Destaques Tribais 2015 - Resultados



Enfim o resultado do Destaques Tribais 2015!

Primeiramente, peço desculpas pelo atraso da divulgação do resultado desta edição. Infelizmente, os últimos três meses foram muito conturbados para mim a nível pessoal; período de muitas mudanças e transformações na minha vida em diversos âmbitos. Não quero me prolongar na justificativa e nem me expor em relação a isso, mas precisava dar um parecer a vocês sobre a demora do resultado.

Estatísticas Gerais

Sobre o Destaques Tribais- Etapa 2 deste ano, tivemos 576 votos computados, sendo 31 votos vindo do exterior: 2 votos da Grécia; 23 votos da Venezuela; 2 votos da Argentina; 1 voto da Colômbia, 1 voto da Espanha , 1 voto dos EUA e 1 voto em branco. 


Nesta edição, senti que muitos estados não se engajaram tanto quanto nos anos anteriores. Senti também um maior amadurecimento dos leitores diante das Categorias Ilustrativas, ou seja, muitos realmente dedicaram um tempo para conhecer mais os trabalhos realizados no nosso país. Isso me deixou muito satisfeita, pois um dos principais objetivos do Destaques é justamente tornar mais fácil o acesso e conhecimento dos trabalho realizados no Brasil, aproximando mais os envolvidos com a dança tribal em nosso país.

Esse ano, como comentado na edição anterior, teremos dois resultados: do público e do blog. O do público é o habitual que sempre divulgamos em todas as edições. Já o resultado do blog é composto por alguns colunistas do blog Aerith Tribal Fusion. Este ano, os colunistas que participaram da votação do blog foram: Aerith (PR), Annamaria Marques (MG), Aline Muhana (RJ), Hölle Carogne (RS), Kilma Farias (PB), Maria Badulaques (SP), Mariáh Voltaire (PR), Melissa Souza (SP), Natália Espinosa (SP) e Raphael Lopes (SP). Em caso de empate, a Comissão Avaliadora (formada este ano por Aerith, Annamaria, Carine Würch, Maria Badulaques e Natália Espinosa) usou seu voto para desempate.

Novo formato

Este ano também decidi mudar a forma de divulgarmos as categorias. Com  intuito de tornar a enquete abrangente e inclusiva, decidi colocar todos os indicados na imagem de divulgação (ideia já elaborada em 2014 através do "Sou Destaques"). Desta forma, acredito que a mesma seja mais representativa, abraçando e incentivando a pluralidade em que a dança tribal manifesta-se em nosso país. Afinal, todos que foram indicados são destaques ;) Além disso, o tamanho da imagem é proporcional a capa do facebook para todos poderem salvar e compartilhar essa singela homenagem do público que acompanha seu trabalho. 

Em relação a esse novo formato de divulgação, posso destacar alguns pontos:
  • Estrelinhas - para quem não lembra, as estrelinhas contidas em algumas imagens significam a quantidade de vezes que o trabalho em questão foi o mais votado no Destaques Tribais;
  • Tamanho das imagens - o tamanho das imagens contidas na capa tenta aproximar da quantidade de votos recebidos na categoria em questão. Infelizmente, por questões de espaço, não foi possível realizar tal proporção em todas as categorias, limitando-se apenas aos três mais votados;
  • Identificação dos resultados - o resultado do público recebeu uma faixa na cor verde; já o do blog, uma faixa na cor rosa. Algumas categorias concordaram em seus resultados de um modo geral e, por isso, algumas possuem uma mesma imagem de divulgação para ambos os resultados.
Mudanças  e novidades para a edição de 2016

Em 2016, posso antecipar algumas mudanças. 

A primeira delas será a mudança nos nomes de duas categorias que geram um pouco de confusão: "Destaque Evento Nacional Secundário" para "Destaque Evento Regional" e "Destaque Cênico" para "Destaque Interpretativo". 

A segunda mudança é que a Etapa 1 (Indicação) dos Destaques Tribais 2016 será ao longo do ano, e não apenas em um período específico. Desta forma, você poderá divulgar os trabalhos que mais gostar no momento que assisti-lo/conhece-lo, indo até o menu localizado no topo do blog "Destaques Tribais" >> "Indicações de 2016"  e enviar através do formulário presente nesta página. Teremos um período final de indicações entre o final de 2016 e início de 2017 para aqueles últimos trabalhos divulgados no final do ano e também para aqueles que não souberam da mudança participe.




Uma novidade será o acréscimo de duas novas categorias: " Destaque Espaço Tribal", que busca divulgar e conhecer os espaços (escolas,estúdios,etc) com enfoque na dança tribal; e "Destaque Estudante Tribal", que seria parecido com o "Destaque Sala de Aula", mas para o aluno solista. O intuito dessa categoria é valorizar e incentivar o aluno de dança tribal, já que estava havendo uma certa confusão e mistura no "Destaque Revelação", onde alunos e profissionais iniciantes estavam sendo indicados na mesma categoria.

