[Folclore em Foco] Temperos e Temperamento

por Melinda James

Ao estudar um povo devemos estar atentos às coisas que eles fazem diariamente. Ações simples e vitais são as que fornecem as informações mais preciosas para nossos estudos.

Como fruto de minhas experiências locais passei a estabelecer um padrão para o estudo de forma a obter maior absorção, tentarei descrever para vocês. 

Se alimentar pode ser um bom exemplo de uma ação simples e vital, então, dentro deste exemplo, vamos abrir nossos horizontes...


Observe as comidas mais típicas, vá aos restaurantes populares, se for convidada para comer em casa de família seria melhor, mas na falta de um convite, vá aos restaurantes e estude o cardápio. Alguns pontos merecem atenção:



Especiarias
A quantidade de pimenta usada: os povos mais quentes e fortes consomem muita pimenta; no passado, a pimenta servia também como antisséptico e estimulante.  Imagine um estado brasileiro que consome bastante pimenta... Bahia?  Como você define o temperamento local? Eles são quentes, dançantes, animados, gingados, totalmente temperados.

No Egito é marcante a presença do cominho, tudo tem gosto de cominho e sentir o aroma do cominho me transporta para o Oriente. O cominho era usado no Egito antigo também para embalsamar os faraós além de reinar na culinária Greco romana (eis mais um sinal de intercâmbio cultural).

Consumo excessivo de carboidrato e gordura trans
No Egito existe uma fartura no consumo de carboidrato. Em alguns pratos bem típicos o carboidrato chega a substituir a proteína e é misturado a outros carboidratos. Quantos pratos achamos que são recheados de carne e, na verdade, são recheados de pão temperado e banhado com molho de tomate. O tradicional 'Cochari' consiste em macarrões de vários tipos com arroz e Lentilha. O motivo deriva também do baixo poder aquisitivo,pois pratos com carne são bem mais caros do que os com carboidratos somente. Devido a isso o Egito tem uma incidência altíssima de diabetes.

Não existe uma  tentativa de equilíbrio alimentar ainda, se consome muita gordura trans, os óleos são sempre reaproveitados. O resultado desse tipo de alimentação no corpo é visto como saúde, como no Brasil há alguns anos atrás. A alimentação influencia muito na estética local, as mulheres mais "cheinhas" são tidas como mais "vistosas".

Nos lugares mais afastados você não encontra nada Diet ou Light, em verdade só se encontra em hotéis e restaurantes 5 estrelas e você pode notar um ar de espanto ou até desprezo ao pedir adoçante ou uma coca zero.



O que se encontra naturalmente em cada região?
Quais as frutas de cada região? Elas trazem toda uma cultura de agricultura, muitas regiões de oásis tem um forte cultivo de azeitona, tâmaras e tantas informações culturais giram em torno destas fazendas.

Outras regiões são ricas na produção do algodão, o grande algodão Egípcio, conhecido mundialmente por sua colheita  ter inspirado muitos passos de dança núbia. 

Outro orgulho do povo egípcio é o suco de manga, pois é o melhor do mundo; e o bom e velho Karkadê, que seria nada mais nada menos do que o chá do Hibisco.


Carne
Locais muito longe das cidades possuem a melhor comida da região, tudo é fresco. A temperatura é muito alta e poucos lugares tem geladeira, como resultado, temos as carnes mais gostosas e frescas do Egito.

No Egito muitas casas tem aviário onde se cria pombo, que faz parte do cardápio local; e não existem pombos nas ruas.Este animal inspirou muitas movimentações de danças folclóricas, assim como o carneiro que é consumido em grande escala;  já o porco, por motivos religiosos, não é consumido por nenhum Muçulmano.

Tem muito gato no Egito e, embora haja muita miséria, não se come gato. Eles amam os gatos, animal que foi venerado no Egito antigo representando a Deusa Bastet, hoje após milênios, o povo não tem mais este costume politeísta, mas continua gostando e alimentando os gatos das ruas.



