por Raphael Lopes
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Raphael Lopes e alunas em Quinzena Livre 2015 - Campo das Tribos/SP |
Olá queridos leitores,
Pois é, temos um ano novinho em folha pela frente, como um livro em branco pronto para escrevermos novas histórias. E para todos nós - amantes inveterados da dança - pode ser uma boa oportunidade para nos organizarmos e transformarmos num ano de novidades, e não apenas mais um ano...
É muito comum virarmos o ano velho com resoluções e projetos que parecem se desvanecer antes mesmo de chegar o Carnaval, ou como todos dizem, o real ano novo brasileiro rs.
Como professor, mas acima de tudo como mais um bailarino tendo um mundo de coisas novas sempre à aprender, quero hoje propor algumas dicas para transformarmos 2015 num ano de mudanças efetivas em nossas performances e crescimento pessoal, ok?!
Então, como bom virginiano que sou, vou criar tópicos para enumerar as dicas:
1 - Faça um balanço de todas as suas contas fixas e variáveis (como um passeio, uma viagem com o namorado, alguma peça de roupa ou sapato novos), e some à elas a mensalidade do seu curso de dança. Nossa, pra que isso? Simples: além de se organizar e não ter sustos ao longo do seu mês, você consegue projetar no seu orçamento se há uma real possibilidade de estudar. É muito chato quando o aluno começa um curso, e no mês seguinte precisa parar por algum motivo ou problema pessoal. Isso afeta o professor, e muitas vezes uma turma pequena é desfeita por conta de uma única desistência.
2 - Crie um comprometimento com o seu condicionamento físico, e aqui estou falando de resistência, postura e aquecimento (e não de gordura, pelo amor de Deus!!!) Se você dedica uma hora semanal pra dança, dedique pelo menos 6 para exercícios que fortaleçam e estruturem sua dança. Matricular-se numa academia pode ser um gasto extra, e isso vai diretamente nos remeter à dica número 1, então pense no condicionamento físico como um compromisso que você possa manter sozinha. Alongar-se em casa, fazer 30 minutos de caminhada, substituir o uso de elevadores por escadas, fazer exercícios nos dias em que não for dançar, usar algum vídeo do youtube para praticar yoga ou pilates em casa. Enfim, são inúmeras possibilidades.
Algumas pessoas pensam que esse cuidado maior com o corpo seja possível apenas para quem queira viver a dança de forma mais profissional ou integral, e infelizmente esse pensamento é uma das maiores armadilhas que criamos para nós mesmos.
3 - Como consequência do segundo ponto, chegamos no ponto que mais motiva um professor: ENSAIO fora de sala de aula. Seja um estudo da técnica ou uma repetição para fixação coreográfica, o ensaio fora de sala de aula é certamente o meio mais rápido para se obter bons resultados. Não pense em ensaiar apenas para as apresentações de sua escola ou grupo de dança, pense no ensaio como uma ferramenta de evolução pessoal. A dança, mesmo as mais coreografadas ou complicadas, se tornam naturais quando desenvolvemos intimidade com as mesmas por meio do ensaio. Eu gosto de sempre ter as músicas no meu celular, pois ouvir a música constantemente me permite manter a mente sempre exercitando a memória cênica.
4 - Essa dica é a mais interessante: tenha a meta de poder comprar um livro que traga mais informações sobre sua arte!!! Não digo nem para pesquisar na Internet, pois em tempos de procrastinação inevitavelmente o seu pdf ficará apenas ocupando espaço no seu notebook rs. Vá à uma livraria, veja o que se produz academicamente sobre a dança, leia, recicle suas idéias, e proponha debates com suas amigas em sala de aula, ou mesmo fora dela.
5 - Vá assistir eventos de dança de outras escolas, ou de grupos que você não conhece. Além de ser uma boa distração para o seu final de semana, isso irá somar para o seu espírito artístico e crítico, além de expandir contatos sociais. O melhor nisso tudo é que acabamos estimulando mais produções artísticas independente, pois geralmente os eventos de dança acabam tendo como platéia apenas os familiares e amigos mais próximos dos bailarinos.
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Sujata Mohapatra oferecendo um Workshop - USA |
6 - Faça pelo menos um workshop ao longo do ano, mas, acima de tudo, procure uma professora que tenha muita experiência de palco, pois os melhores ensinamentos que trazemos desses workshops são os macetes que essas professoras nos legam. Claro que a técnica é importante, e muito se corrige num workshop, mas APRENDER mesmo, isso leva tempo, então deixe esse encargo para o seu professor.
Acredito que com essas dicas, qualquer bailarina independente de seu nível, irá progredir muito!!! E não se esqueça: não chegue atrasada, e capriche na produção para suas aulas. A dança de verdade começa e acontece ali, e não apenas nos palcos. Acima de tudo, divirta-se!!!
Um bom ano e retorno às aulas à todos,
Namaskar.