Entrevista Especial de Aniversário

Parabéns aos Destaques Profissionais e Regionais mais votados: Janis Goldbard (AC)Destaque Tribal Região Norte , Kilma Farias (PB)Destaque Tribal Região Nordeste, Raisa Latorraca (DF)Destaque Tribal Região Centro-Oeste, Lukas Oliver (SP)Destaque Tribal Região Sudeste, Gabriela Miranda (RS)Destaque Tribal Região Sul e Joline Andrade (BA) - Destaque Tribal Profissional Nacional. Por favor, entrem em contato para agendarmos as entrevistas (explicação no post de chamada). 

Formulário de Opiniões

Como em todo final, deixamos o formulário de opiniões para vocês registrarem suas críticas positivas, ideias,etc.


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Agora vamos aos resultados! =D




Destaque Evento Nacional:


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Destaque Evento Internacional:

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Destaque Evento Nacional Secundário:

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Destaque Workshop Nacional:

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Destaque Workshop Internacional:

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Destaque Show Internacional:

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Destaque Solo Internacional:

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Destaque Grupo Internacional:

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Destaque ATS/ITS Internacional:

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Destaque Hermana Tribal:

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Destaque Grupo Hermana Tribal:

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Leitura Virtual:

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Entrevista de Destaque:

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Destaque Notícia Tribal:

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Destaque Artigo Tribal:

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Música Favorita :


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Destaque Atelier Tribal:


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Destaque Figurino:




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Destaque Fotografia Tribal:


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Destaque Videodança Nacional :

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Destaque Videoclipe Nacional:


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Destaque Técnico:

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Destaque Cênico:

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Destaque Dark Fusion:


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Destaque Tribal Brasil:
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Destaque Solo de Percussão Tribal:

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 Destaque Masculino:


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Destaque Revelação:

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Destaque Sala de Aula:

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Destaque Tribal Profissional Nacional:


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Destaque Tribal Região Norte:

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Destaque Tribal Região Nordeste:

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Destaque Tribal Região Centro-Oeste:


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Destaque Tribal Região Sudeste:


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Destaque Tribal Região Sul :


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Destaque Dupla Nacional:

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Destaque Nacional ATS/ ITS:


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Destaque Grupo Nacional:

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Informações Gerais:
- Regulamento Oficial:
 http://goo.gl/gDhFS0 
 - Chamada:  
 http://goo.gl/bgqtTV 
- Etapa 1 (indicações): 
 https://goo.gl/1pOLnl 
- Categorias Ilustrativas: 
http://goo.gl/4i52eA
- Etapa 2 (votação do público):  
http://goo.gl/lRiTLI

[Tribal Brasil] Frevo: um dos pilares do Tribal Brasil

por Kilma Farias

Nefertiti Coutinho-PE
O frevo nasce e se desenvolve no Brasil, mais precisamente em Pernambuco, em meio ao momento sociopolítico em que viviam entre os anos 1880 e 1890, constituindo-se como uma tradição inventada pelo povo no seio do espaço urbano.

Filho da abolição da escravatura e da proclamação da República, o frevo, que recebeu esse nome porque as multidões pareciam ferver numa panela de pressão, é hoje patrimônio imaterial do Brasil.

Compõem o material humano que criou o frevo, todos os que frequentavam o centro do Recife àquela época: operários do porto, das fábricas e do comércio, jornalistas, profissionais liberais, biscateiros, desempregados e marginais. Gente que se reunia para, num momento de divertimento, acompanhar as bandas do exército e da polícia militar, que desfilavam e realizavam retretas em praça pública. Acompanhando o espírito da época e os movimentos que surgiam na multidão, os músicos dessas bandas aceleraram o andamento das músicas da moda, como o maxixe e a polca, e foram criando a música frevo. Ao mesmo tempo, era gestada a dança que sugeria volteios e dinâmicas para a música que estava sendo criada. Aos poucos as novas músicas foram ficando famosas e os passos ganharam nomes e também foram citados nos jornais da época. Era o frevo que tomava suas formas. (VICENTE, 2011, p. 1 e 2).

            Sendo uma dança que busca o incomum, através de uma movimentação que acontece pelo equilíbrio e desequilíbrio entre ponta de pé e calcanhar, o frevo se utiliza de uma leitura musical que acompanha o acelerar e desacelerar da música.

