[Resenhando-SP] Feira Medieval Entre Mundos

por Melissa Souza

A Feira Entre Mundos é um evento anual que envolve arte, música, dança e diversas atividades voltadas para a idade antiga e medieval. Neste ano ocorreu a 3ª edição do evento, realizado com esplendor, mais uma vez trazendo uma experiência única aos participantes. O evento é organizado de maneira colaborativa com diversos artistas e tem como principal objetivo a arrecadação em prol de instituições ambientais. Dentre as atrações tivemos palestras, feira de artesanato, gastronomia - incluindo o tão falado "hidromel", apresentações musicais, atividades literárias, oráculos, falcoaria, arquearia, swordplay, grupo de jogos de RPG, tenda medieval, esgrima, teatro, pirofagia e intervenções dos mais variados tipos ao longo do dia.




Especialmente nesta edição, o evento contou com a participação de diversos grupos de dança tribal da região, dentre eles: Dakini Tribal (Bragança Pta/SP), Mohini Tribe (Várzea Pta/SP) e Amira Tribal Bellydance (Jundiaí/SP), além dos grupos de dança cigana Samsara, Hamsa e Alma Cigana e o Instituto Kether de danças folclóricas. No período da noite o público se divide e após o ritual de fogo, às 22h, tem início a taberna, sendo as bandas de metal as principais atrações, mas mais uma vez a edição deste ano se diferiu das demais por contar com a dança tribal como um atrativo a mais: diversas solistas de São Paulo foram convidadas para realizar intervenções nos intervalos entre as bandas, dentre elas, Ana Dinardi (São Paulo/SP), Adriana Thomazotti (São Paulo/SP), Nanda Nayad (Várzea Pta/SP) e Bella Félix (São Paulo/SP).


Dança Cigana | Foto por Sérgio Scarpelli


Dança Cigana | Foto por Sérgio Scarpelli




Dança Cigana | Foto por Sérgio Scarpelli

 Amira e Dakini | Foto por Sérgio Scarpelli

Amira e Dakini | Foto por Sérgio Scarpelli

Amira e Dakini | Foto por Sérgio Scarpelli

Amira Tribal Bellydance | Foto por Maria Nieves
Institudo Kether de Danças Folclóricas | Foto por Sérgio Scarpelli 

Mohini Tribe | Foto por Oswaldo Pires
Dakini Tribal | Foto por Sérgio Scarpelli

Dançarinas da Taberna | Foto por Sérgio Scarpelli

Dançarinas da Taberna | Foto por Rudolph Lomax
Dançarinas da Taberna  - Ritual de Fogo | Foto por Rudolph Lomax 
Moro em Várzea Paulista e conheço o clube de campo CICA desde criança, é um espaço maravilhoso para a realização de eventos deste tipo. Acompanho a Feira Entre Mundos desde a sua 1ª edição, todavia somente nesta edição tive a oportunidade de participar efetivamente da programação. Além de levar meu grupo de iniciação em dança tribal (Mohini Tribe), também fiquei responsável por organizar as intervenções na taberna, o que foi muito gratificante. Encontrar minhas amigas dançarinas e conhecidas de outras tribos também foi muito legal, algumas estavam na cidade pela primeira vez e fico feliz que Várzea Paulista enfim tenha um evento cultural de qualidade para oferecer aos visitantes.

Clube de Campo CICA  | Foto por Rudolph Lomax


Com o apoio da secretaria de cultura, o evento pôde disponibilizar um ônibus gratuito para buscar os participantes em paradas pré-determinadas, além disso, apesar do valor do ingresso ter aumentado consideravelmente comparado às edições anteriores (de 5 reais para 60 reais), as caravanas receberam desconto, houve entradas promocionais para estudantes, crianças e idosos, contribuintes da campanha no Catarse e colaboradores da instituição ambiental Mata Ciliar. Com a equipe de produção trabalhando fortemente na organização do evento, é garantido o sucesso e estabilidade do mesmo. Aguardamos ansiosos pela próxima edição!



[Venenum Saltationes] Desvendando: Karchata!

por Hölle Carogne


Neste capítulo do Desvendando, a bailarina gaúcha Michelle Loeffler nos conta como surgiu este trabalho tão suave, mas ao mesmo tempo tão intenso. Venha conhecer esta coreografia linda e cheia de dualidade!  



