O interesse pelo Tribal Fusion foi despertado enquanto procurava a
respeito sobre alguma atividade física que lhe inspirasse. Como a arte sempre
fez parte de sua vida, procurou na dança um refúgio para tentar se expressar
melhor. Nada pareceu ser o suficiente até que se surpreendeu em encontrar uma
comunidade exótica e underground da dança em vídeos da internet. O encontro com
o Tribal Fusion foi um encontro consigo mesma, e pela primeira vez achou um
objetivo que lhe fizesse continuar a caminhar.
Assim começou seus estudos de
dança do ventre em 2011 com a professora Rosi Cruz. Pois devido a falta de
profissionais de Tribal em sua cidade se dedicou à essa milenar arte por 4
anos, ao mesmo tempo em que estudava sua paixão em casa por meio de vídeos e
DVDs, além de cursos e workshops na cidade de São Paulo e região. Estudou com
grandes nomes da cena Tribal e Dança do Ventre, como: Elis Pinheiro, Aziza Mor,
Rosi Cruz, Nureen Thaiar, fez parte do primeiro Curso de Formação em Tribal Fusion por
Joline Andrade, cursou workshops de Rachel Brice e também de Kristine Adams
onde se apaixonou pelo ATS®.
Completou seu General Skills e Teacher Training em ATS®, quando Rebeca Piñeiro
trouxe Carolena Nericcio-Bohlman e Magha Gavin ao Brasil em 2015.
Atualmente Natane Circe
trabalha como bailarina e professora de Tribal Fusion e também atua como
instrutora de Hatha Vinyasa Yoga na qual é formada desde 2013 no curso
reconhecido pela Aliança do Yoga.
Nos dias 15 e 16 de julho tive a honra de participar como jurada e professora do Festival de Dança de Pelotas 2016. Foi um encontro maravilhoso, lugar fantástico e muita gente legal. A indicação deste trabalho chegou graças a Michele Trentin, uma verdadeira fada que tenho o privilégio de ter como colega e amiga. Uma das coisas sobre as quais meditei para programar a oficina de tribal foi sobre como o universo me colocaria diante de um assunto tão forte que propus como tema: "A dança tribal ritualística e suas simbologias", após tantas experiências diferentes que tive em tão pouco tempo e em nível hard, rsrs! Mas foi muito tranquilo e pude apresentar o cerne de toda a questão.
Bom, na dança tribal este é uma tema que sempre remete ao passado. Ao mesmo tempo que temos o inicio e a propagação da dança tribal como American Tribal Style, sua verdadeira composição vem sendo colhida, fusionada e vivenciada desde que homem é homem, pois os povos mais primitivos destacam a beleza da sua força espiritual através de seus gestos em comunhão com a natureza. Aquilo que move os seres à nossa volta é a força que buscamos para expressar esta dança, para despertar a empatia com o que sentimos e o máximo de conexão através da expressão. Não importa de onde vem a inspiração, mas a sabedoria de como ela se manifesta. O contato íntimo com a energia do próprio corpo e a mente limpa e sem medos são o rito de passagem que o corpo precisa para a consciência em cada gesto. A vida nos prepara e cria as condições que nos fazem escolher nossa identidade. Na maturidade, as limitações já não tem a mesma importância e se transmutam. O corpo não mais dissimula e se esforça somente para o que realmente busca e respeita.
Nesta oficina foi trabalhado o improviso, com símbolos simples e essenciais. Em meio à pratica houve o questionamento profundo e o contato com o próprio espaço interno. Conhecer melhor o próprio espaço e o conceito que temos dele, como nele nos colocamos e o contemplamos é fundamental. Ele nos abriga ao mesmo tempo que nos integra e quanto maior energia e consciência doamos a ele, maior é nosso estado de Presença. Quando acontece este fluxo, temos uma manifestação preciosa em nossa vida, na qual o momento é preenchido com o acolhimento que cria toda a magia. É a sinapse perfeita que toca nosso coração. Além da prática, foi essencial esse momento de introspecção onde todas puderam ouvir uma canalização e um canto tribal sagrado dos Shipibo.