Os subprodutos retirados destes pratos.
O couro do carneiro é muito bem aproveitado no Egito, na confecção de bolsas, roupas, instrumentos de percussão locais; e os ossos de diversos animais também são usados em bijuterias.

O ritual 
A forma como eles comem, a aura que envolve todos neste momento é outro fato inspirador. 

No Egito  comer é o mais importante fator de união da família, eles alimentam as pessoas que amam.Alimentam-se uns aos outros, com pratos  comunitários, algumas colheres e o uso das mãos, inicia-se quase um ritual. Como gesto de amor os familiares separam a carne do osso e colocam na boca uns dos outros, de forma natural, conversando e rindo, enquanto se alimentam, confraternizam, cuidam uns dos outros,  uma verdadeira comunhão entre os entes queridos.Comer junto, sem pressa, partilhando com todos os familiares, e comer muito, isso é um fator de sucesso para o dono da casa. 

Neste ponto entendemos a  estratégia cultural de venda Egípcia, um bom vendedor sempre te oferece algo para comer ou beber para te mostrar que você é bem vindo, eis a boa e velha  'Lei da reciprocidade', você come e bebe e tem vergonha de sair sem comprar nada. Mas coma e beba mesmo se quiser enfim uma negociação amistosa, isto é importante para eles e no Egito comer junto aproxima as pessoas.

Agora se pergunte por quê? Questione o povo local. Faça perguntas simples e você terá respostas simples, que cruzadas nos levam a uma trança complexa que representam a essência cultural latente. Esta  é a parte mais rica do nosso estudo de folclore, aquela que tanto buscamos aprender em workshops infinitos, a qual nos motiva e nos leva a criação de danças para o palco.

Onde isso te levará? Como estas informações te farão dançar?  Acredite, farão! Talvez não na hora que você vivencia isso, mas todas estas informações clareiam a mente do artista sobre a identidade do povo que será representado e cada informação vivida se manifesta artisticamente depois de um tempo.Eu penso que esta experiência pode se estender as pessoas que não tem a oportunidade de viajar, é só um pouco mais difícil e acaba exigindo maior disciplina.





[Tribal Brasil] O Tribal Brasil e um lugar chamado Terra

por Kilma Farias


Cia Lunay em Amálgama | Foto de Milena Medeiros
Andei lendo dois livros. Um é Arte: corpo, mundo e terra de Manoel Antonio de Castro e o outro é Espaço e Lugar de Katia Canton. E o que eles têm a ver com o Tribal Brasil?

Os dois falam muito a respeito de arte, inclusive trazendo possíveis conceitos e dialogando com eles. Vamos conversar um pouco com alguns desses pensamentos.

Bailarina Alinne Madelon | Foto de Italo Rodrigo

Em Arte: corpo, mundo e terra fala-se do “humano do homem” para definir arte. A Terra é pré-requisito para a condição existencial do homem, visto que a divisão que a modernidade impôs entre natureza e cultura não mais se sustenta. Fala-se que para um Ocidente metafísico-epistemológico também há um Ocidente poético-ontológico. Sendo assim, as poéticas das obras de arte são memórias do real, são linguagem, mundo, verdade, sentido, tempo e história. O livro nos fala ainda que somos corpo, mundo e terra e que, quando uma criança nasce, o mundo torna a começar, numa grande teia interconectada que nos transformam em “seres-do-ente” num eterno ciclo. Diz o autor, “se quisermos saber o que é terra e corpo teremos que saber o que é mulher enquanto lua, terra, vida, mãe-fonte, menino.” (Castro, 2009, p.18). E o que pode ser mais Tribal Brasil do que uma mulher enquanto Lua? Uma mulher enquanto vida? Enquanto fonte, mãe geradora? Enquanto Terra? O quanto de nós, na dança, pode auscultar nossos corpos plenos de poética e memórias do real? O quanto de nós se faz mundo enquanto o movimento se faz e desfaz no espaço e no lugar da dança?

E que espaço e que lugar são esses de quem dança? Qual o espaço e o lugar do Tribal Brasil? Qual o lugar da arte?