            A expansão é um dos princípios de movimento que norteia esse estilo, exigindo do corpo impulso e explosão em contraponto com deslizamentos e volteios. Sendo assim, o frevo constrói uma dança que ocorre pela oposição e pelo que Barba (1995) chama de equilíbrio precário ou equilíbrio de luxo que se constitui por um equilíbrio extracotidiano, “[...] Quanto mais complexos se tornam os nossos movimentos – quando damos passos mais largos do que de costume ou mantemos a cabeça mais para frente ou para trás do que o usual – mais o nosso equilíbrio é ameaçado.” (BARBA, 1995 p. 35).

            Desse modo, o passista de frevo, como é chamado o bailarino desse estilo, constrói sua dança em meio a um equilíbrio dinâmico. Assim, “os músculos em ação devem substituir os ligamentos na manutenção da posição [...]”(BARBA, 1995 p. 39).

Studio Lunay - Tribal Brasil


            O frevo vem a se consolidar como a arte que é só em 1930 e encontra sua efervescência nos anos 50. Ao longo de sua história trilha diferentes percursos e corporeidades, desde a capoeira aos movimentos sociais, à adesão de artistas que batizavam os passos “[...] com nomes como tesoura, carancolado, siricongado. Os seus inventores se mantiveram anônimos, pois eram oriundos principalmente de classes marginais ou menos favorecidas”. (VICENTE, 2011, p. 2).

            Um dos maiores colaboradores e difusores do frevo foi o mestre Nascimento do Passo que, nos anos de 1970, sistematizou a transmissão dessa dança com a proposta de repassá-la para as novas gerações.

            Ao incluir o estudo do frevo no Tribal Brasil, faço um exercício de metalinguagem, percebendo como se constrói uma dança a partir de outra que também foi construída. Identifico pontos de aproximação e outros de complementação.

            Percebo no frevo, por si só, um hibridismo de ritmos e gestos. E hibridizar a partir do hibridizado nos faz olhar para nós mesmos e vislumbrar o outro em nosso processo particular. O nosso mundo cabe sim no mundo lá fora e vice-versa.

            O Tribal Brasil, a seu modo, também surge de uma necessidade, de uma vontade de ser verdadeiro, de reinventar, a partir do que se tem no corpo e na experiência de vida, um novo movimento. Não nega a Dança do Ventre, nem a Dança Indiana, nem o Flamenco, nem o Tribal Fusion ou ATS, mas as transforma.


            Seus primeiros fomentadores, em sua maioria, estão no Nordeste brasileiro ou possuem vínculo familiar ou afetivo com as tradições nordestinas: o maracatu, caboclinhos, forró, frevo, cavalo marinho, entre outras manifestações culturais.

            Assim como no frevo, uma nomenclatura vem sendo gestada no Tribal Brasil, visando a escolarização do estilo, como podem perceber os participantes do primeiro Curso de Formação em Tribal Brasil – presencial e à distância – que tenho ministrado (março de 2016 a dezembro de 2016). E essa nomenclatura também não vem de uma só pessoa. Vem de um corpo de bailarinas, vem da Cia Lunay, vem de alunas dos workshops que ministro, que apelidam os movimentos para lhes facilitar a lembrança do passo.

            O processo de criação em Tribal Brasil com base no frevo é uma experiência divertida, desafiadora, que fala não apenas de técnica, mas principalmente de história de vida, de luta de classes e principalmente da força da união do povo brasileiro.

Referências bibliográficas:

BARBA, Eugenio; SAVARESÉ, Nicola. A arte secreta do ator: dicionário de antropologia teatral. São Paulo: Editora Hucitec/Editoda da UNICAMP, 1995.

VICENTE, Ana V. Frevo: uma arte urbana, a dança e suas formas de ensino. In: VICENTE, Ana V.; SOUZA, Giorrdani G. Q.. Trançados musculares: saúde corporal e ensino do frevo. Recife: Editora Associação Reviva, 2011. DVD.


[Entrando na Roda] Classificação do Vocabulário ATS®

por Aline Muhana




Olá pessoal! 

No post deste mês vamos falar sobre as classificações de vocabulário do ATS®. 

Nosso formato pode ser organizado de diversas formas diferentes para atender a diversos propósitos de estudo.  A classificação de vocabulário  “Classic” e “Modern” foi desenvolvida inspirada na série de vídeos didáticos Tribal Basics criada por Carolena Nericcio-Bohlman em 1993 e que está sendo desenvolvida até hoje.  “Classic” seriam todos os movimentos apresentados até o volume  4: Embellishments and variations , que compreendem os movimentos mais antigos do vocabulário do ATS®; e “Modern” seriam todos os movimentos apresentados à partir do volume 7: Creative Steps and combinations.  