O Tribal no Parque é
uma confraternização livre e gratuita, sem fins lucrativos, aberto a professores,
bailarinos, alunos e simpatizantes da Dança Tribal. Composto por atividades
diversas ao ar livre com destaque para a roda de dança com participação do
público, o evento tem como finalidade resgatar a dança como uma atividade de
lazer e descontração, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
ITS
Iniciado em 2015, o
evento contou com três edições em Jundiaí/SP. A primeira foi uma espécie de
aula aberta, com apresentações de alunas e convidadas. A segunda edição teve
como temática as fusões circenses, com enfoque na mostra de dança. A terceira
edição ocorreu neste ano, no dia 10 de julho, e como idealizadora do encontro, considero
a melhor edição entre todas.
ATS
Iniciamos com uma prática de Yoga com a
instrutora convidada Harumi Falanga Duque, que também é educadora física,
personal coach, terapeuta e professora de Tai Chi Chuan. Em seguida, tivemos uma rica dinâmica de ITS com
Dayeah Khalil,Sister Studio FCBD®,
organizadora do Tribal Beach Festival, professora de Dança Tribal no Al Salam
Studio De Danças (Santos/SP), bailarina da Cia Lunay SP - Capital e do DSA -
Cia de Dança Dancers South America. Por fim, uma pequena mostra de dança com a
participação das dançarinas Dalila Galchin e Viviane Andrade, culminando em
nossa roda de dança livre e um pouco de ATS®.
Roda de Dança
Adorei o envolvimento
do público, a maneira como se doaram em cada atividade e fiquei muito grata
pela participação de todos, em especial às instrutoras convidadas que se
dedicaram em compartilhar um pouco de seus conhecimentos afim de enriquecer
esta experiência, tornando-a uma oportunidade de aprendizado sem igual. A ideia
é ampliar este projeto, para que possa acontecer em parques públicos de
diferentes cidades de São Paulo sob a mediação de co-organizadores voluntários.
Por mais Dança Tribal!
“As competições
artísticas colocam em pauta temas contraditórios, principalmente quando se
trata dos pré-requisitos e do que está sendo avaliado ali. Na Dança do Ventre é
muito comum encontrarmos concursos de dança em diferentes categorias, divididos
por modalidades e faixas etárias. Mas há também os festivais de dança
tradicionais que enquadram diferentes estilos numa mesma categoria (Dança
Popular), criando uma competição injusta entre os participantes.
E então surge a Dança
Tribal como uma nova forma de expressão, buscando resgatar o conceito de tribo
em seus eventos únicos. São congressos, festivais, retiros e campings com
haflas, jam sessions, mostras de dança, mostras avaliativas. Sem competição,
desigualdade, problemas com desnivelamento, criando um ambiente de aprendizagem
seguro para experimentações artísticas entre bailarinas de todas as idades,
experientes e inexperientes.”
(A Consciência
Tribal via Tribal Archive)
Recentemente escrevi um artigo sobre pensamento coletivo no
blog do Tribal Archive. Hoje quero reforçar esta ideia, incentivando você a
promover a coletividade em sua região. Reúna dançarinos, professores, músicos,
artesãos e simpatizantes num mesmo ambiente e transmita a energia da dança para
seus amigos e familiares! Elimine empecilhos como falta de espaço ou orçamento
limitado e enxergue possibilidades ao seu alcance.
Priorize o bem-estar dos convidados!
Tribal no Parque
Seja num ambiente mais intimista como uma casa cultural, um
espaço privado como bons restaurantes e teatros ou até mesmo em meio à
natureza, como um parque, uma praça ou uma chácara, o importante é escolher um
espaço bem localizado e onde as pessoas se sintam à vontade para usufruir do
evento. Reservar uma área para fumantes, pensar um espaço infantil e facilitar
acesso a estacionamento, por exemplo, pode ser um grande diferencial para a
comodidade dos convidados.
Quando a alma é de dançarino, qualquer solo é palco.
Projeto Vídeo & Dança - Transmutação
As chamadas Mostras de Dança ou Show de Mostras já caíram no
gosto do público, é a oportunidade de todos os participantes se expressarem,
independente do grau de instrução. E quando a noite culmina num grande
espetáculo – também chamado de Show de Gala, temos a chance de prestigiar
grandes artistas do meio.