Aquarius Cia de Dança-PE, espetáculo Nordestinados

O livro Espaço e Lugar traz uma definição de Mario Pedrosa, dos anos 60, que diz que a “arte é o exercício experimental da liberdade”. E penso, existe mesmo uma liberdade em arte? Se existe, qual o papel das tendências? Quem as dita? No Tribal, os grandes festivais como, por exemplo, o Tribal Fest. As grandes bailarinas internacionais do estilo. Todos os praticantes do Tribal, admiradores, alunos, professores, bailarinos, pesquisadores estão o tempo todo buscando vídeos novos no youtube e em DVD para conferir o novo trabalho da Zoe Jakes, os novos grupos que despontam nos festivais, as músicas mais utilizadas, tendências de figurino, maquiagem, conceito.

O Tribal Brasil é uma questão. É uma proposição que não busca tendências, mas busca relações entre corpo-memória-movimento. Relações cheias de Mundo, plenas de Terra. Repletas de contaminações e diálogos entre identidades de todo o mundo, entre intimidades e entre mundos. Contamos histórias com nossos corpos, com nossa poética.

Hellen Labrinos Vlattas desenvolve o Tribal Brasil na Grécia | Foto de Nina Franco

Katia Canton organiza as utilidades da arte dizendo que “[...] ela provoca, instiga e estimula nossos sentidos, descondicionando-os, isto é, retirando-os de uma ordem preestabelecida e sugerindo ampliadas possibilidades de viver e de se organizar no mundo. [...] ensina justamente a desaprender os princípios das obviedades [...] pede um olhar curioso, livre de pré-conceitos, mas repleto de atenção [...] constituída de conhecimento objetivo envolvendo a história da arte e da vida, para que com esse material seja possível estabelecer um grande número de relações. [...] a arte precisa ser repleta de verdade. Precisa conter o espírito do tempo, refletir visão, pensamento, sentimento de pessoas, tempos e espaços”. (Canton, 2009, p. 12 e 13).

O Tribal Brasil que vivo contém o “espírito do tempo”, livre de tendências e temporalidades, no espaço e no lugar que seja minha verdade, que seja minha Terra. Longe das obviedades e das tendências, não tente entender o Tribal Brasil. Tente primeiro se sentir humano, se sentir uma mulher plena de Lua, de Sol, de Estrelas e de múltiplos caminhos a serem dançados nessa e em outras terras.


[Venenum Saltationes] Desvendando Erínia!

por Hölle Carogne 


Na postagem deste mês a coluna Venenum Saltationes dá início a um novo projeto: a série Desvendando.

Neste projeto, algumas coreografias com conceitos místicos serão desvendadas, através da entrega da (o) bailarina (o) ao revelar os significados ocultos por trás destes trabalhos coreográficos.

No primeiro capítulo desta série, a bailarina Patricia Nardelli fala sobre seu solo Erínia!

Espero que gostem!



Venenum Saltationes: Quando e como surgiu a vontade de criar Erínia?

Patricia Nardelli: A vontade de criar Erínia veio em 2012, talvez não muito com esse nome, mas já com essa ideia. Eu tinha acabado de me mudar para Porto Alegre e tinha decidido que queria voltar a dançar a sério. Eu tenho uma história bem instável com a dança do ventre, que pratico desde os 16 anos, passava alguns anos fazendo aula e parava por outros, depois voltava. Acho que faltava alguma coisa na dança do ventre que me fisgasse de vez. Antes de me mudar eu tinha começado a fazer aulas de tribal fusion em Brasília e tinha me apaixonado, então quando vim para Porto Alegre comecei a procurar aulas. Eu estava num relacionamento bastante disfuncional e o término dele me deu um gás para criar uma coreografia de tribal pela primeira vez. Na época minha maior referência de dança era o ATS® e eu tinha bem pouco estudo de técnica. Foi uma decisão muito marcante. Dois anos depois eu decidi retomar a Erínia para o evento “Noite Tribal na Taberna”, um pouco na ideia de aprofundar meu comprometimento com a dança.