Nota da Autora: Os volumes 5 e 6 da série Tribal Basics (Cues and transitions e Improvisational Choreography) não apresentam passos novos, porém são indispensáveis para entender  a mecânica da Improvisação coordenada porque apresentam as ferramentas para o entendimento desta metodologia. Assistam com muita atenção!



Este é o formato utilizado oficialmente para a formação General Skills: Classic and Modern. Os movimentos que surgiram depois são considerados Movement Dialect como vamos explicar mais a diante.

Movement Dialect foi um conceito criado para explicar um fenômeno bastante comum às trupes e companhias de dança: Dentro de cada grupo  passos e sequências nasciam espontaneamente,  através das mais variadas experiências (sequências coreografadas que se tornaram populares, erros durante uma performance que foram bem gerenciados, variações de passos que foram bem aceitas, etc). Isso acontecia até mesmo dentro do FCBD®, e Carolena notou esta tendência se delineando ao assistir performances de diversos Sister Studios.

Prevendo que a expansão do formato seria inevitável,  Carolena lançou o DVD número 9 de sua série Tribal Basics: Anatomy of a Step, onde convida mais 3 sister studios (Megha Gavin – Deviany Dance Co., Devi Mamak – Ghawazi Caravan e Jennifer Noland – Tamarind)  a demonstrar e divulgar novos passos e sequências que seriam exemplos de como prosseguir com as novas criações. O DVD foi uma grande sucesso entre a comunidade ATS®  e os passos novos caíram nas graças da maioria das Sisters. O uso do Movement Dialect é considerado opcional do repertório básico do ATS®, assim como o Floorwork.


A classificação dos passos por níveis foi criada também por Carolena Nericcio-Bohlman como o conteúdo programático de seu curso oferecido no Studio San Francisco, e conta com uma  ordem de apresentação bem diferente.  Em meados de 2015 este conteúdo foi atualizado com a inserção dos passos do volume 9: Anatomy of a step  e a extinção do quarto nível na escala de aprendizado do estúdio.  Atualmente os níveis de aprendizado vão do 1 ao 3. Nesta nova apresentação os passos novos  são apresentados juntos aos passos clássicos e modernos, separados apenas pelo nível de dificuldade requerido para cada nível.

Carolena deixa bem explícito em seu blog (onde divulga estes e outros comunicados oficiais) que estas mudanças são opcionais, deixando a cargo de cada uma de nós decidir se quer ou não incorporar este novo material.

Fora estas classificações ainda temos outras opções como a divisão entre lentos e rápidos e  famílias de passos (como apresentadas no Flowchart).  O importante é manter o foco em uma base técnica sólida, refinando os passos básicos e a postura sempre que possível. Na minha experiência profissional como instrutora posso afirmar que estas classificações dão ótimos temas para aulas e ajudam as alunas a entenderem melhor como o sistema funciona.

Bons estudos!




[Venenum Saltationes] Entrevista com João Butoh

por Hölle Carogne





Entrevista publicada originalmente na revista impressa Ou Seja - http://www.ouseja.jor.br/

O Butoh é a dança japonesa do pós-guerra que vem conquistando cada vez mais espaço e reconhecimento em território nacional. Ela vem sendo retratada pelo bailarino brasileiro que leva em seu próprio nome a marca desta arte, João Butoh. Confira na entrevista abaixo um pouco sobre o artista e este magnífico universo, cheio de intensidade e sentimento.
 
Hölle Carogne: Conte-nos um pouco sobre a sua historia de vida, falando sobre a pessoa, o homem e o bailarino João Butoh.
João Butoh: Fui alfabetizado em casa pelos meus pais. Ingressei em escola pública aos 6 anos de idade - modelo dos Parques Infantis desenvolvidos por Mário de Andrade que tinha por finalidade: assistir, educar e recrear as crianças, em São Simão interior de São Paulo, onde tive contato com as artes em geral  e comecei a dançar e fazer teatro. Aprendi marcenaria com meu pai e a costurar com a minha mãe. Aos 18 anos freqüentei a escola Dança Clarisse Abujamra, onde recebi bolsa de estudos e a oportunidade de aprender várias técnicas de dança com profissionais do mais alto gabarito. Participei de uma infinidade de festivais de dança nacionais e internacionais, os quais me possibilitaram exercitar o meu lado de criação e execução de meus trabalhos. Foi daí que perdi o meu sobrenome e passei a ser conhecido como o garoto que dançava butoh – Joao Butoh. Sou formado em jornalismo, história e educação física. Fundei a Ogawa Butoh Center em 1983 e desde então venho me dedicando a pesquisa estética e corporal do butoh.




