[Resenhando] Tribal Fest 15 - A Tribal Family Reunion | Visão das Brasileiras

por Débora Dharma Carla Michelle Coelho

Rachel Brice e as brasileiras no Tribal Fest ®15

O Tribal Fest® é um evento anual de Tribal, ATS®, Fusão e Dança do Ventre alternativa, que ocorre na terceira semana de maio, em Sebastopol – Califórnia, nos Estados Unidos. O evento consiste em diversos workshops durante toda a semana e dias inteiros de shows no final de semana.

Por ser um evento de peso na cena tribal mundial, a expectativa de estar presente e participar é altíssima, haja coração!

O Tribal Fest 15, que ocorreu nesse ano de 2015, foi realmente uma reunião familiar do tribal, tendo reunido grandes nomes do tribal como Carolena Nericcio, Suhaila Salimpour, Rachel Brice, Kajira Djoumahna (organizadora do evento), Mardi Love, Zoe Jakes, dentre outros.

Entrada do evento


A cidade onde ocorre o Tribal Fest é uma típica cidade de interior, chamada Sebastopol, onde os habitantes te recebem de forma super calorosa e se locomover a pé é perfeitamente satisfatório. O local do evento é de fácil acesso, sem maiores dificuldades para ser encontrado, e possui diversas salas de aula, para que possam ser ministrados vários workshops simultaneamente. Ainda, uma linda e animada feirinha é organizada nos arredores do centro cultural comunitário, onde você pode encontrar artigos variados, característicos dos praticantes e adeptos deste estilo de vida, que é o tribal. Dessa maneira, há a possibilidade de se equipar dos acessórios mais desejados, desfrutar de tratamentos terapêuticos (um deles, que era fantástico, envolvia o contato com cobras) e massagens, em um ambiente arborizado e natural.

A atmosfera do evento é algo inexplicável, onde todos parecem velhos amigos se encontrando, com um clima de união e amizade, todos interagindo e deixando de lado quaisquer “estrelismos”. A impressão que se tem é de que membros de uma mesma família estão se juntando em um encontro muito esperado. Há um sentimento de pertencimento muito grande a esta comunidade, dividido por todos que comparecem ao evento, o que pode ser percebido visualmente pelos imensos sorrisos em cada rosto e intensos abraços compartilhados durante todos os dias. A energia flui de maneira única e pessoas que nunca se viram antes parecem ser amigas íntimas há tempos.

Carla Michelle na feirinha


É uma honra poder correr de um workshop para o outro e esbarrar nessas bailarinas que tanto admiramos nos corredores, ainda tendo tempo entre um workshop e outro para poder trocar várias idéias sobre dança e qualquer outro assunto cotidiano. A troca acontece naturalmente, não há uma preocupação em se manter segredos ou separar os alunos dos professores e profissionais. Todos se encontram lado a lado em uma mesma “vibe”. Isto reforça que o tribal não é somente uma forma de dança, mas um estilo de vida. Há generosidade entre seus adeptos e alegria em se compartir o que cada um está estudando e praticando.

Percebemos que todas as nossas ídolas, que temos acompanhado a distância, são muito receptivas e ao mesmo tempo abertas a compartilhar o seu conhecimento, em toda a sua amplitude. Elas dividem o que estão estudando e experimentando no momento e, até mesmo, repassam sequências e movimentos que integram suas performances, as quais dançaram no final da incrível semana de cursos.

Zoe Jakes e Coven | Foto de Chuck Lehnhard
A qualidade dos workshops é impressionante. Nós duas voltamos com uma bagagem digna de mudança de paradigmas na dança, além da grande realização de poder ter contato direto com as bailarinas que balizaram o nosso desenvolvimento profissional na dança tribal. Não se pode avaliar o crescimento que tal encontro proporcionou, a transformação pela qual passamos é intensa.

Estar na Califórnia, berço da dança tribal, e em contato com as criadoras, conhecendo a história da forma como ela ocorreu, nos faz entender melhor o significado e a intenção primordial desse estilo de dança, o verdadeiro sentimento de tribo. Os mitos são desfeitos e uma história real se revela com seus fundamentos artísticos e conceituais, dados por contribuições diversas e generosas de cada membro desta grande família tribal.