Venenum Saltationes: Quando e como surgiu a vontade de criar este trabalho coreográfico?
Michelle Loeffler: No meio deste ano, depois de interpretar papéis tenebrosos (Entremundos e fotografias artísticas), precisei buscar em mim a calmaria. Mas acontece que não estou tão calma como gostaria.


Venenum Saltationes: Do que se trata este trabalho? Qual o assunto abordado?
Michelle Loeffler: Trata-se da necessidade de aprender uma nova forma expressiva, através de momentos tempestuosos que vivi. Não pensei em assunto específico, apenas deixei meu corpo falar. E quando pude parar para escutar, percebi que instintivamente busquei uma música que continha esse conflito que assombra.



Venenum Saltationes: Existe alguma linguagem oculta por trás deste trabalho?
Michelle Loeffler: Como disse, não pensei em nada, mas depois comecei a perceber que parecia que eu “desenhava”, sem querer os 4 elementos, um em cada refrão da música. Ar, com o sopro, terra com o círculo no chão, água com as ondulações e por fim o fogo ascendente que cresce e expande mais para o fim da música.



Venenum Saltationes: Com quem este trabalho tenta se comunicar? E o que ele quer dizer?
Michelle Loeffler: Essa é a parte difícil de falar. Ela é tão calma, tranquila, mas carrega uma tempestade silenciosa. Na verdade sou eu mesma contando para mim sobre meus conflitos.



Venenum Saltationes: Comente sobre os processos de criação desta coreografia.

Michelle Loeffler: Como todas, sempre parte de uma necessidade expressiva, ou seja, algo que estou sentindo e preciso “vomitar”. A música é o segundo passo que materializa em primeira instância o sentimento. Logo deixei o corpo andar pela melodia. Só por fim, estudei as marcações e tentei colocar em prática a junção de um movimento ao outro, que dá a sensação de fluidez, como estudados em aula. Foi um aprendizado em prática.



[Resenhando-SP] Festival Pilares do Tribal– Edição Kae Montgomary

por Natane Circe


Aconteceu o primeiro Festival Pilares do Tribal, no dia 14 de outubro. A edição trouxe profissionais de todo o Brasil, além de Kae Montgomary (EUA), bailarina certificada em ATS®, fez parte do grupo FatChanceBellyDance® de Carolena Nericcio-Bohlman por 7 anos e atualmente é integrante da Gold Star Dance Company de Kami Liddle. O evento teve a duração de três dias, e se localizou no Hotel Fazenda Quatro Estações, do município de Indaiatuba-SP.



A paisagem do Hotel combinava perfeitamente com o evento colorido e alegre de Maria Badulaques. O clima variava de sol e chuva, mas nada atrapalhou, pelo contrário, choveu quando devia ter chovido e o tempo se abriu na grande parte do evento, mantendo um ambiente prazeroso por todo o fim de semana. Na porta dos Chalés, havia um convite de Bem-vindas que nos fez sorrir, era algo intimista, colorido e alegre. 


As meninas responsáveis pela organização eram atenciosas, e assim se manteriam pelo evento inteiro. Aliás, as energias das pessoas que iam chegando, se misturavam com os já presentes e a cada momento era mais evidente o sentimento de Tribo.


Os Workshops Nacionais


Os Workshops Nacionais contaram com grandes nomes da cena Tribal do Brasil. Nomes como: Fairuza (SP), Paula Braz (SP), Kilma Farias (PB), Raisa Latorraca (DF), Raphael Lopes (SP) e Mariana Quadros (SP).

No Workshop Snujs para ATS®, Fairuza deu dicas sobre e como usar os Snujs, dicas interessantes de como trabalhar sem ter medo de usá-los. Um work que deu vontade de quero mais.



Enquanto Paula Braz explicava sobre o Cabaret Francês em seu workshop, meu corpo se arrepiava, a cada palavra, a cada slide, era só mais um pinguinho de história que o Tribal se inspirou. As dinâmicas no palco foram rápidas e nos deu uma mostra do que é trabalhar numa companhia, trabalho em equipe, tentar processar rapidamente, ajustes e conceito.