Fugindo do lugar-comum, reunir os artistas numa grande roda
de dança, para dançarem de improviso e/ou “ATSzar” pode render bons momentos de
descontração e proximidade. É uma delícia quando as dançarinas tomam os
participantes para dançarem juntos também, mas ninguém deve se sentir obrigado
a isso.
Lembre-se de planejar o curso dos acontecimentos e
performances com antecedência para que não haja embaraços. O objetivo, sempre,
é levar os convidados a se divertirem e aproveitarem a companhia um dos outros!
Humm, que fominha...
Hafla Tribal & Ventre
É muito desagradável quando vamos num evento com duração
estendida e não tem nada para comer ou beber nem restaurantes e comércios
locais próximos. Conforme a ocasião, convidar comerciantes para disponibilizar
bebidas, salgados e lanches aos participantes é uma boa ideia. Se for um evento
de pequeno porte, servir um coquetel aos convidados com o valor embutido na
entrada também vale. No cardápio, o ideal é ter opções vegetarianas e
alternativas para quem não consome bebidas alcoólicas.
O que não é visto,
não será lembrado.
Projeto Vídeo & Dança - Corpo, Casa, Cosmo
Para finalizar, não se esqueça de fazer com que as pessoas
tenham conhecimento do seu evento. A divulgação boca-a-boca é válida, mas
contar com o suporte das mídias sociais faz uma enorme diferença. Crie um
evento no Facebook, elabore um folder responsivo, desenvolva um teaser do
evento. Se o evento tiver uma periodicidade, vale criar uma página
personalizada e um canal no YouTube. Não deixe de contratar um bom profissional
de fotografia e filmagem para cobrir o evento! E, ao final de tudo, abra os
ouvidos para o feedback dos participantes: receber as críticas construtivas é
importante para saber o que está bom e o que precisa melhorar.
Antes de começar a falar de ásanas, vamos começar a entender um pouco de uma das partes mais importantes do Yoga: a Meditação. Os ásanas fortalecem nosso corpo para que possamos ficar na posição mais importante, que é a sentada em meditação, e fortalece o corpo físico também para que ele esteja forte o suficiente para as energias que o corpo vai trazer com a meditação. Sabe quando ligamos um aparelho de 110w em uma tomada de 220w? Então, é bem por aí que acontece com nosso corpo. Por isso devemos trabalhar o Yoga como um todo, corpo, mente e espírito.
Voltando pra meditação e falando da parte mais prática pro nosso dia a dia.
Toda a pressão do trabalho, da sociedade, esse constante crescimento tecnológico nos faz ficar a mil por hora e acelerar o tempo todo os nossos pensamentos para poder acompanhar tudo que acontece. E nem sempre isso é bom, pois na hora que a mente precisa descansar ela não consegue parar, ela simplesmente continua a pensar e pensar e pensar e com isso a pessoa se desgasta facilmente.
Com a meditação, seja lá seus 10 minutos de silêncio por dia, você consegue desacelerar esses pensamentos. Ninguém vai “parar de pensar”, mas sim desacelerar, deixar os pensamentos passando levemente sem te influenciar, baixar a voltagem do corpo com a respiração e acalmar esse filme que passa o tempo todo em nossa mente sem descanso. A cada dia a pessoa se sente mais confortável com a meditação, a mente mais clara para tomar decisões, para agir de forma Consciente no agora. Por isso é importante que seja feita todos os dias.
A outra parte mais sutil ainda da meditação é que ela traz o contato com nosso Eu Divino que está aqui dentro, escondidinho e envolto por tantas camadas que vamos colocando no nosso dia a dia. Ele vive no silêncio que a mente não nos permite ouvir. Esse Eu é nossa mais pura essência sem padrões e sem conceitos, sem barreiras. Ele nos liga ao Eu Cósmico, e nos mostra que nada está separado. Mas para poder ouvir esse Eu precisamos silenciar nossa mente que parece mais um Shopping Center, daí poderemos ouvir esse Eu que fala através de sentimentos, vibrações e Amor.