Datura | Foto de The Dancers Eye - Fine Art Photography 
O meet and greet, evento que é realizado na quinta-feira a noite, é um momento ainda mais a parte, onde todas as professoras estão reunidas no salão principal com as suas banquinhas de coisas para vender e nos deixar totalmente loucas. O estímulo surge quando você percebe visualmente (pelos acessórios, vestuários e artigos em geral delas) que cada profissional tem sua linha de trabalho e que, por sua vez, todas tem sua contribuição para o conjunto maior que constitui o estilo tribal. Pensa no estado de nós brasileiras, vendo todos esses objetos de desejo a venda, pelas próprias bailarinas! Autocontrole teve que ser a palavra da vez.

Os shows também foram fascinantes. Como foi engrandecedor prestigiar cada performance e perceber que o mundo todo possui vertentes maravilhosas e diferentes do tribal. A cada trabalho apresentado, crescia a sensação de que há uma abertura e uma receptividade imensa para todos que subiram ou subiriam naquele palco. A autoconfiança dos artistas era alimentada pelo espírito de comunidade e pelo apoio que o público os presenteava. Não há plateia tão cativante e calorosa como a do Tribal Fest. Além de muita gente nova apresentando um trabalho de qualidade, pudemos ver grandes nomes dividindo o palco, como por exemplo a apresentação da Carolena Nericcio- Bohlman, Kajira Djoumahna, Jill Parker e Paulette Rees-Denis. Grandes nomes, iniciantes e artistas em geral se misturam em um show de apresentações que não está organizado por fama ou falsas hierarquias, porque todos participantes são parte de um movimento único, é a família tribal fazendo dança em todas as suas possibilidades.

Momento épico: The Fab Four ( Carolena Nericcio, Jill Parker, Paulette Denis e Kajira Djoumahna) | Foto de Chuck Lehnhard


Assim, depois de dois dias de apresentações surpreendentes e impressões maravilhosas, pisar naquele palco e dançar no dia de encerramento foi um privilégio único e, ainda, sem medos, autocobranças e exigências tolas. Eu, Carla Michelle Coelho, era uma das faces brasileiras que subia naquele palco energizado para dividir minha percepção da dança neste momento e ser abraçada por aquela plateia incrível. Olhar para cada rosto, desfrutar os passos, me divertir com a família tribal e juntar na bagagem a melhor sensação de dança que já vivi. Meu coração foi tomado por uma felicidade completa e meu corpo pulsou uma energia jamais sentida, ao som do maravilhoso Tom Zé, representando o nosso Brasil. Não sei quanto à técnica, ou até mesmo quanto à execução, o que eu sei é que fui extremamente feliz naquele palco e que consegui aquilo que um bailarino se propõe desde o momento em que decide fazer de sua vida a dança. Desnudei-me e revelei minha alma, comunicando-me diretamente com minha amada família tribal.

Finalmente, após toda essa experiência maravilhosa e enriquecedora, tanto para a dança como para a vida, achamos que a qualidade mais importante que deveríamos “importar” para os eventos brasileiros é a atmosfera de ser uma tribo, é o apoio mútuo que deve existir e o abandono de hierarquia ou rivalidade entre os bailarinos, seja professor ou aluno, especialmente porque essa é a intenção original da dança tribal.

Carla Michelle  representando o Brasil em 2015 no palco do Tribal Fest | Foto de Lee Corkett

Alguns dos nossos vídeos favoritos do evento:

Sema Tribal Fusion Bellydance (black power):


The Fab Four:


Mardi Love and Friends:


Luciterra Dance Company:



Zoe Jakes:



Coven Dance Project:



Datura e Rachel Brice:

Carla Michelle Coelho (Brasil):




Entrevista #34: April Rose | PARTE 1 (Double Version)

by Stereo Vision Photography

Este mês temos  a entrevista com a bailarina internacional April Rose (EUA) como convidada especial do blog. April estará vindo este ano pela primeira vez ao país  no evento Gothla Brasil.  Nesta entrevista iremos conhecer mais sobre sua trajetória com a dança tribal. Vamos conferir?


BLOG: Conte-nos sobre sua trajetória na dança do ventre/tribal;como tudo começou para você? | Tell us about your career in belly dance / tribal and how it all started for you?
Comecei a estudar o estilo dança do ventre de American Cabaret em 1999 quando eu tinha 11 anos, em Sacramento, Califórnia, com meu primeiro professor Daleela Morad. Numa idade jovem, eu estava inspirada para começar as aulas com a minha mãe e irmã depois que vi a companhia de Suhaila Salimpour se apresentar no Renaissance Festival. Em 2004, quando eu tinha 16 anos, comecei a dançar estilo de fusão e ITS com Amy Sigil de UNMATA em Sacramento, depois que eu vi sua dança em um show local.