Versão da coreografia Erínia para o evento Noite Tribal na Taberna:





Eu via bailarinas que admirava, como a Bruna Gomes e a Joline Andrade (que sou muito grata por ter como professoras), e elas pareciam ter um ou dois trabalhos principais ao longo do ano. Me dei conta de que essa dedicação poderia me fazer evoluir muito em técnica e em concepção coreográfica e escolhi minha primeira coreografia para começar a trilhar esse caminho. Trabalhei na Erínia durante todo o ano de 2014, com a ajuda da Bruna Gomes, e ela finalmente ganhou a cara e a forma que me agradou. Foi um processo muito precioso que quero seguir tendo, acho importante nesse meu momento valorizar a conexão profunda com alguns poucos trabalhos, ao invés de criar montes de coreografias que acabam não comunicando seu propósito da melhor maneira que poderiam.


Versão da coreografia Erínia no ano de 2014. Vídeo do evento Brasil Vem Dançar:



Venenum Saltationes: Do que se trata este trabalho? Qual o assunto abordado?

Patricia Nardelli: Como eu mencionei acima, Erínia surge bastante por conta de um relacionamento disfuncional que eu estava vivendo. Foi um término bastante ruim. Na mitologia, as Erínias são ligadas à vingança, são entidades que vingam os crimes dos homens e os perseguem inclusive após a vida, são persistentes e possuem uma fúria que não pode ser aplacada. Pensando nessa história dá pra ver que elas estão bastante ligadas ao sentimento de culpa interno também, é a culpa que faz com que fiquemos revivendo nossos pecados e erros. Esses são os dois grandes temas da coreografia, a vingança e a culpa.


Quando eu comecei a criá-la, lá em 2012, ainda sem saber que esse seria seu nome, eu queria trabalhar a minha vontade de vingança, por assim dizer, e também a culpa que eu sentia com relação à outra pessoa. Ela surge de um processo bastante pessoal. Então Erínia é sobre querer se vingar por se sentir injustiçada e sobre se culpar por estar em uma situação ruim, mas é também sobre o início da minha trajetória de entender a dança enquanto um processo terapêutico, capaz de me fazer lidar com temas e momentos difíceis através do movimento corporal. Eu realmente acredito que colocar o corpo em movimento resolve vários 'nós' internos sem a gente se dar conta. Para uma pessoa que lida com transtornos psiquiátricos pode ser uma ferramenta importante. E foi a Erínia quem me ajudou a descobrir isso, porque depois dela eu nunca mais consegui parar de dançar e me enveredei por caminhos além da dança tribal. Eu mergulhei um pouco nessa figura mitológica e comecei a trabalhar pensando nos movimentos que ela teria, na sua configuração corporal e nos seus motivos para existir. Foi um processo interessante de criação de personagem que eu nunca tinha feito.


Venenum Saltationes: Existe alguma linguagem oculta por trás de Erínia?

Patricia Nardelli: No início existia uma mensagem para uma pessoa, mas isso acabou ficando para trás à medida que o tempo passou e que a coreografia e a dança tomaram outra dimensão na minha vida. Acho interessante pensar como podemos partir de experiências estritamente pessoais e transformá-las em algo que gere conexão e comunicação entre as pessoas. Acho que é a habilidade mais interessante da arte: essa capacidade de transformar algo interno e tão individual em algo maior e mais abrangente, sem que a gente precise estar entendendo aquele trabalho da mesma forma. A gente nunca sabe quais significados nosso trabalho vai ter depois de solto no mundo, e eu acho isso bastante mágico. Se existe uma linguagem oculta por trás de Erínia, e de todos os meus trabalhos, é essa.




Claro que existe também um fascínio pelas figuras mitológicas e eu não vou fugir do óbvio de dizer que elas nos são tão caras justamente porque falam sobre aspectos humanos presentes em todos nós. Eu acho muito poderoso entrar em contato com esses arquétipos e descobrir de que forma eles existem e se desenvolvem em nós mesmos. Então existe essa linguagem oculta que fala um bocado sobre conexões universalizadas entre os seres humanos, sobre inconsciente coletivo, que é um pouco próxima da ideia que faço sobre o sagrado e o divino (e, consequentemente, sobre o profano, porque essas coisas sempre andam juntas). Erínia é uma forma de honrar tudo isso, mas ela surgiu com muita naturalidade, todas essas percepções foram se desenrolando ao longo do processo.
  