Hölle Carogne: Provavelmente, muitos dos nossos leitores não conhecem o Butoh. Pode nos dar uma breve explicação sobre este estilo de dança?
João Butoh: O Butoh surgiu no Japão nos anos 60, criado por TATSUMI HIJIKATA e posteriormente KAZUO OHNO, como um movimento cultural para impedir a invasão da cultura ocidental no pós-guerra. Os interpretes buscam no inconsciente comum a todo homem, oriental ou não, a beleza e a decrepitude a simplicidade e a complexidade, o cômico e o trágico. Essas dualidades como o masculino e o feminino, a vida e a morte, são características desta arte, que retomou antes de tudo a idéia quase esquecida de que o intérprete não “joga” para consigo mesmo, mas para reviver algo muito maior.




Hölle Carogne: Como foi seu primeiro contato com a dança e quando decidiu dedicar-se a essa arte?
João Butoh: Foi quando recebemos no Brasil uma exposição do acervo de peças do Museu da Paz de Hiroshima, realizei uma criação para a abertura e encerramento e uma das técnicas do museu ao final da apresentação me procurou perguntando onde eu aprendera o butoh. Desde então teci uma teia para conseguir informações que pudessem ajudar a entender ao que me haviam sido instigado. E foi por meio de informações enviadas de parentes no Japão e posteriormente pela minha própria mãe que passou a residir naquele país, que pouco a pouco desenvolvi pesquisa e estruturei minha linguagem corporal baseada nesta dança. 

Hölle Carogne: Quais são suas inspirações neste meio?
João Butoh: Kazuo Ohno.


Hölle Carogne: Você vê no Butoh uma filosofia de vida? Comente.
João Butoh: O conceito de filosofia para mim está relacionado com a busca incessante pela sabedoria. Assim, uma filosofia de vida também inclui a busca pelo autoconhecimento e por normas que atribuam estabilidade para um determinado indivíduo. Eu incessantemente busco aprender e conhecer não só aspectos que possam contribuir com o meu crescimento artístico como também pessoal. Todas as funções que exercito vêm de encontro a uma necessidade pessoal de um discurso cada vez mais completo e transparente por meio da minha arte. Esse diálogo que tecemos com a sociedade por meio de nossa arte é o que me direciona e canaliza a minha energia para este equilíbrio pessoal.



Hölle Carogne: Como é o cenário do Butoh no Brasil?
João Butoh: Frutífero! Com uma abertura de infinitas possibilidades para se experimentar. Em cada parte e região de nosso país, poderão surgir novas releituras desta dança, oriundas de verdades díspares e muita criatividade que é a marca de nosso povo.

Hölle Carogne: Existem algumas expressões que, de acordo com a internet, estão associadas ao Butoh, como por exemplo, “corpo morto” e “olho de peixe”. É correto associar estas expressões à dança? E o que elas significam?
João Butoh: Podemos dizer que estejam associadas a algum momento histórico desta dança, mas não mais dela como um todo. Ela pode ter sido verdade para o desenvolvimento de algum padrão corporal, criativo ou mesmo didático, mas não pode ser encarada como uma verdade coletiva, pois a mesma não reverbera em inúmeros intérpretes espalhados por várias partes do mundo, seja no caráter didático ou mesmo performático. Cada qual de nós recebe estímulos de maneiras diferentes, e o que pode ser verdade no interior de um intérprete dificilmente será encontrado dentro de outro, e o que se diz sobre o entendimento desta dança, a mesma coisa. Corpo morto sugere um corpo vazio, mas o intérprete tem dentro de si histórias que são impossíveis de serem arrancadas. Sugere também que não seguimos coreografias predeterminadas, mas mesmo os fundadores do butoh dotavam deste recurso. Olho de peixe nos sugere um olhar fixo, vidrado. Alheio ao que acontece a sua volta. Em algum momento pode ser útil, mas em outro completamente indispensável. Todas as ferramentas que nos são sugeridas devem ser experimentadas e igualmente aprendidas. O intérprete deve saber qual o momento certo para usá-las. Sabedoria e conhecimento. Ferramentas são ferramentas. Expressões ilustrativas. O esclarecimento ao que se referem estas e tantas outras expressões e ferramentas, são necessárias para que se consiga o resultado almejado, seja ele no processo de aprendizado ou mesmo de performance.