Quando eu tinha 18 anos, me mudei para Los Angeles para cursar a Universidade da Califórnia em Los Angeles, onde eu ganhei minha pós em Dança, da qual o foco principal era a dança clássica indiana, ballet, moderno e hip hop. Fora da escola, eu ensinava dança do ventre à noite e dançei internacionalmente com UNMATA.  Enquanto ainda completava a minha educação na UCLA fui contratada pela Bellydance Superstars e começei a excursionar com eles por 2 anos. Depois que meus passeios com Bellydance Superstars terminaram, voltei a UCLA para ganhar meu mestrado em Cultura, Performance e Dança. Durante esse tempo eu tive o prazer de viajar para ensinar e aprender com muitos excelentes professores em vários estilos de dança do ventre em todo o mundo.

Depois de ganhar o meu mestrado em 2012, me mudei para Austin, Texas onde eu vivo atualmente e tenho uma escola de dança: Rose Movement Studio. Tenho sido uma dançarina de dança do ventre por um total de 16 anos sem quebras significativas. Comecei a dançar profissionalmente em restaurantes e para festas privadas quando eu tinha 15 anos; comecei a excursionar para ensinar e dançar em festivais aos 18 anos; ingressei no Bellydance Superstars aos 21 anos; e aos 25, eu abri minha própria escola de dança. Agora eu tenho 27 anos e minha vida é totalmente dedicada a dança do ventre.

by CedarBough Saeji
I began studying American cabaret bellydance in 1999 when I was 11 years old in Sacramento, California with my first teacher Daleela Morad. At a young age I had been inspired to start taking classes with my mom and sister after we saw Suhaila’s dance company perform at the Renaissance Festival.  In 2004 when I was 16 years old, I began dancing fusion style and ITS with Amy Sigil of UNMATA in Sacramento, after being inspired by one of her solo local performances. 

At 18 years old I moved to Los Angeles to attend University of California Los Angeles, where I earned a bachelor’s degree in Dance, studying mainly classical Indian dance, ballet, modern, and hip hop. Outside of school I taught bellydance in the evenings and performed internationally with UNMATA. While I attended college at UCLA I was hired by Bellydance Superstars and began touring with them for 2 years.  After my tours with Bellydance Superstars ended I returned to UCLA to earn my master’s Degree in Culture, Performance, and Dance. During that time I had the pleasure of traveling to teach and learn from many excellent teachers in various styles of bellydance all over the world.

After earning my MA degree in 2012 I moved to Austin, Texas where I presently live and run a dance school: Rose Movement Studio.  Altogether I have been bellydancing for 16 years with no significant breaks. I began dancing professionally in restaurants and for private parties when I was 15, started touring to teach and perform at festivals when I was 18, joined Bellydance Superstars when I was 21, and at 25 I opened my own dance school.  Now I am 27 and my life is arranged entirely around bellydance. 

BLOG: Quais foram as professoras que mais marcaram no seu aprendizado e por quê? | Who were the teachers that made the greatest impact on you and why?
Tive a honra de ter aulas com muitas das melhores instrutoras de dança do ventre do mundo e todas elas tiveram um impacto em minha dança e compreensão da forma. As duas pessoas mais influentes para mim são Amy Sigil e Farida Fahmy. Amy me ensinou sobre a tomada de riscos criativos, cultivando grupos fortes, ensinando no formato "work - craft - drill" , e dizendo palavras de inspiração para as pessoas ao meu redor. Ela é minha principal mentora. Farida Fahmy, com quem eu tive o prazer de estudar na Itália, me ensinou sobre a beleza da simplicidade, dando atenção a postura, levando o corpo sem esforço, e me deu introspecção na dinâmica mais tipicamente egípcia por trás da técnica de dança do ventre.