Algumas dicas para começar a meditar:
Sente-se confortavelmente, com a coluna ereta, braços e ombros relaxados. Feche os olhos e volte toda a sua atenção pra respiração, ela vai te ligar ao momento do agora. Continue respirando profundamente observando as sensações do corpo: o ar passando pelas narinas, o movimento do corpo quando respira. Deixe seu foco somente na respiração e no seu coração.
Certamente que pensamentos vão chegar e querer te levar pra longe, e isso acontece mesmo, é normal, não se culpe. O importante é sempre que perceber que está indo atrás desses pensamentos parar e voltar pra sua respiração. O importante é sempre voltar.
Para poder ir se acostumando ao fato de observar seus pensamentos passando sem segui-los você pode no início visualizar um céu cheio de nuvens. As nuvens são seus pensamentos que encobrem o céu azul. E aos poucos vai observando as nuvens se desfazendo, indo embora e cada vez mais o céu ficando azul e limpo, como sua mente.
Pode visualizar também um rio que no início corre rápido (como os pensamentos) e aos poucos vê-lo se tranquilizando e se tornando cada vez mais lisinho como um espelho, permitindo que você enxergue o fundo do rio, que você enxergue o que está por trás dos seus pensamentos.
Ou você pode também se visualizar numa estação de trem. Os pensamentos estão no trem, mas você não vai pegar esse trem, você apenas fica observando passar e ir embora, você fica ali apenas respirando.
São técnicas para se fazer e ilustrar pra mente o que você está querendo no momento, pra te ajudar a se tranquilizar e depois conseguir focar em sua respiração e entrar em contato com a sua meditação.
A cada dia você percebe os intervalos “sem pensamento” aumentando e o estado de relaxamento do corpo e da mente após a meditação.
A meditação é como o pôr do sol. Mesmo quando ele se vai ainda nos sentimos preenchidos com sua energia.
"Concentre-se no coração. Entre nele, penetre-o, aprofunde-se tanto quanto possível. Reúna todos os fios de sua consciência, que estão espalhados fora, à sua volta, enrole-os, mergulhe e afunde.
Um fogo está ardendo lá, na profunda quietude do coração. É a Divindade em você - seu verdadeiro ser. Escute sua voz, siga seus ditames." - A MÃE, O Caminho Ensolarado.
Em agosto (20 e 21) acontece, na
cidade de Curitiba, um evento voltado para o Dark Fusion e que aborda a
temática ocultista.
O evento denominado Underworld
Fusion Fest, agora na sua segunda edição, conta com profissionais nacionais e
internacionais, todos possuindo vivências com as fusões mais exóticas da dança
tribal e, alguns, com a própria magia.
Como todos sabem, a minha coluna é
voltada para o assunto “Dança e Ocultismo” e fico imensamente feliz em poder
falar sobre um evento especialmente criado para abordar esta temática.
Com certeza é a primeira vez que
o sul do país investe na cena underground da dança e disponibiliza acesso à
assuntos tão densos e místicos.
A bailarina Aerith Asgard (que
organiza o evento em parceria com Gilmara Cruz) trará para o público da dança
um pouco das fusões com metal, propondo um estudo sobre a percepção musical e a
movimentação forte e intensa que este tipo de música exige, para que o trabalho
não se torne caricato ou vulgar.
A gaúcha Bruna Gomes trabalhará a
criação do personagem na dança, através de um workshop de Tribal
Interpretativo.
Gabriela Miranda, em seu workshop
“Encontro com a Sombra”, abordará a psicologia analítica de Jung, explorando o
lado sombrio de cada pessoa como ponto de partida para a criação artística.
A bailarina Gilmara Cruz ministrará
uma palestra sobre a influência da cultura gótica no Dark Fusion (palestra
aberta para o público geral) e também um Workshop sobre a ritualística pagã das
deusas obscuras, que pretende trabalhar a dança enraizada no ritual às deusas
pagãs, fusionando a Dança Tribal Ritualística com elementos de introspecção,
sentimento e obscuridade, característicos do Dark Fusion.