Kilma Farias foi com tudo no Tribal Brasil, explicou a dinâmica criada, a história dos passos e combos, e mostrou a simpatia do povo brasileiro na dança Tribal. Confesso que achava que meu corpo não iria se encontrar com a alegria que emanava das danças brasileiras, mas ao desenvolver da aula, eu já tinha me contagiado e meu e ele se movia mais solto do que nunca.



No outro dia foi a vez de Raisa Latorraca, com o Workshop Bases e Desenvolvimento do estilo Balkan/Gypsy Fusion no Tribal. Foi um work alegre e bem guiado por Raisa, trabalhando passos e fundamentos, e um pequeno laboratório de criação em grupo. Com direito a partilha de emoções pelas alunas no fim do curso.




No domingo, Raphael Lopes nos demonstrou a técnica, perfeição e o alinhamento da dança indiana e como ela conta uma estória. Trabalhamos em cima de um mantra, e foi possível engajar com tamanha devoção. Raphael deu dicas de conexão com o palco que, na minha opinião, cada bailarina deveria levar pra si pelo resto de sua carreira.



Mariana Quadros encerrou o evento com várias dicas sobre o tema “busca da satisfação pessoal”. Foram transmitidos inúmeros conhecimentos, questionamentos e dicas impagáveis para uma performance bem construída. Também foi dada uma linda sequência para o trabalho de cada particularidade.




Os Workshops Internacionais


De cara encontramos com a personalidade forte de Kae Montgomary. Firmeza, técnica, qualidade não quantidade, abertura aos questionamentos e foco. Sala cheia de cabecinhas curiosas e saias rodopiantes. 


Em seu primeiro work, “Para sempre iniciantes”, Kae abordou o que para ela são os elementos fundamentais do ATS®: postura e braços. Também reservou espaço para dúvidas e refinamentos de passos básicos.

No “Dançando com fuidez”, explica um pouco da ciência por de trás do ATS®, o sentimento, o momento certo, e mais algumas dicas de técnicas de isolamento para melhorar passos básicos.

Nos Workshops “Pop, Drop & Roll! ATS® Floorwork” e “ATS® Spins & Turns”, Kae focou nas preparações para a execução, mais do que o próprio movimento, o que para mim, teve muito mais proveito do que seria jogasse os passos ao ar. As preparações foram fortes, mas com dicas a se trabalhar por um bom tempo. 

Em “Katana, ATS® espada com dança”, ela explica sobre o respeito com o prop, o próprio manuseio, como encarar sua espada, como e o que comprar e novamente mais e mais dicas, além de decompor alguns passos.

Atividades Extras

A Dança Circular foi uma grande parte do Festival, reunindo mulheres e celebrando o inicio, o desenvolver e o fim do evento. Trazendo uma conexão linda e tocante a todas que participaram.


A meditação com o Didgeridoo com o terapeuta Fabio Manzoli foi uma experiência incrível. Uma respiração guiada com o trabalho dos chakras é realmente para os fortes. Cada um teve sua experiência, foi algo lindo de se sentir.

A Mostra

A mostra aconteceu na sexta à noite, e reuniu um grupo lindo de profissionais e estudantes no palco. Diversos tipos de dança como Flamenco, Odissi, ATS®, e vária fusões tribais, subiram ao palco e nos deliciaram com o talento brasileiro, e a beleza da convidada Kae Montgomary. A gringa além de dançar seu solo, dividiu o palco 10 meninas que ganharam o sorteio feito previamente ao festival.

Confira algumas fotos:































Hafla com as Shamans

No sábado à noite, foi o Hafla ao som das Shamans, meninas de uma energia incrível, a nossa representação de Tribo brasileira. A conexão é vívida entre elas, e ressonava por todos os presentes. Com direito a música, dança, fogueira, arte e magia.


 


 
O evento

No total, o Festival foi lindo e de muitos aprendizados. A energia fluiu, o cansaço batia no fim do dia, mas na manhã seguinte estávamos prontas pra outra. Até que o domingo chegou, e a chácara foi se esvaziando, cada uma retornando pro seu ninho, para se preparar para um novo encontro.


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