I have had the honor to take classes with many of the world’s top bellydance instructors and they have all made an impression on my dancing and understanding of the form.  The two most influential people for me are Amy Sigil and Farida Fahmy. Amy taught me about taking creative risks, cultivating strong groups, teaching in the work-craft-drill format, and saying inspiring words to the people around me.  She is my main mentor.  Farida Fahmy, who I had the pleasure of studying with in Italy, taught me about the beauty of simplicity, arriving late to a posture, carrying my body with effortlessness, and gave me insight into the more typically Egyptian dynamic behind bellydance technique. 

BLOG: Além da dança tribal você já fez ou faz mais algum tipo de dança? Há quanto tempo? | Aside from Tribal, what other forms of dance have you trained in or experimented with and for how long?
Estudei Bharata Natyam, Odissi e Kathak na universidade e vivi na Índia por algum tempo. Também estudei ballet, moderno e hip hop na universidade. Eu estudei essas formas de dança adicionais (fora da dança do ventre) por aproximadamente 5 anos. Eu também tive o prazer de estudar em uma capacidade mais limitada: Oeste Africano, house (tipo de dança relacionada com música eletrônica), dança clássica japonesa, contato improvisação, butoh, técnicas de liberação, Rajasthani e dança folclórica Punjabi. Tenho praticado yoga desde a infância, minha mãe é professora de yoga e diretora de um estúdio de yoga.

I studied Bharata Natyam, Odissi, & Kathak in college and lived in India for some time.  I also studied ballet, modern, and hip hop in college.  I studied these non-bellydance forms for about 5 years.  I have also had the pleasure to study in a more limited sense: West African, house, Javanese classical dance, contact improv, butoh, release techniques, and Rajasthani and Punjabi folk dance.  I have practiced yoga since childhood, my mother is a yoga teacher and yoga studio director.
  
BLOG: Quais foram suas primeiras inspirações? Quais suas atuais inspirações? |   What were your early inspirations? What are your current inspirations?
Eu estava muito inspirada pela dança clássica indiana quando eu tinha 18-22 anos de idade. Desde então, tenho mergulhado mais profundamente na história e técnica da dança do ventre voltando ao meu amor pela dança do ventre, especialmente as repetições egípcias sem esforço. Eu sou inspirada pela história de nossa forma de arte e pela idéia de fazer danças significativas usando dança do ventre.

I was very inspired by classical Indian dance when I was 18-22 years old.  Since then I have delved deeper into bellydance history and technique and have returned to my love for bellydance, especially it’s effortless Egyptian iterations.  I am inspired by the history of our form and by the idea of making meaningful dances using bellydance technique.

BLOG: O quê a dança acrescentou em sua vida? | In which, aspects would you say dance has added to your life?
A dança me conectou ao meu corpo, me deu um canal expressivo e me abençoou com muitas amigas próximas.

Dance has connected me to my body, given me an expressive outlet, and blessed me with many close female relationships.

by Michael Kozlov
BLOG: O quê você mais aprecia nesta arte? | What do you appreciate most about this art form?
Eu aprecio a comunidade que circunda dança do ventre e a livre sensação de empoderamento que nos dá para dançar a dança do ventre. Eu aprecio que esta dança tem evoluído, inovando continuamente e aguentando apesar dos mal-entendidos que a sociedade tem sobre essa forma de dança.

I appreciate the community that gathers around bellydance and the empowered, free feeling it gives many of us to dance bellydance technique. I appreciate that this dance has evolved, innovated, and endured despite society’s misunderstandings about it.

BLOG: O quê prejudica a dança do ventre e como melhorar essa situação? Você acha que o tribal está livre disso? |  What prejudices or influences do you feel are (or have been) affecting belly dance as a whole and what do you feel could be done to remedy or improve the situation? Do you feel the Tribal community has been affected by similar influences and/or prejudices or has it remained unaffected?
Praticantes de dança do ventre de todos os gêneros têm frequentemente uma falta de compreensão histórica da forma e têm uma tendência a aderir a uma narrativa orientalista falsa sobre as origens da evolução da dança do ventre.  As palavras que usamos para descrever diferentes estilos de dança do ventre, como o "Oriental" e "Tribal", são problemáticas e, portanto, não são respeitadas pela comunidade acadêmica de dança.

Além disso, frequentemente, os dançarinos que vêm da dança do ventre através da fusão não se preocupam com a aprendizagem dos ritmos árabes e instrumentação que são essenciais para a forma. Acho que devemos educar-nos na história e na música que acompanha a dança do ventre e todos estaríamos mais informados para fazer escolhas criativas interessantes.