O conceito alquímico de
V.I.T.R.I.O.L ("Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies Occultum
Lapidem") fica por minha conta, através de uma palestra aberta ao público
geral. Todos que tiverem interesse (homens e mulheres, com ou sem experiência
com dança) podem participar. A palestra inclui certificado e todos os participantes
ganharão um brinde feito artesanalmente por mim: um frasco de poção semelhante
ao da foto.
Aproveito para dizer que estou
muito honrada em participar de um evento deste porte e, ainda por cima,
abordando um assunto que me move como pessoa: o ocultismo.
V.I.T.R.I.O.L. é a sigla da
expressão latina "Visita Interiorem Terrae, Rectificando, Invenies
Occultum Lapidem", que quer dizer: Visita o Centro da Terra,
Retificando-te, encontrarás a
A Pedra Oculta e uma referência à
Pedra Filosofal, que os alquimistas acreditavam ser de uma matéria que teria o
poder de transformar todos os metais em ouro ou prata, a panacéia universal
(remédio para curar todas as doenças) e o elixir de longa vida que
garantiria a longevidade do homem. Filosoficamente esta expressão
simboliza uma viagem ao “eu interior” em busca do que está oculto.
A palestra busca resgatar um
pouco da nossa essência mais oculta, muitas vezes desconhecida por nós
mesmos...É um estudo sobre a constante
busca humana para melhorar a si mesmo, a fim de que brilhe a sua
Individualidade.
Agora, me atenho a falar sobre
três workshops bastante ligados com linha ocultista que sigo. Tentarei introduzir os assuntos
abordados pelos works, para que vocês possam ficar por dentro da temática de
cada um.
Solve et Coagula
Solve Et Coagula será o tema
abordado pela bailarina argentina Long Nu.
A expressão em latim “Solve Et
Cogula” (“Dissolver e Coagular”, em português) é um princípio básico da Alquimia
sobre as transformações dos metais e da química, mas também da própria
transmutação da natureza do homem através do conhecimento, explicando como as
energias passam de um plano para outro.
Para os alquimistas, qualquer
substância só poderia sofrer alteração caso retornasse ao seu estado
indiferenciado (prima matéria). Os textos e imagens alquímicas descrevem com
toda a precisão os estágios e as operações pelas quais consegue-se obter o
“ouro”, o “elixir”, a “pedra” à partir da “matéria-prima”.
The Azoth of the Philosopher, by Basil Valentine
Dissolver seria o processo de colocar algo (soluto) em um
solvente; acontecendo uma dispersão desse algo. A sutilização leva o soluto a
uma faixa mais difícil de ser percebida, mais longe do físico.
Coagular seria o processo de colocar algum agente
coagulador em algo; acontecendo a aglutinação da estrutura desse algo. A
densificação leva o coagulado a uma faixa mais fácil de ser percebida, mais
próxima do físico.
Nos braços de Baphomet vemos
escrito os termos “Solve” (o braço direito, que aponta para cima) e “Coagula”
(no braço esquerdo, que aponta para baixo). Dissolver o Agente Mágico, e coagular
esse “agente” no plano físico.
Eliphas Levi defendia a ideia de
que se podiam materializar todos os pensamentos do Plano Mental (que
seria o plano dos pensamentos e das ideias) no Plano Astral (que
seria o plano das energias e das emoções). Seria basicamente dizer que é
possível, em nosso mundo, conseguir o que se deseja apenas com a “força do
pensamento”. Essa ideia é amplamente aceita nas diversas correntes
místico-ocultistas.
Aí, eu penso... Se é possível
trabalhar as coisas nos planos mental/astral, quanto mais poderoso deve ser
trabalhar usando a energia da dança e o poder do corpo. Esta é a ideia deste workshop!
Long Nu trabalhará a “arte do
cambio e da transformação” na dança; juntando opostos (sólido/líquido,
material/espiritual) através do trabalho técnico, expressivo e coreográfico.
A Diosa Escarlata
Saba Khandroma, também da
Argentina, trará um workshop voltado para a energia vermelha de Babalon.