Hölle Carogne: Além da técnica visível, há uma característica semelhante entre os bailarinos de Butoh: a expressividade. Como espectadora, tenho a impressão de que todos os músculos do corpo querem dizer alguma coisa. Estou correta? Comente sobre a importância da expressão nesta dança.
João Butoh: É um pouco o que falamos na pergunta anterior, mas também está ligado ao entendimento do que se espera de um intérprete de butoh. Não podemos desassociar que o butoh é uma arte performática e a mesma também caminha em terrenos conhecidos do universo da encenação. Não existe arte sem público e pensando nisso, nos imbuímos da maior quantidade de informação para que o que estamos criando se transforme em uma obra de arte. Todos os elementos que trazemos ao tema proposto, deve estar totalmente inserido no tema e na performance. Se o butoh é uma dança, e dança a fazemos com o corpo, o mínimo que se espera de um intérprete é que o mesmo tenha um trabalho corporal significativo. Que tenha conhecimento do próprio corpo. Conhecimento corporal advêm de estudo, de práticas de aulas de técnica de dança freqüentes e de ensaios. Quanto mais os realizar, mais seu discurso corporal se enriquecerá.


Hölle Carogne: É comum que as pessoas, ou amem ou odeiem o Butoh, muito provavelmente pelo “peso” característico que há por trás dele. Essa sensação de “agonia” que as pessoas sentem ao ver um trabalho de Butoh é intencional?
João Butoh: Posso te dizer que um trabalho bem feito dentro desta proposta dificilmente vai entediar alguém. Acho um desrespeito sem tamanho levar “work in progress” ao palco. Trabalho ainda não concluído no máximo se recebe profissionais para contribuir ao processo em espaço fechado, e os mesmos sabendo que estão sendo chamados para isso. Não existe desculpa mais amadora para um trabalho ruim, quando o interprete se escora na justificativa de estar fazendo uma “performance de butoh”. Isso diferencia quem realmente é um artista. Outro erro evidente é se ancorar em metáforas. O Corpo nunca mente. E o público sabe disso!    



Hölle Carogne: O Butoh está associado a algum tipo de crença ou forma de espiritualidade? Por que é comum que os espectadores associem a dança a algo obscuro? Existe alguma explicação para este fenômeno?
João Butoh: Todo artista está ligado de alguma maneira a uma crença ou mesmo alguma forma de espiritualidade. Buscamos atingir o divino o tempo todo. Buscamos o sublime, o perfeito. O Butoh assim como qualquer outra arte deve estar isenta de padrões religiosos. Cada artista a meu ver deve buscar a sua maneira de se conectar com o ser supremo que o ampara e o ilumina. O Butoh inicialmente era chamado de Angoku Butoh – Dança das Trevas, e é por isso que alguns intérpretes ainda trafegam por esta estética de horror. Pois assim ele foi introduzido para a sociedade japonesa em 1959 com a primeira performance a qual se estabeleceu como data do surgimento do butoh “Revolt of the Body”.

Hölle Carogne: De que maneira sua arte expressa seus sentimentos mais profundos?
João Butoh: Trabalho com verdade o tempo todo. Nenhum tema que trago proposto em minhas obras saiu de pelo menos muitos anos de estudo. Um artista não acontece pela metade, deve estar sempre completo em cena. Você é o que você construiu. Embora estamos nos construindo e reconstruindo o tempo todo, isso não pode ser desculpa para desmazelo ou mesmo preguiça. Todo artista precisa de conteúdo. Toda obra e criação necessita igual. O superficial me entedia!  


Hölle Carogne: Suas ideologias e crenças influenciam em suas criações artísticas? De que forma?
João Butoh: Citando Marx e o ilustrando por meio da música de Cazuza, não! Não tento mascarar a realidade por meio de minhas criações. Eu sigo o papel que todo artista deveria imprimir na sociedade atual. Não como forma de alienação, mas como opção de sugestionar um mundo melhor, uma sociedade mais justa. Temos a oportunidade de vivenciar muitos personagens, viver muitas vidas, sugerir infinitos universos. Qual significado teria um artista que perdeu o trem da história? Não dou as costas à realidade. A enfrento de frente e de peito aberto!

Hölle Carogne: Como você se sente quando está dançando? O que passa em sua cabeça e em seu corpo no momento da dança?
João Butoh: Muito subjetiva esta pergunta. O Sentir deriva de sentimentos, e eu sou só sentimentos. Não acredito que a arte esteja isenta de sentimentos. Eu me preparo para estar completo em cena. Tenho uma paixão por histórias. Paixão por histórias emocionantes, aquelas que tocam fundo na alma. Está é uma característica da minha arte. Conto histórias por meio do butoh. É o que me seduz na arte, proporcionar uma viagem emocionante durante alguns minutos, e no final desta jornada, deliciar que o meu público está totalmente entregue a esta doação. A arte como instrumento para emocionar as pessoas. Daí, é um passo para a transformação do indivíduo. Sim, só a arte transforma!



Hölle Carogne: Sou bailarina de Dança Tribal, que é uma dança de fusões. Acharia interessante uma fusão com Butoh? Por quê?
João Butoh: Isso só quem pode responder é você! Se algo te ressalta aos olhos e anseios e te instiga a buscar algo mais para a sua vida e a sua arte, você deve optar por seguir ou não este instinto. Desde que você sugeriu-me esta pergunta é porque você viu alguma luz adentrando por esta janela da divina possibilidade.