  
Venenum Saltationes: Com quem Erínia tenta se comunicar? E o que ela quer dizer?

Patricia Nardelli: Erínia tenta se comunicar com todos nós, justamente porque fala de um aspecto humano que todos temos. Eu tenho uma certa ressalva em contar o que o trabalho quer dizer, porque gosto de praticar o desapego sobre os significados e também porque acredito fortemente que o significado de um trabalho não pertence a sua criadora, mas sim às pessoas que recebem a obra. Mas pensando para responder essa pergunta, acho que eu diria que Erínia quer falar sobre como nossos sentimentos podem nos transformar. Na minha última apresentação eu comecei a enxergá-la como uma jornada. É sobre ser uma pessoa que, a partir de um evento específico, começa a se tornar outra porque imersa em sentimentos negativos, de vingança e de culpa. E essa outra pessoa é monstruosa porque tem a ver com encarar nossos lados menos nobres. Eu não quero de modo algum dizer que é moralmente errado que a gente os sinta e os viva, não acredito que seja possível não ter em nós aspectos monstruosos e assustadores, que tentamos reprimir. Acho que o conhecimento sobre nossas sombras é essencial para nosso crescimento pessoal e enquanto humanidade. Quando conhecemos algo, podemos encontrar estratégias para lidar com aquilo de formas menos destrutivas. Erínia é sobre isso, sobre abraçar esses sentimentos e angústias, sobre abraçar a raiva e a culpa. Eu acredito muito no poder de tudo que nos angustia. Mas me interessa muito mais saber o que Erínia disse para cada um que a viu do que dizer o que eu quis falar com ela.  






Venenum Saltationes: Comente sobre os processos de criação de Erínia.

Patricia Nardelli: A primeira Erínia saiu um pouco no susto, sem pensar muito sobre. Quando decidi retomá-la em 2014 quis usá-la como uma oportunidade de trabalhar mais na minha técnica e em dar um formato que fizesse mais sentido estético para mim. A primeira Erínia era muito sobre usar o repertório que eu tinha e ver se era possível criar algo com aquilo. Em 2014 ela se tornou mais madura e eu comecei a dar um formato que era mais a minha cara. Houve muito trabalho de movimento envolvido, acho que às vezes o trabalho com uma temática mais dark carece de trabalho de corpo e eu não queria que esse fosse o meu caso. Então trabalhei bastante em cada um dos movimentos que decidi utilizar. Nesse processo, a supervisão da Bruna foi essencial, ela fez com que eu arriscasse movimentos que achava que não era capaz de fazer e me ajudou a trabalhar a técnica e o corpo. Tivemos muitas conversas sobre a concepção também e isso me fez enxergar a coreografia por muitos ângulos.



Acho que o entendimento do personagem foi o processo criativo mais importante nisso tudo, porque foi através dele que os movimentos foram pensados. Eu parti, desde o início, de elementos visuais associados às figuras das Erínias, como ter serpentes nos cabelos e asas. Com o tempo os elementos comportamentais dessas figuras ganharam importância também, em especial o fato de gritarem os pecados dos homens em seus ouvidos. Mas por muito tempo minha Erínia ainda era muito sã e eu sentia falta de algo mais atormentado nela, acho que fiquei bastante tempo presa em uma estética que não me satisfazia. Quando eu comecei a entender que Erínia não era uma personagem fora de mim que eu precisava emular, mas sim um aspecto de mim mesma, tudo mudou. 