Aí é que meu coração explode de
tamanha alegria!!! Fico excitada com a ideia só de imaginar... <3
To Babalon by Lupe Vasconcelos
“Lady of lust on the back of the Beast,
The lion, the serpent, the star of the east
Rising and shining new light on Zion;
I raise up the cup and adore Babalon!”
In Nomine Babalon – XI
Babalon, também conhecida como Mulher Escarlate, Prostituta Sagrada e Mãe
das Abominações, é uma das deusas centrais de Thelema. Representa o impulso
sexual feminino e a liberdade da mulher. Contudo pode também ser identificada
com a Mãe Terra, no sentido simbólico da fertilidade. Crowley acreditava que
Babalon possui um aspecto terreno na forma de um trabalho espiritual que pode
ser exercido por toda e qualquer mulher.
Babalon é a divindade menos compreendida no Sistema Thelêmico. Não existe
um capítulo para ela no Livro da Lei. Mas o Livro fala da Sacerdotisa como
sendo a Mulher Escarlate, a quem todo o poder é dado.
Na Bíblia encontramos uma referência à ela, a "grande prostituta,
assentada sobre muitas águas", "assentada sobre uma besta de cor
escarlate", "a mulher vestida de púrpura e escarlata, e adornada com
ouro, e pedras preciosas e pérolas" que "tinha na sua mão um cálice
cheio de abominações e da imundice da sua prostituição", e estava
"embriagada do sangue dos santos". E o seu nome era "Mistério, a
grande Babilônia".
Por ser considerada como a manifestação do próprio princípio feminino e,
por conseguinte, de todas as mulheres, Babalon não costuma ser representada em
imagens, o que a caracterizaria como uma mulher em particular. Normalmente, seu
selo, apresentado por Crowley em seu "O Livro das Mentiras"
é utilizado para representá-la visualmente:
Selo de Babalon
Quando, contudo, ela é representada pictograficamente, normalmente é como
uma mulher com os atributos da fertilidade, maternidade e sexualidade em evidência,
como seios fartos e quadris largos. Geralmente seus cabelos são ruivos,
denotando pelo simbolismo da cor vermelha a força de sua vontade e
individualidade. Nestes casos, seu rosto costuma estar virado de lado, como na
carta "Lust" do Tarô de Thoth, coberto por seus cabelos ou
envolto em sombras, de modo a não representar um indivíduo em si. Costuma
ser descrita como portando uma espada à cintura e montando a Besta, a qual
controla através de sua Vontade.
Lust – Thoth Tarot
Conforme Crowley escreveu em "O Livro de Thoth", na descrição
da carta "Lust", na qual ela
aparece:
“Ela monta a cavalo sobre a Besta; na sua mão
esquerda ela mantém as rédeas, representando a paixão que os une. Na sua
direita ela mantém no alto o cálice, o Santo Graal ardente de amor e
morte. Nesta taça são misturados os elementos do sacramento da Eternidade
(Aeon)".
Em “A Visão e a Voz”:
“Este é o Mistério de Babylon, a Mãe das
Abominações, e é este o mistério de seus adultérios, pois ela rendeu-se a tudo
o que vive e a tudo fez participante de seu mistério. E por ter-se feito serva
de todos, de tudo tornou-se senhora. Tu ainda não podes compreender sua
glória.”
Dançar o arquétipo da sexualidade sagrada é uma ideia excitante!
Estou muito ansiosa por este workshop e estou com muitas expectativas,
pois além de a Saba ser, com toda a certeza, uma das mais incríveis
representações da Deusa Escarlate dentro do universo da dança, sinto que temos
(ela e eu) energias muito próximas a serem compartilhadas!
Babalon by Yuri Seima
"Quando o teu pó estiver na terra que
Ela pisa,
então talvez tu possas levar a impressão de Seu pé.
E tu pensas em contemplar a Sua face!"
(A Visão e a Voz, Aleister Crowley).
Chaos Magick
Juntas, Long Nu e Saba Khandroma,
abordam dois assuntos muitos interessantes: a Magia do Caos e o Butoh.
Para quem ainda não está
familiarizado, o Butoh é um estilo de dança que surgiu
no Japão pós-guerra e ganhou o mundo na década de 1970. Criada
por Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno.