Hölle Carogne: Gostaria de agradecer pelo seu tempo e pela excelente entrevista. Foi uma honra para nós da Equipe Vero conhecer um pouco mais sobre você e sobre essa arte tão encantadora que é o Butoh. O espaço a seguir é seu, para que deixe suas considerações finais e seus contatos para que as pessoas que queiram conhecer um pouco mais sobre você e seu trabalho com Butoh, possam encontrá-lo.
João Butoh: É imprescindível para todo e qualquer artista responder no seu íntimo o fator e a necessidade que o fez mergulhar neste universo da arte. A vida é extremamente efêmera e quanto mais se dedicar a sua arte, mas seu estado criativo amadurece. Perguntas como: O que você quer com a sua arte? Qual contribuição você quer deixar para o universo? Já são pontos de partida para nortear a responsabilidade de se ser artista, e o investimento que fazemos sobre nós mesmos, tem que valer a pena! Não existe dor mais profunda do que a negação de um ser humano em buscar acesso a informação. E hoje em dia ela está bem diante de nossos olhos e ao alcance de nossas mãos.

Deixo aqui então os nossos contatos para quem se interessar em saber mais sobre o trabalho que realizamos.


 Todas as fotos por Boaz Zippor



[Resenhando-USA] Salimpour, o legado!

por Maria Badulaques




Um dos pontos altos da minha viagem a San Francisco (CA) foi a visita ao Studio Salimpour e a conversa que tiver com Suhaila. Não há dúvida, sequer um lampejo, de que Jamila e Suhaila estabeleceram sólidas bases para o que hoje chamamos de Bellydance, no Ocidente; e para a técnica que serve de base aos estilos Tribais, portanto estar diante de todo esse legado foi incrível, surreal e emocionante.
Ao chegar no estúdio ainda vazio, Suhaila vem lá de dentro e abre a porta com um largo sorriso no rosto, iluminando tudo imediatamente. É uma mulher grande, daquele tipo que preenche o recinto com sua presença, opinião e sorriso. Apaixonei naquele exato instante!



Paredes e mais paredes repletas de inspiração. Toda história contada através dos vários Cd´s de música, Jamila...Jamila....Jamila era tudo sobre essa mulher extraordinária, intensa e forte. Então, entro no escritório de Suhaila e vejo três desenhos feitos por Isabella (ainda pequenina, como minha Marina), eles estavam afixados em lugar de destaque e retratavam sua mãe. Com meu caderno à mão, feito por minha pequena, mostrei o desenho que também tinha em situação assemelhada e aquilo nos conectou, pois mães entendem o significado desses gestos.
Uma frenética conversa se inicia: tinha tanta necessidade de dizer o quanto a admirava, como Jamila era importante e querida para mim, para Carine (sim contei a história do Pilares e como nossa gaúcha apaixonou nas Salimpours). Suhaila sorria, novamente iluminando a sala; era surreal estar diante daquela mulher que eu conhecia “tão bem” através de fotos e leitura de tudo que chegava a minha mão.



Então, percebi que uma aula se iniciava no grande salão do estúdio; fui convidada para assistir e voltar para fazer uma experimental. Não fosse a agenda apertada com os estudos no Studio do FCBD e o pavor que me deu ao ver a aula, certamente teria voltado. Pensa numa aula punk!!! Agora eleva a infinita potência...Era por aí... Meus olhos esbugalharam e ela me diz: são iniciantes (Oi???????!!!!!!). Bem, certamente estarei lá em janeiro de 2017 para estudar, pois a técnica é absurdamente forte e isso pode mudar a dança de qualquer um.

De volta a sala administrativa, ela lembra de mostrar o Livro recém publicado que conta boa parte do legado de Jamila. Pirei-surtei-babei com o que estava a meu alcance e com o valor do dólar que tornava aquele item ouro. Bem, tive que levar comigo e posso garantir que foi uma das melhores aquisições que fiz na viagem!!! O livro nos remete aos idos de 1940, atmosfera, cenário, dançarinas egípcias e uma Jamila que nem imaginava que se tornaria o ícone do bellydance. Consegue vislumbrar insegurança na matriarca das Salimpour? Pois é, isso já ocorreu, ou seja, (ufa!) ela é de carne e osso.  Estou devorando com avidez cada página, afinal é como uma viagem no tempo e, como sempre digo, saber da nossa dança é a melhor forma de dançá-la bem (junto a muiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiito estudo prático, lógico).