Foi quando consegui introduzir elementos que causassem mais estranheza e também percebi que a Erínia em mim era muito mais doce do que eu pensava a princípio. Foi aí que ela virou uma jornada sobre tornar-se monstro. As referências foram fundamentais, já quase no final do processo eu me reencontrei com o arco 'entes queridos' da história em quadrinhos Sandman, do Neil Gaiman. Eu não me lembrava que a história girava em torno de uma personagem que se tornava uma Erínia e relê-la foi muito importante para a construção da minha personagem.

Então acho que em resumo o processo envolve buscar referências que nos ajudem a ver o trabalho por ângulos diferentes, trabalhar o corpo para receber as necessidades que a coreografia vai requerer, e entender que o personagem não está fora de nós, mas é um aspecto da nossa própria subjetividade. 





Priscila Sodré - Resenhando Região Nordeste

Priscila Sodré (BA):



DRT n° 4012 e n° 0298.

Dançarina e produtora. Graduanda do curso de Comunicação Social com Habilitação em Produção Cultural pela Universidade Federal da Bahia - UFBA e aluna do Curso de Educação Profissional em Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB, atua no cenário artístico desde 2007.

É professora de dança tribal no Studio Dakinis em Salvador, produtora e dançarina dos espetáculos Cabaré do Riso e O Palhaço e a Bailarina, direção Demian Reis. Experimenta interfaces entre o tribal fusion e malabarismo com leques de fogo.

Sua formação e experiências como artista se desenham de maneira híbrida, passando por cursos e apresentações em espetáculos de teatro, circo, performance e dança.  

No universo da dança do ventre e tribal, teve aulas com dançarinas do Brasil e de fora, entre elas Sharon Kihara (EUA), Sundari (Croácia), Hilde Cannoodt (UK), Kilma Farias (PB), Rebeca Piñeiro (SP), Bela Saffe, Gal Sarkis, Joline Andrade (BA), por meio de aulas regulares, workshops e cursos de formação de nível intermediário.

Dançou em eventos como Dramofone 2° e 3° edições, Tribal In Nature 2014, EtnoTribes Festival (Pocket Show e Show de Gala), IV Festival Campo das Tribos (SP), Tribal Remix 2015, Mostra Casa Aberta do Festival Vivadança 2014 e 2015, shows da Banda Desrroche (BA), Solstício das Deusas (SE), Festival Bailares, 10° Festival Viva teatro, viva o circo! – SESC-BA, 11° Festival Internacional de Artistas de Rua da Bahia, Temporada Verão Cênico 2014 – FUNCEB, 1° Festival Pólo Teatral, 10° Festival Anjos do Picadeiro (RJ). Também no espetáculo Dragões de Xangô e no picadeiro dos circos Spacial (SP), Dallas, Barcelona, Picolino e do Capão (BA).

Como produtora, trabalhou por 04 anos na administração do Teatro Gamboa Nova, realizou a produção executiva dos projetos EtnoTribes Festival 2014, IX ENECULT, circulação nacional dos espetáculos "Casa de Ferro" e "Redemoinho" do Grupo Estado Dramático. Captou recursos para a realização de lançamentos pelo Brasil do livro Caçadores de Risos – o maravilhoso mundo da palhaçaria, autor Demian Reis, também para os espetáculos Cabaré do Riso e O Palhaço e a Bailarina.

Dando continuidade à sua formação no estilo Tribal, no presente momento está em Buenos Aires - Argentina, onde participará do Opa!Fest 2015, dançando no Open Stage Hafla e estudando com professoras do Brasil, Argentina, Espanha e com Ashley Lopez, dos Estados Unidos.

Blog: www.priscilassodre.blogspot.com.br



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[Resenhando-SP] Portal do Egito

por Maria Badulaques



O Portal do Egito realizou no último dia 05 de junho, no Teatro Polytheama - Jundiaí/SP, mais um festival. Este ano com os musicais como tema, nem precisa dizer como foi divertido!!!

Em meio ao Corpo de Baile do Portal, dirigido por Débora Spina, vários convidados levaram seus talentos e energia; o importante era se divertir e por para fora toda dança acumulada com meses de ensaio e anos de prática. 