Bellydance practitioners of all genres often lack a historical understanding of the form and often subscribe to a false Orientalist narrative about the dance’s origins and evolution.  The words we use to describe different bellydance styles, like “Oriental” and “Tribal,” are problematic and therefore not respected by the academic dance community.  In addition, dancers who come to bellydance through fusion often do not concern themselves with learning the Arabic rhythms and instrumentation that are essential to the form.  I think we should educate ourselves in the history and music that accompanies bellydance and we would all be more informed to make interesting creative choices.

by Nei Mad Photographies
BLOG: Você já sofreu preconceitos na dança do ventre ou no tribal ? Como foi isso? | Have you suffered any preconceptions in belly dance or tribal? If so, what were they are how did you deal with it?
Algumas pessoas assumem que a dança do ventre tem um identificável ponto de origem: que isso é uma prática antiga relacionada com o nascimento da criança e sociedades dominadas pelo sexo feminino pré-islâmico-cristãs.  Algumas pessoas assumem que a dança do ventre é praticada hoje só por mulheres brancas de classe média, imitando a idéia de uma exótica personagem feminina oriental. Outros supõem que a dança do ventre é uma dança cortesã, executada por prostitutas para patronos.  Muitas audiências têm noções preconcebidas sobre dança do ventre e, infelizmente, praticantes freqüentemente abusam e sublinham estes pressupostos com suas apresentações. Nossa arma mais eficaz contra esses mal interpretados tipos de simplificação de nossa dança é educar-nos, os dançarinos, sobre as histórias complexas de nossa forma de arte.

Some people assume that bellydance has an identifiable point of origin: that it is an ancient practice related to childbirth and pre-Islamo-Christian female-dominated societies. Some people assume that bellydance is only practiced today by middle-class white women, imitating their idea of an Eastern exotic female character. Others assume that bellydance is a courtesan dance, performed by female prostitutes for male patrons.

Many audiences have preconceived notions about bellydance, and unfortunately practitioners often exploit and underscore these assumptions with their performances.  Our greatest weapon against these oversimplifications of our dance is to educate ourselves, the dancers, about the complex histories of our form. 

by Clint Marien
BLOG: Como você encara  a cena alternativa inserida no tribal e suas fusões? Na sua opinião, por quê pessoas com um estilo de vida alternativo têm se identificado pela dança tribal? | What do you think of the alternative scene in Tribal and it’s various forms of Fusion? In your opinion, why do those who are perceived to have an alternative lifestyle tend to identify with or gravitate towards tribal dance?
Piercings e tatuagens não são mais consideradas como transgressivas, eles são vistos como símbolos da moda, o mesmo que bolsas de grife ou cabelos coloridos. Tudo é uma declaração de moda. Algumas pessoas são atraídas para a moda "alternativa" mais do que de moda convencional, mas tudo é uma estética que se alinha com uma certa seita da sociedade em que vivemos. Muitas dançarinas do ventre tendem a ser pagãs, bruxas, iogues, xamãs da nova era , budista, vegetarianos, etc. Eu acho que os humanos na sociedade moderna se sentem desconectados, isolados, deprimidos, oprimidos, irritados, vazios, e estamos buscando significado em nossas vidas. Dança do ventre, estética "alternativos", sistemas espirituais da nova era e estilos de vida não-convencionais tendem a elogiar um ao outro, porque eles são todos um sistema com a agenda para a criação de significado que nos trazem paz momentânea na nossa angústia existencial

Piercings and tattoos are not transgressive anymore, they are trendy signifiers just like a designer handbags or highlighted permed hair.  It’s all a fashion statement.  Some people are drawn to “alternative” fashion more than conventional fashion but it is all an aesthetic that aligns you with a certain sect of the society that we live in.  Many bellydancers tend to be pagan, witches, yogis, new-age shamans, Buddhist, vegetarians, etc.  I think humans in modern society feel disconnected, isolated, depressed, overwhelmed, angry, empty, and we are searching for meaning in our lives.  Bellydance, “alternative” aesthetics, new-age spiritual systems, and non-mainstream lifestyles tend to go together because they are all meaning-making systems that bring us momentary peace in our existential angst.
  
