”, movimentos mais ou menos
impactantes.
Quanto mais você conhecer, mais
elementos terá para expressar esta música na escolha dos movimentos, na escolha
dos acessórios do seu figurino, na sua interpretação. Quanto mais você
conhecer, mais interessante será a sua apresentação para o público.
Esta apostila não busca ditar
regras, apenas convidar a dançarina de American
Tribal Style® a se aprofundar e a conhecer melhor a música. Aqui tenho
expresso meus parâmetros pessoais para desenvolvimento da minha musicalidade.
Veja se você compreende e concorda com estes parâmetros, se eles fazem sentido e podem se aplicar ao seu método pessoal de interpretar a música.
A leitura musical é onde reside a
arte da dança, o processo artístico pessoal. No final, quem escolhe como irá
dançar, é mesmo você.