No caminho para porta, aquela sensação de harmonia, afinal, estava estudando com Carolena, conheci Suhaila, vi um lindo vídeo de Jamila cantando parabéns para a filhota. E ela continua com aquele semblante altivo ☺, havia tido uma conversa deliciosa sobre a dança que nos une, sobre o porque das coisas e, para selar aquele momento, ganho alguns Cd´s, dedicatória no meu caderno de dança e no livro de Jamila. Incrível, lembro e começo a sorrir sozinha.



Ah, tá curiosa sobre a conversa né? Então, não sei se seria elegante da minha parte dividir em público comentários muito íntimos que Suhaila fez sobre nossa dança, mas para não parecer que nada será compartilhado, posso dizer que o nome TRIBAL Suhaila atribui à Jamila, quando do surgimento do Bal Anat.
Super xeros, nossa conversa sobre San Francisco ainda não acabou, tou atrasada nas resenhas, mas asseguro que escreverei.




[Organizando a Tribo] A Arte de Coreografar

por Melissa Souza

Nem todas as bailarinas que se desenvolvem sentem interesse em aperfeiçoar-se academicamente, e isso não significa que deixaram de evoluir. Fazer um curso técnico, uma licenciatura em dança, uma especialização ou um curso de formação continuada tem as suas vantagens quando se deseja trabalhar com o magistério, mas não é exatamente uma obrigatoriedade.

Muitas vezes, as habilidades de coreografar derivam desse ofício de pesquisar e ensinar a dança, pois é muito mais fácil desenvolver uma performance quando se tem os conhecimentos técnicos necessários sobre todos os campos que envolvem essa produção, como teoria musical e teatral. Por isso, é muito comum que algumas bailarinas, apesar de serem excelentes dançando, tenham dificuldades para coreografar, e algumas nunca chegam realmente a apreender sobre o conceito.

Segundo o dicionário Houaiss, coreografar é “a arte de conceber os movimentos e passos que vem compor determinada dança; os movimentos e passos criados pelo coreógrafo; qualquer sequência de movimentos que lembram uma dança”. Sendo assim, a habilidade de coreografar também é necessária quando se dança de improviso, seja solo ou coordenado – aqui referindo-me ao ITS.

Quando falamos de processo criativo estamos nos referindo a todas as etapas por quais passamos na construção de uma performance. O objetivo deste post não é direcionar-se àquelas que possuem uma formação acadêmica e sim trabalhar a desenvoltura nas bailarinas que gostariam de aperfeiçoar suas técnicas de coreografar. Sendo assim, não vamos falar de fatores do movimento, mas trataremos de um tema específico e fundamental neste processo: a expressividade.

Encontrei exercícios muito úteis no site www.prodivame.com que vale a pena experimentar, seja na sua casa ou com o seu grupo. Analise o quadrante abaixo e realize cada um dos exercícios propostos. Para não ficar cansativo, divida seu estudo da maneira que mais lhe convém. Se achar necessário, grave seu desenvolvimento e tome notas após a realização de cada etapa.



Critique

Para começar a desenvolver sua performance, faça uma avaliação gradual em 6 etapas:

  • Apanhe a primeira ideia que lhe vir à mente: quais as impressões que ela lhe passa?
  • Descreva essas impressões da maneira que achar melhor: desenhando, escrevendo, enumerando itens ou apenas refletindo sobre.
  • Analise o conteúdo obtido.
  • Interprete cada informação.
  • Passe tudo a limpo.
  • Faça um julgamento final: quais as impressões que essa dança está lhe transmitindo agora?

Contextualize
  • Pesquise e aprecie a dança:
  • Pela biografia de um bailarino renomado;
  • Por um estilo de dança diferente do seu;
  • Pela história e cultura da dança;
  • Pela influência social e ambiental.

Crie
  • Dance em resposta a um(a):
  • Arte
  • Imagem
  • Texto
  • Música

Conecte-se
  • Explore conexões com um ou mais itens abaixo:
  • Elementos
  • Artes de outras linguagens
  • Temas ou tópicos
  • Experiências pessoais


Leituras complementares:

  • Processo de criação em Tribal Brasil por Kilma Farias.

Neste artigo, Kilma Farias nos brinda com uma excelente descrição do trabalho de pesquisa, experimentação e prática para construção do repertório de passos que compõem o Tribal Brasil, idealizado por ela juntamente com a Cia Lunay.

  • Série Desvendando por Hölle Carogne

A colunista Hölle Carogne faz um trabalho muito interessante na série “Desvendando” onde entrevista os bailarinos sobre a construção de suas performances: “Neste projeto, algumas coreografias com conceitos místicos serão desvendadas, através da entrega da (o) bailarina (o) ao revelar os significados ocultos por trás destes trabalhos coreográficos.”.



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