O clima dos camarins era de puro deleite e confraternização, revendo velhos e novos amigos, tudo pronto, maquiagens carregadas no glamour....Abraaaa suas asas, solta suas feras....Caia na gandaia!!! Bem assim!!!

Os musicais escolhidos foram:
1-      Família Adams – CORPO DE BAILE - PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Débora Spina 2-      Priscila a Rainha do Deserto – GRUPO UBUNTU E CONVIDADOS Coreógrafo: Marcelo Justino 3-      Mary Poppins - CORPO DE BAILE - PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Silvia Gatti 4-      Grease - CORPO DE BAILE - PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Débora Spina  5-      Cats - CORPO DE BAILE - PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Débora Spina 6-      Mamma Mia – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO Coreógrafas: Priscila Kubo e Gisele Silva 7-      Fantasma da Ópera – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO  Coreógrafa: Débora Spina 8-      Hair Spray – GRUPO UBUNTU E CONVIDADOS Coreógrafo: Marcelo Justino 9-      Rei Leão – A Savana – AMIRA DANÇA E MOVIMENTO Coreógrafas: Juliana Santos e Raquel Agnelo 10-   Moulin Rouge – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Débora Spina 11-   Dançando na Chuva – SABATUM – CIA DE SAPATEADO Coreógrafo: Samuel Faz 12-   Hair – RAINHAS DO NILO Coreógrafa: Lu Batista 13-   Os Miseráveis – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Débora Spina 14-   Pequena Sereia – Academia Corpo e Arte Coreógrafo: Marcelo Justino 15-   Chicago – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Eliane Rezende 16-   Mágico de Óz – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Priscila Kubo 17-   Carmen – Gira Ballo Trupe Coreógrafa: Maria Badulaques 18-   Entre nessa Dança – DANCE COMPANY Coreógrafo: Caio Barbuena 19-   A Bela e a Fera – CORPO DE BAILE – PORTAL DO EGITO Coreógrafa: Débora Spina 20-   FINAL

As fotos do espetáculo ainda não saíram, mas essa geral dá uma noção do clima vivenciado.

É isso, aí!
Super xeros, vamo que vamo!!!
Maria Badulaques

[Resenhando-SP] Rainhas do Nilo em Signos - Uma viagem esotérica

por Maria Badulaques




Realizado no dia 04 de junho em Jundiaí-SP, Teatro Polytheama, sob a batuta de Lu Batista, rolou o espetáculo e os signos foram representados por suas características mais marcantes, com coreografias de bellydance, tribal fusion, dança indiana e fusões. Dando cola as histórias contadas através da dança um astrólogo, interpretado pelo ator Fernando Baesso, conectava as apresentações e assim seguimos viagem.



Com um sorriso acolhedor e muito bom-humor assim Lu recepcionou todos seus convidados, a esperada oração para entrar em cena e zaaaz, abriram-se as cortinas. A sensação, pelo que ouvimos do público, foi que realmente rolou uma viagem pelos signos e seus encantos. Missão cumprida!



Entre os presentes, além do corpo de baile das Rainhas do Nilo, marcaram presença: Débora Spina e o corpo de baile Portal do Egito, Selena Dilber bailarina da Khan el Khalili, Maria Badulaques da Trupe Gira Ballo, Sáa Flor de Lótus, Eliane de Rezende , professora de dança indiana, Samira Suhair da Bele Fusco e Marcelo Justino bailarino e coreógrafo; todos em apresentações inspiradas.

O espetáculo será reapresentado dia 11 de julho em Barra Bonita-SP, vamos?

Super xeros e até a próxima.


Mais fotos:







[Notícia Tribal] NagaSita Temple Tribal Bellydance Trailer



A bailarina NagaSita (EUA) recentemente divulgou um vídeo promocional de seu trabalho dentro do estilo Ritual Theatre. Segundo a bailarina, o local da filmagem foi na ilha de Oahu (Havaí), local em que a mesma nascerá.

| NagaSita Fan Page | Site |

Produção:
Drake Mafestta Designs
| Fan Page| Site |

Fonte: NagaSita Fan Page

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