BLOG: Qual importância da prática do Yoga para a dança? | How important do you think the practice of Yoga is to one's dance regimen?
Yoga asana é muito útil na formação e integração do corpo, mente e espírito. A dança é yoga: a meditação é o controle da mente, asana e dança são o controle do corpo. Existem muitas outras maneiras de treinar o corpo que são úteis: balé, pilates, pólo-fitness, jogging. Não ha um único sistema de treinamento que é melhor para cada dançarino. Mas yoga definitivamente não prejudicará seu progresso de dança!

Yoga asana is very helpful in training and integrating the body, mind, and spirit.  Dance is yoga: meditation is control of the mind, asana and dance are control of the body.  There are many other ways to train the body that are helpful: ballet, pilates, pole-fitness, jogging.  No one training system is best for every dancer.  But yoga will definitely not harm your dance progress!

by Stevie Mckinley
BLOG: Você escreveu algumas matérias para revistas conceituadas da comunidade de dança do ventre americana, como Shimmy e Yallah.  Quais foram os temas que você já escreveu e como foi a experiência de desenvolver suas matérias para essas revistas? Há diferença de público entre elas? Caso ocorra isso, sua linguagem, temas a serem abordados, enfoques e objetivos dos artigos mudam de um veículo de informação para outro?|You've written several articles for a few magazines popular within the American Belly Dance community, such as Shimmy and Yallah. What were some of the topics you've chosen to write about? How did you go about developing your material for these magazines? Have you noticed any difference of public opinion between subjects? In light of this, have you ever had to adjust phrasing, avoid certain topics, adjust your approach or structure of the article or exclude certain bits of information depending upon the medium in order to avoid potentially offending a select few within the circulation's demographic?
Quando sou entrevistada, eu respondo as perguntas que eu sou perguntada. Eu realmente não determino o conteúdo. Sempre que possível, eu tento não fazer declarações generalizadas que envolvem "sempre" e "nunca". Tento me lembrar que há exceções para cada tabu e que nenhum julgamento pode ser derivado sem o contexto para cada caso individual. Eu tento não ofender ou isolar as pessoas com as minhas opiniões, mas eu também tento incentivar dançarinas do ventre para desenvolver mais nossa sistema de ética com respeito à apropriação cultural, a concorrência, etc.

When I am interviewed I answer the questions I’m asked, I don’t really determine the content.  As much as possible I try not to make blanket statements that involve “always” and “never”. I try to remember that there are exceptions to every taboo and that no judgments can be made without the context for each individual case.  I try not to offend or isolate people with my opinions but I also try to encourage bellydancers to further develop our system of ethics around cultural appropriation, competition, etc.

BLOG: Em 2010, você tornou-se novo membro do Bellydance Superstars (BDSS). Como surgiu a oportunidade de fazer parte do BDSS? Como foi sua contribuição para a companhia como bailarina do corpo principal e como foi a experiência de conhecer diferentes partes do mundo através da linguagem da dança do ventre? Em quais espetáculos podemos encontrar suas performances? Algum momento especial ou curiosidade? |
In 2010, you became a new member of the BDSS. How did that opportunity come your way?  What was it like to contribute your work as a principal dancer to the company and what was your experience like getting to know different parts of the world through the language of belly dance? In which BDSS shows can we see your performances? Was there a moment in particular that is special to you?
Uma das dançarinas de BDSS, Stefanya, me viu praticando com a minha companhia de dança em Los Angeles em 2009. Ela disse a Miles Copeland que ela conheceu uma dançarina talentosa de Tribal Fusion com uma estética de dança indiana que vive em Los Angeles (estávamos trabalhando em um dança de Bollywood Fusion naquele tempo). Miles me chamou para uma entrevista e audição e me pediu para se afiliar a companhia.  Eles precisavam de dançarinas com treinamento em dança clássica indiana, com disponibilidade imediata para partir para uma turnê de um ano.

Eu levei algum tempo fora da escola e viajei para dois shows diferentes com BDSS: Bombay Bellywood (que está no DVD) e The Magic of Dance. Eu não contribui coreograficamente ou criativamente para o show. Eu era estritamente uma dançarina. Dancei coreografias que foram criadas e ensinadas a mim por Kami Liddle, Moria Chappell e Sabrina Fox.  Eu amei ser "apenas uma dançarina" sem responsabilidades de direção ou organização. Eu era simplesmente a menina nova fazendo o que me foi dito e isso foi muito libertador e maravilhoso. Fiz amizades genuínas e aprendi muito sobre o profissionalismo no figurino, maquiagem e iluminação.