Também denominado “Dança das
Trevas”, o Butoh é uma forma primal de dança que se origina no agora e no muito antes, sem começo, meio ou fim,
onde a vida borbulha e instiga o autoconhecimento, extrapolando, assim, a força
dos gestos, movimentos ou plasticidade do palco.
“Entre ruídos, gemidos, sons e
gritos movem-se homens e mulheres - seus rostos estão distorcidos em esgares
alucinantes, os olhos revirados para dentro, as línguas penduradas, a saliva
escorrendo. A movimentação é lentíssima como se cada mover não fosse apenas
muscular, mas custasse cada órgão do corpo dos bailarinos. O primeiro impacto é
de terror. [...] Existe algo naqueles quase-monstros que os toca de forma
singular. Essa ‘deformidade’ explícita, que não é externa, é interna, liga o
"butoh" ao homem universal. O caos representado é o caos do século
XX, não importa oriente ou ocidente...”
(Solange Caldeira)
Magia do Caos ou Caoísmo é
uma forma de ritual e magia que se utiliza de quebras de paradigmas e
alterações do estado de consciência (de formas excitativas ou inibitórias). O termo “Magia do Caos” apareceu
pela primeira vez no "Liber Null" de Peter Carroll,
publicado em 1978.
Caosfera
Porém, o primeiro Magista do Caos
reconhecido pela maioria dos ocultistas é Austin Osman Spare, criador do uso
de sigilos, e técnicas envolvendo estados de êxtase para dar poder a estes
sigilos. Spare também foi pioneiro no desenvolvimento de um "alfabeto
sagrado pessoal", e, sendo um artista plástico talentoso, usou imagens como
parte de sua técnica de magia.
O caoísmo nasceu pouco após a
Geração Beat, que foi marcada por um grupo de autores influenciados pela
desilusão gerada pelo período pós Segunda Guerra Mundial. Foi uma época em que
o mundo estava fortemente caótico e os artistas desejavam expressar essa
aparente ausência de sentido na arte. Um dos nomes mais notáveis foi William S.
Burroughs (ele mesmo um membro da IOT) com seu livro “The Third Mind” e com sua
técnica de cut-ups, cortes de textos aleatórios, também utilizada por poetas
como Tristan Tzara e Arthur Rimbaud.
Na minha humilde opinião, a Magia
do Caos é uma forma de conhecimento que permite a criação da sua própria
linguagem mágica.
Como afirmou Hawkins:
“Tem havido um enorme crescimento no número de pessoas que tentam
imitar os métodos de Spare, e ainda assim eles perdem o ponto de sua mensagem
principal de que devemos cada um de nós desenvolver nossos próprios métodos de
magia, ou seremos meramente imitadores.”
“Tocar os limites mais profundos
da imaginação e trazer as forças criativas do caos primordial não formado para
seu trabalho mágico é a mais sincera de todas as magias.”
Quem conhece bem a colunista
aqui, sabe o quanto eu estou ansiosa por estes aprendizados!
Nunca imaginei ver o Chaos Magick
sendo difundido dentro da dança...
Estudar conceitos como
manipulação de energia, alteração de consciência, sigilos e a energia sexual da
Deusa Escarlate no corpo que dança é algo que me deixa profundamente excitada!
Estou ansiosa por agosto... Pelas
palestras e workshops, pelo Espetáculo Occvltum (que acontece no sábado à
noite) e, principalmente, pela confraternização!
Será um encontro de grandes
amigos da dança que dividem os mesmos gostos, as mesmas crenças e que trilham o
mesmo caminho dentro do ocultismo!
Quero conhecer todos vocês,
leitores, pessoalmente!
Será uma grande celebração!!! Vídeos:
Aerith (PR)
Bruna Gomes (RS)
Gabriela Miranda (RS)
Gilmara Cruz (PR)
Hölle Carogne (RS)
Long Nu (Argentina)
Saba Khandroma (Argentina)
Hölle Carogne estará no Espetáculo Occvltum no dia 20 de agosto e ministrará a palestra aberta ao público geral "V.I.T.R.I.O.L. " (INCLUI CERTIFICADO) no dia 21 de agosto.