Uma vez nós visitamos as Cataratas do Niágara e todos ficamos sob um arco-íris duplo lindo. Uma outra vez  alugamos um quarto de karaoke em Tóquio e cantamos com toda força. Essas são boas lembranças.



One of the BDSS dancers, Stefanya, saw me rehearsing with my dance company in LA in 2009.  She told Miles Copeland that she had met a talented tribal fusion dancer with an Indian dance aesthetic who lives in LA (we were working on a Bollywood fusion dance at that time).  Miles called me in for an interview and audition and asked me to join the company.  They were in need of dancers who had been trained in Indian classical dance, who could pick up and leave for a year-long tour.  I took some time off school and toured 2 different shows with BDSS: Bombay Bellywood (which is on DVD) and The Magic of Dance.  I did not contribute choreographically or creatively to the show.  I was a dancer only. I performed dances that Kami Liddle, Moria Chappell, and Sabrina Fox had made and taught me.  I loved getting to “just be a dancer” with no directorial or organizational responsibilities. I was simply the new girl doing as I was told and it was very freeing and wonderful.  I made good friends and learned a lot about professionalism in costuming, make-up, and lighting.  One time we stopped at Niagara Falls and we all stood under a beautiful double rainbow. Another time we rented a karaoke room in Tokyo and sang our silly little hearts out.  Those are good memories.

BLOG: Como surgiu The Nautch Project? Conte-nos um pouco mais sobre este projeto. | How did you become part of The Nautch Project? Tell us a bit more about this project.

The Nautch Project | by Weather Vane Images


The Nautch Project foi a primeira companhia de dança sob minha direção, feito de meus alunos em Los Angeles 2008-2010. Nós executamos minhas coreografias e ITS em festivais de dança locais e shows baseados em Los Angeles. Éramos todos muito bons amigos e eu continuo a refletir sobre aqueles momentos com carinho. Eu ainda vejo as dançarinas às vezes e juntas fizemos algumas adoráveis memórias. O projeto se desfez quando eu mudei de Los Angeles para Austin, Texas.

The Nautch Project was the first dance company under my direction, made of my students in Los Angeles from 2008-2010.  We performed my choreographies and ITS at local dance festivals and LA-based shows. We were all very good friends and I still think fondly on them often.  I see the dancers out and about still and we have made some lovely memories together.  The project disbanded when I moved from LA to Austin, TX.

BLOG: Conte-nos como surgiu seu grupo Rose Movement, a etimologia da palavra, seus integrantes, qual estilo marcante do mesmo e se ele sofreu alguma mudança estrutural ou de estilo desde quando foi criado até agora. |
How did the Rose Movement come about? The etymology of the word, the studio, the group members, the signature style and if it (the ITS style you teach) underwent any structural or stylistic changes since it's creation until now.

Rose Movement Studio | by   Vance Strickland
Rose Movement Studio é o meu estúdio de dança em Austin, Texas. É onde eu dou aulas semanais e programas intensivos. No Rose  eu ensino os níveis de dança do ventre 1-3 (clássico e estilo fusion) e formato UNMATA Estilo Tribal Improvisacional níveis 1 - 4.  No estúdio eu dirijo uma companhia de dança aprendiz chamado "Wild Vine" e uma companhia semi-profissional chamado "Perennial Dance Company ".  As duas desempenham as minhas coreografias e ITS em Austin. Nós nos divertimos muito juntos! 

Às vezes, quando estou dirigindo um grupo de dança com outros dançarinas profissionais, chamo o conjunto "Rose Movement", mas que é um nome baseado em projeto, não uma companhia de dança com os membros fixos. Eu escolhi o nome "Rose Movement Studio" porque tem uma origem de plantas e lembra as pessoas do meu nome, April Rose. Eu escolhi "Movimento" em vez de "Dance", porque oferecemos também aulas de yoga, qigong, e outros movimentos de artes não-dança. Além disso, o nome não foi tomado ainda, que é muito surpreendente.   Você pode ver mais informações em www.rosemovement.com

Rose Movement Studio is my dance studio in Austin, Texas.  It is where I teach weekly classes and intensive programs.  At the Rose I teach Bellydance levels 1-3 (classic and fusion styling) and UNMATA format Improvisational Tribal Style levels 1-4.  At the studio I direct an apprentice company called “Wild Vine” and a semi-professional company called “Perennial Bellydance Company.”  They both perform my choreographies and ITS in Austin.  We have a ton of fun together!

Sometimes when I am directing group dances with other professional dancers I will call the ensemble “Rose Movement” but that is a project-based name, not a dance company with fixed members.  I chose the name Rose Movement Studio because it is plant-based and reminds people of my name, April Rose.  I chose “Movement” instead of “Dance” because we also offer classes in yoga, qigong, and other non-dance movement arts. Also the name wasn’t taken yet, which is very surprising.

You can see more info at www.rosemovement.com

BLOG: Em 2012, você participou  de uma web-série, com o curta “Another Good Morning”. Conte-nos um pouco sobre esse projeto.
In 2012, you participated in a web-series, with the short "Another Good Morning". Tell us a bit about this project.
"Another Good Morning " é um projeto de dança-para-a-câmera que eu fiz com o meu marido, Reed Burnam, que também filmou e escreveu a partitura. Nós fizemos isso para um projeto que um estudante de graduação da UCLA e meu colega começou a chamada "Dances Made to Order", que é uma série mensal de dança baseado na web de onde o público decide o que os artistas vão criar.  Itens conceituais que tivemos que incluir em nossa submissão foram: "Esconder / Revelar" "Uma canção na repetição" e "Um mapa (de um lugar real ou imaginario)".


Vocês podem ver o filme aqui: 



“Another Good Morning” is a dance-for-the-camera project that I did with my husband, Reed Burnam, who scored and shot the film.  We did it for a project that a UCLA graduate student cohort of mine started called “Dances Made to Order” --a monthly, web-based dance series where the audience decides what the artists will create.

Conceptual items we had to include in our submission were:  "Hide/Reveal" "A song on repeat" and "A map (of a real or imagined place). "


Continua na Parte 2 (em breve) 
Continued in Part 2 (soon)

Tradução/ Tanslation: Raphaella Peting

[Estilo Tribal de Ser] Tassel

por Surrendra



Provavelmente você não conhece o tassel pelo nome, mas com certeza já o viu por aí. Aqui no Brasil ele é conhecido como barbicacho ou borla, enfeite comum de cortinas; é mais famoso na moda por ser usado em mocassins, slippers e bolsas. Feito de couro, seda ou correntinhas, é um detalhe que está ficando cada vez mais importante e aparecido nos vestidos, lenços, blusas, saias, brincos e outros acessórios.



Parece que o tal ornamento já foi citado até na Bíblia (Números 15:37-41)! Seu nome vem do latim (tassau, que tem um significado parecido com fecho) e na Renascença era usado de maneira simples nos objetos decorativos, enquanto no Império eram mais longos, mas seu auge foi na Era Vitoriana, quando ficaram grandes e elaborados. 

Antigamente nas Universidades de Oxford e Cambridge, os estudantes que usavam o tassel de ouro tinham mais prestígio, já que eles pagavam para poder usar (hoje só o chanceler de Oxford tem permissão), enquanto os dos outros eram pretos.



No Oriente Médio, tassel foram usados como talismãs. No Egito, Mesopotâmia, e ao longo do mundo árabe o tassel foi usado por crianças em capuzes ou bonés para protegê-los de espíritos malévolos e afastar os demônios.  Você também pode lembrar daquelas cordinhas que amarram os obis dos japoneses ou nos mocassins dos índios americanos.

No mundo tribal ele também está muito presente. Principalmente nos cintos, xales e adornos de cabelo. O importante é manter a criatividade em alta para incorporar este adorno em seus figurinos e até no seu guarda-roupa do dia a dia.


Para alegria das tribalistas, o étnico está na moda e o tassel pode ser encontrado facilmente em qualquer loja de bijuteria. Não será difícil dar asas a imaginação e compor figurinos e looks com este lindo adorno.






 



[TCB] Episódio #5: Blogs, Blogueiras e Bloguices

Clique na imagem acima para ouvir o podcast
Nosso segundo episódio de 2015 já está no ar!

Nesse episódio o tema é sobre blogs dentro do universo da dança tribal! Nada melhor do que conversar sobre o tema com as blogueiras  Carine Würch (RS), Maria Badulaques (SP) e Natália Espinosa (SP).

 Junte-se a nós nesse bate-papo descontraído!

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